Organizações sociais familiares também devem ser transparentes, diz especialista

21 de outubro de 2014

A sucessão de gerações é um desafio no investimento social familiar. O envolvimento dos membros da família é fundamental, mas traz consigo dificuldades para a gestão de projetos, para um consenso entre visões de mundo diferentes e para o convívio pacífico entre os parentes. Nada disso, no entanto, afasta a necessidade de transparência nesse tipo de investimento.

Jean Whitney, membro da Associated Grant Makers e experiente consultora de filantropia familiar, escreveu sobre o assunto no site Family Giving News. Em seu artigo, ela pondera que muitas famílias preferem investir na área social de forma reservada, sem chamar atenção. Por outro lado, existe a necessidade de que todas as organizações da sociedade civil prestem contas ao público, o que obriga a algum grau de abertura.

De acordo com Jean, a discussão interfere até no impacto das ações do investimento social familiar. “Será que uma fundação pode ser confiável, criar parcerias e conseguir seus objetivos sem transparência?”, questiona a autora, que deixa bem clara sua posição: “com os avanços da tecnologia e das mídias sociais, a questão hoje não é ser ou não ser transparente, mas sim como ser transparente”.

No artigo, ela apresenta o site Glasspockets (http://www.glasspockets.org/), que elenca 23 indicadores de transparência para organizações da sociedade civil de perfil familiar e cujo nome vem de uma frase do banqueiro Russell Leffingwell, membro da diretoria da Carnegie Foundation e que afirmava que todas “as fundações deveriam ter bolsos de vidro”, (glasspockets, em inglês).

Relembrando um fórum de que participou recentemente, Jean citou que um dos temas discutidos foi se a transparência deveria envolver os “produtos” das organizações familiares (doações para projetos, resultados das estratégias) ou os “processos” (deliberações da diretoria, forma de tomada de decisões, planejamento interno).

Segundo ela, “muitas organizações familiares diriam que divulgar publicamente muitos de seus processos internos é difícil e desnecessário”. Porém, buscar a transparência pode ser um processo bem mais simples do que se pensa: “deve-se começar criando um site no qual a família conta sua história, fala sobre seus interesses e divide suas inspirações”, diz Jean, lembrando que muitas vezes estas histórias acabam sendo, de fato, muito inspiradoras.

 

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