* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Jacqueline Connor, Diretora de Impacto da Enuma – EUA; Paulo Zuben, Diretor Artístico-Pedagógico da Santa Marcelina Cultura; José Marcelo Zacchi, Secretário Geral do GIFE, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas; e moderação de Raquel Altemani, Gerente de Projetos do IDIS. Saiba mais aqui.
A avaliação de impacto tem se mostrado uma ferramenta eficaz para organizações de diferentes tipologias – empresas, fundações, institutos e outras organizações da sociedade civil. Nesta sessão, foi destacado seu papel na otimização das transformações sociais e sua contribuição para a construção da confiança.
O diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina, Paulo Zuben, compartilhou sua experiência. Os programas desenvolvidos pela instituição têm como objetivo desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Uma pesquisa com os alunos mostrou mais de 90% de satisfação. Interessante, mas não suficiente. Era necessário mostrar resultados mais objetivos para os financiadores do projeto.
“Em 2017 o IDIS começou a nos ajudar com o SROI (Retorno Social sobre Investimento), metodologia que permite monetizar o impacto social. Foi uma fase de amadurecimento e convencimento e uma decisão pioneira. Será que traz mesmo resultado? Para nossa felicidade, vimos que, para cada R$ 1,00 investido, o retorno era de R$ 6,56”, contou Paulo. A decisão de realizar a avaliação de impacto foi crucial e fez com que o programa da Santa Marcelina escapasse dos cortes no orçamento das verbas de cultura do governo estadual. “O retorno do investimento foi comprovado, e isso garantiu a nossa sobrevivência”, comemorou.
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Jacqueline Connor, diretora de impacto da Enuma, organização americana com foco em educação, ressaltou como é importante analisar o impacto do que é feito. Segundo ela, é preciso avaliar os problemas, contextualizá-los dentro das comunidades e gerar impacto. Cita que é importante saber aonde se quer chegar, e então definir como medir esses resultados. “A transparência é fundamental em todo o processo com nossos parceiros e a avaliação tanto quantitativa como qualitativa é de suma importância”, explicou Jacqueline.
O secretário geral do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, José Marcelo Zacchi, concorda que a avaliação de impacto pode ajudar a gerar uma maior transparência e confiança. “Difundir boas práticas são requisitos para a criação de confiança”, afirma. Lembra também que o impacto causado é de várias naturezas – social, econômica e política. Sobre a última, segundo sua avaliação, existe ainda uma resistência sobre o papel das ONGs que não será superado apenas com a avaliação de impacto, ainda que este seja um dos pilares.
Assista à sessão na íntegra: