O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e a pandemia vem acentuando este cenário. Ainda nos primeiros meses, foi relatado pelo IBGE um crescimento 27,6% no nível de desemprego. O PIB no país encerrou o ano de 2020 em queda de 4,1% e a tendência é de agravamento da crise econômica.
Neste cenário, o investimento em mecanismos de inclusão produtiva revela-se como um importante caminho para a redução da desigualdade. Os desafios passam pela capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade, incentivo ao empreendedorismo rural e urbano, e facilitação de acesso ao mercado. Contempla também um papel mais ativo do poder público no sentido de ofertar cursos de qualificação profissional, intermediar a relação entre trabalhador e empregadores, além de fomentar a produção, oferta de insumos e acompanhamento técnico. As organizações da sociedade civil (OSCs) aparecem como elo essencial entre estes atores, com visão clara sobre o território, especialização e atuação na ponta. Historicamente, vemos que o Investimento Social Privado tem um papel fundamental no enfrentamento de crises e neste projeto propomos uma forma de como contribuir para esta causa.
O Programa Redes para Inclusão Produtiva tem como objetivo fortalecer OSCs que desenvolvem projetos que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, fomentando o empreendedorismo e a geração de renda. Por meio da formação de redes de compartilhamento e desenvolvimento de boas práticas e inovações relacionadas à inclusão produtiva, ampliamos o acesso a conhecimento, recursos e parceiros. Cada uma das redes é apoiada por 10 meses.
A primeira experiência começou a ser implementada em meados de 2020, com apoio do Sebrae SP. O projeto teve início com um extenso mapeamento das organizações atuantes direta ou indiretamente com Inclusão Produtiva em quatro macrorregiões do estado de São Paulo: Bauru, Vale do Ribeira, Pontal do Paranapanema e Alta Paulista. Contribuíram nesta fase o poder público, movimentos populares, acadêmicos e os escritórios locais do Sebrae para identificar as mais relevantes. As demais fases contemplam visitas a campo, workshops presenciais para o desenho de estratégias que respondam aos desafios das redes locais, o acompanhamento e suporte para a execução dos planos desenhados, e por fim a realização de novos workshops com a presença de atores estratégicos locais para o compartilhamento de resultados e convite para fazerem parte das redes formadas.
Oportunidades de Investimento Social Privado
Empresas e organizações podem se envolver desenvolvendo um programa próprio e implementando uma rede de até 25 organizações em um território de interesse. É possível também tornar-se parceiro do programa do Sebrae SP, contribuindo para o fortalecimento das redes já estabelecidas ou para a ampliação a outras macrorregiões. Também é possível contribuir por meio de ações como parcerias não financeiras, acesso a mercado e emprego ou programas de voluntariado.