Quando foram definidos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e estabelecida a Agenda 2030, ninguém imaginaria que no caminho encontraríamos uma pandemia, que afetaria o mundo de forma tão contundente. Temos agora o desafio de ajustar metas e iniciativas, considerando os novos desafios que se apresentam. Se a conversa sobre este tema era importante, agora que estamos a 10 anos do prazo para cumprir a Agenda, hoje ela é mandatória e não poderia deixar de integrar o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais.
Cristiano Prado, líder de projetos econômicos e sociais do PNUD no Brasil, agência líder da ONU para o desenvolvimento e que usa os ODSs para guiar suas políticas, afirma que não haverá recurso público suficiente para o tamanho do desafio que há pela frente e defende que o crescimento da filantropia é necessário para o avanço da Agenda 2030. “Precisaremos de mais recursos para recuperar o que está ficando para trás e para lidar com a consequência de ter andado para trás”, diz. “A Agenda 2030 e os ODS são e continuarão sendo nossa bússola, apontado a direção que devemos seguir”. Ele destaca que a plataforma de filantropia do PNUD busca encontrar o caminho da transformação social unindo forças, com participação de entidades filantrópicas.
Para Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, o ponto-chave para cobrir as lacunas que foram ampliadas com a pandemia é investir em parcerias. “Com a pandemia, a magnitude dos desafios são maiores e as parcerias, fundamentais. No BID estamos trabalhando com todo afinco possível em parcerias com diferentes atores, no governo, setor privado e terceiro setor. Estamos muito abertos a parcerias com instituições que compartilhem o objetivo da nossa instituição, de melhorar vidas”. Os esforços agora, avisa, serão concentrados na retomada sustentável, que considera indissociável da implementação dos ODS no país.
O diretor executivo na Worldwide Initiatives for Grantmaker Support (WINGS), Benjamin Bellegy, ressaltou que a filantropia tem um papel essencial de construir pontes entre os setores e por isso deve receber muito apoio. “A filantropia tem um valor em si, um instinto de solidariedade que envolve vários níveis da sociedade e é muito importante fortalecer esse instinto”, opina. “Precisamos também de uma linguagem comum e os ODS são uma linguagem universal que o business adotou, os governos adotaram e também a filantropia, para tornar possível a colaboração”.
A audiência participou durante a sessão, indicando o quanto os ODSs são aderentes às suas organizações. Mais da metade dos respondentes diz considerar os ODSs em suas estratégias, resultado bastante positivo e que indica comprometimento.
O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.