Identificar o potencial das histórias individuais e coletivas como aliadas do desenvolvimento local é a proposta do Projeto Memória Social, criado pelo Senac São Paulo em parceria com o Museu da Pessoa. A primeira edição da iniciativa resultou no livro Memória Social – Uma Metodologia que Conta Histórias de Vida e o Desenvolvimento Local.
O livro reúne conceitos e ferramentas metodológicas desenvolvidas pelo Museu da Pessoa e aplicadas para a formação de 20 multiplicadores das redes sociais fomentadas pelo Senac em dez municípios paulistas. Foram duas pessoas de cada localidade: um representante da comunidade, e um funcionário local do Senac, chamado de mediador.
Agora o projeto está sendo implantado em 35 locais onde o Senac São Paulo atua e deve atingir as 57 unidades da instituição até o início de 2009. A metodologia foi construída pelo Museu da Pessoa, que trabalha com registros individuais. “Em parceria com o Museu, nós inovamos ao criar uma narrativa de memórias coletivas”, afirma Jorge Duarte, gestor da área de Desenvolvimento Social do Senac São Paulo.
Durante seis meses e mesclando encontros presenciais e acompanhamento on-line, foram realizadas atividades divididas em três fases:
- Construção – produção de registros (entrevistas, fotos objetos) que se tornam fontes da história.
- Organização – estabelecimento de conexões ( pela classificação, processamento e preservação) entre os conteúdos
- Socialização – troca e difusão do conteúdo produzido
A definição de atividades, recursos, resultados e objetivos em todas as fases garante que a iniciativa ganhe consistência e não seja interrompida. Esse trabalho de monitoramento constante deve ocorrer paralelo à criação de uma visão de futuro, com estratégias de longo prazo que colaborem para o processo de desenvolvimento social.
Do individual para o coletivo
Segundo a metodologia do Museu da Pessoa, a proposta de resgatar, preservar e divulgar a história de comunidades passa necessariamente pela valorização de experiências pessoais. Desta forma, os participantes de um projeto de memória são estimulados a construir uma cronologia individual. A comparação entre as várias experiências permite identificar semelhanças e a criar vínculos.
Mais tarde, parte-se da abordagem pessoal para a construção de uma linha do tempo do grupo. Quanto mais pessoas diferentes do grupo participam, maior é a possibilidade do projeto se tornar uma prática permanente na organização ou na comunidade. “O conjunto de narrativas contribui para que as pessoas possam construir uma visão de futuro coletiva”, afirma Duarte.
Depois de registradas e organizadas, as memórias devem ser disponibilizadas para o público. A etapa final do projeto abre a possibilidade de interação com toda a comunidade e permite que a iniciativa ganhe escala.
O processo de disseminação também passa pelo Senac. A instituição está se preparando para tornar pública a própria metodologia no seu site. “Isso faz parte de um compromisso de responsabilidade social do Senac São Paulo de compartilhar metodologia e conhecimento com a sociedade”, revela o gestor.
Leia o livro na íntegra aqui.