Conheça os vencedores do edital do Instituto AIPI em parceria com o IDIS

O Instituto AIPI, mantido pela International Paper, promoveu um edital para selecionar cinco organizações com projetos voltados à Educação com Cidadania, em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e apoio da marca Chamex. Os cinco projetos vencedores receberão até R$ 30 mil cada para a sua implementação e execução. A iniciativa tem como objetivo estimular o exercício da cidadania e promover um papel mais proativo na área da educação.

As organizações vencedoras foram: Associação Junior Achievement Pernambuco, com o “Programa Liderança Comunitária”; Mobis, com o projeto “Jornada do Educador da Cidadania”; Aldeias Infantis SOS Brasil, com o projeto “Jornada de Educação: Brincando com os ODS”; Associação Educacional Evangélica Luterana – AEEL, com o projeto “Cidadania e Água limpa: direito de todos”; Associação de Moradores do Barro Vermelho e Santa Luíza (AMBVSL), com o projeto “Disseminar a prática do descarte consciente dos resíduos domiciliares”. Os projetos são oriundos das cidades de Recife (PE), Porto Alegre (RS) (2), Teófilo Otoni (MG) e Vitória (ES), respectivamente.

Os recursos serão utilizados para implementar ações que, por meio da educação, possam estimular o exercício da cidadania ativa e despertar a consciência crítica e a criatividade necessárias para articular e mobilizar as pessoas em ações sociais transformadoras.

“Acreditamos na educação como instrumento de transformação da sociedade, esse é o nosso papel. Selecionamos com muito cuidados os projetos para estimular cada vez mais a formação de cidadãos ativos e engajados”, afirma Mariana Claudio, gerente executiva do Instituto AIPI.

O Instituto AIPI foca seus esforços em dois pilares principais: “despertar a cidadania, oferecendo formas, conteúdos e capacitação para as escolas e centros de formação para que trabalhem temas que despertem a proatividade e a responsabilidade da cidadania nas pessoas; e “gerar transformação”, identificando, selecionando e capacitando pessoas e instituições com potencial para impulsionar seus projetos de impacto social nas comunidades das quais a empresa faz parte.

 

Sobre os projetos

 

Programa Liderança Comunitária – Recife

O Programa Liderança Comunitária proporciona aos estudantes a experiência da criação e operação de uma organização comunitária. Os estudantes analisam a situação da comunidade local, identificam um aspecto a ser melhorado, constituem uma organização, elaboram um projeto de serviço comunitário e praticam a liderança.

 

Jornada do Educador da Cidadania: uma formação para educadores que querem levar a cidadania ativa para os seus estudantes – Porto Alegre

Projeto realizado virtualmente, aberto a educadores das redes públicas e privadas de todo país. Até 30 educadores são selecionados para uma formação em cidadania ativa com especialistas. Ao longo de uma semana, são realizadas atividades teóricas e práticas, nas quais os educadores adquirem conhecimentos, trocam experiências e desenvolvem práticas pedagógicas para despertar a cidadania ativa em seus alunos.

 

Jornada de Educação: Brincando com os ODS – Porto Alegre

Tem como público-alvo os professores da rede pública e colaboradores de OSCs. O objetivo é capacitar participantes nos 17 ODSs (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU; disponibilizar acesso à formação EAD na metodologia desenvolvida em parceria com o Instituto Maurício de Sousa (que conta com 18 gibis da Turma da Mônica sobre temas como fome, saúde, gênero, meio ambiente e outras agendas relevantes) e disponibilizar kits de Gibis às escolas e organizações locais dos municípios alcançados pela Organização.

 

Cidadania e Água limpa: direito de todos – Teófilo Otoni

O projeto prevê a criação coletiva de metodologia para a promoção da boa gestão da água no município. Crianças, adolescentes, jovens, educadores, lideranças, usuários e trabalhadores da assistência social serão mobilizados para criar material de divulgação (material impresso, banners e sites) com informações sobre o tema, sugerir oficinas e formar uma rede de proteção aos recursos hídricos.

 

Disseminar a prática do descarte consciente dos resíduos domiciliares – Vitória

O projeto se propõe a capacitar moradores do Barro Vermelho e Santa Luíza (onde a coleta seletiva alcança apenas 5% das residências) para gerenciamento de resíduos sólidos e do uso adequado do serviço de Coleta Seletiva. Serão realizadas ações educativas e informativas para administradores, moradores e crianças, da seguinte forma: 2.000 inscrições em jogo para engajamento, 120 inscrições em 8 oficinas para formação de agentes multiplicadores da prática; 75 inscrições em 5 palestras sobre gerenciamento de resíduos domiciliares especiais, além da distribuição de encartes e mídia social com conteúdo sobre destinação ambientalmente correta.

Como melhorar a gestão de ONGS na pandemia e depois? Confira 6 dicas:

Por Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS

Nesse momento de pandemia e crise econômica, muitas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm sofrido com a interrupção de suas atividades, falta de recursos e necessidades ainda maiores por parte de seus beneficiários.

Ao mesmo tempo, o crescente desemprego e demandas da saúde pública alavancaram as doações por empresas e famílias ao nível mais alto da história do Brasil, alcançando R$ 5,5 bilhões  somente para campanhas voltadas ao combate das consequências diretas e indiretas do Covid-19, com mais de 371 mil doadores de acordo com os dados do  Monitor das Doações da ABCR até o começo de junho.

Apesar da urgência, editais emergenciais como os lançados pelo Itaú Social (“Comunidade, presente!”) e pela Vale (“Desafio Covid-19”) adotam critérios de elegibilidade para as aplicações que vão da apresentação de documentos fiscais e legais a boas práticas de governança e finanças saneadas.

Com o objetivo de auxiliar as OSCs no diagnóstico de sua resiliência perante essa crise, e também na captação de recursos durante e após a pandemia, preparamos um checklist de documentos e indicadores para orientar os gestores das organizações. A seguir, falamos de cada uma dessas orientações.

Documentos Legais e Certidões de Débito

O processo de validação das organizações por financiadores (empresas, famílias e governos) trata de checar a conformidade das entidades com suas obrigações financeiras e regulatórias, sendo usualmente feito antes da formalização de doações, de modo a evitar riscos reputacionais ou o descumprimento do desejo do doador, com o uso dos recursos para saldar dívidas e passivos pré-existentes. Para gestores e captadores, é importante ter os seguintes documentos regularizados: CNPJ, CND – Certidão Negativa de Crédito, CNDT – Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, Certificado de Regularidade do FGTS, CTI – Certidão Tributária Imobiliária, e outros de âmbito regional aplicáveis. Além da captação de recursos junto a doadores, esses documentos são fundamentais para a tomada de empréstimos de capital de giro ou para investimentos, imprescindíveis para a sobrevivência de muitas OSCs em momentos de crise como a pandemia atual.

Demonstrações Contábeis

Seja para a captação de recursos e prestação de contas, seja para a gestão, é importante manter atualizadas as Demonstrações de Resultado, o Balanço Patrimonial e as razões contábeis mensais da organização, de modo a acompanhar a evolução dos indicadores de receita, custos fixos, despesas variáveis e solvência (passivos tributários e trabalhistas devem estar claros e estimados). A existência de um profissional dedicado às finanças da organização e a contratação de escritório de contabilidade externo são importantes investimentos de gestão e transparência de uma organização. Os passos seguintes no processo de maturidade de uma organização (e cada vez mais exigidos por financiadores e órgão reguladores) são a realização de auditoria externa das demonstrações financeiras e a contabilização de gratuidades e de trabalhos voluntários.

Fundos de Reserva e Stress Tests

Quantos meses duraria sua organização sem receber novas doações? Essa pergunta hipotética foi colocada concretamente à prova para muitas organizações durante a atual crise. A existência de fundos de reserva (ou de contingência) e uma clareza sobre os custos fixos da organização são fundamentais em momentos de estresse. O gestor deve aproveitar tempos de sobra de caixa e fartura, para reservar recursos para períodos de escassez, podendo enfrentar – pelo menos – 3 meses sem receber recursos. No caso de organizações com dependência de recursos governamentais, recomenda-se folga ainda maior (acima de 12 meses), de modo a lidar com incertezas políticas e contingenciamento de recursos públicos. Além disso, é importante simular cenários com possibilidades de estresse (stress tests) para as variáveis sensíveis de sua organização, como a perda de processos trabalhistas, um aumento de despesa por conta da alta do dólar ou mesmo uma queda permanente na captação de recursos.

Monitoramento de Processos e Resultados

A maioria dos investidores sociais exige a apresentação de relatórios sobre os projetos financiados. Para isso, é importante que sua organização possua um cadastro dos beneficiários (respeitando a LGPD), registre as atividades realizadas e seus resultados, como número de participantes e índice de satisfação. Com o tempo, muitos investidores demandarão medidas mais efetivas de impacto, como estudos demonstrando as transformações geradas pelos projetos da sua organização na vida dos beneficiários (ex.: rendimento escolar, ganho de peso, diminuição de adição a drogas, índice de cura em hospitais, etc.).

Indicadores de Eficiência

Nos EUA, onde o terceiro setor representa mais de 5% do PIB, existem Charity Watches responsáveis por ranquear organizações segundo alguns indicadores de eficiência quanto a captação (ex.: razão entre receita e custo de captação) e despesas com projetos (ex.: razão entre despesas com projetos e despesas totais), auxiliando doadores na tomada de decisão dentro de um mesmo segmento. Você pode comparar os indicadores de sua organizações com os benchmarks/referências considerados pela Charity Navigator e pela Charity Watch.

Governança e Conselheiros independentes

Por último, mas não menos importante, está a governança. Muitas organizações nascem de iniciativas pessoais e do trabalho voluntário e dedicado de seus fundadores. No entanto, visando à perenidade e profissionalização da organização, surge a necessidade da contratação de executivos, da instituição de regras claras para o controle dos recursos e mecanismos de deliberação (regulamentos internos), e de instâncias consultivas, deliberativas e fiscalizadoras (conselhos), que zelem pelos valores e finanças da organização no curto e longo prazo. Nesse sentido, a eleição de Conselheiros Independentes – fora do círculo pessoal direto do fundador e/ou do principal executivo – com voz e voto em decisões estratégicas é fundamental como sinalização para investidores sociais. No zelo pela independência de interesses pessoais eventualmente escusos, sugere-se também que no Estatuto Social (ou em regimento interno) constem regras claras quanto a conflitos de interesses e limites ao exercício de funções estratégicas como a de Diretor Executivo e/ou de Presidente do Conselho Deliberativo.Este é um tema que o IDIS sempre discute e produziu vários materiais que estão no nosso site: www.idis.org.br.

Caso sua organização não cumpra algum dos critérios acima, pode ser o momento de uma guinada estruturante. Essa transformação deverá envolver os gestores e o Conselho da organização, podendo contar com o trabalho de consultorias, com a renegociação de termos e restrições com doadores e bancos credores ou até mesmo com a sondagem a organizações similares para eventual processo de fusão, quando for possível encontrar sinergias entre as atuações.

Se a sua organização passou no diagnóstico de resiliência, parabéns! Mas o trabalho não acaba por aí. É importante manter-se vigilante e dar os próximos passos para a maturidade da organização, seu contínuo processo de profissionalização e – quando for o caso – de expansão.

Mas esse será assunto para um próximo artigo.

IDIS e Instituto AIPI lançam edital para projetos na área da Educação

O Instituto AIPI, mantido pela International Paper, em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), abre inscrições para o edital de captação de projetos, com o objetivo de estimular o exercício da cidadania e promover um papel mais proativo e responsável de cada um. Serão selecionadas cinco organizações com projetos voltados à Educação com Cidadania e os interessados devem se inscrever pelo site institutoaipi.com.br até o dia 5 de março de 2021.

O processo de seleção tem abrangência nacional e as instituições selecionadas receberão o valor de até R$ 30 mil para a implementação e execução dos projetos, que devem ser concluídos em 8 meses.

O edital Educação com Cidadania do Instituto AIPI contemplará as seguintes etapas:

ETAPA 1: inscrição das organizações no processo seletivo mediante envio de documentos;

ETAPA 2: envio dos projetos das organizações aprovadas na 1ª etapa;

ETAPA 3: triagem;

ETAPA 4: seleção de projetos com aprovação de banca avaliadora para os finalistas;

ETAPA 5: efetivação do repasse, acompanhamento da execução dos projetos e relatório de conclusão com apresentação de resultados.

Os recursos deverão ser utilizados para implementar ações que por meio da educação possam estimular o exercício da cidadania ativa e despertar a consciência crítica e a criatividade necessárias para articular e mobilizar as pessoas em ações sociais transformadoras.

“Acreditamos na educação como instrumento de transformação da sociedade. Por isso, estamos em busca de projetos que estejam alinhados com o nosso propósito de estimular cada vez mais a formação de cidadãos ativos”, afirma Tamara Natale, gerente executiva do Instituto AIPI.

O  Instituto AIPI  foca seus esforços em dois pilares principais: “despertar a cidadania”, oferecendo formas, conteúdos e capacitação para as escolas e centros de formação para que trabalhem temas que despertem a proatividade e a responsabilidade da cidadania nas pessoas; e “gerar transformação”, identificando, selecionando e capacitando pessoas com potencial para impulsionar seus projetos de transformação social nas comunidades em que a empresa atua.

As inscrições vão até 5 de março e podem ser feitas pelo site institutoaipi.com.br.

Diagnóstico de Resiliência: 6 indicadores para auxiliar gestores de OSCs durante e após a pandemia

Por Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS

Nesse momento de pandemia e crise econômica, muitas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm sofrido com a interrupção de suas atividades, falta de recursos e necessidades ainda maiores por parte de seus beneficiários.

Ao mesmo tempo, o crescente desemprego e demandas da saúde pública alavancaram as doações por empresas e famílias ao nível mais alto da história do Brasil, alcançando R$ 5,5 bilhões  somente para campanhas voltadas ao combate das consequências diretas e indiretas do Covid-19, com mais de 371 mil doadores de acordo com os dados do  Monitor das Doações da ABCR até o começo de junho.

Apesar da urgência, editais emergenciais como os lançados pelo Itaú Social (“Comunidade, presente!”) e pela Vale (“Desafio Covid-19”) adotam critérios de elegibilidade para as aplicações que vão da apresentação de documentos fiscais e legais a boas práticas de governança e finanças saneadas.

Com o objetivo de auxiliar as OSCs no diagnóstico de sua resiliência perante essa crise, e também na captação de recursos durante e após a pandemia, preparamos um checklist de documentos e indicadores para orientar os gestores das organizações. A seguir, falamos de cada uma dessas orientações.

Documentos Legais e Certidões de Débito

O processo de validação das organizações por financiadores (empresas, famílias e governos) trata de checar a conformidade das entidades com suas obrigações financeiras e regulatórias, sendo usualmente feito antes da formalização de doações, de modo a evitar riscos reputacionais ou o descumprimento do desejo do doador, com o uso dos recursos para saldar dívidas e passivos pré-existentes. Para gestores e captadores, é importante ter os seguintes documentos regularizados: CNPJ, CND – Certidão Negativa de Crédito, CNDT – Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, Certificado de Regularidade do FGTS, CTI – Certidão Tributária Imobiliária, e outros de âmbito regional aplicáveis. Além da captação de recursos junto a doadores, esses documentos são fundamentais para a tomada de empréstimos de capital de giro ou para investimentos, imprescindíveis para a sobrevivência de muitas OSCs em momentos de crise como a pandemia atual.

Demonstrações Contábeis

Seja para a captação de recursos e prestação de contas, seja para a gestão, é importante manter atualizadas as Demonstrações de Resultado, o Balanço Patrimonial e as razões contábeis mensais da organização, de modo a acompanhar a evolução dos indicadores de receita, custos fixos, despesas variáveis e solvência (passivos tributários e trabalhistas devem estar claros e estimados). A existência de um profissional dedicado às finanças da organização e a contratação de escritório de contabilidade externo são importantes investimentos de gestão e transparência de uma organização. Os passos seguintes no processo de maturidade de uma organização (e cada vez mais exigidos por financiadores e órgão reguladores) são a realização de auditoria externa das demonstrações financeiras e a contabilização de gratuidades e de trabalhos voluntários.

Fundos de Reserva e Stress Tests

Quantos meses duraria sua organização sem receber novas doações? Essa pergunta hipotética foi colocada concretamente à prova para muitas organizações durante a atual crise. A existência de fundos de reserva (ou de contingência) e uma clareza sobre os custos fixos da organização são fundamentais em momentos de estresse. O gestor deve aproveitar tempos de sobra de caixa e fartura, para reservar recursos para períodos de escassez, podendo enfrentar – pelo menos – 3 meses sem receber recursos. No caso de organizações com dependência de recursos governamentais, recomenda-se folga ainda maior (acima de 12 meses), de modo a lidar com incertezas políticas e contingenciamento de recursos públicos. Além disso, é importante simular cenários com possibilidades de estresse (stress tests) para as variáveis sensíveis de sua organização, como a perda de processos trabalhistas, um aumento de despesa por conta da alta do dólar ou mesmo uma queda permanente na captação de recursos.

Monitoramento de Processos e Resultados

A maioria dos investidores sociais exige a apresentação de relatórios sobre os projetos financiados. Para isso, é importante que sua organização possua um cadastro dos beneficiários (respeitando a LGPD), registre as atividades realizadas e seus resultados, como número de participantes e índice de satisfação. Com o tempo, muitos investidores demandarão medidas mais efetivas de impacto, como estudos demonstrando as transformações geradas pelos projetos da sua organização na vida dos beneficiários (ex.: rendimento escolar, ganho de peso, diminuição de adição a drogas, índice de cura em hospitais, etc.).

Indicadores de Eficiência

Nos EUA, onde o terceiro setor representa mais de 5% do PIB, existem Charity Watches responsáveis por ranquear organizações segundo alguns indicadores de eficiência quanto a captação (ex.: razão entre receita e custo de captação) e despesas com projetos (ex.: razão entre despesas com projetos e despesas totais), auxiliando doadores na tomada de decisão dentro de um mesmo segmento. Você pode comparar os indicadores de sua organizações com os benchmarks/referências considerados pela Charity Navigator e pela Charity Watch.

Governança e Conselheiros independentes

Por último, mas não menos importante, está a governança. Muitas organizações nascem de iniciativas pessoais e do trabalho voluntário e dedicado de seus fundadores. No entanto, visando à perenidade e profissionalização da organização, surge a necessidade da contratação de executivos, da instituição de regras claras para o controle dos recursos e mecanismos de deliberação (regulamentos internos), e de instâncias consultivas, deliberativas e fiscalizadoras (conselhos), que zelem pelos valores e finanças da organização no curto e longo prazo. Nesse sentido, a eleição de Conselheiros Independentes – fora do círculo pessoal direto do fundador e/ou do principal executivo – com voz e voto em decisões estratégicas é fundamental como sinalização para investidores sociais. No zelo pela independência de interesses pessoais eventualmente escusos, sugere-se também que no Estatuto Social (ou em regimento interno) constem regras claras quanto a conflitos de interesses e limites ao exercício de funções estratégicas como a de Diretor Executivo e/ou de Presidente do Conselho Deliberativo.Este é um tema que o IDIS sempre discute e produziu vários materiais que estão no nosso site: www.idis.org.br.

Caso sua organização não cumpra algum dos critérios acima, pode ser o momento de uma guinada estruturante. Essa transformação deverá envolver os gestores e o Conselho da organização, podendo contar com o trabalho de consultorias, com a renegociação de termos e restrições com doadores e bancos credores ou até mesmo com a sondagem a organizações similares para eventual processo de fusão, quando for possível encontrar sinergias entre as atuações.

Se a sua organização passou no diagnóstico de resiliência, parabéns! Mas o trabalho não acaba por aí. É importante manter-se vigilante e dar os próximos passos para a maturidade da organização, seu contínuo processo de profissionalização e – quando for o caso – de expansão.

Mas esse será assunto para um próximo artigo.