O ano está chegando ao fim e faltam palavras para definir o que foi 2020, o ano mais inacreditável de nossas vidas. Em todo o mundo, fomos tomados por sentimentos de surpresa, incredulidade, temor, incerteza. Em maior ou menor grau, todos tivemos que adaptar formas de trabalhar e rever planos. No IDIS, não foi diferente. Definitivamente, não terminamos o ano da forma como imaginamos, mas apesar de tudo, conseguimos avançar em nossa missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto e fortalecer a cultura de doação no Brasil.
A criação do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil foi certamente o projeto de impacto que marcou nosso ano. Para contribuir com o enfrentamento à pandemia, nos unimos ao Movimento Bem Maior e a BSocial. Agimos rápido, lançando o Fundo ainda em março. Em oito meses, mobilizamos indivíduos, famílias e empresas e captamos R$ 40 milhões para fortalecer o SUS, beneficiamos 60 instituições, sendo 58 hospitais, 1 centro de pesquisa e uma organização social.
Destacamos, ainda, entre os projetos implantados por iniciativa do IDIS, a promoção da Filantropia Comunitária, em parceria com a Mott Foundation, e o programa de formação de redes de inclusão produtiva, junto com o SEBRAE-SP, além da continuidade da campanha Descubra Sua Causa.
A consultoria cresceu, com mais de uma dezena de projetos iniciados neste ano, com focos diversos como planejamento estratégico, estruturação de fundos patrimoniais, gestão da doação e avaliação de impacto. Amigos do Bem, Gerando Falcões, Instituto International Paper, Instituto Sicoob, Parceiros da Educação, Petrobrás e Vale, foram alguns dos novos parceiros que começamos a atender.
Na área de conhecimento, seguimos com nossa vocação de refletir sobre tendências, ler cenários e sistematizar conceitos e metodologias. Lançamos quatro publicações, doze artigos e notas técnicas e realizamos cinco eventos, entre eles, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pela primeira vez em formato online, mas que foi capaz de novamente reunir a comunidade que vem se consolidando há nove anos. Participamos também de muitos eventos, tanto de nosso setor, quanto fora dele, compartilhando nossos aprendizados em 25 ocasiões, no Brasil e também internacionalmente.
Finalizamos o projeto de revisão de nossa marca institucional. Cada vez mais convictos de que a integração de fazeres e saberes é o que nos faz avançar, apresentamos, em dezembro, nossa nova identidade visual.
E fomos reconhecidos. Fomos eleitos uma das 100 melhores ONGs de 2020 e o Fundo Emergencial para a Saúde foi vencedor no Prêmio Folha Empreendedor Social e finalista no Prêmio ABCR Doação Solutions.
Há muitas histórias a serem contadas, que se passaram neste ano tão único. Vamos reunir cada uma delas em nosso relatório de atividades, que será lançado em alguns meses. Mas não poderíamos encerrar o ano sem celebrar esses marcos, pois eles nos fortalecem, e agradecer a cada um que esteve conosco nessa jornada – equipe, conselho, clientes e parceiros.
Que 2021 seja um ano de mais conexões e abraços! BOAS FESTAS!


Todas essas informações e muitas outras foram apresentadas e discutidas, recentemente, no fórum Future of Philanthropy: what role can philanthropists and foundations play in delivering on the global goals for sustainable development?’ (Futuro da Filantropia: qual o papel de filantropos e fundações no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?). No encontro, realizado no castelo de Wilton Park, na vizinhança de Londres, lideranças da filantropia de diversos países se reuniram para discutir estratégias do setor, e uma palavra foi constante: mais! “De um modo geral, as conversas giram em torno de assumir mais riscos, colaborar mais, influenciar mais, e buscar novas saídas para o velho modelo baseado em crescimento econômico”, relata a presidente do IDIS, Paula Fabiani, convidada a traçar o perfil do investimento social privado no Brasil.
É também importante recuperar aqui parte do caminho percorrido por aqueles que defendem a criação dos Fundos Patrimoniais como forma de assegurar a sustentabilidade das organizações no longo prazo. A repercussão do debate com lideranças políticas, empresariais, gestores, financiadores e doadores é necessária para mostrar para a sociedade os Fundos Patrimoniais como possibilidade de uma menor dependência dessas organizações em relação aos recursos públicos, proporcionando condições de planejamento e ampliação de atividades tanto no que diz respeito ao alcance quanto à qualidade. 


