Brasil sobe 37 posições no ranking mundial de solidariedade e tem melhor resultado desde 2009

25 de outubro de 2016

O Brasil está mais generoso de acordo com o World Giving Index (WGI) da Charities Aid Foundation (CAF), o único índice global que mede a generosidade, divulgado no dia 25 de outubro. O WGI é elaborado pela CAF, uma instituição filantrópica internacional, com sede no Reino Unido e com escritórios parceiros no Brasil, EUA, Canadá, Rússia, África do Sul e Índia. O representante brasileiro da CAF é o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o IDIS. O WGI registra o número de pessoas que ajudaram um estranho, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil no mês anterior ao levantamento. Este ano, foram entrevistadas 148 mil pessoas de 140 países como parte do Gallup World Poll.

O país teve grande aumento no número de pessoas doando para organizações da sociedade civil, fazendo trabalho voluntário e ajudando um estranho – os três aspectos medidos que compõem o WGI. No geral, 54% dos brasileiros disseram que ajudaram um estranho no mês anterior à pesquisa – um aumento expressivo em relação aos 41% do levantamento passado. A parcela de pessoas que doam dinheiro aumentou de 20% para 30% em relação ao ano anterior, enquanto a proporção dos que fizeram trabalho voluntário aumentou de 13% para 18% na mesma comparação.

“Esses resultados confirmam o que a Pesquisa Doação Brasil, a primeira pesquisa de alcance nacional sobre o comportamento dos doadores, apontou: que o brasileiro é um povo solidário e que sabe responder em um momento de crise”, avalia Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS. Ela lembra que ambas as pesquisas foram realizadas no ano passado, antes do sucesso dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. “Esperamos novos aumentos após esses eventos, que reuniram tantos voluntários para ajudar a mostrar o nosso país para o mundo”, diz.

No geral, o Brasil é o 68º no WGI, e, apesar do crescimento significativo, ainda está atrás do Chile, Uruguai e Peru. O Instituto Gallup, responsável pela realização da pesquisa, entrevistou presencialmente 1.004 brasileiros, entre 20 de outubro e 16 de novembro de 2015.

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Mais pessoas do que nunca estão ajudando um estranho em países em todo o mundo, de acordo com o World Giving Index da CAF. Pela primeira vez desde que o índice começou a ser apurado, em 2009, mais da metade das pessoas nos 140 países disseram que ajudaram um estranho e um número recorde de pessoas fez trabalho voluntário. O número de pessoas no mundo que doou dinheiro também foi ligeiramente maior. No geral, Mianmar foi o país mais generoso do mundo pelo terceiro ano consecutivo. Os Estados Unidos foram o segundo, sendo o país mais generoso do mundo ocidental, seguido pela Austrália.

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O índice é publicado um mês antes do Dia de Doar (#GivingTuesday), que será dia 29 de novembro, quando as pessoas são convidadas a doar o seu tempo, dinheiro ou voz para uma boa causa.

Alguns destaques

A África é o continente que registou o maior aumento de generosidade no ano passado. Mais uma vez, nota-se que desastres e adversidades inspiram atos de generosidade. O índice, agora em seu sétimo ano, mostra altos níveis de generosidade em países que enfrentam guerra civil, conflitos e instabilidade, evidenciando como o impulso humano para ajudar os outros se mostra mais forte em condições mais problemáticas.

O WGI deste ano apurou grande volume de doações no Iraque e na Líbia, apesar dos conflitos sangrentos, e o Nepal, que atinge sua classificação mais alta logo após os terremotos devastadores de 2015. Dos sete países mais industrializados e ricos do mundo, o G7, apenas três aparecem entre os Top 10 do ranking: Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Em muitos países, os homens são significativamente mais propensos que as mulheres a se envolver em trabalho voluntário ou em ajudar um estranho. No entanto, em nível global, há pouca diferença entre homens e mulheres quando se trata de doação de dinheiro.

Metodologia

O World Giving Index baseia-se em dados coletados pelo Instituto Gallup em seu projeto World View World Poll, uma pesquisa realizada em mais de 140 países em 2015 que, juntos, representam cerca de 96% da população mundial (cerca de 5,1 bilhões de pessoas). A pesquisa faz perguntas sobre diversos aspectos da vida contemporânea, incluindo o comportamento de doação. Os países pesquisados e as perguntas feitas em cada região variam de ano para ano e são determinados pelo Gallup. Mais detalhes sobre a metodologia do Gallup podem ser vistos online.