Qual é o impacto que você causa no mundo?

Por Raquel Altemani, gerente de projetos no IDIS

Uma das tendências no campo do investimento social é o aumento do interesse das organizações em avaliarem o impacto social de seus projetos e programas.

Afinal, o que é avaliação de impacto e por que uma organização deveria recorrer a esse tipo de estudo? A avaliação de impacto é um processo realizado para descobrir se o projeto realmente provocou a mudança que pretendia. Não é para medir o que foi feito, mas sim as consequências do que foi feito. Por exemplo, um programa de atendimento a gestantes viabiliza várias consultas de pré-natal, mas seu objetivo final é promover a saúde da mãe e do bebê. Portanto, o seu impacto não será avaliado pela quantidade de consultas de pré-natal feitas, senão pelos indicadores de saúde das mães e bebês atendidos. Um programa de contraturno escolar oferece aulas de reforço para alunos em condições de vulnerabilidade. Seu impacto não será avaliado pela quantidade de aulas de reforço que foram dadas, senão pela evolução do desempenho escolar dos estudantes.

Nesse sentido, a avaliação de impacto pode ser entendida como um processo de reflexão. Assim como na nossa vida paramos para refletir sobre as consequências de nossas escolhas e sobre o quanto nossas decisões têm nos aproximado ou afastado de nossos objetivos, os estudos de avaliação de impacto buscam responder as mesmas dúvidas para os programas sociais.

Muitos esforços e recursos são investidos para que um programa seja implementado e mantido e, para não navegar em águas escuras, é preciso criar mecanismos para verificar se as transformações sociais desejadas estão de fato sendo alcançadas. A avaliação de impacto permite identificar eventuais erros de estratégia e realizar ajustes para potencializar o impacto que queremos criar no mundo. Programas sociais são organismos vivos e devem ser permanentemente aprimorados ao longo de sua trajetória com base no processo de aprendizagem das organizações que os mantêm e nas mudanças na própria realidade e contexto do país. Abordagens que funcionavam há cinco anos podem não surtir o mesmo efeito hoje. Portanto, é preciso criar momentos de reflexão estruturada para entender o que está funcionando da maneira que esperamos e o que pode ser aprimorado para termos o maior impacto social possível a partir dos recursos disponíveis.

Além da satisfação de saber o quanto sua atividade transformou a realidade, quanto mais uma organização dispõe de evidências concretas e objetivas para compartilhar sobre as mudanças positivas geradas pelo seu trabalho, maior é a sua capacidade de atrair investidores e parceiros que podem potencializar e aumentar a escala do impacto que se busca obter.

No entanto, mesmo com o ganho de espaço e visibilidade dos estudos de avaliação de impacto entre as organizações, a grande maioria das notícias sobre programas sociais ainda se restringem a informações sobre o número de pessoas atendidas, o número de famílias alcançadas, o número de jovens formados, como mencionei no início do texto. Esses são apenas os ‘resultados’. Os estudos de avaliação de impacto aprofundam a análise bem além dos resultados, explorando as relações de causa e consequência entre as atividades de determinado projeto ou programa social e todos os desdobramentos, diretos e indiretos, de curto prazo ou de longo prazo, que acontecem na vida das pessoas a partir de sua participação na iniciativa.

Isso pode ser bastante complexo, sobretudo em programas que trabalham aspectos intangíveis e abstratos, como, por exemplo, a autoestima, a capacidade de sociabilização, a disposição para sonhar e traçar objetivos e tantos outros. Ainda que sejam impactos facilmente percebidos, são elementos difíceis de se traduzir em números. No entanto, existem várias organizações ao redor do mundo que se dedicam a desenvolver metodologias para traduzir e mensurar impactos intangíveis em indicadores concretos. Uma delas é a organização britânica Social Value*, que há mais de 10 anos se dedica a estabelecer técnicas para mensurar o valor de elementos não comercializáveis, ou seja, métodos para estimar o valor que pessoas atribuem a coisas que não podem ser compradas ou vendidas.

Independentemente dos desafios envolvidos, identificar, mensurar e analisar os impactos de programas sociais é sempre uma medida positiva e recomendável. Entender as transformações decorrentes dos esforços realizados, além de muito gratificante, é uma ferramenta fundamental para a gestão e a tomada de decisão dentro das organizações.

 

Se interessa pelo tema? Leia também a publicação Avaliação de Impacto Social – metodologias e reflexões.

* http://www.socialvalueuk.org/

Artigo originalmente publicado no blog Giro Sustentável, da Gazeta do Povo, em 18 de julho de 2019. O IDIS é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável e contribui mensalmente com histórias relacionadas ao Investimento Social Privado.

World Giving Index 2017: voluntariado no Brasil bate recorde

Um em cada cinco brasileiros fez algum tipo de trabalho voluntário de acordo com o World Giving Index 2017, estudo feito pela Charities Aid Foundation (CAF), instituição com sede no Reino Unido e que no Brasil é representada pelo IDIS. O WGI, conhecido como ranking global de solidariedade, registra o número de pessoas que doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho no mês anterior ao levantamento ou fizeram trabalho voluntário. Este ano, foram entrevistadas 146 mil pessoas em 139 países. O estudo foi divulgado no dia 5 de setembro em um evento no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo, que reuniu representantes de organizações sociais e especialistas no tema da Cultura de Doação.

No levantamento anterior, 18% dos entrevistados diziam ter feito algum tipo de trabalho voluntário, percentual que chegou agora aos 20%, marca recorde para o Brasil desde que o levantamento começou a ser feito em 2009.
Mais da metade, 54% das pessoas ouvidas, disseram ter ajudado um estranho, número que se manteve estável em relação ao ano passado. O único comportamento que mostrou piora em 2017 foi o número de pessoas que doaram dinheiro. Depois de bater 30% em 2016, o índice agora caiu para 21%.

No geral, a pontuação do Brasil no World Giving Index caiu de 34% para 32%, o que levou o país a perder 7 lugares no ranking, ficando em 75º lugar. A pontuação do país caiu ligeiramente esse ano, mas ainda se mantém maior que em anos anteriores. É a segunda melhor colocação desde que o WGI foi criado.

“Apesar da queda do indicador geral, o voluntariado atingiu seu maior índice e nosso desafio é transformar essa tendência em uma pratica rotineira, independente de grandes eventos como foram os jogos olímpicos, reforça a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Mundo
O WGI 2017 mostrou uma mudança no quadro mundial da generosidade. Enquanto a maioria dos grandes países do top 20, como as nações da Europa, Ásia e os Estados Unidos caíram no ranking, vários países da África subiram na tabela. A África foi o único continente que registrou crescimento nos 3 comportamentos de solidariedade.

Vinte por cento dos top 20 deste ano foram ocupados pelos países africanos (Quênia, Serra Leoa, Libéria, Zâmbia) e oito nações (Gana, Zâmbia, Serra Leoa, Libéria, Quênia, Zimbábue, África do Sul, Tunísia) viram sua pontuação aumentar mais de 5 pontos percentuais, ou seja, a África foi o continente que teve melhor desempenho.

Campeões
No geral, Myanmar foi o país mais generoso do mundo pelo quarto ano consecutivo, mas registrou queda na pontuação geral de 70% para 65%. A Indonésia foi o segundo, seguida pelo Quênia, Nova Zelândia e Estados Unidos.

Alguns destaques
Este ano, o índice global teve uma piora em relação ao de 2016: doar dinheiro e ajudar um estranho recuaram 1,8 pontos percentuais, enquanto voluntariado caiu 0,8 pontos percentuais. O relatório sugere um declínio geral nos índices de solidariedade, especialmente entre as nações desenvolvidas. Apenas seis dos países do G20 aparecem no top 20.

O Quênia foi um dos destaques do WGI 2017 ao passar do 12º para o posto de terceira nação mais generosa.
Serra Leoa foi o país que teve a maior pontuação no quesito ajudar um estranho: 81% dos entrevistados relataram ter tido esse comportamento no mês anterior à pesquisa. O Camboja ficou na outra ponta, com apenas 18% de pessoas relatando ajudar um estranho.
O estudo na íntegra pode ser baixado em www.idis.org.br/world-giving-index-2017

A construção da Campanha por um Cultura de Doação já começou!

Em fevereiro teve início a construção da Campanha por uma Cultura de Doação: foi realizada a primeira reunião com as organizações que formam o grupo de apoio para discutir e planejar a Campanha. O encontro foi sede da Edelman Significa, em São Paulo, agência selecionada para fazer o planejamento da Campanha. Estiveram presentes representantes de diversas organizações, entre elas, Fundação Abrinq, Captamos, Acorde, Greenpeace, Instituto Ayrton Senna, Setor 2 e ½ e Base Colaborativa.

“Sabemos que só conseguiremos conceber um planejamento de qualidade se ouvirmos todas as vozes que serão somadas aos insumos e insights fornecidos pela Pesquisa Doação Brasil, divulgada no ano passado pelo IDIS”, afirmou Andrea Wolffenbüttel, diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS. A Pesquisa Doação Brasil foi o primeiro estudo no país sobre o perfil do doador e do não-doador brasileiro. Além de conhecer o pensamento e comportamento da população com relação às doações, a pesquisa identificou fatores que podem facilitar a disseminação da cultura de doar e revelou também as possíveis barreiras.

Os objetivos da reunião na Edelman Significa foram refletir e discutir o conceito da campanha, esclarecer como será essa etapa inicial de planejamento e pensar coletivamente como poderia ser a execução das ações que serão propostas pela campanha. Assim como ocorreu com a Pesquisa Doação Brasil, a Campanha por uma Cultura de Doação será uma construção coletiva liderada pelo IDIS.

Durante a conversa foram debatidos temas tais como objetivo da campanha, público alvo, principais mensagens, metas e quais pontos atacar. A principal conclusão, que conseguiu obter o apoio unânime dos presentes, é que não se trata apenas de uma campanha para aumentar o volume de doações, senão algo mais ambicioso, que pretende mudar a cultura e a forma como o brasileiro entende e pratica a doação.

Por se propor a provocar uma mudança de comportamento, a Campanha terá de cobrir um extenso caminho, durante o qual, outras metas secundárias serão atingidas, tais como a compreensão das pessoas sobre o papel do terceiro setor e o aumento da confiança da sociedade nas organizações sociais.

Brasil sobe 37 posições no ranking mundial de solidariedade e tem melhor resultado desde 2009

O Brasil está mais generoso de acordo com o World Giving Index (WGI) da Charities Aid Foundation (CAF), o único índice global que mede a generosidade, divulgado no dia 25 de outubro. O WGI é elaborado pela CAF, uma instituição filantrópica internacional, com sede no Reino Unido e com escritórios parceiros no Brasil, EUA, Canadá, Rússia, África do Sul e Índia. O representante brasileiro da CAF é o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o IDIS. O WGI registra o número de pessoas que ajudaram um estranho, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil no mês anterior ao levantamento. Este ano, foram entrevistadas 148 mil pessoas de 140 países como parte do Gallup World Poll.

O país teve grande aumento no número de pessoas doando para organizações da sociedade civil, fazendo trabalho voluntário e ajudando um estranho – os três aspectos medidos que compõem o WGI. No geral, 54% dos brasileiros disseram que ajudaram um estranho no mês anterior à pesquisa – um aumento expressivo em relação aos 41% do levantamento passado. A parcela de pessoas que doam dinheiro aumentou de 20% para 30% em relação ao ano anterior, enquanto a proporção dos que fizeram trabalho voluntário aumentou de 13% para 18% na mesma comparação.

“Esses resultados confirmam o que a Pesquisa Doação Brasil, a primeira pesquisa de alcance nacional sobre o comportamento dos doadores, apontou: que o brasileiro é um povo solidário e que sabe responder em um momento de crise”, avalia Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS. Ela lembra que ambas as pesquisas foram realizadas no ano passado, antes do sucesso dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. “Esperamos novos aumentos após esses eventos, que reuniram tantos voluntários para ajudar a mostrar o nosso país para o mundo”, diz.

No geral, o Brasil é o 68º no WGI, e, apesar do crescimento significativo, ainda está atrás do Chile, Uruguai e Peru. O Instituto Gallup, responsável pela realização da pesquisa, entrevistou presencialmente 1.004 brasileiros, entre 20 de outubro e 16 de novembro de 2015.

Brasil

Mundo

Mais pessoas do que nunca estão ajudando um estranho em países em todo o mundo, de acordo com o World Giving Index da CAF. Pela primeira vez desde que o índice começou a ser apurado, em 2009, mais da metade das pessoas nos 140 países disseram que ajudaram um estranho e um número recorde de pessoas fez trabalho voluntário. O número de pessoas no mundo que doou dinheiro também foi ligeiramente maior. No geral, Mianmar foi o país mais generoso do mundo pelo terceiro ano consecutivo. Os Estados Unidos foram o segundo, sendo o país mais generoso do mundo ocidental, seguido pela Austrália.

Mundo

O índice é publicado um mês antes do Dia de Doar (#GivingTuesday), que será dia 29 de novembro, quando as pessoas são convidadas a doar o seu tempo, dinheiro ou voz para uma boa causa.

Alguns destaques

A África é o continente que registou o maior aumento de generosidade no ano passado. Mais uma vez, nota-se que desastres e adversidades inspiram atos de generosidade. O índice, agora em seu sétimo ano, mostra altos níveis de generosidade em países que enfrentam guerra civil, conflitos e instabilidade, evidenciando como o impulso humano para ajudar os outros se mostra mais forte em condições mais problemáticas.

O WGI deste ano apurou grande volume de doações no Iraque e na Líbia, apesar dos conflitos sangrentos, e o Nepal, que atinge sua classificação mais alta logo após os terremotos devastadores de 2015. Dos sete países mais industrializados e ricos do mundo, o G7, apenas três aparecem entre os Top 10 do ranking: Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Em muitos países, os homens são significativamente mais propensos que as mulheres a se envolver em trabalho voluntário ou em ajudar um estranho. No entanto, em nível global, há pouca diferença entre homens e mulheres quando se trata de doação de dinheiro.

Metodologia

O World Giving Index baseia-se em dados coletados pelo Instituto Gallup em seu projeto World View World Poll, uma pesquisa realizada em mais de 140 países em 2015 que, juntos, representam cerca de 96% da população mundial (cerca de 5,1 bilhões de pessoas). A pesquisa faz perguntas sobre diversos aspectos da vida contemporânea, incluindo o comportamento de doação. Os países pesquisados e as perguntas feitas em cada região variam de ano para ano e são determinados pelo Gallup. Mais detalhes sobre a metodologia do Gallup podem ser vistos online.

IDIS lança segunda parte da Pesquisa Doação Brasil

2016-08-18 10.15.01No dia 18 de agosto, o IDIS divulgou novos dados da Pesquisa Doação Brasil em uma Roda de Conversa realizada no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo. O foco foi o relacionamento dos brasileiros com as organizações não governamentais (ONGs). Entre os dados revelados estão que 71% da população entende que as ONGs dependem de doações para obter recursos e funcionar e 44% concorda que essas instituições fazem um trabalho competente. Porém, apenas 26% dos entrevistados acham que a maioria das ONGs é confiável.

A pesquisa mostrou ainda que 64% dos doadores contribui apenas para uma instituição, sendo que 39% dos doadores já visitou pessoalmente a organização para a qual doa. A fidelidade se destaca neste item, já que 70% dos doadores disse que costuma doar sempre para a mesma ONG, ano após ano. Em 2015, as doações individuais dos brasileiros totalizaram R$ 13,7 bilhões – valor que corresponde a 0,23% do PIB do Brasil.

Quase dois terços dos entrevistados (61%) afirmam que as ONGs insistem demais ao pedir doações e 64% acreditam que ao se fazer uma doação, corre-se o risco de ser procurado por outras organizações. O levantamento serve de orientação para o trabalho dessas instituições, já que as pessoas deixaram bem claro rejeitar abordagens em domicílio e locais públicos.

“A pesquisa mostra que os brasileiros entendem a importância e valorizam o trabalho das ONGs, mas elas, como muitas outras instituições, acabaram se contaminando pela onda de escândalos e desconfiança que atinge o Brasil”, avalia Paula Fabiani, presidente do IDIS.

Estiveram presentes na Roda de Conversa cerca de 70 pessoas, representantes de organizações sociais que atuam nas mais diversas áreas. A pesquisa mapeou os hábitos de doação dos indivíduos e foi realizada sob encomenda pelo Instituto Gallup, que conversou com mais de dois mil entrevistados em todo país, com 18 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e com renda familiar mensal a partir de um salário mínimo.

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS, em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Uma sequência de encontros de trabalho foi realizada envolvendo representantes de organizações da sociedade civil, universidades, mídia, fundações e redes e associações de classe ligadas aos temas de cultura de doação e captação de recursos.

A íntegra da Pesquisa Doação Brasil está disponível no site do IDIS, no endereço www.idis.org.br/pesquisadoacaobrasil.

Muito além de gráficos e tabelas: como a psicanálise enxerga a Pesquisa Doação Brasil

psicoQuantos doam? Quanto doam? Para quem doam? Essas foram as perguntas norteadoras e motivadoras da Pesquisa Doação Brasil, que geraram, como resposta, diversos números e percentuais sobre o comportamento do doador e não doador brasileiro. Mas nem tudo o que a Pesquisa identificou pode ser expresso por gráficos e tabelas. Com a intenção de aprofundar a análise, o IDIS convidou um grupo de psicanalistas da Sociedade Brasileira de Psicanálise/Seção São Paulo para se debruçar sobre os resultados da Pesquisa.

Em julho, um grupo de seis psicanalistas reuniu-se com a diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS, Andrea Wolffenbuttel. Durante um sábado inteiro os especialistas relacionaram o tema da doação com conceitos como desenvolvimento emocional, prazer, auto percepção, compensação, identificação, culpa, onipotência, narcisismo e desamparo, entre outros. “São insumos preciosos já que temos a intenção de fazer uma campanha por uma cultura de doação e precisamos compreender os mecanismos psicológicos que levam as pessoas a doar”, afirma Andrea.

Um dos resultados interessantes da Pesquisa foi que mesmo os brasileiros de baixa renda têm o hábito de doar. A dra. Regina Elisabeth Lordello Coimbra, que coordenou o grupo, afirmou não se surpreender com a informação. “A decisão de doar quase sempre depende mais da pessoa sentir que tem algo de bom dentro de si, que pode compartilhar, do que do fato objetivo de ter muito dinheiro ou não”, explica.

As reflexões e discussões foram registradas e serão transformadas em um texto a ser publicado junto com a íntegra dos resultados da Pesquisa. O lançamento deste material está previsto para outubro de 2016. “Para construir a Pesquisa, o IDIS precisou da ajuda de organizações, especialistas, pesquisadores, jornalistas, filantropos e doadores. É natural que, para entender os resultados, também sejam necessários os saberes de muitas áreas de conhecimento”, conclui a diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS.

Resultados foram divulgados em evento em São Paulo

idis-doacoes-117A pesquisa Doação Brasil foi extremamente bem recebida por todos que acompanharam a divulgação durante evento realizado no dia 15 de junho, na Oxigênio Aceleradora, em São Paulo. Começamos a manhã ao lado de tantos amigos e parceiros e ainda mais com a boa notícia de que o brasileiro é solidário. Tudo isso nos deixou muito felizes, mas sabemos que ainda há um longo caminho pela frente para construirmos uma verdadeira e sólida cultura de doação no Brasil.

O evento reuniu muitos apoiadores da Pesquisa, tanto aqueles que contribuíram financeiramente, quanto os que colaboraram doando tempo e conhecimento.

A representante de uma das apoiadoras, Joana Castello Branco, do Instituto C&A, disse que, ao traçar o perfil do doador no Brasil, o IDIS abre espaço para um importante diálogo sobre como podemos fomentar a cultura de doação, fortalecendo assim as organizações da sociedade civil. “Os dados gerados pela pesquisa são importantes e revelam que temos muito trabalho e muitas oportunidades pela frente”, ressaltou Joana.

Marcelo Furtado, diretor executivo do Instituto Arapyaú relembrou o processo de criação coletiva que norteou a Pesquisa e expressou o desejo de que os resultados sirvam de instrumento para o desenvolvimento de novas iniciativas que venham fortalecer o terceiro setor.

Para a head de SMB e ONGs da PayPal Brasil, Gabriela Szprinc, o apoio à pesquisa Doação Brasil reforça o objetivo da empresa em estimular o aumento do conhecimento sobre este setor tão relevante para o país e a sociedade e contribuir, assim, com seu desenvolvimento.

O diretor de negócios do Instituto Ayrton Senna, Thiago Fernandes, afirmou que a pesquisa feita pelo IDIS é pioneira e muito importante para que as ONGs possam começar a entender o perfil e as motivações do doador brasileiro. Além disso, segundo ele, as informações também vão permitir que as ONGs trabalhem melhor a comunicação com seus stakeholders, mostrando não só o resultado do seu trabalho e a importância dele para a sociedade brasileira, mas também reforçando a cultura do giving back. “Parabéns IDIS pela iniciativa e pioneirismo”, disse.

E nós não só agradecemos mas também damos os parabéns a todos que, junto conosco, buscam uma sociedade mais justa e acreditam no potencial do povo brasileiro.

Confira as fotos do evento de lançamento: https://www.facebook.com/IDISNews/photos/?tab=album&album_id=1760376834197494

Pesquisa é tema de reportagem do Jornal Nacional

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Aproveitando a onda de frio no país, o Jornal Nacional, da Rede Globo, fez uma reportagem sobre a mobilização da sociedade para ajudar os mais pobres e apresentou os resultados da Pesquisa Doação Brasil. A reportagem foi ao ar no dia 18 de junho. O telejornal da Rede Globo é um espaço importante para falar de um tema que precisa do apoio ainda maior dos brasileiros. Confira!

http://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/pre-inverno-congelante-multiplica-doacoes-de-roupas-de-frio/5104597/

 

Surpresas e mistérios da Pesquisa Doação Brasil

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Indiscutivelmente, a maior surpresa proporcionada pela Pesquisa Doação Brasil foi a constatação de que temos uma cultura de doação. O fato de que 77% da população praticou algum tipo de doação ao longo de 2015 mostra que o hábito de doar faz parte da vida do brasileiro. Sabemos que em termos de número de praticantes e valores arrecadados estamos bem aquém dos países com cultura de doação mais arraigada – o que indica que ainda temos um caminho a percorrer -, mas a notícia, por si só, merece comemoração.

A pergunta que se segue é por que não temos essa percepção no cotidiano. A própria pesquisa traz alguns indícios e o principal deles é que mais de 80% da população acha que o doador não deve falar que faz doações. Ou seja, doar é um ato íntimo que não deve ser comentado ou divulgado. Essa postura, provavelmente imbuída de valores nobres como humildade e discrição, contribui para dificultar a identificação do doador. Mas seguramente esta não é a única explicação e precisaremos analisar a questão com mais profundidade e sob as lentes de diversas áreas de conhecimento.

Outro dado curioso diz respeito às causas que mais sensibilizam os brasileiros. Enquanto os grandes investidores sociais privados concentram pesadamente suas doações na área da Educação, os brasileiros apontam a Saúde como a área social mais preocupante e sensibilizadora. Essa percepção foi corroborada por doadores e não doadores, em mais de uma pergunta. A desigualdade de percepção sobre qual o maior problema social presente talvez seja fruto da diferença de opinião daqueles que lidam diariamente com os serviços públicos e daqueles que não têm contato com essa realidade e tomam suas decisões com base em pensamento estratégico e cálculo do maior retorno social do investimento.

Além dessa diferença de perspectiva, também existe o fato de que alguns levantamentos recentes mostraram que muitos pais estão satisfeitos com a qualidade da Educação que os filhos recebem na rede pública. Apesar dessa postura ser quase chocante para aqueles que comparam nossa Educação com a de outros países mais desenvolvidos, esses pais apenas estão reagindo a uma pequena melhora do serviço se comparado com o que eles mesmos receberam quando estudaram na rede pública.

A influência da religião sobre o ato de doar não chega a ser surpresa, uma vez que quase todas as religiões pregam alguma forma de caridade, mas o fato de que quase um terço das doações para organizações sociais vão para entidades/ações que têm algum tipo de vínculo com igrejas (não incluindo aqui o pagamento de dízimos) mostra como as igrejas ainda são muito fortes no Brasil, quando se trata de ações sociais.

Essa é uma tradição herdada de decisões tomadas no século XIX, na época da vinda da Família Real. Foi nesse período que o Imperador João VI determinou que os serviços de Saúde e Educação seriam prestados pela Igreja Católica e, para apoiá-la, criou a Santa Casa, entidade hospitalar que existe até hoje, agora reestruturada em termos de governança, mas que mantém seu nome e é o único hospital em muitas cidades deste imenso país.

Enfim, a análise dos resultados da Pesquisa Doação Brasil está apenas começando e será feita por grupos multidisciplinares que aportarão, cada um, seu diferente instrumental. O relatório final da Pesquisa será lançando no V Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que vai acontecer no dia 6 de outubro.

IDIS divulga resultados da Pesquisa Doação Brasil

idis-doacoes-76Ao longo do ano passado, 77% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação, sendo que 62% doaram bens, 52% doaram dinheiro e 34% doaram seu tempo para algum trabalho voluntário. Se considerarmos apenas os que doaram dinheiro para organizações sociais, são 46%. No ano de 2015, as doações individuais dos brasileiros totalizaram R$ 13,7 bilhões, valor que corresponde a 0,23% do PIB do Brasil.

Esses resultados integram o mais completo estudo já feito no país sobre o perfil do doador brasileiro. A ideia é que a Pesquisa Doação Brasil se repita com uma frequência entre três e cinco anos para que seja possível acompanhar a evolução da cultura de doação no país. O levantamento, encomendado ao Instituto Gallup, entrevistou 2.230 pessoas em todo país, com 18 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e com renda familiar mensal a partir de um salário mínimo.

“A Pesquisa Doação Brasil revela um retrato jamais visto, que servirá de base para uma grande campanha pela cultura de doação no país”, relata Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS – Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social, que liderou a realização da pesquisa.

Levando em conta as regiões do Brasil, em números absolutos, o Sudeste aparece em primeiro lugar, concentrando 43,5% dos doadores. O Nordeste vem na sequência com 31%. Depois aparecem o Sul, com 13%, Norte com 6,5% e Centro Oeste com 6%. Mais de um terço dos doadores, 36%, fizeram uma doação por mês ao longo do ano passado. Essas doações ficam na faixa de R$20 a R$40 mensais, ou seja, de R$240 a R$480 por ano.

As mulheres doam para organizações com mais frequência que os homens, 49% contra 42%. De acordo com o estudo, o perfil do típico doador brasileiro é mulher com instrução superior, praticante de alguma religião, moradora das regiões Nordeste ou Sudeste, com renda individual e familiar acima de 4 salários mínimos. Três grandes temas sensibilizam o doador em dinheiro: em primeiro lugar é a saúde, com 40% das respostas, crianças ocupam a segunda colocação, com 36%, seguidas por combate à fome e à pobreza, com 29%.

Oitenta por cento dos entrevistados disseram não se deixar levar pela emoção na hora de doar, sendo que apenas 20% admitiram praticar este ato por impulso. “Esse resultado é muito positivo para nós, afinal prova que o brasileiro tem grande consciência na hora de doar”, destaca Paula Fabiani. A principal razão para uma pessoa doar dinheiro é a solidariedade com os mais necessitados, indicando que existe uma forte ligação entre o ato de doar e a gratificação emocional.

A religião também exerce grande influência no hábito de doar dos brasileiros. Entre os que se declaram católicos na pesquisa, 51% praticam a doação em dinheiro. Entre os espiritas, esse porcentual chega a 58%. Entre os evangélicos entrevistados, 45% disseram fazer doação em dinheiro. Não são considerados aqui os pagamentos de dízimos ou mensalidades para associações.

A Pesquisa Doação Brasil mostra não existir uma relação direta entre o tamanho da cidade e a prática de doação em dinheiro, ou seja, mesmo fora das grandes cidades, o brasileiro também doa. Porém, existe uma forte relação entre idade e a prática da doação em dinheiro. Quanto maior a faixa etária, maior a incidência deste tipo de doação. O mesmo acontece em relação ao grau de instrução. Pessoas com nível superior, praticam mais doação em dinheiro.

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS, em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Uma sequência de encontros de trabalho foi realizada envolvendo representantes de organizações da sociedade civil, universidades, mídia, fundações e redes e associações de classe ligadas aos temas de cultura de doação e captação de recursos.

O resultado final da pesquisa será difundido abertamente para todos os interessados, com intuito de fortalecer a cultura de doação no país e contribuir na capacitação da sociedade na captação de recursos.
* A íntegra da pesquisa Doação Brasil está disponível no site do IDIS, no endereço www.idis.org.br/pesquisadoacaobrasil

Relatório da CAF analisa incentivo fiscal à doação

CAFEm maio, a Charities Aid Foundation (CAF) divulgou um amplo relatório sobre as práticas de incentivo fiscal à doação em 26 países, incluindo o Brasil. De acordo com o estudo “Donation States” o sistema brasileiro de incentivo fiscal à doação ainda é complexo e ineficiente, privilegia causas específicas, só admite doações para projetos pré-selecionados pelo governo e impõe um árduo trabalho burocrático para aqueles que pretendem receber e doar por meio de renúncia fiscal.

Adam Pickering, o autor da pesquisa, criou quatro categorias para classificar os modelos de incentivo fiscal à doação: países igualitários, pragmáticos, transacionais e restritivos. O Brasil se localiza entre um regime restritivo e um transicional, ao lado de China, Egito, Turquia e Rússia. Na lista dos países mais igualitários aparecem Canadá, Japão, Irlanda e França. Entre os restritivos estão Arábia Saudita, Nigéria, Vietnã e Bangladesh.

Para a diretora-presidente do IDIS, representante da CAF no Brasil, Paula Fabiani, manter um modelo complexo e ineficiente de incentivo à doação representa perder uma grande oportunidade. “Fechamos a porta para indivíduos e companhias bem-intencionados, que desejam fortalecer a sociedade civil com projetos que não se enquadram nas leis atuais, como, por exemplo os de defesa do meio ambiente. Nosso modelo privilegia aqueles que aprenderam a se beneficiar da burocracia e da máquina estatal, e não atende às necessidades dos grupos mais vulneráveis e desfavorecidos”.

O relatório chama atenção ainda ao fato de que alguns países, particularmente os de economia emergente, oferecem incentivos mais generosos às empresas do que para pessoas. Essa prática, destaca o estudo, pode afastar, no longo prazo, o envolvimento da população em geral com as doações.

O estudo da CAF não classificou as 26 nações analisadas em um ranking, já que a ideia não era mostrar quais fornecem os melhores incentivos para doadores. O ponto central do levantamento é apontar como esses incentivos fiscais são oferecidos em todo o mundo e como podem desempenhar um papel significativo na hora que uma pessoa decide doar dinheiro para causas beneficentes. O relatório completo (em inglês) pode ser lido em: https://www.cafonline.org/docs/default-source/about-us-publications/fwg4-donation-states

IDIS participa de discussões sobre cultura de doação e avaliação de impacto no Congresso GIFE

IMG_2968Em março, o IDIS foi convidado a relatar suas experiências em dois encontros temáticos realizados dentro da programação aberta do Congresso GIFE. A presidente do IDIS, Paula Fabiani, participou do encontro Retorno financeiro do Investimento social: metodologias para medir impacto para o negócio e para a sociedade ao lado do Instituto Votorantim, Fundação Bunge e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). O objetivo da sessão foi apresentar metodologias de avaliação a partir de cases concretos de aplicação e influenciar um novo olhar sobre os impactos no desenvolvimento da sociedade e na tomada de decisão do negócio para suas prioridades de investimento social. Paula Fabiani apresentou o potencial do Retorno Social do Investimento (SROI), uma metodologia trazida para o Brasil pelo IDIS que faz uma avaliação completa dos impactos sociais do projeto sobre todos os envolvidos. “O SROI permite atribuir valores financeiros aos benefícios, de modo a poder comunicar os resultados de uma maneira mais facilmente compreensível para financiadores ligados ao setor privado. É uma ferramenta criteriosa e útil”, aponta Paula.

A diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS, Andrea Wolffenbüttel, apresentou os resultados preliminares da Pesquisa Doação Brasil no encontro Culturas de doação: práticas e aprendizados, moderada pelo WINGS e com a participação de outras organizações internacionais. O objetivo foi aprofundar o conhecimento sobre cultura de doação em diversos países dentro de um contexto de mudança de entendimento de Investimento Social Privado (ISP) e filantropia.  Esta sessão faz parte de uma discussão global para identificar tendências e documentar casos, em um esforço conjunto para avançar na compreensão sobre o ISP em suas diferentes formas. “Em parceria com outras organizações, o IDIS está realizando uma pesquisa nacional que vai mapear o comportamento do brasileiro em relação à doação. Os resultados servirão para nortear estratégias para promover a cultura de doação no Brasil”, informa Andrea.

O Congresso GIFE é um encontro sobre investimento social e reúne lideranças de investidores sociais do país, além de dirigentes de organizações da sociedade civil, acadêmicos, consultores e representantes de governos, proporcionando um espaço para aprendizado, relacionamento e troca de experiências. Neste ano, o Congresso foi realizado em São Paulo entre os dias 30 de março a 1º de abril tendo como tema central o sentido público do investimento social privado.

Entre os diversos projetos para 2016, o IDIS irá realizar ações com foco na cultura de doação e na avaliação de projetos sociais

10492333_1711380795763765_6379095451445460814_nApesar das preocupações com o ano de 2016, o IDIS já tem vários projetos em andamento e outros que serão implantados nos próximos meses. “O ano de 2016 será muito difícil para todos os setores e o setor sem fins lucrativos sofre ainda mais. Apesar deste cenário estamos com diversas frentes em andamento que certamente renderão bons frutos para o setor social”, afirma a diretora presidente do Instituto, Paula Fabiani. Ela conta quais serão as principais novidades em 2016. Confira!

Cultura de Doação

Em abril, será lançada uma pesquisa que vai traçar o perfil do doador e do não-doador brasileiro. Com base nesse estudo, intitulado Pesquisa Doação Brasil, vamos fazer uma campanha para uma cultura de doação. A etapa de “campo” ou quantitativa da pesquisa teve início agora em março. Um time de cerca de 20 profissionais do Instituto Gallup – responsável pelo levantamento de dados – irá entrevistar mil doadores e mil não doares de todo o Brasil e traçar um perfil do comportamento e das motivações de cada um. Ainda com foco no estímulo a uma cultura de doação pretendemos desenvolver também em 2016 uma plataforma de doação via desconto na folha de pagamento.

A pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS, em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Uma sequência de encontros de trabalho foi realizada envolvendo representantes de organizações da sociedade civil, universidades, mídia, fundações e redes e associações de classe ligadas aos temas de cultura de doação e captação de recursos. O resultado final da pesquisa será difundido abertamente para todos os interessados, com intuito de fortalecer a cultura de doação no país e contribuir na capacitação da sociedade na captação de recursos.

Encontro anual

No segundo semestre vamos realizar a quinta edição do Fórum de Filantropos e Investidores Sociais. O tema para este ano de 2016 é o Novo capitalismo: sonho ou realidade. O Fórum é uma iniciativa conjunta do IDIS e do Global Philanthropy Forum (GPF). O objetivo é oferecer um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica reunir-se, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica na promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

Avaliação de projetos sociais

Vamos lançar em breve um manual e iniciar um curso sobre uma metodologia que trouxemos para o Brasil. Internacionalmente reconhecido, o método Social Return On Investment (SROI) determina o retorno social de uma intervenção/organização social através da comparação entre o valor dos recursos nela investidos e o valor do impacto social gerado. O curso será o primeiro no Brasil dessa metodologia.

Assista o vídeo com a diretora presidente do IDIS, Paula Fabiani:

https://www.facebook.com/IDISNews/videos/1713945398840638/

 

Etapa qualitativa da Pesquisa Doação Brasil aponta tendências

Os brasileiros demonstram menos sensibilidade às causas ambientais. Esta é uma das tendências que indicam os resultados preliminares de uma pesquisa que pretende traçar o perfil do doador brasileiro. Em sua primeira etapa, com dez grupos focais de três cidades distintas, os participantes demonstraram maior simpatia pelas causas envolvendo crianças, idosos, educação, saúde e geração de emprego. Temas como dependência química, proteção aos animas e apoio ao esporte foram recebidos de formas bem diversas. Enquanto alguns participantes rejeitaram fortemente, outros, em sua maioria os que já tiveram algum contato com esse tipo de problema, demonstraram grande apoio. A surpresa maior foi o baixo entusiasmo pelas causas ambientais, exceto pelo grupo mais jovem, os demais não listaram a defesa do meio ambiente como uma de suas causas favoritas. Mas todas essas tendências ainda serão checadas e confirmadas na etapa qualitativa da pesquisa.

 

 

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS, em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Uma sequência de encontros de trabalho foi realizada envolvendo representantes de organizações da sociedade civil, universidades, mídia, fundações e redes e associações de classe ligadas aos temas de cultura de doação e captação de recursos.

O resultado final da pesquisa será difundido abertamente para todos os interessados, com intuito de fortalecer a cultura de doação no país e contribuir na capacitação da sociedade na captação de recursos.

 

Campanha de crowdfunding para Pesquisa Doação Brasil termina com sucesso

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NOSSO MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE PAGARAM PARA VER!

Depois de 60 dias no ar, a campanha de crowdfunding ‘Você paga para ver?’ terminou com sucesso e atingiu a meta de arrecadar 50 mil reais. Criada para complementar os recursos necessários para a realização de uma pesquisa sobre doação no Brasil, a campanha, veiculada na plataforma Juntos.com.vc, mostrou que o tema ainda não sensibiliza muito o público, e foi necessário o apoio de grandes doadores para alcançar o valor estipulado, o que contraria um pouco o espírito do crowdfunding.

Mesmo assim, estamos muito contentes. Foram 84 doadores, majoritariamente pessoas físicas, que atenderam ao convite de contribuir com para a pesquisa. O crowfunding contou com o apoio o Instituto Arapyaú, que se comprometeu a dobrar o volume de doações, ou seja, ao final, foram captados 100 mil reais.

Com o sucesso desta etapa, foi possível contratar o Instituto Gallup para começar os trabalhos da pesquisa, cuja etapa qualitativa estará concluída ainda em 2015.

O IDIS agradece a todas aquelas pessoas que confiaram no projeto da Pesquisa Doação Brasil e doaram recursos para que a ele se torne realidade e seja o primeiro passo para o desenvolvimento de uma grande campanha pela cultura de doação no Brasil!

 

 

Vamos fazer uma pesquisa juntos?

 

Cover_Juntos2Desde o dia 8 de setembro está no ar uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo), lançada pelo IDIS, para captar recursos para a realização de uma pesquisa para identificar o perfil do doador brasileiro.

Até hoje, não se sabe quanto os brasileiros doam, para quais causas ou por quais motivos. Sem essas informações básicas, é difícil trabalhar por uma cultura de doação.

A pesquisa também vai tentar descobrir por que as pessoas não doam e o que poderia fazê-las mudar de ideia.

Tudo isso vai nos ajudar a entender como criar um Brasil mais solidário e uma sociedade mais proativa na solução de seus próprios problemas.

Mas para que possamos fazer a pesquisa e descobrir como é o doador brasileiro, precisamos de recursos. Já conseguimos o apoio do Instituto Arapyaú, que está fazendo um matching fund e, para cada real captado na plataforma de crowdfunding, ele vai doar outro real.

Junto conosco, tem muita gente que está construindo esta pesquisa, cada um com um jeito de colaborar: o Instituto C&A, o Movimento por uma Cultura de Doação, a Associação Brasileira dos Captadores de Recursos e o Gife, entre outros.

Você vem com a gente? Você paga para ver a ‘cara’ do doador brasileiro?

Você paga para ver?

Cover_Juntos2Na primeira semana de setembro, o IDIS, com apoio do Movimento por uma Cultura de Doação e do Instituto Arapyaú, lançará uma campanha de crowdfunding com o objetivo de arrecadar fundos para fazer a primeira pesquisa sobre doações realizadas por pessoas físicas no Brasil.

A campanha de crowdfunding é uma espécie de “vaquinha” digital e será realizada através da plataforma juntos.com.vc, que é voltada para projetos sociais.

Esta é a quarta e última etapa de captação para esta pesquisa e a meta é arrecadar R$100 mil para completar os recursos necessários, já que o levantamento vai abranger todo o território nacional. Pretendemos identificar quem são os doadores brasileiros, por que doam e as causas que os sensibilizam. Também vamos conversar com os que não doam, descobrir seus motivos e identificar o que os faria mudar de atitude.

Por isso estamos perguntando aos internautas “Você paga para ver?” as informações que a pesquisa vai revelar.

“Precisamos dessas respostas, entender quem é esse grupo e como pensa, para, com esse mapa completo, criarmos grande campanha pela Cultura de Doação no Brasil, como já existe em outros países”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

A pesquisa, liderada pelo IDIS, é uma iniciativa realizada em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Esse grupo de especialistas e financiadores vem exercendo uma função essencial no fortalecimento da proposta da pesquisa. Seu papel continuará sendo fundamental mesmo após a conclusão da pesquisa, em etapas de validação, bem como na etapa de difusão e aplicação dos resultados.

Especificamente a campanha de crowdfunding conta com o importante apoio do Instituto Arapyaú, que vai fazer a matching donation, ou seja, para cada real doado para a Pesquisa Doação Brasil, o Instituto, vai doar mais um real, até chegar à meta estabelecida.

Os detalhes, valores de doações e suas recompensas, o vídeo da campanha, além de todas as informações serão divulgadas na página da campanha, na plataforma juntos.com.vc.  

 

Doações nos EUA crescem e superam, pela primeira vez, os níveis pré-recessão

Foi lançado nesta terça-feira, nos Estados Unidos, o relatório Giving USA de filantropia de 2015. Feito pelo The Giving Institute, ele também marca o 60º aniversário da publicação, que é a mais antiga e a mais completa em relatar a filantropia no país.

O relatório assinala 2014 como um ano recorde em filantropia. As doações subiram 7,1% em relação a 2013, atingindo o valor de US$ 358,38 bilhões, assim chegando, pela primeira vez, a valores acima dos níveis pré-recessão. Oito setores filantrópicos superaram picos anteriores estabelecidos em 2007, enquanto somente um, que lida com ações internacionais, teve declínio de 2 %.

No geral, este foi o quinto ano consecutivo de crescimento da filantropia nos Estados Unidos. À medida que a economia cresceu, a filantropia também cresceu, porém sempre mais do que o PIB. Em 2014, esse crescimento foi 2,1% acima do PIB americano.

As Mega-Doações continuaram a crescer, sendo responsáveis por um terço do aumento das doações por doadores individuais. Suas motivações continuam a manter um padrão “coração/cabeça”, no sentido que resultam de ações humanitárias de caráter assistencialista, bem como de ações estrategicamente planejadas e executadas para transformar a qualidade de vida de indivíduos e da sociedade.

As campanhas de doação cresceram em popularidade por meio de diferentes formatos, como #GivingTuesday e Ice Bucket Challenge, e pelos exitosos esforços de grandes universidades em assegurar o apoio de doadores em compromissos de múltiplos anos.

As doações on-line continuaram a crescer, porém mostrando, por sua competitividade, que algumas organizações souberam planejar melhor e executar as suas ações de captação de recursos.

As doações às fundações, especialmente comunitárias, também cresceram de maneira importante for meio de fundos designados pelo doador para propósitos específicos, e que garantem sua participação no processo decisório de como e para quem devem ser distribuídas.

Em resumo, os resultados de 2014 nos Estados Unidos nos mostram a importante relação entre o PIB e a doação, bem como o papel estratégico que o ato de doar assumiu na cultura americana como instrumento permanente de apoio à mudança social.

Por Marcos Kisil
Fundador do IDIS

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Confiança dos brasileiros nas organizações sociais cresce, e elas voltam ao segundo lugar no ranking

Apesar de terem ocorrido em 2011, os escândalos envolvendo convênios entre organizações não governamentais e poder público tiveram efeito duradouro na opinião pública brasileira, que generalizou os maus feitos de poucos e passou a desconfiar de todo o setor. A boa notícia é que a tendência parece ter se revertido: a confiança nas organizações da sociedade civil voltou a crescer, e elas novamente são a segunda instituição mais confiável do país.

A constatação é da edição 2015 da pesquisa Trust Barometer, da agência de pesquisa de tendências Edelman Significa. O estudo avalia a confiança em quatro instituições: governos, empresas, mídia e ONGs. Desde 2011, estas amargavam um terceiro lugar, atrás da mídia e das empresas – no resto do mundo, sempre estiveram no topo.

“Foi um período difícil, justamente por conta das poucas instituições que serviram como dutos de dinheiro público”, diz o jornalista Rodolfo Araújo, diretor de Pesquisa, Conhecimento e Inovação da Edelman. Ele menciona mais um item que jogou contra o setor: “Em 2010, ocorreu um pico na confiança dos brasileiros e, ao declínio natural, juntaram-se os escândalos”.

Depois de ficar na terceira posição também nas pesquisas referentes a 2012 e 2013, as ONGs finalmente passaram para o segundo lugar em 2014, resultado de um ganho de oito pontos percentuais em relação ao ano anterior. Elas foram citadas como confiáveis por 70% dos entrevistados, pouco abaixo das empresas, que mantiveram a liderança, com 73%. A mídia perdeu sete pontos percentuais e registrou 56%. Já os governos ficaram na lanterna (37%).

As ONGs, segundo Araújo, se beneficiaram do fato de não terem sido registrados novos escândalos desde 2011. “O efeito memória se dissipou, e elas recuperaram a credibilidade por não ter aparecido nada mais contra elas”.

O segundo lugar, lembra Araújo, não é resultado apenas da melhoria na percepção sobre o terceiro setor. A desconfiança em outras duas instituições caiu. “A mídia foi afetada pelo excesso de notícias negativas dadas, enquanto, em outro momento, elas eram equilibradas com notícias positivas. Houve também um desapontamento da sociedade com os governos em relação a questões públicas.”

As organizações da sociedade civil não devem, portanto, acomodar-se com essa situação. “As ONGs precisam ficar atentas para o cumprimento das expectativas da sociedade. Há desafios de eficácia, gestão e profissionalização a serem enfrentados”, comenta o diretor.

Ao colocar as empresas e as ONGs no topo da confiança, a sociedade também está esperando uma ação conjunta desses dois atores, interpreta Araújo. “Os dois estão dividindo responsabilidade, e as organizações da sociedade civil deveriam atuar em parcerias com as empresas.”

Ele alerta que as ONGs continuam com o mesmo problema de comunicação que as impediram de reagir enquanto setor durante os escândalos de 2011. “Elas têm de aparecer mais para o público, e não ficar falando apenas para os iniciados, até para reverter certos estereótipos. Isso passa menos pelas OSCs individualmente e mais por falarem coletivamente.”

Forbes-Insight divulga as principais tendências do investimento social mundial

De acordo com estudo 2015 BNP Paribas Individual Philanthropy Index, encomendado pela Forbes-Insight, braço da famosa revista norte-americana, as cinco principais tendências do investimento social mundial em 2015 são as seguintes.

  1. Impact Investment (apontado por 52% dos entrevistados)
  2. Filantropia colaborativa (51%)
  3. Compartilhamento de dados, práticas e expertises (51%)
  4. Atacar as raízes dos problemas sociais (48%)
  5. Venture philanthropy (45%)

A colaboração e o compartilhamento  estão entre as cinco tendências para o investimento social privado neste ano, citadas por 51% dos entrevistados. Ambas, analisa a Forbes, refletem o ambiente de fragmentação do setor, com pulverização de um grande número de organizações.

Podem ser resumidas numa frase do executivo-chefe Gerry Salole, do European Foundation Centre, citada pela publicação: “Não tenho problema com o grande número de organizações, desde que elas conversem umas com as outras”.

Desde 2012, o IDIS tem tido um papel relevante no incentivo desse diálogo com a realização do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. O evento anual abre espaço para troca de experiências, discussão de temas pertinentes ao campo e exposição de boas práticas do setor.

Um pouco à frente de colaboração e compartilhamento, a sondagem apontou o investimento de impacto como a tendência mais citada pelos filantropos (52%). Esta é outra área que também tem se expandido no Brasil – e foi um dos temas tratados no primeiro fórum organizado pelo IDIS.

Em quarto lugar, 48% dos entrevistados apontaram a tendência de lidar com as raízes dos problemas, em vez de tratar apenas das consequências. Uma abordagem convencional sobre o sem-teto, por exemplo, seria “fornecer serviços diretos, como contribuir com abrigos ou programas de alimentação”, diz a revista. Já um enfoque de “mudança sistêmica” detectaria o que está levando as pessoas a morar na rua e o que seria preciso fazer para que isso não acontecesse mais.

A quinta tendência, indicada por 45% dos filantropos, é a venture philanthropy, que une os objetivos sociais da filantropia com a estrutura de capital típica dos venture investments, no qual o investidor social se torna sócio de uma parte do projeto. “Este tipo de filantropia pode ser muito efetiva em certas áreas intensivas em capital, como as pesquisas médicas”, afirma a Forbes.

Mário Magalhães Chave: a perda do Mestre

Marcos Kisil*

Sou uma das pessoas que tiveram o privilégio de conhecer, trabalhar, e principalmente ter em Mário um mestre da vida. Seja ela a vida profissional, a vida em sociedade, a vida em família.

O Dr. Mário, como era mais conhecido, faleceu no último sábado dia 28 de fevereiro tendo a família ao seu lado.

Sua formação profissional como Odontólogo (1941) e Médico (1948) ocorreu na antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, na cidade do Rio de Janeiro onde nasceu. Na mesma Universidade viria a completar seu doutoramento em Odontologia (1953) e Livre Docência em Patologia e Terapêutica (1953). Tendo em 1951 concluído a sua primeira especialização na Universidade de Illionois, na área de Farmacologia, volta aos Estados Unidos para seu Mestrado em Saúde Pública na Michigan University (1955). E é nesta área de Saúde Pública, que hoje também pode ser chamada de Medicina Coletiva, que Mário passa a atuar de maneira relevante para o benefício da humanidade.

Como sanitarista trabalhou durante dois anos na Fundação SESP (Serviço Especial de Saúde Pública), doze anos na Organização Pan-Americana da Saúde e na Organização Mundial da Saúde, tendo ocupado postos em Washington, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Genebra. Chefiou o Departamento de Administração de Saúde na antiga Escola Nacional de Saúde Pública, hoje Instituto Presidente Castello Branco. Foi Diretor Adjunto da Associação Latino-americana de Faculdades de Odontologia e da Federação Pan-Americana de Associações de Faculdades de Medicina.

No mesmo período atuava como diretor de programa da Fundação W. K. Kellogg, tendo sob responsabilidade o programa da Fundação na América Latina. Mário emprestou seu talento e tirocínio para disseminar a fluoração da água e do sal como meios preventivos para a cárie bucal, atuou para a criação de um corpo de conhecimento que hoje conhecemos como Medicina Familiar, participou intensamente da criação e desenvolvimento dos Núcleos de Tecnologia para o ensino profissional na área da Saúde (centros conhecidos como NUTES/CLATES), atuou na criação e ativação de entidades como a Associação de Faculdades de Medicina (FEPAFEM, ABEM), Odontologia (ALAFO), Enfermagem (ABEn), Associação de Programas e Departamentos de Medicina Coletiva (ABRASCO), e na Rede UNIDA (Programas de articulação docente/assistência/comunidade). Colaborou no planejamento e implantação de programas acadêmicos em odontologia social e sanitária, entre outros, na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Sua intensa atividade acadêmica também se reflete nos livros e artigos que publicou (alguns em co-autoria), sendo seminais e pioneiros na discussão de temas valorosos para o entender e agir no setor da Saúde, e que se tornaram verdadeiros oráculos para os estudiosos do setor, tais como: Manual de odontologia sanitária (1960); Odontologia sanitária (1962); Saúde e sistemas (1972); Saúde, uma estratégia de mudança (1982); Odontologia social (edições de 1977 e 1986); Cambios en la educación medica: un analisis de la integración docente asistencial en América Latina (1884); Perspectivas da integração docente-assistencial (1983); Algumas reflexões sobre IDA: antecedentes do ideário UNI (1994)

Suas ações, profissionais e acadêmica, foram reconhecidas com vários títulos honoríficos, cabendo destacar: Doutor Honoris Causa da Universidade do Brasil (1964) da Universidade Federal da Bahia (1985), Universidad de Buenos Aires (1995), bem como de universidades em Medellín, Colômbia (1965), Lima, Peru (1972), Cochabamba, Bolívia (1978) e Santiago de Los Caballeros, República Dominicana (1986).

Mário ocupou a Cadeira 42 da Academia Brasileira de Odontologia

Também será lembrado pelo estímulo, apoio, e generosidade para com os jovens profissionais, especialmente ao recomendar os candidatos às bolsas de estudo da Fundação Kellogg, permitindo assim que uma liderança acadêmica e profissional fosse formada na América Latina e especialmente no Brasil. Contamos em centenas os agraciados que galgaram posições de liderança na região, seja na Universidade, Ministérios da Saúde, ou na própria carreira internacional dentro do sistema OPS/OMS. Mário, como ex-bolsista, conhecia o poder que esta decisão acarretava na vida de um jovem.

Fui bolsista, consultor, e vim a substituir Mário quando de sua aposentadoria como Diretor da Fundação Kellogg. Tive o privilégio de tê-lo como conselheiro e amigo na concepção e implantação de programas extremamente exitosos para a nossa região, entre os quais destaco a Fluoração do Sal, o Programa UNI para as profissões da saúde, e Kellogg International Leadership Program em liderança.
Mário, por meio dessas ações com a Fundação Kellogg, introduziu e nutriu de maneira antecipatória o que viria a ser uma filantropia estratégica, desenvolvimentista, e voltada à emancipação de seus beneficiários como se propõe atualmente em oposição direta ao assistencialismo e paternalismo de doadores.

Sua paciência, mansidão e entusiasmo eram características que ampliavam a importância de sua sabedoria

Não existiria o IDIS, e toda a transformação proposta para o investimento social privado na América Latina, e especialmente no Brasil, se não fosse o seu denodo em fazer da doação um instrumento de mudança social.

Obrigado, Dr. Mário. Descanse em paz!

(*) Ex-Diretor da Fundação W.K.Kellogg para América Latina e Caribe, Fundador do IDIS

Quem doa dinheiro é mais feliz, aponta pesquisa norte-americana

Quer se sentir feliz? Pois doe dinheiro! Um artigo publicado na revista Current Directions in Psychological Science aponta que os benefícios de ajudar outras pessoas “são evidentes em doadores idosos ou jovens em países ao redor do mundo, e se reflete não só no bem-estar subjetivo, mas também na saúde objetiva”.

texto – assinado pelas psicólogas Elizabeth Dunn e Lara Aknin e pelo professor da Harvard Business School Michael Norton – analisa diversos estudos, alguns conduzidos pelos próprios autores.

Eles começam resumindo uma pesquisa de 2008 que deu U$ 5 ou U$ 10 aos participantes. Alguns foram instruídos a comprar algo para si; outros, a doarem a quantia para alguém. “Naquela tarde, as pessoas que tiveram de gastar seu dinheiro com outra pessoa relataram humores mais alegres no decorrer do dia do que aquelas que tiveram de gastar com elas mesmas”, escreveram os autores.

Outro estudo, de 2012, mostrou que a sensação de felicidade é sentida até por crianças bem pequenas. Na pesquisa, bebês de até dois anos demonstraram mais alegria quando davam um biscoito para um boneco do que quando eles mesmos recebiam a comida.

Uma boa notícia é que alguns dados apontam que a relação entre felicidade e doação não se restringe aos Estados Unidos ou a países ricos. Um estudo da Harvard Business School verificou informações sobre 136 países e constatou “uma relação significativa entre doações e felicidade” em 120 deles, tanto ricos quanto pobres.

Os autores do artigo ressaltam, no entanto, que a ligação entre doar e sentir-se feliz não é automática. Depende de três fatores: relacionamento, competência e autonomia. Em relação ao primeiro, escrevem os autores, “descobrimos que os indivíduos ficam mais felizes com gastos sociais quando a doação dá a oportunidade para que eles se relacionem com outras pessoas”.

O segundo fator significa que as pessoas têm necessidade de mostrar competência, o que ocorre se “conseguem ver como suas ações generosas fizeram diferença”. Já a “necessidade de autonomia é satisfeita quando as pessoas sentem que suas ações são livremente escolhidas”.

Ao fim, os autores concluem que as organizações da sociedade civil que buscam doações podem se beneficiar dos resultados da pesquisa, pois, “quanto mais conseguirem maximizar os benefícios emocionais da doação”, maior a possibilidade de conseguirem recursos.

 

 

Senso Moral e Identificação com Causas São Grandes Motivos Que Levam Britânicos a Doar, Aponta Pesquisa; Religião Também é Destaque

O que motiva as pessoas a doar? Foi esta pergunta que norteou a “Why we Give” (Por que doamos), mais recente pesquisa da Charities Aid Foundation (CAF), organização britânica voltada ao incentivo à doação em vários países e parceira do IDIS no Brasil. Fatores como valores pessoais e comprometimento com alguma causa aparecem no topo, mas a religião também tem lugar de destaque entre os moradores do Reino Unido.

estudo, entrevistou 722 pessoas, e incluiu também outros temas relacionados ao investimento social privado no país. O levantamento faz parte de uma campanha maior da CAF (#whywegive) para incentivar as pessoas a compartilhar suas experiências de doação nas mídias sociais.

Na sondagem, as motivações pessoais mostraram-se os principais fatores de incentivo à doação: 97% dos entrevistados mencionaram valores pessoais, 96% citaram seu senso de moralidade ou ética e 75%, a crença em alguma causa em particular. A religião aparece em seguida, com 71%. A intenção de deixar um legado positivo serve de motivo para apenas 38%.

O estudo cita o caso de uma entrevistada, a aposentada Amy Bright, que separa 10% de sua renda – o tradicional dízimo – para sua igreja e instituições sociais cristãs. “Nossa doação é baseada na crença de que tudo o que temos pertence a Deus e que devemos retribuir tanto à Igreja quanto a quem necessita”, disse a aposentada na pesquisa.

O dízimo religioso, por sinal, parece corroborar outro resultado do estudo. Na média, os entrevistados afirmam que os mais ricos deveriam doar 15% de sua renda. Porém, analisando os dados sob a ótica de outras medições estatísticas (moda e mediana), tem-se 10% para ambas. “Isto é um alinhamento com os 10% encorajados por grupos religiosos”, afirma o relatório.

A importância da fé, segundo o documento, é confirmada por uma pesquisa anual da CAF, “que mostra que doações ligadas a religiões e crenças têm atraído a maior média de recursos doados nos últimos três anos”.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre o que eles pensam do investimento social privado, e 61% responderam que é fundamental que os mais ricos falem sobre suas doações para ajudar a incrementar esse comportamento no Reino Unido. O resultado deu força à campanha da CAF para que as pessoas falem mais sobre seus investimentos sociais.

Além disso, o estudo identificou um comportamento aparentemente paradoxal. Apesar de 79% dos entrevistados acreditarem que as organizações da sociedade civil têm problemas financeiros, somente 40% afirmaram que vão aumentar suas doações no próximo ano. Segundo o relatório, “isto pode estar ligado a uma falta de confiança na economia do Reino Unido”.

Arrecadar mais

Como captar recursos em um ambiente como esse? Outros resultados da pesquisa indicam alguns caminhos. A maioria (72%) afirma que só doaria para organizações que demonstrassem seu impacto de maneira clara. Questionados sobre como as entidades poderiam aumentar sua arrecadação, 81% dos entrevistados citaram a demonstração do impacto das ações como um fator decisivo. Já 78% cobraram das empresas que elas apoiem mais as ONGs.

A educação também apareceu como um dos fatores capazes de elevar os recursos doados: 62% disseram que “uma cooperação crescente entre escolas e organizações da sociedade civil provavelmente aumentaria as doações” ao incutir nas crianças um comportamento solidário. Outro trabalho da CAF, “Growing up giving”, havia apontado a importância do sistema educacional no encorajamento de um comportamento filantrópico.

Questões tributárias também são importantes. Mais de três quartos dos entrevistados (77%) avaliam que, se os doadores conhecessem melhor os incentivos fiscais existentes, as doações provavelmente cresceriam. Ao mesmo tempo, 76% deles dizem que novos incentivos seriam bem-vindos.

Semelhanças com Brasil

A religião é um fator importante para doadores não só no Reino Unido, mas também no Brasil. Segundo estudo do IDIS e da Ipsos Public Affairs, as instituições religiosas aparecem como as mais beneficiadas pelos doadores brasileiros: 30% dos entrevistados disseram doar para igrejas, porcentagem semelhante àquela dos que disseram doar para pedintes de rua. Apenas 14% dos entrevistados disseram doar para organizações não governamentais.

A grande maioria dos brasileiros (84%) desconhece os mecanismos nacionais de doações dedutíveis do Imposto de Renda. Se os britânicos estiverem certos ao acreditarem que um maior conhecimento sobre incentivos fiscais poderia aumentar o volume de doações, esse é um bom caminho para as entidades do Brasil.

 

 

Pesquisa IDIS/IPSOS Public Affairs: Retrato da Doação no Brasil

Estudo revela novos aspectos do comportamento do brasileiro em relação à doação: a) Brasileiros não se sentem estimulados para doação e voluntariado; b) Brasileiros doam mais para pedintes de rua e igrejas do que para organizações da sociedade civil; c) 84% da população desconhece que pode fazer doações utilizando parte do Imposto de Renda; d) Crianças e idosos são grupos populacionais que mais sensibilizam a população para doações em dinheiro.

São Paulo, fevereiro de 2014 – O Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e a Ipsos Public Affairs divulgam os resultados da pesquisa Retrato da Doação no Brasil, em um estudo que traça o perfil do brasileiro em relação às doações e causas sociais.

O levantamento realizado em três etapas e que ouviu mil pessoas em cada fase, em 70 cidades do Brasil, sendo nove regiões metropolitanas, concluiu que o hábito de doar, seja tempo ou recursos, não faz parte da cultura do brasileiro. Um exemplo disso é que 73% não se sentem estimulados pelo seu círculo de convivência (família, comunidade, escola e trabalho) a realizar doações ou trabalho voluntário. “A Copa do Mundo Fifa, que se aproxima, bem como os Jogos Olímpicos, em 2016, são eventos que poderão contribuir para incentivar o voluntariado no País e o governo pode aproveitar este momento para fomentar a cultura de doação junto à sociedade”, analisa Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Em relação à doação em dinheiro, poucos brasileiros tiram a mão do bolso, mas quando o fazem destinam as doações para pedintes (30%), para igrejas (30%) e, em terceiro lugar, para organizações da sociedade civil (14%). “O aumento da renda média da população não parece estar refletida no percentual da população que doa. Um dos motivos que pode explicar essa tendência é a percepção do brasileiro de que o governo está preenchendo essa lacuna, com políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família”, pondera Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS.

1 – Brasileiros ajudam mais pessoas pedintes de rua e igrejas que organizações da sociedade civil:

Ipsos 2014 Graf 1

2 – Os brasileiros da região Nordeste são os mais sensíveis a doar para pedintes, enquanto os da região Norte e Centro-Oeste doam mais para organizações da sociedade civil e igrejas quando comparados com os das outras regiões:

Ipsos 2014 Graf 2

3 – Do total de doações, as classes C, D e E doaram mais para pedintes de rua e para igreja em comparação as classes A e B, que doam em proporção maior para organizações:

Ipsos 2014 Graf 3

4 – Em relação às causas que inspiram os brasileiros a doar, crianças estão em primeiro lugar (33%), seguidas de idosos (18%), saúde (17%) e educação (7%).

5 – Outro ponto que merece atenção é o motivo para poucos brasileiros doarem. Do total de entrevistados, 58% informaram que não têm dinheiro, enquanto 18% afirmaram que não doaram porque ninguém solicitou e 12% porque não confiam nas organizações. A pesquisa também descobriu que 85% dos entrevistados não recebeu nenhum pedido de doação provenientes de organizações nos últimos 12 meses:

Ipsos 2014 Graf 4

“Números indicam que também falta a ‘cultura de pedir’ por parte de quem precisa dos recursos. Esse resultado reforça a percepção de que há muito espaço para o crescimento das doações, a partir de um trabalho de captação estruturado e persistente”, afirma Paula.

6 – Em relação aos mecanismos de doações dedutíveis do Imposto de Renda, o desconhecimento dos brasileiros é grande: 84% disseram não conhecê-los:

Ipsos 2014 Graf 5

Esse percentual é significativo e indica o potencial de crescimento para doações realizadas via incentivos fiscais. Segundo Paula Fabiani, “atualmente a dedução praticamente só pode ser realizada quando a doação é para projetos via leis de incentivos ou Fumcad – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O ideal é que haja a ampliação do incentivo fiscal para dar liberdade para o doador beneficiar diretamente as organizações da sociedade civil”.

Metodologia da pesquisa Public Affairs – A pesquisa Ipsos Public Affairs foi realizada em três etapas: julho, outubro e dezembro de 2013, a partir de entrevistas quantitativas com mil pessoas em cada rodada. A primeira etapa foi probabilística para a seleção dos municípios: 70 municípios do Brasil, sendo nove regiões metropolitanas. Na segunda etapa foram selecionados aleatoriamente setores censitários para compor a amostra e as entrevistas foram realizadas nos domicílios a partir de cotas das variáveis  sexo, idade, ocupação, nível sócio econômico e nível de escolaridade. A margem de erro da pesquisa Ipsos Public Affairs é de 3 pontos porcentuais, com coeficiente de confiança de 95%.

** Percentuais baseados nos entrevistados que utilizaram pelo menos um canal de comunicação para entrar em contato com alguma empresa nos últimos 12 meses.

Informações à imprensa – G4 Solutions
Tamer Comunicação Empresarial
Geyse Alencar – geyse@tamer.com.br
(11) 3031-2388// 9-9940-0128

Pesquisa Aponta Forte Retomada de Grandes Doações de Pessoas Físicas nos EUA

Um levantamento da The Chronicle of Philantropy, publicação voltada para o setor filantrópico, indica uma forte retomada de grandes doações de pessoas físicas nos Estados Unidos em 2013. Tomando como base apenas valores acima de U$ 100 milhões e doações feitas de maneira pública, a pesquisa mostra que o montante chegou a U$ 3,4 bilhões.

Apenas o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua esposa, Priscilla Chan, repassaram quase um terço do valor total. Eles destinaram 18 milhões de ações da empresa de tecnologia, o equivalente a cerca de U$ 990 milhões, para a Silicon Valley Community Foundation. Foi a primeira vez que pessoas com menos de 30 anos lideraram o ranking, segundo olevantamento. No ano passado, o casal já havia ficado em segundo lugar no ranking, doando a mesma quantidade de ações, mas que na época valiam U$ 500 milhões.

Além disso, em 2012, apenas 11 pessoas doaram mais de U$ 100 milhões. No ano passado, foram 16. Isso, segundo a publicação, marcaria uma retomada das grandes doações de pessoas físicas.

No ano retrasado, na verdade, o valor absoluto doado foi maior do que no ano passado: total de U$ 5 bilhões. No entanto, o megainvestidor Warren Buffet ajudou a desequilibrar os números de 2012: sozinho, fez três doações de U$ 1 bilhão para as fundações de seus filhos. Sem a parte de Buffet, os recursos doados por indivíduos (nos parâmetros considerados pela The Chronicle of Philantropy) somaram U$ 2 bilhões. Mesmo com o bom desempenho em 2013, as doações acima de U$ 100 milhões ainda não atingiram as marcas de antes da crise econômica. Em 2007, foi doado um total de U$ 4,1 bilhões.

Ainda assim, a perspectiva é de que o crescimento continue. A editora da The Chronicle of Philantropy, Stacy Palmer, afirmou ao Huffington Post que “as pessoas parecem mais otimistas com a economia, e, certamente, o mercado de ações forte incentivou muitas doações”. Por isso, ela conclui que “parece que teremos um ano melhor”.

Beneficiários

Segundo o estudo, o ensino superior foi quem mais se beneficiou das grandes doações. Das 15 iniciativas que constam da lista, 12 foram para instituições desse setor.

Se Zuckerberg e Priscilla Chan destinaram recursos a uma entidade comunitária, os segundos colocados no ranking investiram forte em pesquisas universitárias. Philip Knight, cofundador da Nike, e sua esposa, Penelope, deram U$ 500 milhões para a Oregon Health and Science University Foundation, voltada a pesquisas sobre câncer.

Já Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova Iorque e fundador de uma empresa de comunicação que leva seu nome, destinou U$ 350 milhões para a Johns Hopkins University, com o objetivo de promover estudos interdisciplinares e dar ajuda financeira para estudantes de graduação.

Brasil Cai Oito Posições em Ranking Mundial de Solidariedade e Ocupa Último Lugar na América do Sul

O Brasil caiu oito posições em relação ao ano passado e ocupa agora o 91º lugar entre 135 países no “ranking de solidariedade”, uma iniciativa da organização inglesa Charities Aid Foundation (CAF) e do Instituto Gallup.

Os dados são do World Giving Index 2013, lançado mundialmente nesta terça-feira (3 de dezembro) para coincidir com o Giving Tuesday, data criada para incentivar doações em países como Estados Unidos e que se espalhou para o Canadá, Singapura, Austrália, América Latina e outros países. O IDIS, parceiro brasileiro da CAF, realizou um evento no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo, para apresentar e debater os resultados.

A queda do Brasil no ranking é ainda maior em comparação a edições anteriores. Em 2009, o país era o 54º no World Giving Index. Em relação a outros países da América do Sul, o Brasil também vai mal: é o último, junto com a Venezuela. No continente, Chile e Colômbia estão empatados em primeiro.

O Instituto Gallup abordou 155 mil pessoas em vários países. Para avaliar o comportamento solidário, perguntou se, no mês anterior à aplicação do questionário, o entrevistado doou dinheiro, ajudou um estranho ou foi voluntário em alguma organização. O índice é composto por esses três aspectos.

No Brasil, 42% dos entrevistados disseram ter ajudado um estranho no mês anterior (90ª posição nesse quesito), 23% afirmaram ter doado (72ª posição) e 13% ajudaram um estranho (90ª). Ainda assim, ao extrapolar a amostra para toda a população e estimar o número absoluto de “solidários”, o Gallup pôs o Brasil entre os dez primeiros em todos os comportamentos. São 63 milhões que ajudaram estranhos (quinto maior contingente do mundo), 34 milhões que doaram dinheiro (oitavo maior) e 34 milhões de voluntários (nono).

“Existe em nosso país grande desconfiança em relação ao terceiro setor, causada, principalmente, pelos escândalos envolvendo transferências de recursos irregulares a organizações sociais”, afirmou a diretora-executiva do IDIS, Paula Fabiani, ao falar sobre a posição brasileira.

Neste sentido, o presidente do Instituto Arredondar, Ari Weinfeld, disse que, “para o investidor, a doação precisa ser fácil, segura e dar retorno”. Ele ainda ressaltou a necessidade de mais transparência no setor para garantir credibilidade.

Paula também observou que o incremento da renda dos brasileiros não tem se refletido em comportamento donativo: a percepção de que os mais pobres estão melhorando de vida levaria os mais ricos a diminuir a ajuda. “O mundo está economicamente mal, mas as doações subiram. Já o Brasil está economicamente bem, mas as doações caíram”, complementou Weinfeld.

Já o diretor do Instituto Doar, Marcelo Estraviz, iniciou sua fala dizendo ser um otimista, e ressaltou que os números absolutos mostram que, “ao redor de cada um de nós, há uma pessoa que doa”. Ao mesmo tempo, apontou a necessidade de criar uma cultura de pedir doações.

Surpresas no ranking

Os Estados Unidos recuperaram a liderança do ranking, posição que ocuparam em 2011, mas que haviam perdido para a Austrália no ano seguinte. Já os australianos caíram, em 2013, para o 7º lugar. Entre os 20 primeiros do índice há países de cultura de doação consolidada, como Canadá (2º), Nova Zelândia (também em 2º), Reino Unido (6º) e Holanda (8º). A surpresa fica por conta de nações como Mianmar (2º), Sri Lanka (10º), Líbia (14º) e Nigéria (20º). Em Mianmar, 85% dos entrevistados relataram ter feito doações no mês anterior à pesquisa, colocando o país no primeiro lugar para esse comportamento, à frente dos Estados Unidos.

Segundo Paula Fabiani, os dados mostram que “a riqueza de um país não necessariamente se traduz em solidariedade, pois Mianmar, por exemplo, é uma economia pequena, já a China é a segunda economia, mas não está entre os 20 primeiros”. De fato, apenas cinco países do G-20, grupo que reúne as maiores economias do planeta, estão entre os 20 primeiros.

Já o posicionamento da Líbia, segundo o relatório, reflete algo já percebido em pesquisas anteriores. O país se destacou no quesito a ajuda a pessoas estranhas (comportamento relatado por 72% dos entrevistados), repetindo um fenômeno observado em estudos anteriores: o auxílio a desconhecidos tende a aumentar em territórios pós-conflitos, como já ocorrera com Serra Leoa e Libéria.

O relatório também mostra o descolamento entre desempenho econômico e ação solidária ao apontar que os três componentes do índice registraram aumento de 2011 para 2012, enquanto a economia mundial retraiu-se no período.

Houve também o destaque no comportamento dos jovens entre 15 e 24 anos, faixa etária que, em 2008, menos participava de atividades voluntárias. Em 2013, ela passou para o segundo lugar nessa prática – atrás apenas daqueles com 35 a 49 anos. Mais ainda, com 20,6% de participação voluntária, foi a única faixa etária a superar seu pico de 2008. Todas as outras continuam abaixo da participação recorde daquele ano.

Para Weinfeld, isso salienta a necessidade de usar ferramentas tecnológicas para atrair a juventude ao terceiro setor. Paula, por sua vez, lembrou outro estudo da CAF sobre a importância de incentivar o altruísmo já na escola. Estraviz afirmou ter “esperança não em nós, mas nos jovens que têm outra forma de entender a ação social, mas que ainda não têm o dinheiro para doar”.

 

 

Empresas Falam Muito de Responsabilidade Social Empresarial, Mas Practicam Pouco, Aponta ONU

Uma pesquisa das Nações Unidas feita com 1.712 empresas de 113 países concluiu que o setor privado fala muito sobre políticas de responsabilidade social, mas ainda está atrasado quando se trata de aplicar o discurso à realidade.

Relatório Global de Sustentabilidade Empresarial 2013 foi organizado pelo Pacto Global, iniciativa da ONU que estimula companhias do mundo todo a aderir voluntariamente a dez princípios relacionados a direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.

O documento apresenta uma série de dados para sustentar sua principal conclusão. Pelo lado do discurso, 65% das empresas afirmaram que seus CEOs – o nível mais alto de direção – desenvolvem ou acompanham políticas socialmente sustentáveis, o que demonstraria forte comprometimento com a questão. No entanto, apenas 35% dos gerentes recebem treinamento para integrar a sustentabilidade às estratégias e operações das empresas, o que demonstra baixo nível de ação.

Da mesma forma, 90% afirmaram que seus conselhos de administração discutem ou atuam com a sustentabilidade social, mas apenas 8% relataram que esses grupos oferecem remuneração extra relacionada à performance na área socioambiental.

O relatório considera que as definições de políticas devem mesmo ocorrer na cúpula das empresas, que, de fato, estão se interessando e discutindo cada vez mais a sustentabilidade social corporativa. A ação – dividida em implementação, comunicação e medição de impacto –, no entanto, depende de um maior comprometimento dos colaboradores e dos recursos, o que os dados mostram não estar acontecendo.

A análise da atuação nos temas específicos do Pacto Global reforça a conclusão. Sete em cada dez empresas têm políticas anticorrupção, mas apenas três em cada dez criaram canais para receber denúncias anônimas. Do mesmo modo, 72% incluíram os direitos humanos em suas diretrizes, mas apenas 37% criaram mecanismos para reclamações relacionadas ao tema.

O trabalho de sustentabilidade com fornecedores das empresas também continua mais no discurso do que na prática. Entre os pesquisados, 57% disseram incluir o tema em seus contratos de fornecimento. No entanto, apenas 18% ajudam seus fornecedores a estabelecer e aplicar metas de responsabilidade social.

O relatório, no entanto, não adota um tom pessimista em relação a esses resultados. “Muitas empresas estão criando políticas que definem metas e requisitos de sustentabilidade, isso é um passo importante, na medida em que as políticas servem como uma declaração formal de intenções e estabelecem as bases para futuras ações de sustentabilidade.”

Fatores de influência
O relatório destaca que os princípios do Pacto Global são aplicáveis tanto para pequenas quanto para grandes empresas (com mais de 5 mil empregados), mas há uma distância “enorme” na atuação delas em quase todos as frentes analisadas.

O fosso entre discurso e prática existe em organizações de tamanhos diversos, mas é menor entre as grandes empresas: 58% possuem mecanismos para receber reclamações sobre direitos humanos, proporção que cai para 28% entre as pequenas. Entre as primeiras, 48% fazem avaliação de riscos de corrupção, enquanto apenas 15% das pequenas fazem a mesma coisa.

Ainda assim, o estudo destaca que os negócios de menor porte têm conseguido incrementar suas atividades de sustentabilidade social ao longo do tempo, aproximando-se de seus “colegas” maiores. O relatório destaca avanços principalmente em temas como direitos humanos e meio ambiente.

O tempo de comprometimento com o Pacto Global também influencia. Segundo a pesquisa, quanto mais recente o compromisso com a iniciativa da ONU, pior é o resultado da empresa. Isso fica claro na análise sobre a “turma de 2009”. Até 2012, as empresas que aderiram ao pacto naquele ano avançaram significativamente em todos os princípios. As políticas anticorrupção, por exemplo, aumentaram 24% no período; as medidas para incentivar a sustentabilidade na cadeia de fornecedores, 20% – mesmo aumento para a criação de sistemas de manejo ambiental.

Temas
Dentre os princípios preconizados pelo Pacto Global, os que mais recebem atenção das empresas são os relacionados a trabalho e meio ambiente. Entre os respondentes, 69% afirmaram ter políticas definidas para o primeiro tema, e 63% para o segundo. Já os direitos humanos e ações anticorrupção tiveram ações definidas, respectivamente, por 51% e 50% dos pesquisados.

Para o relatório, a proeminência dos temas trabalhistas e de direitos humanos se deve a “forças externas”: há décadas as empresas lidam com regulações governamentais em torno desses temas, o que levou à formação de equipes dedicadas apenas a lidar com esses assuntos.

A pesquisa, no entanto, aponta que direitos humanos e combate à corrupção deverão ganhar mais prioridade à medida em que esses assuntos vão sendo percebidos como fundamentais para o sucesso das empresas. “Para se manterem competitivas, um número cada vez maior de companhias vai ter de colocar mais ênfase em todos os aspectos da sustentabilidade”, conclui o relatório.

 

 

Solidariedade é a Principal Característica do Voluntário, Aponta Pesquisa

Levantamento realizado pelo Ibope Inteligência para a Rede Brasil Voluntário revela que 25% da população brasileira já fizeram algum tipo de serviço voluntário, sendo que 11% exercem esse tipo de atividade no momento.
O estudo permitiu conhecer o perfil dos voluntários do País e compreender o que os motiva a doar parte de seu tempo a um trabalho não remunerado. “Ser solidário e ajudar as pessoas” é a motivação mais citada, com 67%, seguida por “fazer a diferença e mudar o mundo”, com 32%,  e “motivações religiosas”, com 22%.

O grau de satisfação de quem desempenha alguma atividade voluntária é alto: 77% dos entrevistados afirmaram que estão totalmente motivados em continuar o trabalho que exercem.

A captação de recursos é uma das principais atividades realizadas no serviço voluntário. Cinquenta e cinco por cento dos entrevistados responderam que captam doações em dinheiro, roupas, brinquedos, alimentos e livros, entre outros, para organizações em que desempenham suas atividades.

Perfil do voluntário

Outra constatação da pesquisa foi que a maioria das pessoas que doa parte de seu tempo ao voluntariado trabalha – em período integral (51%) ou em meio período (14%).

A escolaridade dos voluntários foi outro item analisado na pesquisa: 38% dos entrevistados têm o Ensino Médio completo ou Superior incompleto, 20% possuem o Ensino Superior completo, 18% pararam os estudos entre a 4ª e a 7ª série do Ensino Fundamental, 16% têm o Ensino Fundamental completo ou o Ensino Médio incompleto e 10% têm no máximo até a 3ª série do Ensino Fundamental.

As mulheres realizam mais serviços voluntários do que os homens – 53% e 47%,  respectivamente. A classe C é a que mais se dedica ao trabalho voluntário (43%), seguida das classes AB, com 40%, e das classes DE, com 17%.

A primeira fase da pesquisa, realizada em junho de 2011,  consistia em conhecer a participação da população brasileira em ações de voluntariado. Foram ouvidas 2.002 pessoas. Já a segunda etapa do estudo, feita em novembro de 2011, traçou o perfil dos voluntários brasileiros. Nessa etapa, foram entrevistadas 1.550 pessoas maiores de 16 anos que realizam algum tipo de serviço voluntário.

Para acessar o estudo, clique aqui.

A Rede Brasil Voluntário, criada pelos centros de voluntariado de Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, tem como objetivo reconhecer e expandir o voluntariado no Brasil. Ela apoia cerca de 50 centros de voluntários e incentiva a criação de movimentos organizados e novos centros.

 

 

Pesquisa Aponta que 1/4 de Brasileiros doa Dinheiro para Organizações Sociais

14/9/2010 – O World Giving Index, o estudo mais abrangente já realizado sobre doação no mundo, publicado hoje pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e Charities Aid Foundation (CAF), aponta que um quarto dos brasileiros doou dinheiro para as organizações sociais no último mês. (pesquisa disponível apenas em inglês)

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Pesquisa Analisa Sustentabilidade de ONGs Associadas à ABONG

Intitulado Sustentabilidade das ONGs no Brasil: acesso a recursos privados, a pesquisa da Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais (Abong) aponta como as organizações da sociedade civil a ela filiadas estão mantendo a sua sustentabilidade. Apesar de o levantamento qualitativo ter sido feito com 19 ONGs, o estudo indica um cenário em que os recursos da cooperação internacional estão cada vez mais diminuindo. A consequência é a procura por novas fontes financeiras, como os investidores sociais corporativos, familiares e individuais. A íntegra do estudo também está disponível no endereço www.abong.org.br.

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Pesquisa Discute Situação das Fundações Comunitárias e seu Papel no Desenvolvimento Local

Com base em 50 solicitações de apoio financeiro, o Fundo Global para Fundações Comunitárias (GFCF) elaborou um relatório em que retrata a situação das fundações comunitárias no mundo. Denominado Mais do que um Primo Pobre? A Emergência de Fundações Comunitárias como um Paradigma de Desenvolvimento, a diretora-executiva do GFCF, Jenny Hodgson, e o conselheiro do Fundo, Barry Knight, refletem como o investimento social comunitário pode criar um novo paradigma de desenvolvimento local. Eles também refletem sobre a emergência de fundações comunitárias nos últimos 15 anos em países do Sul, como Brasil e África do Sul. A versão em português teve apoio do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom). A íntegra também está disponível no endereço http://globalfundcommunityfoundations.org/html/documents/more_than_poor_Portuguese.pdf.

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PNUD Analisa Desigualdade Social na América Latina

Novas estimativas do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ajustadas às dimensões da América Latina e Caribe, indicam que a desigualdade é ainda maior quando os países são comparados à realidade da região. O Relatório Regional sobre Desenvolvimento Humano para a América Latina e Caribe 2010 – Atuar sobre o futuro: romper com a transmissão intergeracional da desigualdade, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em julho, mostra que como as políticas públicas devem atuar para quebrar o círculo de perpetuação da pobreza que ocorre de geração para geração. A íntegra da pesquisa, com 209 páginas em espanhol, pode ser acessada no site do IDIS. O material também está disponível no site do Pnud, pelo link http://www.idhalc-actuarsobreelfuturo.org/site/informe.php.

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IPEA Divulga 4º Relatório de Acompanhamento dos ODMS

Em março, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) publicou a 4ª edição do Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), em conjunto com a Presidência da República. O documento, de 182 páginas, mostra como o país tem evoluído no cumprimento das metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas. A maior parte dos dados baseia-se levantamentos de 2007 e 2008. É possível constatar, por exemplo, que o Brasil atingiu a metas de combater a doenças como Aids e malária, e está prestes a reduzir a mortalidade infantil em dois terços, além de poder conseguir acabar com a extrema pobreza. A íntegra do estudo também está disponível no site www.ipea.gov.br/sites/000/2/ftp/RelatorioODM-final.pdf.

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Mais de 90% das Organizações Avaliam Projetos, Aponta Levantamento

Pesquisa do Instituto Fonte com a Fundação Itaú Social indica que, nos últimos 5 anos, 91% das organizações brasileiras da sociedade civil que atuam com projetos sociais utilizaram a avaliação como ferramentas de análise de suas iniciativas.

O estudo A Avaliação de Programas e Projetos Sociais de ONGs no Brasil foi realizado pelo Instituto Paulo Montenegro e pelo Ibope Inteligência entre os meses de julho e setembro de 2009 junto a 363 instituições.

O objetivo foi de mapear quanto e como as organizações brasileiras avaliam seus projetos e conhecer motivações, desafios e tendências no setor. A amostra abrange todas as regiões do país e seu perfil foi selecionado com base nos critérios da pesquisa Fundações e Associações Privadas sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil), de 2005, e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do governo federal.

As instituições responderam a um questionário estruturado de autopreenchimento pela Internet, dividido em dois blocos: o primeiro com perguntas gerais e o segundo com questões para as instituições que afirmaram ter feito ao menos avaliação de um projeto – formando uma base de 574 projetos analisados.

A maioria das organizações (53%) do universo pesquisado concentra-se na região Sudeste, possui até 9 colaboradores (63%) e 76% se formaram a partir de 1991. Mais da metade (58%) são apenas executores de projetos.

O estudo mostra que 80% das instituições consideram a avaliação uma ferramenta muito importante e que 96% pretendem utilizá-la para realizar análises futuras de seus projetos. No questionário, a maioria (79%) considerou que um dos atributos da avaliação é ser parte essencial do processo de planejamento estratégico, além de ajudar a melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo projeto (77%).

Contudo, a análise dos dados indica que 33% dos pesquisados ainda usufruem do modelo apenas como uma ferramenta de promoção dos projetos – para promovê-los positivamente ou empregar os resultados para atrair financiadores e recursos.

Porém, o número não é tão distante do total de instituições que a utilizam como ferramenta estratégica: 26% procuram usar os resultados da avaliação como meio para tomar decisões e melhorar a qualidade dos serviços.

A partir de todas as informações, os analistas concluem que mesmo não sendo mais necessário advogar sobre a importância de se avaliar projetos sociais, é significativo observar que sua finalidade vai além. Quando o foco é no processo, a avaliação potencializa o compartilhamento de saberes entre toda a equipe, que, posteriormente, poderá aplicar os aprendizados em potenciais mudanças. É uma mudança de postura.

A íntegra do relatório da pesquisa está disponível nos sites do Instituto Fonte e da Fundação Itaú Social.

Pesquisa Revela Situação da Educação Corporativa no Brasil

Os sistemas de educação corporativa (SEC), em geral, são recentes no Brasil, suas ações interagem com as estratégias de negócio das empresas e seu resultado desvincula-se de avaliações de desempenho e da remuneração do funcionário. Porém, ainda há potencial de crescimento na área para as práticas de educação a distância e necessidade de aumentar a conscientização e participação dos líderes locais. Esses são apenas alguns dos resultados preliminares que aponta a Pesquisa Nacional sobre Práticas e Resultados da Educação Corporativa. O estudo, de 2009, foi coordenado pela professora Marisa Éboli, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Na sondagem, 54 empresas responderam a um questionário estruturado. O objetivo foi de avaliar o panorama geral da educação corporativa no Brasil e identificar as práticas mais recorrentes nas organizações. A maioria das respondentes foram grandes companhias, com mais de hum mil colaboradores (70%) e faturamento acima de R$ 1 bilhão (57%). O estudo aponta que 70% dos SECs estão sob o comando de mulheres e que 40% das corporações investem entre 1% e 3% da folha de pagamento na prática. Os resultados preliminares foram apresentados durante um simpósio internacional sobre o tema, realizado na capital paulista no dia 27 de novembro de 2009. A pesquisa foi apoiada pela Eletrobrás, Grupo Santander Brasil, Itaú-Unibanco, Nestlé e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A íntegra da apresentação pode ser baixada aqui no Portal do Investimento Social.

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Cenário Brasileiro do Marketing Relacionado a Causas – Atitudes e comportamentos das OSCs e Empresas

A pesquisa Cenário Brasileiro do Marketing Relacionado a Causas – Atitudes e Comportamentos das OSCs e Empresas mostra a incidência de ações de Marketing Relacionado a Causas (MRC) no mercado brasileiro, além de apontar o comportamento e as atitudes de instituições com e sem fins lucrativos em relação à temática. O levantamento foi realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e pela Enfoque, empresa de pesquisa em marketing. Os resultados foram apresentados durante o 3º Seminário de Marketing Relacionado a Causas, promovido pelo IDIS no último trimestre de 2007.

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Pesquisa Revela Características da Atuação Social Corporativa Norte-America no Brasil

Levantamento em cinqüenta e nove organizações, entre empresas, fundações e institutos, ajuda a traçar panorama sobre o investimento social corporativo realizado por organizações norte-americanas no Brasil.

Empresas como a Coca-Cola, a IBM, e a Microsoft, ou instituições como o Instituto Avon (apoiado pelo IDIS no seu investimento social corporativo e no monitoramento de ações como a Campanha Um Beijo pela Vida), a Fundação Ford, o Instituto Ronald McDonald e o Instituto Wal-Mart realizaram e apoiaram, juntos, mais de 765 ações sociais 2006.

Dessas, 564 foram programas e projetos de filantropia estratégica divididos nas áreas de educação, saúde, meio ambiente e formação para o trabalho e 201 foram ações de voluntariado promovidas pelas corporações.

Realizado pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) por encomenda do Grupo +Unidos – parceria que reúne a Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Câmara de Comércio Americana (AmCham) e 104 companhias norte-americanas que atuam no país –, o relatório Investimento Social Privado dos EUA no Brasil foi lançado em dezembro de 2008. “Uma pesquisa dessa natureza mostra como a responsabilidade social empresarial e o investimento social privado são valorizados pelas empresas norte-americanas”, afirma Fernando Rossetti, secretário-geral do GIFE. “A estratégia conjunta em um país deve servir como inspiração para as empresas brasileiras que estão se globalizando.”

O primeiro mapeamento das ações sociais realizadas pelo grupo revelou a alocação de cerca de 204 milhões de reais  para fins públicos em todos os estados brasileiros.  A maior concentração, porém, ficou na região Sudeste.

O objetivo da pesquisa é dar subsídios para a análise conjunta de tendências e facilitar o planejamento de ações integradas a partir de 2009. Segundo os representantes do Grupo, a agenda comum deve conter iniciativas e tarefas concretas de curto, médio e longo prazos. “Este estudo permitirá uma reflexão profunda sobre os investimentos, identificando pontos fortes e fracos,  e oportunidades de sinergias entre as ações sociais. Como resultado prático, esperamos aumentar o impacto de cada centavo investido pelas empresas americanas no Brasil”, afirma Rodolfo Fücher, diretor de Investimentos Sociais para a América Latina da Microsoft e membro do Comitê +Unidos.

A diversidade do grupo, que reúne companhias de variados portes e diversas áreas, bem como programas de investimento social corporativo em diferentes estágios, deve permitir trocas de experiências entre os participantes e maior abrangência no enfrentamento dos problemas sociais. Entre as principais tendências de ação social do grupo, estão:

  • Investimentos prioritários na área educacional
  • Projetos para prevenção, tratamento de doenças, ações educacionais de nutrição e de higiene, e de combate ao câncer
  • Projetos de preservação de recursos ambientais, com ênfase em conscientização, reflorestamento e reciclagem
  • Ações de apoio à juventude, com projetos de formação para o trabalho
  • Promoção do acesso a novas tecnologias, em especial às de informação e de comunicações
  • Mobilização de grande contingente de mão-de-obra voluntária
  • Utilização de mecanismos de incentivo/renúncia fiscal por menos da metade das empresas
  • Envio de recursos pelas matrizes norte-americanas a 65% das companhias brasileiras destinados a investimento social
  • Dupla estratégia de investimento por mais de 60% das empresas: aplicação simultânea em projetos próprios e projetos de terceiros
  • Utilização de equipes internas para conceber, monitorar e avaliar ações

As ações serão alinhadas aos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, metas criadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) que prevêem desde o combate a doenças como a AIDS e a malária, até a garantia de sustentabilidade ambiental e o ensino básico universal.

Desenvolvimento por meio da educação

As estratégias de investimento das companhias norte-americanas no Brasil passam, necessariamente, pela educação. Entre as 564 ações realizadas, 44% foram focadas em projetos para a educação que vão desde os cuidados da primeira infância até a educação continuada para adultos. São iniciativas como a capacitação de professores, o financiamento de entidades do setor, a adoção de escolas próximas às unidades de negócio e a promoção da participação comunitária. As ações para a saúde, com 153 iniciativas (27%), as de meio ambiente, com 109 programas (19%), e as de formação para o trabalho, compondo 89 ações (16%), foram os segundo, terceiro e quarto maiores grupos, respectivamente.

O relatório também identificou iniciativas que combinam duas ou mais áreas em sua atuação. São projetos de educação em saúde, iniciativas de aprendizagem voltadas para formar jovens para o mercado de trabalho ou de meio ambiente que também colaboram para a geração de trabalho e renda.

Tradição em voluntariado

A 59 organizações estudadas promoveram mais de 200 ações de voluntariado em 2006. “Essa foi uma das características mais marcantes do grupo revelada pela análise”, afirma Rossetti. Pelo menos 80% das companhias afirmaram ter investido em voluntariado em 2006 e 85% em 2007.  Os esforços mobilizaram cerca de 87 mil pessoas, representando 27% do total dos funcionários do +Unidos.

Os modelos de mobilização de voluntários possuíam algumas estratégias comuns:

  • one-to-one match – significa que, a cada valor em dinheiro arrecadado e doado pelos voluntários, a empresa doa igual quantia, fazendo um match ou par de igualdade
  • dollars for doners – empresas destinam quantias em dinheiro a entidades cujos funcionários realizam trabalhos voluntários por um determinado número de horas
  • maratonas de arrecadação e de prestação de serviços – eventos de voluntariado, realizados em períodos definidos, nos quais os funcionários se mobilizam para a arrecadação de itens ou promovem uma série de atividades em prol da comunidade.

Leia o estudo na íntegra.

 

 

A Aderência o Constructo da Sustentabilidade e a Prática das ONGs

Dissertação apresentada por Rosana Kisil à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas propõe um conjunto de critérios para analisar a sintonia entre o constructo da sustentabilidade e a prática de ONGs. Entende-se por constructo um conjunto de conceitos que, juntos, oferecem uma imagem ou idéia que não pode ser diretamente observada, mas, apenas indiretamente, por meio de seus componentes.

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Diaspora Giving: Imigrantes que Promovem o Desenvolvimento de Seus Países Natais

Estudo realizado pela The Philanthropic Initiative (TPI) e pela Global Equitity Initiative (GEI), da Harvard University, estuda o crescimento de doações de imigrantes para seus países de origem. As transferências, que sempre ocorreram com fins privados (para uso da família ou investimento pessoal), cada vez mais visam a promoção do benefício público.

A pesquisa Diaspora Philanthropy: Influences, Initiatives and Issues aponta a evolução de práticas de filantropia estratégica nesse setor. A ação, chamada de filantropia de diáspora (diaspora giving, em inglês), está se tornando um importante ator no desenvolvimento de comunidades locais. Além de traçar um panorama do cenário global,  o estudo analisa casos nas Filipinas, Vietnã, Quênia e Colômbia.

A transferência de recursos de residentes de um país em direção a suas nações de origem aumentou rapidamente nas últimas duas décadas. O Banco Mundial estima que, em 2006, as remessas dessa natureza tenham atingido os 275 bilhões de dólares (206 bilhões foram direcionados a países em desenvolvimento). A maior parte foi enviada para as famílias ou para investimentos pessoais. Porém, uma porção das transferências foi realizada com fins públicos.

As doações oriundas de comunidades de imigrantes (também chamadas de comunidades de diáspora) tradicionalmente beneficiam programas relacionados à educação e infra-estrutura ou são repostas a calamidades.

Organizações facilitadoras

Várias fundações e instituições (como a American India Foundation, a Give2Asia e a Brazil Foundation) criaram mecanismos dedicados à transmissão de contribuições de comunidades de diáspora para programas e projetos de suas comunidades originais. Esses intermediários criam canais eficientes para as doações, ao mesmo tempo em que servem como fontes de informações confiáveis sobre causas legítimas que precisam de recursos.

Nesse sentido, a parceria entre organizações internacionais e os grupos de promoção da diáspora tem aparecido como uma tendência. Em 2006, o Banco Interamericano de Desenvolvimento criou o Promoting Diaspora and Local Support for Productive Initiatives. O objetivo é dar suporte a projetos de desenvolvimento local, facilitando parcerias entre comunidades de diáspora de países como Argentina,  República Dominicana, El Salvador, Guatemala, México e Nicarágua.

Embora a maioria das pesquisas no setor estude transferências monetárias, o voluntariado e a transferência de conhecimento podem ser tão ou mais importantes em alguns países. Com base nessa constatação, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) desenvolveu o programa Transfer of Knowledge Through Expatriate Nationals (Tokten), que facilita a assistência e a consultoria de curto-prazo de profissionais qualificados a seus países de origem. Até 2007, o programa já tinha mobilizado mais de 5 mil pessoas em 49 países.

 

 

CAF Lança Pesquisa Sobre Como o Diálogo Com os Públicos de Relacionamento da Empresa Influencia o Investimento Social Corporativo

No último 3 de dezembro, a Charities Aid Foundation (CAF) lançou uma pesquisa intitulada “The role of stakeholder engagement in Corporate Community Investment”. O estudo, realizado em parceria com o International Centre for Corporate Responsibility da Escola de Negócios da Universidade de Nottingham, Inglaterra, propõe-se a entender como e por que as empresas decidem dialogar com seus públicos de relacionamento, analisando os efeitos desse diálogo no investimento social corporativo.

De acordo com o levantamento, são muitos os benefícios do contato entre as empresas e seus stakeholders durante o desenvolvimento e implantação do investimento social corporativo. Essa aproximação pode diferenciar a empresa de seus concorrentes; promover soluções mais inovadoras para seus desafios e potencializar o resultado da iniciativa.

O estudo é um desdobramento do trabalho anterior da instituição, An evaluation of Corporate Community Investment in UK: Current developments, future challenges. Lançado em 2006, esse estudo avaliou a evolução do investimento social no Reino Unido e constatou que os melhores resultados vieram das empresas que valorizavam a troca de informações e experiências com seus públicos de relacionamento.

O novo trabalho foi realizado a partir da análise das iniciativas de doze empresas britânicas: BT; Cadbury Trebor Bassett; Anglo American; Sainsbury’s; Rolls-Royce; Lloyd’s; TSB; GlaxoSmithKline; British American Tobacco; British Airways; Marks& Spencer; Boots and Barclays.

Clique aqui para ler a íntegra da pesquisa em inglês.

 

 

Riovoluntário Lança Pesquisa Sobre Perfil do Voluntariado Empresarial

As empresas parecem estar cada vez mais preocupadas com o desenvolvimento de bons programas de voluntariado corporativo, segundo mostra a pesquisa “Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil”, recém-lançada pela organização da sociedade civil Riovoluntário. Das 89 empresas (de todos os portes e setores, que atuam em território nacional, sendo 61% delas na região sudeste) que responderam ao questionário, 45% possuem programas de voluntariado institucionalizado, com planejamento e orçamento anuais.

A seriedade com que o voluntariado empresarial vem sendo encarado pelas empresas reflete-se num maior engajamento dos colaboradores nessas ações. Segundo o estudo, as empresas que apresentam níveis de mobilização de seus funcionários acima dos 10% têm programas institucionalizados. Mas para as empresas, o principal fator responsável por aumentar o grau de participação dos colaboradores no serviço voluntário é a presença do profissional comunicação interna comprometido com o programa (79%).

Outro fator que contribui para o incremento da participação dos colaboradores, na avaliação dos entrevistados é o engajamento da diretoria. Para 84% deles, a existência de uma diretoria participativa está fortemente vinculada ao sucesso de um programa de voluntariado empresarial. No entanto, somente 25% das empresas declararam que seus diretores participavam maciçamente das ações de voluntariado incentivadas pela empresa.

A fim de promover a participação dos colaboradores em ações voluntárias, as empresas: estimulam a atuação em programas sociais da própria empresa (73%); oferecem recursos para os projetos em que os voluntários atuam (63%); apóiam a formação de grupos de voluntários (63%); divulgam oportunidades de serviços voluntários (61%); e premiam e/ou divulgam a atuação de voluntários em eventos e publicações (54%).

44% das empresas respondentes disseram que preferem planejar as ações de voluntariado durante o horário de trabalho, e realizá-las fora desse horário. Apesar desse dado, o estudo revela que 43% das empresas pesquisadas dispensam funcionários durante o expediente para a realização de serviço voluntário. O levantamento ainda indica que 18% das empresas valorizam a experiência em serviço voluntário na hora de contratar novos funcionários.

Independente do grau de institucionalização dos programas, as campanhas de doação são as que mobilizam um maior número de pessoas (71%), bem como as ações pontuais (51%). As ações continuadas, nas quais o voluntário pode desenvolver todas as suas potencialidades e experimentar o trabalho em equipe, com recursos escassos, mobilizam apenas 36% dos colaboradores. Isso, de acordo com a pesquisa, mostra que o voluntariado social não é uma cultura consolidada na sociedade brasileira.

O que mais motiva as empresas a desenvolverem programas de voluntariado é o desejo de atender as necessidades sociais das comunidades que estão em seu entorno (38%) e de fortalecer o relacionamento com essas comunidades (27%). Como era de se esperar, a maioria dos programas incentiva ações de voluntariado voltadas para a área da educação (72%), com público-alvo prioritário em crianças e adolescentes (79%). Mas surpreendentemente, ações voltadas para o meio ambiente têm grande atenção das empresas (54%), aparecendo à frente de áreas como saúde, esporte, lazer, assistência social e cultura. E ações voltadas para idosos aparecem em segundo lugar no ranking dos públicos-alvos prioritários, à frente do atendimento à família e adultos em geral. As atividades administrativas, nas quais o voluntariado empresarial poderia contribuir muito, aparecem como a última opção de ação voluntária a ser incentivada pelas empresas, com apenas 19% das citações.

Embora 28% da amostra não tenham um orçamento anual pré-fixado para ações de voluntariado, 19% das empresas investem mais de R$ 200 mil anuais nessas ações. 49% das empresas analisadas possuem uma equipe com duas ou mais pessoas dedicadas à promoção do voluntariado. 18% das empresas afirmaram contabilizar as horas dedicadas fora do horário de trabalho como investimento social da empresa. Mas apenas 43% delas afirmam possuir indicadores de avaliação do voluntariado.

Além de trazer dados quantitativos, a pesquisa apresenta textos de Joana Garcia, Fernando Rossetti, Paulo Haus Martins e Paulo Itacarambi sobre voluntariado empresarial e 29 casos desenvolvidos no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra da pesquisa.

 

 

2002: Relatório Sobre Doação e Voluntariado no Vale do Silício

Pesquisa da Community Foundation Silicon Valley mostra como a implantação de empresas de alta tecnologia transformou uma região tradicionalmente agrícola dos EUA (Califórnia), gerando aumento da população jovem e da riqueza local, e como essa riqueza passou a ser investida socialmente na própria região, em outras áreas dos EUA, e em outros países, pois muitos dos trabalhadores preferiam doar para suas comunidades natais.

Entre os dados interessantes da pesquisa, destaca-se o fato de que o vale do silício está se tornando uma comunidade que abraça a filantropia. 96% dos residentes dizem se engajar em alguma forma de doação e 81% afirmam participar de atividades voluntárias. 87% dos doadores locais doam para duas ou mais causas ou organizações sem fins lucrativos.

Ao contrário do estereótipo difundido de que trabalhadores da área da alta tecnologia não doam – ao menos no Vale do Silício -, eles doam mais do que os que não trabalham nesse setor (84% versus 78%). Também costumam usar mais a internet para conhecer um grupo ou organização não governamental (39% versus 26%), para fazer doações a uma organização sem fins lucrativos (25% versus 12%) e para saber sobre oportunidades de voluntariado (26% versus 19%). Mais da metade dos moradores da região doa dinheiro para ajudar as vítimas de ataques terroristas.

Clique aqui para obter a íntegra do Relatório.

 

 

Pesquisa Ação Social das Empresas

Realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), em 2006, a segunda edição da Pesquisa Ação Social das Empresas aponta que houve um crescimento significativo na proporção de empresas que realizaram ações sociais entre 2000 e 2004.

De acordo com o estudo, em 2000, 59% das empresas brasileiras (cerca de 465 mil) desenvolviam ações em benefício da comunidade. Quatro anos depois, o índice saltou para 69% (ou cerca 600 mil empresas). A região que teve o maior crescimento de organizações atuantes foi a Sul (21 pontos percentuais), seguida do Nordeste, com 19 pontos. A que menos cresceu foi a Centro-Sul (de 50% para 61%). Saiba Mais.

 

 

“Empresa na Comunidade: o Papel das Corporações no Apoio à Filantropia Comunitária no Brasil”

Elaborado por Helena Monteiro, diretora de capacitação e disseminação de conhecimento do IDIS, em novembro de 2006, o documento mostra como as Organizações de Filantropia e Investimento Social Comunitário (OFISCs) podem facilitar o processo de investimento social das empresas nas comunidades, contribuindo para o engajamento ativo desses atores no desenvolvimento local sustentável. De acordo com o documento, as OFISCs podem facilitar a colaboração entre empresas e organizações da sociedade civil porque conhecem as questões comunitárias, promovem a criação de redes sociais intersetoriais e são um ator independente e autônomo, com poder de accountability. Por outro lado, adotam uma perspectiva ampla e positiva do envolvimento empresarial na comunidade, reconhecendo que as corporações podem contribuir não apenas com dinheiro e outros materiais doados, mas também com suas habilidades, recursos humanos, tecnologia e conhecimento.

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Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade

Realizada entre os dias 14 de setembro e 21 de outubro de 2004, teve o objetivo de identificar para que tipos de ação na comunidade as empresas dirigem seus investimentos, verificar se as ações são avaliadas, de que forma, e dimensionar as perspectivas de ampliação desse tipo de investimento.

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Voluntariado Empresarial Como Ferramenta de Gestão de Pessoas

Elaborada por Alessandra A. Cherubino Luz, Ana Lúcia Caloi Neves, Élica Fernandes, Norival de Oliveira e Tatiana M. Otani, em agosto de 2004, a monografia mostra como o voluntariado empresarial, mesmo não sendo implantado com a finalidade de “gerir pessoas” ou “humanizar relações”, acaba proporcionando mudanças comportamentais positivas naqueles que dele fazem parte.

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Diretrizes Para a Avaliação de Projetos e Programas de Investimento Social Privado

A tese de Eduardo Marino, concluída em 2003, apresenta um estudo da aplicabilidade dos Standards de Avaliação de Programas definidos pelo The Joint Comittee of Standards for Educational Evaluation em programas e projetos de investimento social privado nacionais. O documento apresenta 30 parâmetros, a maioria deles aceita como aplicáveis nos projetos brasileiros.

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