Um levantamento da The Chronicle of Philantropy, publicação voltada para o setor filantrópico, indica uma forte retomada de grandes doações de pessoas físicas nos Estados Unidos em 2013. Tomando como base apenas valores acima de U$ 100 milhões e doações feitas de maneira pública, a pesquisa mostra que o montante chegou a U$ 3,4 bilhões.
Apenas o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua esposa, Priscilla Chan, repassaram quase um terço do valor total. Eles destinaram 18 milhões de ações da empresa de tecnologia, o equivalente a cerca de U$ 990 milhões, para a Silicon Valley Community Foundation. Foi a primeira vez que pessoas com menos de 30 anos lideraram o ranking, segundo olevantamento. No ano passado, o casal já havia ficado em segundo lugar no ranking, doando a mesma quantidade de ações, mas que na época valiam U$ 500 milhões.
Além disso, em 2012, apenas 11 pessoas doaram mais de U$ 100 milhões. No ano passado, foram 16. Isso, segundo a publicação, marcaria uma retomada das grandes doações de pessoas físicas.
No ano retrasado, na verdade, o valor absoluto doado foi maior do que no ano passado: total de U$ 5 bilhões. No entanto, o megainvestidor Warren Buffet ajudou a desequilibrar os números de 2012: sozinho, fez três doações de U$ 1 bilhão para as fundações de seus filhos. Sem a parte de Buffet, os recursos doados por indivíduos (nos parâmetros considerados pela The Chronicle of Philantropy) somaram U$ 2 bilhões. Mesmo com o bom desempenho em 2013, as doações acima de U$ 100 milhões ainda não atingiram as marcas de antes da crise econômica. Em 2007, foi doado um total de U$ 4,1 bilhões.
Ainda assim, a perspectiva é de que o crescimento continue. A editora da The Chronicle of Philantropy, Stacy Palmer, afirmou ao Huffington Post que “as pessoas parecem mais otimistas com a economia, e, certamente, o mercado de ações forte incentivou muitas doações”. Por isso, ela conclui que “parece que teremos um ano melhor”.
Beneficiários
Segundo o estudo, o ensino superior foi quem mais se beneficiou das grandes doações. Das 15 iniciativas que constam da lista, 12 foram para instituições desse setor.
Se Zuckerberg e Priscilla Chan destinaram recursos a uma entidade comunitária, os segundos colocados no ranking investiram forte em pesquisas universitárias. Philip Knight, cofundador da Nike, e sua esposa, Penelope, deram U$ 500 milhões para a Oregon Health and Science University Foundation, voltada a pesquisas sobre câncer.
Já Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova Iorque e fundador de uma empresa de comunicação que leva seu nome, destinou U$ 350 milhões para a Johns Hopkins University, com o objetivo de promover estudos interdisciplinares e dar ajuda financeira para estudantes de graduação.