Diálogos Transformadores: é preciso que a doação vire rotina na vida dos brasileiros.

Algumas das conclusões da primeira edição 2018 do ‘Diálogos Transformadores’ foram publicadas pela Folha de São Paulo, realizadora do evento ao lado da Ashoka. Em torno do tema ‘Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil’, o debate multimídia, ocorrido no dia 27 de março, recebeu como convidados-protagonistas Sérgio Petrilli, fundador do Graac; Roberta Faria, diretora-executiva da Editora Mol; e Paula Fabiani, presidente do IDIS.

 A importância da transparência das instituições; a evolução, desafios e inovação na forma de captação de recursos; e os entraves e as maneiras de fomentar a cultura de doação estão na matéria publicada pela Folha de São Paulo no dia 12 de Abril.

Para ler a matéria completa acesse: https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2018/04/doacao-deve-ser-rotina-dizem-debatedores-no-dialogos-transformadores.shtml

Skoll World Forum: O Poder da Proximidade

Skoll World Forum: para assistir à cerimônia de abertura, basta clicar na imagem!

Aproximar os delegados do fórum, que juntos representam mais de 65 países, dos líderes comunitários, ativistas, empreendedores sociais e inovadores que trabalham com pessoas e comunidades submetidas aos mais variados, profundos e persistentes problemas ao redor do mundo… Esse foi o objetivo do Skoll World Forum 2018, realizado em Oxford, Inglaterra, de 9 a 13 de abril.  Com o tema ´O Poder da Proximidade´, uma série de eventos interativos permitiu aos participantes compartilhar, colaborar, inovar e promover o empreendedorismo social e, assim, avançar no caminho de  uma mudança social em larga escala.

Em paz com as diferenças – Na abertura do evento, Bryan Stevenson, da Equal Justice Iniciative, falou sobre o poder de estar próximo dos excluídos para transformar o mundo. Em seu discurso,  o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, apontou a discriminação contra mulheres e meninas como um desafio global mais premente do que as disparidades de renda entre ricos e pobres. Premiado com o  ‘Skoll Global Treasure Award’, Jimmy Carter também destacou, em seu discurso,  a importância de viver em paz com as diferenças.

A presidente do IDIS, que esteve em Oxford para acompanhar toda a semana do evento, destaca a importância do Skoll World Forum para apresentar novas tecnologias, tendências e abordagens e, sendo a única brasileira capacitada pela New Economics Foundation (NEF) a aplicar o SROI (Social Return on Impact) no Brasil, Paula Fabiani chama a atenção para a importância de um dos vários temas debatidos: a Avaliação de Impacto Social. Os participantes do painel  Impact Measurement: Collaborating for Human Rights falaram sobre como implantar uma avaliação de impacto em projetos que envolvem diversos atores e de que maneira conseguimos mensurar essa real transformação. Ao avaliar ações coletivas, como desenvolver uma compreensão profunda sobre soluções significativas e de longo prazo e, assim, começar a entender como medir a mudança real e não apenas o impacto incremental. “ A discussão da mesa trouxe o desafio de medir resultados na defesa de direitos humanos, ressaltando a importância de buscar essa medição apesar das dificuldades”, concluiu Paula.

Para assistir aos painéis de debate e obter informações sobre os temas tratados, acesse o site Skoll World Forum

 

 

IDIS divulga relatório mostrando poder transformador da classe média na doação

Se a classe média brasileira dedicasse apenas 0,5% de seus gastos para filantropia isso geraria aproximadamente R$ 20 bilhões ao ano para boas causas, levando em conta o atual cenário econômico, de acordo com o relatório ‘Perspectivas para a Filantropia Global: O Poder Transformador da Doação da Classe Média’. Esse dado mostra que a classe média, sozinha, tem potencial para doar uma vez e meia o volume doado por todos os brasileiros em 2015, que foi de R$ 13,7 bilhões, segundo a pesquisa Doação Brasil, feita pelo IDIS.

O relatório foi produzido pela Charities Aid Foundation (CAF) e divulgado no Brasil pelo IDIS. Os números foram apresentados pela Diretora de Comunicação e Relações Institucionais do Instituo, Andréa Wolffenbüttel, durante o X Congresso GIFE.

Os cálculos apontam que, em termos globais, a classe média deve crescer tanto que, em 2030, seria capaz de destinar US$ 319 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) para ajudar os mais necessitados doando, anualmente, apenas 0,5% de seus gastos. Essa quantia representa, por exemplo, mais do que o dobro do recorde de US$ 147 bilhões dado pelos 35 países membros da OCDE para o desenvolvimento das regiões mais pobres. Esse valor também é maior do que o PIB de países como África do Sul, Dinamarca e Singapura.

“Nós temos o hábito, muitas vezes, quando queremos implementar uma cultura de doação, olhar para a parte mais alta da pirâmide social, para aqueles que têm muitos recursos ou as grandes empresas. Porém, o estudo que divulgamos mostra que nos países onde há uma cultura de doação muito forte, essa cultura está na classe média, ao contrário do que nós pensamos. Ou seja, não é tão fácil estabelecer uma cultura de doação que vem de cima para baixo – nós temos que trabalhar muito para fomentar a doação na classe média”, explica Wolffenbüttel

O relatório completo, em PDF, pode ser baixado gratuitamente – basta clicar AQUI!

Na mesma sessão de lançamento do estudo, foi apresentado também o primeiro fundo brasileiro dedicado a fomentar iniciativas para o estímulo da Cultura de Doação, o Fundo Bis, incubado pelo Gife. Os primeiros quatro projetos beneficiados pelo Fundo Bis foram expostos, cada um por seu representante. Juana Kweitel, do Conectas, explicou a pesquisa que está desenvolvendo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, para identificar as barreiras que dificultam a doação da classe média alta para a causa do Direitos Humanos. João Paulo Vergueiro, da Associação Brasileira de Captadores de Recurso ABCR, expôs sua ação de advocacy pela criação do Marco Bancário da Doação. Nina Valentini, do Movimento Arredondar, contou que está levando a possibilidade da microdoação para o e-commerce. E Rodrigo Bueno encerrou explicando a plataforma Viralize, criada para dar mais visibilidade aos vídeos de captação de recursos para causas sociais.

 

X CONGRESSO GIFE: IDIS participa de debate sobre tendências para o investimento social privado em âmbito nacional e global.

Diante de um futuro que traz como desafio para o Terceiro Setor a busca constante por novas formas de atuação e articulação, a necessidade de apropriação de ferramentas e tecnologias de última geração, além de estratégias que garantam um diálogo eficaz com um mundo já sobrecarregado de novos e velhos problemas socioambientais, o X Congresso GIFE, realizado em São Paulo nos dias 4, 5 e 6 de Abril,  colocou em debate as tendências para o investimento social privado em âmbito nacional e global.

Foram convidados para o painel ‘Tendências e Desafios para o Fortalecimento do Campo: por um Investimento Social mais Forte, Diverso e Efetivo’ a presidente do IDIS, Paula Fabiani; Benjamin Bellegy, diretor executivo do Wings; Regina Esteves, Superintendente da Comunitas; e Graciela Hopstein, coordenadora executiva da Rede de Fundos. Para mediar a conversa, Erika Saez, gerente de Programas do Gife.

O fortalecimento da cultura de doação e organizações da sociedade civil de base deram início à fala da presidente do IDIS sobre a importância do engajamento das famílias de alto poder aquisitivo e a necessidade de se tomar risco no Investimento Social Privado para garantir algumas agendas.  Paula Fabiani defendeu, ainda, que as grandes empresas sejam também doadoras e que incentivos estejam previstos para pessoas que fazem doações individuais.  Sobre os desafios que o Terceiro Setor tem pela frente, Paula Fabiani aponta a necessidade de abrir mão de nossas diferenças para unir esforços em torno de pautas comuns a todos: “O investidor social tem, às vezes, dificuldade em abrir mão de suas pautas e investir, de verdade, recursos em pautas comuns. O Brasil precisa disso mais do que nunca! É assim que vamos conseguir o impacto coletivo”.

Para Regina Esteves o momento é de grandes mudanças na relação público-privado: “A governança é compartilhada e a cocriação é base para o engajamento.” A representante da Comunitas ressaltou, ainda, que agora é a hora do Terceiro Setor abandonar o modelo tradicional que sempre adotou e, pensando em maior impacto, buscar um eixo para construir políticas de médio e longo prazo: “Visão de longo prazo significa a construção de políticas públicas onde o cidadão exerça um papel participativo, pois governos passam, mas a sociedade permanece.”.

Fortalecimento da Cultura de Doação e engajamento levaram às considerações de Benjamin Bellegy sobre o desenvolvimento da Filantropia como parte da Democracia e, também, sobre a urgência de se discutir mais esse tema no Brasil: “O processo filantrópico é uma causa…gera confiança na sociedade e, por isso, cada fundação, ou cada doador, precisa pensar de que maneira vai conseguir recursos para desenvolver seus projetos.”

Considerando o momento delicado em que se encontra não apenas o nosso país, mas o mundo, a representante da Rede Fundos lembrou que é fundamental mostrar que as organizações do Terceiro Setor são confiáveis: “Precisamos nos comunicar melhor e explicar a importância de doar. Somos todos atores dessa transformação.” Graciela Hopstein ainda chamou a atenção para a maneira como o tema é tratado: “Parece que filantropia é assistencialismo…Quando pensamos em Democracia, pensamos em acesso aos Direitos. Precisamos de mais recursos privados para fortalecer organizações públicas”

Brasil, Democracia e Desenvolvimento Sustentável:  O X Congresso Gife reuniu lideranças para analisar o momento que atravessamos e pensar o futuro do Terceiro Setor. Na plenária de abertura, a presidente dos conselhos  da Fundação Tide Setúbal e do Gife, Neca Setúbal, convocou a plateia: “Precisamos ter coragem de arriscar!”.

O economista e escritor Eduardo Gianetti da Fonseca abriu sua apresentação falando sobre o momento histórico que vive o País e os desafios aos quais os brasileiros são submetidos década após década,  desde a Redemocratização, passando pelos vários ciclos de planos econômicos para tentar estabilizar a moeda, até os dias de hoje, “Se temos 33% de carga tributária, mais 7% de déficit, 40% de tudo que o Brasil produz passa pelas mãos do setor público. Eu só me pergunto: CADÊ (esse dinheiro)??”. Gianetti lembrou que a “deformação patrimonialista” do Estado brasileiro está estabelecida desde a chegada dos portugueses e criticou o modelo de inversão que vivemos desde então: “O Estado continua a crer que a sociedade existe para servi-lo e não o contrário”.

Fundo Marielle – Durante o X Congresso Gife, a Fundação Ford, a Open Society Foundations, o Instituto Ibirapitanga e a Fundação Kellog lançaram uma iniciativa para promover a participação de mulheres negras no cenário político nacional. O Fundo Marielle (em homenagem à vereadora, socióloga, feminista e militante dos Direitos Humanos Marielle Franco, assassinada  no último dia 14 de março, no Rio de Janeiro) contará com a porte inicial de US$ 10 milhões ao Fundo Baobá.

 

 

 

 

 

IDIS, Civi-co e Humanitas360 juntos em debate e engajamento pelo advocacy dos Fundos Patrimoniais

“Fundo Patrimonial: fundo composto por doações com a condição de seu principal (valor doado) ser mantido intacto e investido para criar uma fonte de recursos para uma organização

Fonte: http://nonprofit.about.com

A importância dos Fundos Patrimoniais para o desenvolvimento da filantropia e do investimento social reuniu no dia 03 de Abril,  em São Paulo, nomes do setor reconhecidos pela defesa e intenso trabalho de advocacy para a criação de uma lei que regulamente a questão.

O Civi-co, primeiro coworking do país focado exclusivamente em negócios de impacto social, recebeu em seu espaço dezenas de representantes de organizações da sociedade civil e advogados atraídos pela possibilidade de conhecimento e troca de experiências através do debate entre Patrícia Villela Marino, cofundadora do Civi-co e presidente do Instituto Humanitas360 (ONG criada para promover mudanças na América Latina); Rodrigo Mendes, fundador e diretor executivo do Instituto Rodrigo Mendes (organização sem fins lucrativos com a missão de ajudar pessoas com deficiência a terem educação de qualidade na própria rede de ensino do País); o filantropo Léo Figueiredo (investidor do fundo patrimonial do Instituto Rodrigo Mendes); Priscila Pasqualin, sócia da PLKC Advogados (responsável pela área de Filantropia, Terceiro Setor e Investimento Social Privado)  e presidente do Conselho Fiscal do IDIS; e a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, que lidera o Grupo de Trabalho sobre Fundos Patrimoniais, iniciativa de advocacy que trabalha em rede com organizações da sociedade civil, advogados, empresas e filantropos para promover o desenvolvimento dos fundos patrimoniais no Brasil.

Na abertura do evento, Patrícia Villela Marino reforçou a necessidade do engajamento para fortalecer o Terceiro Setor no país e convocou a todos da plateia para assumir seu papel nessa jornada.

Ressaltando a importância do tema, Paula Fabiani falou sobre os Fundos Patrimoniais no Brasil e no Exterior. Ao apresentar o trabalho iniciado pelo IDIS há sete anos, Paula Fabiani levou para o público alguns pontos, como as motivações (perpetuar uma causa, garantir independência e estabilidade operacional no longo prazo, promover a profissionalização da governança e da operação, entre outros); os desafios (crise de confiança nas Instituições; incipiência de serviços especializados; inexistência de incentivos fiscais à instituição e aos doadores para doações a Fundos Patrimoniais); e os benefícios,  fatores de sucesso e aspectos fundamentais para a Regulação dos Fundos Patrimoniais.

Na sequência, Priscila Pasqualin tratou dos aspectos jurídicos e apresentou dez Projetos de Lei que mencionam Endowment e estão em tramitação no Congresso Nacional. Foram tratados, ainda, os focos prioritários para esse tipo de advocacy (amplitude de causas, regulação simples da governança, incentivos fiscais de IRPF e IRPJ). Priscila Pasqualin deu ênfase ao Projeto de Lei 8.694/2017 que tramita na Câmara dos Deputados (antes PL 16.2015, proposto pela senadora Ana Amélia e aprovado no Senado Federal com substitutivo do senador Armando Monteiro). O PL 8.694/2017 estabelece a aplicação da lei para universidades públicas, instituições culturais, associações e fundações; além de incentivo fiscal para pessoas físicas e jurídicas sem ampliar a renúncia fiscal; e também a determinação de que os fundos patrimoniais sejam criados em fundações privadas.

 Garantia para o futuro – Rodrigo Mendes, ao lado de Léo Figueiredo, relatou a experiência vivida em 2008, quando sentiu os efeitos da crise econômica mundial ao ter quase 60% dos investimentos no Instituto cortados – momento em que começou a pensar na estruturação  de um Fundo para garantir o futuro da organização. Ao explicar a importância da gestão do fundo patrimonial para garantir resultados, Léo Figueiredo defendeu a necessidade do setor social demonstrar resultados.

Um diálogo para transformar a Cultura de Doação

Com o auditório da Pinacoteca do Estado de São Paulo lotado e sob a liderança dinâmica de Eliane Trindade, editora do caderno Empreendedor Social da Folha de São Paulo, aconteceu na última quarta-feira, dia 27 de março, a oitava edição da série Diálogos Transformadores, que abordou a Cultura de Doação.

O evento reuniu diversos protagonistas do campo da doação, desde um filantropo que faz grandes investimentos sociais até um doador individual, que contribui com uma pequena quantia mensal, passando por ONGs que captam recursos, negócios sociais que viabilizam a doação e organizações de fomento ao investimento social, como o IDIS e o Arredondar. Para assistir ao video na íntegra, clique em  TV FOLHA.

Durante mais de duas horas, esse grupo debateu com a plateia a importância do desenvolvimento de uma cultura de doação mais forte no Brasil, que seja um valor presente em toda a sociedade. O filantropo José Luiz Setúbal, cuja fundação foi um dos patrocinadores do encontro, incitou várias vezes os presentes a se envolverem com alguma causa que os sensibilize e a trabalhar por ela.

Outro patrocinador esteve presente apenas em vídeo. O fundador da Cyrela, Elie Horn, que apoiou essa edição do Diálogos por meio do Instituto Cyrela, reafirmou sua profunda convicção de que só o bem faz sentido: “Todos devem procurar fazer o bem porque é o único caminho que faz sentido e traz uma recompensa imediata”, afirma.

Paula Fabiani, presidente do IDIS, que também apoiou o evento, aproveitou a ocasião para falar sobre a relevância da regulamentação dos fundos patrimoniais/endowments, no Brasil, como meio de garantir a sustentabilidade das organizações sociais no longo prazo e também de dar mais segurança aos doadores.

Roberta Faria, diretora da Editora Mol, também patrocinadora, apresentou seu interessante caso de viabilização da doação por meio da venda de produtos sociais. O exemplo mostrado foi o de uma revista que é vendida em uma rede de drogarias e cuja receita é doada a diversas organizações sociais, entre elas o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRRAC). Sergio Petrilli, fundador do GRAAC contou um pouco da sua longa e árdua trajetória, toda construída com as doações que recebe. E um de seus grandes doadores, o Instituto Ronald McDonald, estava presente por meio do superintendente, Francisco Neves, que fez questão de externar seu otimismo e amor pela vida como uma das forças que o levam a trabalhar sempre mais para conseguir recursos para a causa da saúde infantil.

O Diálogos ainda contou com a participação de Nina Valentini diretora do Arredondar, que já conseguiu doar mais de R$ 2 milhões para organizações sociais  a partir de micro doações que os consumidores fazem ao aceitar arredondar o valor das compras. A última a subir ao palco foi Luciana Quintão, fundadora do Banco de Alimentos, ONG responsável pelo programa Prato Cheio, que recebe  alimentos que seriam rejeitados pelo comércio e os leva até instituições sociais.

A energia, a empatia e a confiança no futuro das pessoas que compareceram ao Diálogos Transformadores – Cultura de Doação criaram um ambiente de integração entre o palco e a plateia. O público permaneceu até o final, mandando perguntas, aplaudindo e se dispondo a contribuir para escrever um novo capítulo na história da doação no Brasil.

 

 

Tecnologias Sociais no Amazonas: resultados superam índice da OMS e fortalecem compromisso do IDIS e parceiros pelo desenvolvimento social

Aplicado a partir de março de 2017, o projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) alcançou, em menos de um ano, números que mostram que estamos no caminho certo para alcançar o objetivo proposto: melhorar as condições de vida das comunidades da região amazônica. O projeto, desenvolvido pelo IDIS, foi implementado em parceria com a Universidade Estadual do Amazonas, Secretaria de Saúde do Amazonas e os governos locais, e financiado pela Fundação Banco do Brasil.

Entre dados tão animadores, o mais surpreendente é a taxa de prevalência de anemia por carência de ferro nas crianças dos municípios de Borba, Nova Olinda do Norte e Itacoatiara: de 36% para 2,8% – abaixo do índice de 5% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nomeada Hb, a tecnologia permite o diagnóstico rápido por meio de um aparelho, tratamento e controle da anemia ferropriva. Essa é uma das 3 tecnologias aplicadas na região e que integram o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. As outras são o Banheiro Ecológico Ribeirinho e a Desinfecção Solar de Água – todas de baixo custo. Clique aqui para acessar o Infográfico TSA!

Hb: Combate à anemia ferropriva – A tecnologia social Hb é um aparelho portátil, preciso e de baixo-custo para diagnosticar a anemia ferropriva em estudantes da rede pública. Além de diagnosticar a deficiência nutricional, um software determina a prescrição recomendada para o tratamento por meio de suplementação de sulfato ferroso e vermífugos.  Na implementação do projeto, somente no município de Borba, 60% das crianças foram diagnosticadas com anemia, confirmando as hipóteses sobre problemas de saúde relacionadas à falta de água tratada e saneamento básico na região. A anemia ferropriva é um dos tipos mais comuns de deficiência nutricional no mundo. Segundo a OMS, afeta 25% da população global – e no Brasil, a  incidência é de aproximadamente 35%.

SODIS: Purificação Solar da Água – Com exposição à radiação UV-A solar e temperatura alta para neutralizar elementos patogênicos, a tecnologia SODIS (sigla em inglês para Purificação Solar da Água) melhora a qualidade microbiológica da água potável. Sendo o consumo de água imprópria uma das principais causas de diarreia e doenças correlatas na região do Amazonas, a aplicação dessa tecnologia é uma forma eficaz, barata e rápida para reduzir os casos de enfermidades de veiculação hídrica. A OMS, a UNICEF e a Cruz-Vermelha recomendam a tecnologia SODIS como método para tratar água potável nos países em desenvolvimento. No Brasil, a solução foi implementada pela primeira vez  através do projeto Tecnologias Sociais no Amazonas.

Banheiro Ecológico Ribeirinho – Solução de saneamento descentralizado, o banheiro ecológico consiste em um pequeno cômodo de madeira, equipado com um vaso sanitário e uma estrutura impermeável (barril de plástico) para a coleta de dejetos. Nas regiões ribeirinhas, onde as comunidades vivem em casas suspensas, o uso de fossas sépticas é impossibilitado devido aos períodos de alagamentos e enchentes. Por isso, o banheiro ecológico  fica instalado acima do nível do solo, evitando, assim, a contaminação de cursos de água superficiais e subterraneos.

Projeto TSA é apresentado em Paris. Clique na imagem para assistir ao video.

Exatamente esses resultados do projeto Tecnologias Sociais no Amazonas foram apresentados em Paris no dia 23 de março, durante o  netFWD Annual Meeting, promovido pela OECD (a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A Gerente de Projetos do IDIS, Andrea Hanai, explicou a parceria e implementação das tecnologias, contextualizando a situação da região amazônica, onde a dispersão da população torna muito difícil a construção de sistemas de tratamento centralizado de esgoto; a água contaminada é a realidade da maioria das comunidades ribeirinhas; e a anemia é constante no quadro de saúde de crianças e gestantes.

“O sentimento de satisfação de quem doa é real”

Em declaração à Folha de S. Paulo,  artista que espalhou grafites de estímulo à doação reforça pesquisa do IDIS sobre os motivos do brasileiro para doar.

Foto: Folha de São Paulo

Capturar a atenção das pessoas em meio ao caos das ruas paulistanas é um desafio alcançado por poucos. O artista visual Pedro Frazão conseguiu! Através da simples frase “Quem doa vive mais”, grafitada em 40 espaços públicos da capital paulista, ele,  doador há cinco anos  e, agora, na fila de espera para se tornar um receptor, expôs sentimentos  e urgências  que o acompanham desde menino.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Pedro Frazão chamou a atenção para a importância de estimular a cultura de doação e a necessidade de incluir o tema na agenda política do País. E, principalmente, as declarações do artista visual materializam os números da pesquisa Country Giving Brazil, produzida pela Charities Aid Foundation e divulgada pelo IDIS em 2017. O estudo demonstra que o brasileiro é generoso, gosta de doar e faz isso para se sentir bem!

Para ler a reportagem da Folha de S. Paulo acesse Folha de S. Paulo – Empreendedor Social

E você pode conhecer todos os números da pesquisa Country Giving Brazil fazendo o dowload gratuito clique Aqui!

Em evento promovido pela Folha de S. Paulo e Fundação Schwab,  presidente do IDIS defende regulamentação de Fundos Patrimoniais para atrair doações

 

“O fato de não termos uma legislação é uma falta de incentivo”, Paula Fabiani – evento na FSP

O que é preciso para acelerar o investimento social privado no Brasil? Às vésperas do Fórum Econômico Mundial 2018 na América Latina, a questão esteve no centro do debate levantado pelo evento ‘Inovação Social – Desafios e Novos Modelos’, realizado pela Folha de S. Paulo e a Fundação Schwab  no dia 12 de março, em S. Paulo, e voltado para empreendedores sociais.

A mesa-redonda em torno do tema ‘Como a Legislação de Isenção de Impostos pode Acelerar o crescimento de ONGs e Negócios de Impacto no Brasil’, teve como moderadora Maria Cristina Frias, colunista da Folha, e reuniu o secretário da Fazenda do estado de São Paulo, Helcio Tokeshi; Patrícia Villela Marino, presidente da Humanitas360; Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS; Paula Storto, sócia da SBSA Advogados; e Priscila Pasqualin, sócia da PLKC Advogados e presidente do Conselho Fiscal do IDIS.

Dois pontos foram destaque: Fundos Patrimoniais e Nota Fiscal Paulista. A equipe do IDIS, através de um forte e contínuo trabalho de Advocacy pela regulamentação dos Fundos Patrimoniais,  acompanha os seis projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. Paula Fabiani lembrou que trata-se de um tipo de fundo destinado a sustentar parte ou o todo do orçamento de uma organização social, ambiental, cultural ou educativa, assim como custear projetos inovadores e estratégicos que dificilmente atrairiam recursos em sua fase inicial. E a advogada Priscila Pasqualin citou a importância da Legislação para fortalecer o Terceiro Setor, além de mencionar o programa Nota Fiscal Paulista como um bom exemplo para incentivar doações e garantir repasse de recursos.

O evento contou ainda com um workshop conduzido por Rodrigo Baggio, empreendedor social da Rede Schwab, que tratou do tema ‘Prós e Contras dos Modelos de Negócios Sociais Híbridos’.

Você pode saber mais sobre a troca de experiências entre os participantes e as conclusões do encontro em Fundos patrimoniais são saída para financiar ONGs – Folha de S. Paulo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

IDIS, CAF América e Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo lançam parceria educacional para fortalecer organizações da sociedade civil

Ensinar organizações a construir planos de ação transformadores, além de fortalecer suas estratégias para captar fundos e, assim, alcançar e manter a sustentabilidade financeira… Esses foram os objetivos previstos pela CAF América, o IDIS e o Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo para a criação do Programa de Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil.

 

Acreditamos que é necessário um esforço conjunto para suprir a carência de conhecimento a respeito de métodos e ferramentas disponíveis.  Sendo assim, nosso projeto prevê capacitações presenciais e online sobre Planejamento EstratégicoCaptação de Recursos (tanto no Brasil quanto nos EUA para o Brasil) e Estabelecimento de Parcerias. Para isso, foi desenvolvido um programa que permitirá, através de módulos de treinamento, capacitar os representantes das organizações selecionadas.

O programa de Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil é totalmente gratuito e  voltado para organizações da sociedade civil com sede e atuação na região metropolitana de São Paulo.

Para mais informações e inscrições, acesse o Site do Edital

Dia Internacional da Mulher: a força do investimento social no enfrentamento das desigualdades

O Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, constatou aumento das disparidades entre homens e mulheres em todo o planeta. No Brasil, em apenas um ano caímos onze posições, ficando em 90º lugar, entre 144 nações.  Para ter acesso ao relatório completo (em inglês) clique Aqui!

A notícia é triste, mas só reafirma a importância de continuarmos trabalhando pela igualdade de direitos entre os gêneros. Sabemos que não estamos sozinhos… Temos parceiros protagonistas nessa causa. É o caso do Instituto Avon, um exemplo consolidado de luta pelos direitos das mulheres. Há cinco anos, o Instituto organiza o Fórum Fale Sem Medo para marcar da data e inspirar o movimento. Desta vez, o foco é como as plataformas digitais têm dado voz às mulheres vítimas de violência.

O canadense Adam Kahane, referência internacional na construção e implementação de soluções para desafios complexos, e Nadine Gasman, da ONU Mulheres,  debatem o tema ao lado de brasileiras que defendem a causa.

A equipe do IDIS acredita na força desse tipo de diálogo e na importância do investimento social para construir a paridade econômica, a representatividade política, acesso a bons serviços de saúde e educação, fim da violência… E por meio da nossa diretora-presidente, Paula Fabiani, encaminhamos nossa mensagem às mulheres:

Para abrir o video clique Aqui!

 

 

Diálogos Transformadores: Folha de São Paulo, IDIS e Editora Mol vão debater “Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil”

“Diálogos Transformadores” é um evento multimídia, que mistura debate e entrevista. Criado por um dos mais influentes jornais do País, a Folha de São Paulo, propõe-se a  apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Em sua primeira edição deste ano, a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, estará no palco para debater o tema “Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil”. Ao lado dela, Roberta Faria, diretora-executiva da Editora Mol, pioneira em modelo de negócio social que já transferiu R$ 22 milhões em doações para ONGs; e Sérgio Petrilli, fundador do Graac, o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, considerada a maior captadora de pessoa física no Brasil.

Durante duas horas, o trio vai interagir com José Luiz Setúbal, ex-provedor da Santa Casa de Misericórdia e presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, organização focada em Saúde Infantil; Nina Valentini, cofundadora do Arredondar, responsável por viabilizar microdoações no varejo; e Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald.

Com o objetivo de estimular a cultura de doação, discutir estratégias que funcionam e aquelas que foram testadas e não obtiveram os resultados esperados, a sétima edição de “Diálogos Transformadores” vai contar com uma plateia de 150 convidados, entre especialistas, empreendedores sociais, representantes de ong´s e filantropos,  e será transmitido pela TV Folha. Além do debate, casos inspiradores de pequenos e grandes doadores e filantropos serão apresentados. E, também, exemplos de como o dinheiro de doações pode ser bem empregado e como o público  pode doar e se engajar em campanhas.

Marque na sua agenda!

Quando: 27 de março de 2018

Horário: das 16h às 18h

Onde: Teatro da Pinacoteca do Estado (http://pinacoteca.org.br/)

Conheça um pouco mais dos debatedores e entrevistados:

Paula Fabiani (IDIS) – Diretora-presidente do IDIS, especialista em Investimento Social Privado, Fundos Patrimoniais e Avaliação de Impacto, vai traçar um perfil da cultura de doação no Brasil e suas perspectivas, a partir de pesquisas do IDIS e de experiências de advocacy e projetos sociais.

Roberta Faria (Mol): Diretora-executiva da editora, vai explicar a tecnologia social ganha-ganha, desenvolvida ao longo dos últimos dez anos para estimular a cultura de doação no dia a dia das empresas e cidadãos e criar formas de contribuição recorrente por meio da venda de produtos sociais.

Sério Petrilli (GRAACC) – Fundador e superintendente médico do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, ONG considerada a maior captadora junto a pessoas físicas no Brasil. Vai falar do custo-benefício de ter sócios-mantenedores e explicar o que funciona e o que não funciona quando a questão é sensibilizar: mala direta com boleto, jantares e eventos, venda de produtos sociais, doação de imposto, telemarketing, sorteios.

Nina Valentini (Arredondar) – Vencedora do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2016, é cofundadora do Movimento Arredondar, que capta doações individuais em parceiros do grande varejo e distribui em uma rede de organizações sociais previamente selecionadas. As microdoações ocorrem no arredondamento do troco, em um sistema integrado à contabilidade do lojista.

José Luiz Setúbal (Fundação José Luiz Egydio Setúbal) – Médico, filantropo e criador e presidente da Fundação que promove a saúde infantil por meio de assistência (Sabará Hospital Infantil) e também realiza atividades de Ensino, desenvolve pesquisa e projetos sociais na área de saúde da criança e do adolescente por meio do Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil), com o objetivo de estimular a sociedade a cuidar das crianças do Brasil.

Francisco Neves (Instituto Ronald McDonald´s) –  fundador da primeira Casa Ronald no Brasil e superintendente do Instituto, ele e a mulher, Sônia, perderam um filho para a leucemia no começo dos anos 1990. Para se curar do luto, viraram voluntários do Inca e, mais tarde, foram atrás do McDonald’s para fazer uma Casa Ronald no Brasil (hoje já existem seis).  Grande arrecadador de doações, o instituto ligado à rede McDonald’s  é considerado um modelo de captação e resultados e já destinou, em 18 anos, mais de R$ 330 milhões para a causa.

 

 

Presidente do Conselho Fiscal do IDIS propõe reflexão entre Governo e iniciativa privada diante do impacto que as mudanças na doação da Nota Fiscal Paulista podem trazer

“Será que não está na hora de os governantes e parlamentares darem um voto de confiança à iniciativa privada para que ela desenvolva o campo tão necessitado quanto o das causas sociais em nosso país? Será que estamos maduros para assumir essa responsabilidade?” (Priscila Pasqualin)

 Em um artigo publicado no Portal Estadão, a advogada Priscila Pasqualin, presidente do Conselho Fiscal do IDIS e sócia da PLKC Advogados, lista os benefícios do programa Nota Fiscal Paulista e alerta para a queda que deve ocorrer nos valores destinados a organizações sociais cadastradas.

A importância do debate vem após a constatação de que o programa trouxe inovação, ganhos e mudança de comportamento. O Governo inovou ao criar uma fonte de recursos para instituições; e ganhou em arrecadação do ICMS e no fortalecimento de organizações da sociedade civil que cumprem parte das funções do Estado ao levar serviços à população. Além disso, nesses anos é possível perceber um nova postura do consumidor, que passou a exigir o cumprimento da lei ao não aceitar desconto para comprar sem nota.

Há dez anos o programa Nota Fiscal Paulista foi criado para fiscalizar o pagamento de impostos e garantir o aumento na arrecadação. O contribuinte recebe até 20% do ICMS recolhido pelo estabelecimento. Mas ele também tem a opção de omitir o CPF e depositar o cupom fiscal na urna colocada ao lado do caixa – os créditos que ele receberia de volta são direcionados para organizações sociais.

A mudança começou em Janeiro e em Outubro poderá ser adotada em caráter definitivo. As doações serão feitas somente por aplicativo. Um estudo do Movimento de Apoio à Cidadania Fiscal aponta que de 2008 a 2016, o Programa distribuiu R$ 16 bilhões a pessoas físicas e organizações da sociedade civil – 84% das doações são procedentes de estabelecimentos parceiros que colocam nas urnas notas fiscais sem CPF.

Para entender mais sobre a questão, basta clicar no artigo Os Benefícios da Nota Fiscal Paulista – Blog Fausto Macedo – Portal Estadão

 

 

 

Dia de Doar 2017: Resultados comprovam a importância de ações de mobilização para fortalecer a Cultura de Doação

A plataforma Captamos divulgou os resultados da campanha Dia de Doar 2017. Em números, foram mais de 16 milhões de pessoas impactadas somente nas mídias sociais – isso representa 7 milhões a mais do que em 2016. Em doações, foram R$ 678 mil.

O Dia de Doar é organizado pelo Movimento por uma Cultura de Doação e mobiliza mais de 35 países na arrecadação de fundos e recursos para causas sociais.  A campanha cresce significativamente ano a ano e, cada vez mais,  milhares de entidades se preparam para receber essas doações.

O IDIS parabeniza todos aqueles que fizeram parte da campanha: quem doou, quem recebeu e quem promoveu! Acreditamos no impacto de ações de indivíduos e organizações para o fortalecimento da Cultura de Doação. E que o Dia de Doar 2018, marcado para 27 de Novembro, seja um sucesso ainda maior!

O Dia de Doar em Números pode ser acessado (em português e inglês) em … https://drive.google.com/open?id=0B283AkJE9kOkeVpJbEN3N09LcmZEMmZCVW92UE4wcXdWZFhz

 

 

Artigo publicado na Alliance Magazine repercute dados da pesquisa Country Giving Report, divulgada pelo IDIS

Mais dinheiro, mais transparência, incentivos fiscais… Há uma receita  para aumentar as doações no Brasil?  O editor da Alliance Magazine, Andrew Milner, levanta a questão e traz  uma análise sobre os dados divulgados na pesquisa Country Giving Brazil 2017 , elaborada pela Charities Aid Foundation e divulgada pelo IDIS.

O artigo publicado na edição digital da Alliance Magazine, e acessível para assinantes, pode ser lido em http://www.alliancemagazine.org/blog/recipe-increase-brazilian-giving-money-transparency-tax-incentives-says-caf-research/

A Alliance Magazine foi criada em 1998 e hoje é uma referência entre revistas de filantropia e investimento social em todo o mundo. Conheça a publicação: http://www.alliancemagazine.org

Perspectiva 2018: Em ano de Eleições e Copa do Mundo, IDIS foca em Cultura de Doação, Advocacy e Diálogos Transformadores

Clique aqui: “2018! Ano de mudanças para o País e, quem sabe, na direção de um Brasil mais justo!” Paula Fabiani, pres. do IDIS

Após dois anos de uma dura recessão, começamos 2018 com perspectiva de recuperação, ainda que lenta. Enquanto a inflação foi reduzida, a taxa de juros segue elevada. Abrimos o ano com a notícia de rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil pela agência internacional de risco Standard&Poor´s, que também tirou o selo de bom pagador de algumas empresas, estados e municípios, mas contamos com o aquecimento do mercado de trabalho formal…. Tudo isso somado à expectativa de uma disputa eleitoral já considerada uma das mais polarizadas do período da História da República.

O caminho a ser percorrido promete muito… Já iniciamos alguns desafios e queremos dividir com vocês, que acreditam na importância da filantropia para o crescimento do Brasil, alguns pontos da nossa agenda:

Advocacy: Fundos Patrimoniais  –  Após ser aprovado pelo Senado Federal, o Projeto de Lei 16/2015 vai, agora, tramitar na Câmara dos Deputados. Para a Lei passar na Casa Legislativa, será necessário trabalhar junto a parlamentares, lideranças empresariais, gestores, financiadores e doadores. “O cenário de eleições presidenciais pede celeridade de tramitação, o que é muito bom!  Não obstante, isso possivelmente exigirá do IDIS e seus parceiros enormes esforços para  acertar alguns pontos nas proposições legislativas no primeiro semestre de 2018”, explica a diretora de Projetos do IDIS, Raquel Coimbra. O PL 16/2015 originalmente estabelecia que apenas universidades públicas poderiam ter Fundos Patrimoniais, mas os senadores aprovaram o projeto permitindo a aplicação da Lei a instituições públicas culturais e a associações e fundações. Também ficou definido um incentivo fiscal para pessoas físicas e jurídicas sem ampliar a renúncia fiscal, além da determinação de que os fundos patrimoniais sejam criados em fundações privadas.

Pesquisa sobre o Potencial de Doação da Classe Média – No início deste ano, o IDIS, representante da CAF (Charities Aid Foundation) no Brasil, vai lançar o relatório Perspectivas para a Filantropia Global: o Potencial Transformador da Doação da Classe Média, com um capítulo especial sobre a situação no Brasil. A publicação foi elaborada pela CAF e traz dados sobre o potencial de uma crescente classe média se engajar em doações e fomentar o desenvolvimento de uma sociedade civil local, responsável e dotada de recursos.

 Diálogos Transformadores – O evento multimídia criado pela Folha de S. Paulo discute e aponta caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Especialistas, empreendedores sociais, representantes de ong´s e filantropos participam do evento transmitido ao vivo, pela Internet. Neste ano, a parceria é com o IDIS e o primeiro Diálogos Transformadores será em março, para debater o tema “Cultura de Doação”.

Campanha Cultura de Doação – Finalizada a etapa de planejamento, onde foram definidos o conceito criativo e o plano de ação, o IDIS vai dar continuidade à Campanha Cultura de Doação. O objetivo é fechar parcerias e lançar a campanha em todo o território nacional. Com o título “Campanha por uma Cultura de Doação – todo mundo tem uma causa, qual é a sua?” o IDIS quer ampliar um movimento para fortalecer e estabelecer um novo patamar para a participação cidadã e a cultura de doação no Brasil. “Somos considerado um povo solidário e com potencial  significativo para doar. Com o lançamento da campanha, queremos envolver instituições, cidadãos e organizações em um forte movimento”, defende a diretora de Relações Institucionais, Andrea Wolffenbuttel .

Em entrevista à rádio CBN, IDIS analisa relatório da OXFAM sobre concentração de riqueza no mundo

Cinco brasileiros bilionários concentram patrimônio equivalente à renda da metade mais pobre da população do País. A informação faz parte do esperado relatório anual da Oxfam. Divulgado sempre às vésperas do Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, o estudo mostra que o ano de 2017 registrou um recorde de novos bilionários no mundo. Quanto ao Brasil, temos agora mais 12, somando 43 integantes que, juntos,  acumulam US$ 549 bilhões.  Usando dados da revista Forbes e relatórios do Credit Suisse, a Oxfam conclui ainda que o grupo dos 1% dos mais ricos do mundo concentra 82% de toda a riqueza gerada no mundo em 2017 –  e a metade mais pobre da população mundial não obteve nada desse montante.

Em entrevista à rádio CBN, a diretora de Comunicação e Relações Institucionais, Andrea Wolffenbuttel, analisou os dados que comprovam, mais uma vez, o sistema altamente concentrador no qual vivemos;  alertou para a urgência da tomada de consciência pelas classes mais favorecidas; e reforçou o fato de que deve partir delas o movimento por uma divisão de recursos mais equilibrada, que conduza a uma maior justiça social. Desde o ano passado, o IDIS vem trabalhando, com o apoio de Elie Horn e José Luiz Setúbal, na estruturação de uma iniciativa que convoque as camadas mais altas da sociedade a se comprometerem com a doação de uma parcela de suas fortunas para a filantropia.

A entrevista  ao programa Noite Total, da Rádio CBN, pode ser ouvida em http://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/154479/ong-defende-que-os-mais-ricos-invistam-em-projetos.htm

 

 

 

 

 

Relatório aponta queda nas doações corporativas e mostra que sociedade defende o apoio a causas sociais como uma obrigação das empresas

As cem principais companhias negociadas na Bolsa de Valores de Londres, que compõem o índice FTSE 100, doam menos ano a ano. Cerca de 70% delas estão presentes em várias partes do mundo e contribuem com causas sociais dentro e fora do Reino Unido. A conclusão é do estudo divulgado pela britânica CAF (Charities Aid Foundation), representada no Brasil pelo IDIS.  Apesar do relatório não trazer dados específicos sobre outros países, o estudo serve com uma espécie de guia para entender as tendências e perspectivas das doações corporativas em escala global. Foram analisados os relatórios anuais e de responsabilidade social de 2009 a 2017, considerando doações em dinheiro, tempo, serviços de gestão e doações em espécie.

As doações totais em termos absolutos do FTSE 100 chegaram a £ 1,9 bilhão em 2016. Em perspectiva, caíram 11% (£ 235 milhões) desde 2014 e em 26% (£ 655 milhões) desde 2013. Apesar da queda no volume total de investimentos sociais, as empresas doaram, em média, 1,9% dos lucros pré-imposto – e esse percentual é o maior desde 2009. Um total de 15 empresas optaram por não especificar suas doações corporativas para o exercício de 2015/16, portanto, seus valores não estão incluídos no relatório.

“É lamentável constatar que as grandes corporações estão andando em direção contrária ao que se espera, que é um maior esforço das empresas para a redução das desigualdades sociais e para as causas ambientais, uma vez que elas atuam globalmente e provocam impacto em todo o planeta”, reflete Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

Os números mostram que as empresas ligadas aos setores financeiro, óleo e gás, tecnologia e telecomunicações foram as que registraram a maior queda em doações, enquanto as empresas farmacêuticas continuam na liderança, representando 55% das doações em 2016.

Opinião do público E pela primeira vez, o estudo trouxe também uma pesquisa com o público. Foram entrevistados 1.004 pessoas com mais de 16 anos de idade, no período de 20 a 30 de Abril de 2017, para saber a opinião delas sobre a responsabilidade social empresarial. O principal resultado mostra que enquanto as doações corporativas continuam a cair,  quase metade da população do Reino Unido acha que as empresas têm a obrigação de apoiar causas benéficas.

A pesquisa descobriu também que 56%  se declararam mais inclinados a comprar um produto ou serviço de uma empresa que faz doações. Em média, as pessoas acreditam que apenas 35% das empresas que compõem o índice FTSE 100 doam para causas sociais. E um fato surpreendente:  60%  dos entrevistados concordaram que “a responsabilidade social corporativa é apenas um exercício de relações públicas para empresas”.

Os dados levam à conclusão de que as companhias que optam por não ser transparentes podem perder a oportunidade de envolver os consumidores positivamente.

BREXIT – Vale a pena citar que essa é uma avaliação pós-Brexit. Com um cenário político, social e econômico ainda em construção e uma reavaliação da confiança, o relatório conclui que o voto para deixar a União Européia não trouxe mudanças significativas no comportamento de doações de grandes empresas.

FTSE 100 – O FTSE 100 é o principal indicador de desempenho do mercado acionário do Reino Unido, representando a variação das cem principais companhias negociadas na Bolsa de Valores de Londres, a London Stock Exchange (LSE). O índice é calculado por uma empresa independente (FTSE The Index Company), de propriedade da própria London Stock Exchange, em conjunto com o The Financial Times.

O relatório completo (em inglês) pode ser acessado no site da CAF https://www.cafonline.org/about-us/publications/2018-publications/corporate-giving-by-the-ftse-100/read-our-corporate-giving-by-the-ftse-100-report

 

Guia sobre Fundos Patrimoniais criado pelo IDIS e necessidade de Lei sobre o tema são destaque na imprensa

A criação de uma Lei para os Fundos Patrimoniais já está na nossa pauta de debate de 2018 e volta a repercutir na mídia com matéria na Folha de São Paulo, que também destaca os guias sobre Endowments criados pelo IDIS. http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2018/01/1951694-fundos-patrimoniais-sao-saida-para-sustentabilidade-financeira-de-ongs.shtml

O ano de 2017 foi um avanço na agenda que defende a criação de uma Lei para dar maior independência e sustentabilidade para as organizações sociais. Com a aprovação do Senado, o Projeto de Lei 16/2015, que originalmente estabelecia que apenas universidades públicas poderiam ter fundos patrimoniais, foi aprovado com a aplicação da lei também para instituições públicas culturais e associações e fundações.  Outros pontos estabelecidos foram um incentivo fiscal para pessoas físicas e jurídicas sem ampliar a renúncia fiscal; e a determinação de que os fundos patrimoniais sejam criados em fundações privadas.

A decisão no Senado foi uma vitória.  Em 2018, o Projeto de Lei 16/2015 precisa passar na Câmara dos Deputados.  E o longo caminho a ser trilhado mantém a necessidade de expandir o debate junto à sociedade.

IDIS disponibiliza na Internet videos do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Já estamos preparando a edição de 2018 do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Até lá, você pode assistir a todos os videos da edição de 2017, que reuniu em São Paulo a comunidade filantrópica, e acompanhar palestras, mesas temáticas e diálogos para compreender como lideranças do setor constroem, entendem e avaliam o tema proposto: “Sucesso”.

O que é sinônimo de êxito para o investimento social? O sucesso vem junto com políticas públicas? Alinhamento ao negócio é garantia de sucesso? Como perenizar conquistas? Para entender esse debate e conhecer alguns casos de sucesso no investimento social no Brasil e na América Latina, basta acessar:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLvLWaKLzNd4p-wQWjQBcyvNbvAd5fFee7

 

 

 

 

 

 

Paternidades e Primeira Infância – relatório propõe reflexões e desafios para organizações sociais

A Primeira Infância (0 a 6 anos de idade) é um tema bastante presente nos projetos desenvolvidos pelo IDIS. A partir de uma experiência piloto realizada no estado do Amazonas, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e o apoio da Fundação Bernard van Leer, desenvolvemos uma política pública implementada pelo governo estadual (Programa Primeira Infância Ribeirinha) para beneficiar crianças de comunidades às margens do rio Amazonas. E é com o compromisso de apoiar quem acredita e luta por essa causa que compartilhamos mais uma publicação da Rede Nacional Primeira Infância, da qual fazemos parte.

O Relatório Técnico do II Seminário Nacional Paternidades e Primeira Infância traz uma síntese das discussões e reflexões que aconteceram durante o encontro realizado em 2017, em São Paulo, pelo GT Homens pela Primeira Infância, da RNPI.

Além dos relatos, a publicação traz uma carta com propostas para organizações envolvidas com o tema. Também foi elaborada uma lista com cartilhas, manuais, vídeos, sites e referências bibliográficas para contribuir com o debate, enfrentar os desafios e garantir os avanços. Para o download gratuito basta acessar http://primeirainfancia.org.br/diversidade-de-experiencias-de-paternidade-e-tema-de-nova-publicacao-da-rede-nacional-primeira-infancia/

 

 

Folha de S. Paulo repercute dados que mostram as diferenças entre pobres e ricos quando o assunto é doação!

Matéria da Folha de São Paulo aprofunda a análise dos dados da pesquisa Country Giving Report Brasil, divulgada pelo IDIS, e ganha versão em inglês para a editoria de Business do jornal.  A repercussão nacional revela a importância desse tipo de levantamento para entender quem é, o que pensa e como age o doador brasileiro. A versão direcionada ao leitor de língua inglesa demonstra o interesse do público externo no desenvolvimento da cultura de doação no País e no comportamento dos brasileiros diante das demandas sociais.

A matéria, em português, pode ser lida em: https://goo.gl/j3GvCt

Para a versão em inglês, basta clicar em http://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/business/2017/12/1946562-the-poor-in-brazil-donate-twice-more-than-the-rich.shtml

 

 

Plataforma tecnológica aplicada em empresas australianas encoraja funcionário a doar no local de trabalho

Atendendo a um convite da presidente do IDIS, Paula Fabiani, a diretora executiva da Good2Give, Lisa Grinham, apresentou os resultados e falou sobre os desafios para implantar a plataforma tecnológica que vem encorajando empresas e funcionários a doarem para organizações sociais e contribuindo com o fortalecimento da cultura de doação na Austrália e na Nova Zelândia: a  Good2Give.

Desde a sua criação, em 2001, a plataforma Good2Give (que recebeu o mesmo nome da organização social sem fins lucrativos fundada em 2000, na Austrália) já destinou US$ 175 milhões para mais de 5 mil organizações sociais. E o objetivo é alcançar US$ 300 milhões até 2020.  Após esses anos, ficou claro para os envolvidos que soluções tecnológicas eficazes podem garantir a empresas e organizações sociais maior agilidade ao colocar em prática suas estratégias, além de permitir melhores resultados. Ao utilizar modelos como o Good2Give´s Workplace Giving Platform, que possibilita doações no local de trabalho, por exemplo, conselhos e equipes de gerenciamento das empresas conseguem perceber o impacto do investimento nas comunidades onde operam e onde vivem os seus funcionários.

Durante a apresentação na sede do IDIS, em São Paulo, Lisa Grinham ainda ressaltou o quanto esse tipo de solução tecnológica torna mais fácil o ato de doar e receber, e fortalece a confiança das empresas e dos doadores individuais nas organizações sociais.

Para entender melhor essa plataforma de doação, acesse o site Good2Give: https://good2give.ngo/

“Doadores Brasileiros e sua relação com a tecnologia: alguns dados e reflexões”

Por Paula Fabiani e Andrea Wolffenbuttel – O artigo integra a publicação “TIC ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS – Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Organizações Sem Fins Lucrativos Brasileiras. Escrito por Paula Fabiani (presidente do IDIS) e Andrea Wolffenbuttel (diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS),  focou na avaliação dos doadores brasileiros sobre os recursos tecnológicos disponibilizados para fazerem doações.

O texto,  publicado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), usou como base de dados a pesquisa Doação Brasil, iniciativa coordenada e divulgada pelo IDIS e que revelou quem são e o que pensam os doadores brasileiros.

O NIC.br é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Para acessar a publicação,  basta clicar em

http://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/tic_osfil_2016_livro_eletronico.pdf

 

 

 

 

Em entrevista à Folha de S. Paulo, presidente do IDIS defende desburocratização para incentivar doações

A Folha de S. Paulo entrevistou especialistas em planejamento financeiro, terceiro setor e mercado de ações para auxiliar o contribuinte que pretende declarar doações para obter benefícios tributários no Imposto de Renda.  E neste momento, correr contra o tempo faz a diferença. Isso porque recursos doados ainda neste ano geram maior abatimento.

Quem fizer a declaração completa pode deduzir de 1% a 6% do imposto devido com doação a sete fundos, programas ou projetos especificados pela Receita Federal. Se o recurso é doado no ano-base, a dedução é de 6%. Mas se isso acontecer no próprio exercício, cai para 3%.

Entre os entrevistados pela Folha de S. Paulo, a presidente do IDIS, Paula Fabiani, ressaltou a importância de desburocratizar o processo:  “Hoje, esse processo é burocrático. O contribuinte precisa fazer depósito identificado e guardar o recibo até a declaração. Nem 8% acabam usando o incentivo”. A matéria completa pode ser acessada em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1944123-veja-o-que-ainda-pode-ser-feito-para-abater-o-imposto-de-renda.shtml

 

 

IDIS e KINROSS BRASIL finalizam mais uma etapa do projeto de capacitação de organizações sociais, poder público e empresariado em Paracatu/MG

O IDIS encerra o ano concluindo mais uma etapa de um importante projeto na cidade mineira de Paracatu. Em parceria com a mineradora canadense Kinross, nossa equipe iniciou em Setembro um trabalho de capacitação da sociedade civil, poder público, empresários e lideranças locais. O objetivo é que os vários atores envolvidos se sintam mais aptos a resolver os problemas da comunidade e a garantir recursos capazes de fortalecer o desenvolvimento da região.

A histórica Paracatu foi fundada na primeira metade do século XVIII, quando viveu o auge do Ciclo do Ouro. Após anos de decadência econômica, a cidade descobriu novas reservas do minério e tornou-se um importante pólo de mineração.  A parceria do IDIS com a Kinross, que mantém uma unidade de extração no município, foi iniciada com a identificação dos problemas, seguida do desenvolvimento de projetos para resolvê-los. Os passos seguintes foram indicar os caminhos para encontrar potenciais financiadores e mobilizar recursos necessários para a implementação das soluções. As oficinas também permitiram aos participantes entender e exercitar práticas de captação de recursos.

Sensibilizando o empresariado – Na última etapa, a palestra “Como direcionar o Imposto de Renda para Projetos Sociais”  buscou sensibilizar, orientar e esclarecer dúvidas sobre como apoiar o desenvolvimento do município por meio da doação dos  impostos devidos no Imposto de Renda. Ainda na fase inicial, quando o IDIS realizou um estudo para diagnosticar os problemas da comunidade, foi possível perceber que a maioria dos empresários de Paracatu não adota essa prática. “Em geral, as pessoas não direcionam o imposto a questões sociais por desconhecerem o mecanismo e também por não saberem que não há ônus extra para o declarante. Ou seja, existe um grande potencial de destinação de recursos para a cidade”, diz Marcela Bernardi, coordenadora de projetos do IDIS.

Agora que a etapa de capacitação está concluída, o IDIS fará o acompanhamento à distância para sanar dúvidas dos participantes e apoiá-los no desenvolvimento dos projetos propostos.

 

 

 

 

 

PNUD alerta: Investimentos Sociais Privados recuam diante da crise financeira e registram queda de 19%

Os números estão no novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Plataforma de Filantropia, lançado no último dia 12, no Rio de Janeiro. A publicação tem o apoio do IDIS, GIFE, WINGS e Comunitas e é o resultado da parceria entre fundações e institutos, tais como Fundação Banco do Brasil, Fundação Roberto Marinho, Instituto C&A, Fundação Itaú Social e Instituto Sabin. Você pode acompanhar a repercussão na mídia através do link https://globoplay.globo.com/v/6353610/programa/

O estudo deixa claro que o valor investido está abaixo do necessário e aponta a Educação como a área que recebe mais investimento social privado no Brasil (84%). Em seguida vem o Desenvolvimento Profissional e Cidadão para Jovens (60%), e Artes e Cultura (51%). A área de Direitos Humanos mostrou força nos investimentos privados no último período pesquisado, e cresceu 14% de 2014 a 2016. Outra constatação é a distribuição dos investimentos,  ainda altamente concentrada geograficamente, sendo a região Sudeste a que recebe o maior volume de recursos, seguida do Nordeste.

Ao analisar os dados do relatório e a situação vivida por organizações em 2016,  a equipe do IDIS avalia que, provavelmente, o pior momento já passou. “Os investimentos realizados por empresas, institutos e fundações caíram em 2017 porque, normalmente, essas instituições definem seus orçamentos em função do ano anterior. Como 2016 foi um ano muito difícil, com queda de lucros, a fatia para o investimento social de 2017 diminuiu. O efeito inverso deve acontecer em 2018”, explica Andrea Wolffenbüttel, diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS.

O levantamento mostra ainda um Brasil com ambiente relativamente bem estruturado de redes e organizações para a filantropia, além de colocar o País como um dos quatro da América Latina e do Caribe a ter uma associação formal de fundações filantrópicas. Os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) são utilizados pela maioria das instituições filantrópicas como suporte para decisões. E a necessidade de promover impactos é um dos pontos comuns do terceiro setor brasileiro com a agenda das Nações Unidas.

A Plataforma Filantropia foi criada por empresas e organizações parceiras e associações de filantropia, com o apoio do PNUD. O Brasil foi o oitavo país-piloto a lançar a Plataforma, juntando-se à India, Estados Unidos, Colômbia, Indonésia, Zâmbia, Gana e Quênia. O relatório “Filantropia e os Objetivos de Desenvolvimento Sustestável: engajando o investimento social privado na agenda do desenvolvimento global”  pode ser baixado gratuitamente (em inglês e português) em https://www.sdgphilanthropy.org/philanthropy-in-brazil-overview

 

Blockchain: como a tecnologia pode estabelecer um novo conceito de confiança e transformar a filantropia?

Os riscos e oportunidades dessa nova tecnologia para instituições sociais foram debatidos durante o evento “Blockchain for Philanthropy”, organizado pela Charities Aid Foundation (CAF) em Londres, no último mês de Dezembro. A presidente do IDIS, Paula Fabiani, participou da abertura ao lado do diretor executivo da CAF Global Alliance, Michael Mapstone. Considerando os blockchains como uma realidade que já está criando novos modelos operacionais para vários tipos de organizações, o foco da questão foi como a nova tecnologia afetará a forma como as organizações da sociedade civil arrecadam e aplicam dinheiro. Paula observa que “as possibilidades dessa nova tecnologia são imensas, mas, por enquanto, ficam restritas àqueles que conseguem dominar as ferramentas. Precisamos democratizar o acesso a esse tipo de recurso”.

Vale lembrar que Michael Mapstone esteve no Brasil para o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, organizado pelo IDIS, em Outubro de 2017, e ressaltou a importância do blockchain como um novo protocolo que gera confiança pois permite o rastreamento de todas as operações sem necessidade de intermediários.

Transparência e confiança – Mas, afinal, como funciona um blockchain?  Criada em 2008, a ferramenta saiu do papel no ano seguinte, ao ter seu conceito teórico colocado em prática através do bitcoin (moeda virtual que permite realizar transações financeiras de forma online sem nenhum intermediário, seja de pessoa para pessoa ou de organização para organização). Essa “cadeia de blocos” funciona como um banco de dados onde são armazenados arquivos digitais variados. Toda transação, financeira ou não, é datada e dá origem a uma assinatura formada por uma sequência de letras e números, que é registrada em um bloco. Na sequência, ela é criptografada e, junto com outras realizadas em um determinado espaço de tempo, aglutinada em uma cadeia de blocos, finalizando a operação. Esse caminho digital permite acompanhar toda a transação – do começo ao fim. E ao contrário do mundo real, onde seriam validadas por bancos ou instituições centrais, no mundo virtual é o próprio sistema do blockchain que valida e dá credibilidade à transação.

Em tempos de escândalos políticos, crise econômica e falta de credibilidade das instituições, os blockchains podem ser um caminho para evitar as fraudes. Isso porque todas as transações, armazenadas em blocos, estão em todos os computadores que fazem parte do sistema. Logo, para desviar valores ou alterar destinatários é preciso fazê-lo em todos os computadores da rede antes do bloco ser criptografado.  Essa impossibilidade funciona como uma espécie de garantia de que o dinheiro vai diretamente para o seu destinatário, ou, no caso das doações, para quem de fato precisa. Além disso, por não ter qualquer outro tipo de instituição financeira como intermediário das doações, elimina também a cobrança de taxas administrativas – o que representa milhões de reais que poderão ir para as organizações e suas causas.

No universo das transações sem fins lucrativos, essa possibilidade de acompanhamento, aliada à eliminação de terceiros, permite ao doador saber exatamente como e onde o seu dinheiro foi gasto.  Para quem quer entender mais sobre essa nova tecnologia, o site da CAF disponibiliza três vídeos (em inglês):

– Giving a bit(coin) – What does cryptocurrency mean for charitable giving  https://youtu.be/yEvKbgXPAY

– Giving unchained – Could blockchain technology revolutionise giving?  https://youtu.be/P-V7PCgyJBY

– Block and Tackle – Could blockchain technology transform charity regulation? https://youtu.be/2ht1TF8Ysz0

 

 

 

Retrospectiva 2017: IDIS chega à maioridade como uma das 100 melhores ONGs do Brasil

Encerrar 2017, quando o IDIS completou 18 anos, entre as 100 melhores organizações sem fins lucrativos do Brasil é o reconhecimento da nossa busca constante por eficiência, transparência , qualidade de gestão e resultados de impacto. E o título vem justamente no ano em que o Trust Barometer, divulgado no Fórum Econômico Mundial de Davos, em janeiro, mostrou que em todo o mundo houve queda na confiança de empresas, governo, ONGs e mídia.  Destacar-se em um universo de 300 mil ONGs, entre associações de caridade, organizações da sociedade civil, institutos e fundações filantrópicas,  é um orgulho para nossa equipe e parceiros que contribuíram para a conquista.

Promovido pela revista Época e pelo Instituto Doar , o guia recebeu a inscrição de 1.560 ONGs. Dessas, apenas 150 formaram o grupo finalista submetido a uma comissão julgadora. Para critérios de avaliação foram definidos cinco princípios: causa e estratégia; representação e responsabilidade; gestão e planejamento; estratégia de financiamento e comunicação; e prestação de contas. Ao lado de outras 99 organizações, o IDIS compõe essa primeira edição  das 100 MELHORES ONG´S do BRASIL. Você pode ler a reportagem e conferir a lista divulgada pela Revista Época em http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/08/100-melhores-ongs-do-brasil.html .

A lista já é considerada um incentivo à cultura de doação, servindo com um guia para a sociedade na hora de decidir para quem, o quê e como doar.  Além disso, serve como um estímulo para as ONGs que buscam eficiência, transparência, impacto social e, claro, recurso de doadores.

O mérito do trabalho desenvolvido pelo IDIS e seus diversos parceiros, em 2017, também foi reconhecido por estar entre os quatro finalistas do prêmio ALAS-BID de Inovação na Primeira Infância. Competindo com organizações sociais de todo o mundo,  ficamos entre os quatro melhores com um projeto em prol da Primeira Infância no Amazonas. E não podemos deixar de registrar aqui nossos parabéns ao trabalho do vencedor: o também brasileiro “La Casa Incierta”, de Brasília. Seguimos torcendo para que a promoção ao desenvolvimento da primeira infância seja cada vez mais valorizada.

Esse reconhecimento público deixa à mostra uma parte do trabalho desenvolvido por nossa equipe e diversos parceiros. Apesar das dificuldades criadas pelas crises institucional e econômica que se prolongam há alguns anos, temos muito o que comemorar quando lembramos de todos  os projetos realizados em 2017. Entre concluídos e iniciados, mantemos nossa atuação diversificada e participativa, através de apoio técnico, geração e disseminação do conhecimento, implantação de projetos próprios e ações de advocacy.

Projeto de combate à anemia, desenvolvido pelo IDIS e Fundação Banco do Brasil, é tema de webdocumentário premiado na 14ª Mostra Aqui tem SUS

O projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) , iniciativa do IDIS e da Fundação Banco do Brasil, é o tema do documentário “Borba e Universidade do Estado do Amazonas: uma parceria entre o conhecer e o fazer saúde”. O webdoc foi premiado na 14ª Mostra Aqui Tem SUS, do XXXIII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, e agora repercute nas Redes Sociais.

Com apoio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e das prefeituras dos municípios participantes, o projeto TSA atingiu uma meta digna de comemoração neste ano, colocando o índice de anemia ferropriva em 3% (a Organização Mundial da Saúde estipula a meta em 5%).

A anemia ferropriva é resultado da falta de ferro na alimentação e atinge 25% da população mundial. Tendo como grupos mais vulneráveis crianças e gestantes, essa deficiência atinge diretamente o desempenho motor e mental das crianças.

Em 2016, o IDIS realizou uma análise no município de Borba.  Após o mapeamento das demandas, buscamos soluções no Banco de Tecnologias da Fundação Banco do Brasil. Ao ser aplicado o teste por meio da Tecnologia Social Hb, foi detectada uma alta incidência da anemia ferropriva. Dos 249 alunos submetidos à análise, 59,8% tinham anemia. A partir desse diagnóstico, um tratamento que incluiu suplementação com sulfato ferroso, vermífugo e acompanhamento das equipes de Saúde e Educação foi iniciado.

O impacto na vida de moradores da região de Borba, com mudança na qualidade de vida e perspectiva de um futuro saudável para as novas gerações, está registrado neste belo documentário de Ana Ermelinda Oliveira da Silva e é a constatação de que soluções simples também podem garantir alta efetividade.  Após assistir ao webdoc, a gerente de Projetos do IDIS, Andrea Hanai, comentou emocionada: “É motivo de orgulho e felicidade para toda nossa equipe ver a repercussão de um projeto que gerou tantos impactos e pode, ainda, transformar a vida de inúmeras pessoas em regiões tão remotas do País”.

 

 

Retrospectiva: Em um ano de poucas esperanças, pesquisas sobre o perfil do doador mostram que o brasileiro está disposto a ajudar!

Seja na mídia, entre amigos e parentes ou até em silenciosos rituais, retrospectivas já são uma tradição para os brasileiros.  Com a equipe do IDIS não poderia ser diferente! Com o olhar direcionado aos últimos doze meses, ficamos com a certeza de termos encerrado um ano crítico com os bons resultados que empenho, perseverança e comprometimento podem gerar.  É por isso que neste dezembro decidimos recuperar  alguns números e lembrar que apesar do brasileiro ter atravessado um 2017 difícil, com uma sequência de escândalos políticos e econômicos, pesquisas mostram uma população disposta a ajudar. Se isso ainda não é o ideal,  já indica um excelente ponto de partida.

No mês de novembro, o IDIS, que representa a Charities Aid Foundation no Brasil, divulgou o Country Giving Report Brazil (http://idis.org.br/country-giving-report-2017-brasil/), estudo que atualizou o perfil dos doadores e ajudou a compreender quem são, como e por que as pessoas doam.  Os dados confirmam que o brasileiro é um cidadão generoso, que gosta de doar e, principalmente, pode doar mais. E reforçaram a certeza de que é preciso trabalhar mudanças, posicionamentos, protagonismos da sociedade e do terceiro setor para consolidar mais uma cultura da doação.

Indice de Solidariedade – Antes de revelar o perfil do doador brasileiro, o IDIS divulgou outro estudo da CAF,  o já tradicional World Giving Index (Índice Global de Solidariedade)https://www.idis.org.br/wp-content/uploads/2017/09/relatorio-World-Giving-Index-2017.pdf . Com alcance global, o índice é elemento central na discussão sobre doações no mundo e permite comparar o desempenho brasileiro com o de outros países. 

O WGI é calculado com base no número de pessoas que doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho ou fizeram trabalho voluntário, tudo isso no mês anterior ao levantamento. No ranking, o Brasil caiu de 34% para 32%, o que levou o País a perder 7 posições e ficar em 75º lugar. Apesar da ligeira queda, a pontuação ainda se mantém maior do que em anos anteriores, sendo a segunda melhor desde a criação do WGI, em 2009. A boa notícia? No levantamento de 2016, 18% dos entrevistados diziam ter feito algum tipo de trabalho voluntário, percentual que chegou agora aos 20% – um recorde para o Brasil!

Todas essas informações e muitas outras foram apresentadas e discutidas, recentemente, no fórum  Future of Philanthropy: what role can philanthropists and foundations play in delivering on the global goals for sustainable development?’ (Futuro da Filantropia: qual o papel de filantropos e fundações no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?). No encontro, realizado no castelo de Wilton Park, na vizinhança de Londres,  lideranças da filantropia de diversos países se reuniram para discutir estratégias do setor, e uma palavra foi constante: mais! “De um modo geral, as conversas giram em torno de assumir mais riscos, colaborar mais, influenciar mais, e buscar novas saídas para o velho modelo baseado em crescimento econômico”, relata a presidente do IDIS, Paula Fabiani, convidada a traçar o perfil do investimento social privado no Brasil.

IDIS é citado pelo The Wall Street Journal como parceiro do empresário Elie Horn na difícil batalha por mais doadores para causas sociais

Por que os bilionários brasileiros são tão resistentes a doar? Essa é a questão levantada por um dos principais jornais do mundo, o prestigiado The Wall Street Journal, que na versão digital já tem 1,27 milhão de assinantes  somente nos Estados Unidos. Ao descrever a batalha do empresário Elie Horn, o repórter Jeffrey T. Lewis, com a colaboração da jornalista Luciana Magalhães, cita o IDIS como a organização que está apoiando o filantropo brasileiro a trazer para o País um movimento inspirado no The Giving Pledge, criado por Bill Gates e Warren Buffet.

Compromisso moral  – o projeto que estimula as pessoas mais ricas do planeta a comprometerem, em vida, parte de suas fortunas para a filantropia não é um contrato e, sim, um compromisso moral. Já ganhou adesão de mais de 170 bilionários ao redor do mundo, mas até o momento, Elie Horn é o único brasileiro, e único sul-americano, a atender ao pleito. O dono da Cyrella anunciou que vai doar 60% de seu patrimônio de 1 bilhão de dólares para causas sociais.

Uma das exigências do movimento é se manifestar publicamente sobre a adesão ao projeto, o que é um problema no Brasil, onde o sigilo sobre doações passa por todos os extratos sociais, sendo, também, uma questão cultural. É possível comprovar isso ao verificar os números da pesquisa Doação Brasil, do IDIS. No levantamento, a maioria dos brasileiros é contrária a compartilhar  a prática de doação e julga negativamente quem o faz. Sobre o silêncio dos brasileiros, a presidente do IDIS, Paula Fabiani, ressalta: “Doação não é um tema, não ouvimos comentários sobre isso no nosso dia a dia”.

O conteúdo da matéria publicada pelo The Wall Street Journal, exclusivo para assinantes, pode ser lida em: https://www.wsj.com/…/a-quixotic-quest-for-givers-151214888…

 

Trabalho de advocacy do IDIS e parceiros ganha força e projetos de lei regulamentando Fundos Patrimoniais avançam no Congresso Nacional.

Na longa jornada do trabalho de advocacy do IDIS e seus parceiros para regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil, o ano de 2017 já representa um avanço na agenda que defende esse instrumento tão comum no exterior (endowments).  A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou o Projeto de Lei 16/2015, da senadora Ana Amélia, com substitutivo do senador Armando Monteiro. Com isso, o projeto, que originalmente estabelecia que apenas universidades públicas poderiam ter fundos patrimoniais, foi aprovado no Senado permitindo a aplicação da lei a instituições públicas culturais e a associações e fundações.  O PL 16/2015 também estabeleceu um incentivo fiscal para pessoas físicas e jurídicas sem ampliar a renúncia fiscal, além de determinar que os fundos patrimoniais sejam criados em fundações privadas.

Como a votação na CAE foi terminativa, o Projeto de Lei passa a tramitar agora na Câmara dos Deputados. Raquel Coimbra, diretora de Projetos do IDIS e membro da equipe que desenvolve o trabalho de advocacy junto à esfera pública é otimista:  “Foi enorme o nosso avanço em 2017. E há vontade política para a regulamentação dos Fundos Patrimoniais, demonstrando que a sustentabilidade econômica das organizações da sociedade civil são relevantes para o desenvolvimento do país”.  

A decisão no Senado encerra uma etapa. O caminho a ser trilhado na Câmara dos Deputados mantém a necessidade de expandir o debate junto à sociedade, esclarecendo o tema e reforçando pontos defendidos pela visão do IDIS, uma vez que outros projetos sobre fundos patrimoniais foram apresentados na Câmara e no Senado. Por isso, recuperamos aqui o artigo publicado na revista Época, onde a presidente do IDIS, Paula Fabiani, e a nossa conselheira fiscal e sócia da PLKC Advogados, dra. Priscila Pasqualin, analisam o projeto de lei de autoria da senadora Ana Amélia, com seus prós  e contras http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/11/projeto-de-lei-incentiva-doacoes-para-instituicoes-sem-fins-lucrativos.html

É também importante recuperar  aqui parte do caminho percorrido por aqueles que defendem a criação dos Fundos Patrimoniais como forma de assegurar a sustentabilidade das organizações no longo prazo. A repercussão do debate com lideranças políticas, empresariais, gestores, financiadores e doadores é necessária para mostrar para a sociedade os Fundos Patrimoniais como possibilidade de uma menor dependência dessas organizações em relação aos recursos públicos, proporcionando condições de planejamento e ampliação de atividades tanto no que diz respeito ao alcance quanto à qualidade. http://www.broadcast.com.br/cadernos/releases/?id=R0N3Ky9ZeElUbG9wTE9tZHZhNWZmQT09

E nós entendemos que para manter esse diálogo, multiplicar conhecimento é essencial. Por isso, foram lançados neste ano os manuais sobre criação e manutenção de fundos  patrimoniais, desenvolvidos a partir do I Fórum Internacional de Endowments Culturais. Os Guias de Endowments Culturais estão disponíveis em plataforma digital, no site do IDIS e da Levisky Negócios & Cultura (imagem dos 3 guias).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Guia 1: Conceitos e Benefícios dos endowments como mecanismo de financiamento à cultura
http://idis.org.br/guia-1-conceitos-e-beneficios-dos-endowments-como-mecanismo-de-financiamento-a-cultura/

Guia 2: Orientações e informações ao poder público: aspectos de regulação e tributação
http://idis.org.br/guia-2-orientacoes-e-informacoes-ao-poder-publico-aspectos-de-regulacao-e-tributacao/

Guia 3: Orientações práticas para a implementação de endowments em instituições culturais
http://idis.org.br/guia-3-orientacoes-praticas-para-implementacao-de-endowments-em-instituicoes-culturais/

Country Giving Report 2017: o brasileiro doa para se sentir bem!

A sequência de escândalos políticos e financeiros nos últimos anos só fortaleceu a já consolidada descrença dos brasileiros nas instituições. O real impacto disso na cultura de doação do País ainda está por ser avaliado. Mas uma pesquisa realizada pela Charities Aid Foundation, instituição sediada no Reino Unido e representada no Brasil pelo IDIS, revela um cidadão generoso, que gosta de doar. Além da satisfação pessoal (51%), o brasileiro também leva em conta a causa (41%) e a crença de que todos devem ajudar a resolver problemas sociais (40%).

Para revelar o comportamento do doador individual, os pesquisadores ouviram 1.313 pessoas em todo o território nacional – todos maiores de 18 anos e com acesso à Internet. O IDIS trouxe a pesquisa Country Giving Report 2017 para o País com a certeza de que o conhecimento e a reflexão sobre o comportamento do doador são armas poderosas para fazer da doação um tema mais presente nas pautas públicas e privadas do Brasil. A importância de pesquisas que nos ajudam a entender as motivações de um doador fica clara no espaço que esse tipo de estudo recebe nas mídias. Você pode acompanhar algumas das repercussões no programa Estúdio i, da Globonews, e no Jornal da Cultura Primeira Edição.  Basta clicar, aos 20’29” em http://tvcultura.com.br/videos/63333_jornal-da-cultura-1a-edicao-14-11-2017.html . E ainda em  http://g1.globo.com/globo-news/estudio-i/videos/v/pesquisa-mostra-que-68-dos-brasileiros-fizeram-caridade-no-ultimo-ano/6285787/

Assim como a pesquisa Doação Brasil, divulgada pelo Idis em 2016 e que pela primeira vez traçou o perfil do doador no País, os números do Giving Report 2017 Brazil surpreenderam.  A revelação de que mais de dois terços da população (68%) fez algum tipo de doação no último ano causa estranheza porque a doação filantrópica é um tema raro nas conversas dos brasileiros: “Doação não é um tema, não ouvimos comentários sobre isso no nosso dia a dia. Então, ficamos com a impressão de que os brasileiros não doam”, explica Paula Fabiani, diretora presidente do Idis.

As causas – O apoio a organizações religiosas mostrou-se a mais popular das causas:  quase metade (49%) das pessoas contribuíram para ela (o dízimo foi considerado doação pelos pesquisadores). Em seguida vem o apoio a crianças (42%) e a ajuda aos pobres (20%).

Os mais ricos representam a maior população relativa de doadores (86% – com renda familiar anual acima de R$ 50 mil), além de dedicarem os maiores valores para causas (média de R$ 300 por doação – entre aqueles com renda anual acima de R$ 100 mil).

Mas as famílias mais pobres doam uma fatia maior de sua renda. Entre a população com renda familiar anual até R$ 10 mil, 71% também doou alguma quantia no período pesquisado. O valor médio foi de R$ 100. O que representa 1,2% da sua receita, enquanto a fatia com renda anual acima de R$ 100 mil doa 0,4%.


Barreiras para novas doações – O brasileiro gostaria de doar mais e 59% disse que o faria se tivesse mais dinheiro.  Mas as barreiras não são apenas econômicas. As pessoas ainda não têm claro o papel das ONG´s. A falta de transparência das organizações, assim como a incerteza sobre como o dinheiro é gasto, gera insegurança. Além da desconfiança, Paula Fabiani atenta para a urgência do terceiro setor em trabalhar pontos determinantes para eliminar barreiras, tais como colocar a doação como mecanismo de participação social; e esclarecer que o papel das ONGs não é paliativo ou emergencial, mas de participação cidadã. As principais conclusões geradas pela análise sobre doações individuais no Brasil podem ser verificadas no site do Idis  https://www.idis.org.br/wp-content/uploads/2017/11/country-giving-report-2017-brasil.pdf

Como o investimento social privado, alinhado ao negócio, pode transformar a empresa.

 “Quanto mais diversidade nos projetos, melhor. Quanto mais dificuldades existirem, mais um planejamento estratégico forte será necessário” (Marcos Kisil, fundador do Idis)

Os conceitos, mecanismos, estratégias e experiências de ações relacionadas ao Investimento Social Privado (ISP) foram discutidos em um evento promovido pelo Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp (Cores). O seminário Investimento Social como um Valor de Negócio trouxe à tona reflexões e, principalmente, a oportunidade para as empresas enxergarem a questão como um valor estratégico.

Na prática – O cenário do Investimento Social Privado no Brasil foi o tema central da palestra do dr. Marcos Kisil. Na visão do fundador do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e membro do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp, é importante as empresas terem em mente que projetos do setor social precisam contemplar resultados efetivos e avaliar seus reflexos.  O que remeteu à implantação de mecanismos para o ISP. A professora Ana Lucia Vasconcelos, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explicou a relevância da política e das motivações de uma empresa norteando os investimentos também no contexto social, daí a importância de planejar as fases de implementação, envolvendo os atores articulados na iniciativa.

Eleger um projeto social pode ser não apenas o ponto de partida, mas o momento mais desafiador de todo o processo. Raquel Coimbra, diretora de Projetos do IDIS, convidou os participantes a testar um outro olhar para o tema proposto: “Mais importante do que eleger um projeto, é eleger uma organização com a qual trabalhar. Porque é com ela a relação de confiança a ser estabelecida”.

Para concluir o painel que tratou do Investimento Social na prática, foi fundamental entender como a Receita Federal enxerga os projetos sociais desenvolvidos pelas corporações, ponto esclarecido pela diretora do Observatório Social do Brasil, Gioia Tosi.

Crescer gerando impacto social – Já as práticas do ambiente corporativo brasileiro e o impacto social foram relatados através de cases:

– Na Vedacit, as iniciativas da área social na transição de modelo mental da empresa levaram o produto da marca a adquirir um valor maior do que apenas a utilidade final;

No Instituto Elos, o exemplo de que a dor de cabeça pode virar oportunidade quando a operadora de telecomunicações GVT enfrentou reclamações de moradores de um bairro na zona oeste de São Paulo. Com a solução do problema veio também a oportunidade de revitalizar uma área verde, projeto que foi reproduzido pela empresa em outras cidades do País;

– Encerrando os relatos de casos bem sucedidas, o Instituto Saúde e Sustentabilidade apresentou ao público a experiência da organização no projeto que mobilizou os departamentos de empresas na arrecadação de recursos.

Novos tempos – O movimento da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, pretende trazer essa discussão conceitual, influenciar o setor e mostrar a urgência das indústrias em repensar a relação empresa/sociedade para ser protagonista em um momento tão propício para assumir posições diante da atual realidade do País.

 

Perfil de doadores (e não-doadores) mostra que ainda há espaço para doar

A pesquisa Doação Brasil, que revela o que pensa e como se comporta o doador brasileiro (e o não-doador também), foi tema do programa Conexão Futura, do Canal Futura, que discutiu os desafios do Brasil para consolidar uma Cultura de Doação. Você pode acompanhar a entrevista com a diretora de Comunicação do Idis, Andrea Wolffenbuttel, e Beatriz Pantaleão, diretora da Fundação Gol de Letra.

https://www.youtube.com/watch?v=DrNg-LO4o9w

O papel do avaliador externo para alcançar resultados e entender o impacto social de um projeto

“O processo avaliativo é fundamental. É uma maneira de prestar contas a investidores e doadores e legitimar uma organização perante a sociedade” (Paula Fabiani, Idis)

Algumas perguntas rondam o universo de gestores do terceiro setor, que percorrem uma longa jornada iniciada a partir da implantação de um projeto social: o que eu quero atingir? Como mobilizar? Como alcançar os resultados propostos?

O risco de se autoavaliar é grande. Sendo assim, quem é mais indicado para o papel de avaliador? O olhar externo amplia a visão do gestor, reforçando a importância de se identificar a distância percorrida e o que precisa, de fato, ser avaliado, permitindo correções e medindo corretamente os resultados.  A diretora presidente do Idis, Paula Fabiani, respondeu a perguntas sobre avaliação de projetos sociais em uma transmissão online promovida pela Escola Aberta do Terceiro Setor, no dia 23.11. O vídeo está disponível nas redes sociais da Escola Aberta do Terceiro Setor.  https://escolaaberta3setor.org.br/

Novo curso – Como fazer uma avaliação de processo, de resultado e de impacto, considerando, também, a avaliação econômica? Como montar um indicador e medir corretamente os resultados?  Esse tipo de avaliação ajuda na captação de recursos? Essas questões, levadas ao público que participou do live da Escola Aberta do Terceiro Setor, demonstra o interesse crescente de gestores, investidores, doadores e estudantes sobre a avaliação de impacto e a avaliação de resultados. A transmissão marcou o lançamento do curso online de Avaliação de Projetos, ministrado por Paula Fabiani, na plataforma da Escola Aberta do Terceiro Setor https://escolaaberta3setor.org.br/cursos/avaliacao-de-projetos-e-programas-com-paula-fabiani/. O conteúdo do curso trata de avaliação de processo, resultado e impacto e também introduz o tema da avaliação econômica (custo-benefício/ SROI).

É possível medir a felicidade? É certo que investidores, doadores e gestores estão atrás de uma estimativa financeira que mostre se um recurso é bem aplicado e qual o retorno social do investimento. Mas é possível mensurar o valor econômico do bem estar e da felicidade de um adulto que aprende a ler? De um idoso bem assistido? De uma mulher que alcança a plena independência financeira? A participação de Paula Fabiani no live semanal da Escola Aberta do Terceiro Setor apresentou parte do conteúdo desenvolvido pela professora para o Curso Online de Avaliação de Projetos. Leia mais sobre o assunto em:  https://escolaaberta3setor.org.br/artigos/medindo-e-monetizando-o-impacto-socioambiental/

IDIS inicia novas avaliações de impacto social utilizando a metodologia SROI

Foto by André Sefano. www.andrestefano.com

Qual o impacto que estamos causando? Como medir a eficiência e eficácia das políticas e programas sociais? Como mensurar os efeitos do projeto sobre os beneficiários? No que podemos melhorar? Esses e outros questionamentos estão cada vez mais presentes entre os investidores sociais e a necessidade de avaliação de impacto ganha mais importância.

Há algumas metodologias e ferramentas específicas disponíveis para a área social e uma das mais completas é a Social Return on Investment (SROI) ou Retorno Social sobre Investimento – análise de custo-benefício reconhecida pelo Cabinet Office do Reino Unido. A presidente do IDIS, Paula Fabiani é única brasileira capacitada pela New Economics Foundation (NEF) a aplicar o SROI no Brasil e o IDIS já realizou algumas avaliações SROI de importantes projetos sociais.

Neste segundo semestre de 2017, a equipe do IDIS está trabalhando intensamente em duas avaliações SROI de projetos com foco em desenvolvimento pessoal e profissional de jovens. A primeira delas é para o Programa de Formação de Formação de Palhaço para Jovens da ONG Doutores da Alegria, e a outra análise é do projeto iCANamy, do Instituto Conceição Moura.

“O SROI é uma ferramenta de mensuração de avaliação que pode ajudar as fundações, companhias e ONGs a terem uma compreensão mais profunda do impacto dos seus programas filantrópicos. Ao mensurar esses resultados e traduzi-los para termos monetários claros e simples, o SROI fortalece organizações para provar o real valor de seus programas sociais” explica Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

Doutores da Alegria Criado há 13 anos na cidade de São Paulo, o Programa de Formação de Palhaço para Jovens da Associação Doutores da Alegria oferece gratuitamente formação artística profissionalizante para jovens de 17 a 23 anos em situação de vulnerabilidade e risco social, com foco na autonomia de criação e inserção no mercado de trabalho artístico. O curso possui carga horária de 2 mil horas com duração de dois anos e meio e provê conhecimentos práticos e teóricos para que os jovens possam seguir carreira artística e implementar projetos sociais e culturais nas comunidades onde moram, promovendo acesso à cultura e à transformação social. Desde sua criação, já atendeu 180 jovens, sendo que 80% dos formados conseguiram colocação no mercado de trabalho artístico.

A primeira etapa da avaliação foi validada pela equipe da Associação Doutores da Alegria no dia 20 de outubro durante um workshop: a sistematização da Teoria de Mudança do projeto. A Teoria da Mudança é um mapa que traduz, organiza e estrutura mudanças pretendidas por uma iniciativa social. É essencial para o estudo, pois torna visível os objetivos iniciais esperados. As próximas etapas são mapear os resultados do projeto, estabelecer os indicadores, valorar e entender o impacto e, por fim, calcular o SROI.

Projeto iCANamy Baseado em metodologia desenvolvida pelo Grupo Base 5, o projeto iCANamy busca estimular adolescentes e jovens a criarem maior consciência sobre a própria capacidade de mudar a realidade de suas vidas e de sua comunidade através de uma atitude proativa. A iniciativa é realizada pelo Instituto Conceição Moura na cidade pernambucana de Belo Jardim. Concebido e mantido pelo Grupo Moura (Baterias Moura) há 15 anos, o Instituto desenvolve diversos projetos nas áreas de educação, meio ambiente e cultura.

 

No dia 18 de outubro, a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, e a coordenadora de Planejamento do IDIS, Raquel Altemani visitaram o projeto iCANamy e fizeram entrevistas com a equipe do Instituto e com os beneficiários e familiares para a construção de Teoria da Mudança que deverá ser validada nas próximas semanas. E nos dias 20 e 21 de novembro terá início a etapa qualitativa da avaliação: serão feitos grupos focais para aprofundar a visão do impacto nos beneficiários e para ajudar a quantificá-lo.

“A análise SROI é especial por conseguir avaliar aspectos intangíveis das ações sociais. E para além dos custos do investimento, a metodologia contabiliza todos os resultados considerados como relevantes pelos diferentes grupos de interesse”, comenta a coordenadora de Planejamento do IDIS, Raquel Altemani. Para conhecer as avaliações já realizadas pelo IDIS clique aqui.

Em 2017 o #diadedoar será em 28 de novembro!

Com 35 países participantes, o Dia de Doar é a principal campanha no mundo de promoção da Cultura de Doação. Organizada pelo Movimento por uma Cultura de Doação, uma coalização de organizações e indivíduos do qual o IDIS faz parte, a mobilização incentiva a doação para organizações da sociedade civil.

No Brasil, o seu impacto é ainda maior, pois chama a atenção de milhões de brasileiros para a importância de fortalecer o trabalho das ONGs. Aqui, precisamos promover muito a doação e a responsabilidade que cada um tem em financiar as causas que defende e acredita em prol de um país melhor para todos.

Resultados do World Giving Index 2017, índice de solidariedade medido pela Charities Aid Foudantion (CAF) e divulgado pelo IDIS, mostram que cerca de 65% dos brasileiros gostariam de se engajar mais em causas sociais e serem mais participativos no cotidiano da transformação positiva que nossa sociedade anseia.

Realizado no Brasil desde 2013, o Dia de Doar foi criado no Estados Unidos com o nome #GivingTuesday – um contraponto ao #BlackFriday. Os participantes, indivíduos, empresas, governos podem cadastrar suas ações de doação e as ONGs podem registrar suas iniciativas de captação no site www.diadedoar.org.br.

Atores sociais de Paracatu são capacitados no tema de mobilização de recursos

Localizada no noroeste mineiro, a cidade de Paracatu foi fundada na primeira metade do século XVIII em pleno ciclo do ouro. O declínio da exploração do metal provocou a decadência econômica da localidade, mas com a construção de Brasília a região tomou novo impulso. Atualmente, com cerca de 85 mil habitantes, Paracatu destaca-se por ser um importante polo de mineração – após a descoberta de novas reservas do minério – e orgulha-se de sua gente hospitaleira e da sua tradição cultural.

Em setembro e em outubro, o IDIS esteve na cidade realizando, primeiramente, um estudo de cenário e, na sequência, o primeiro módulo de um ciclo de capacitações dos atores sociais locais no tema Captação e Diversificação de Fontes de Recursos. As ações fazem parte de um projeto realizado pelo IDIS em parceria com a Kinross Gold, mineradora canadense com unidade de extração na cidade, cujo objetivo é fortalecer a comunidade contribuindo para o desenvolvimento local.

Ao todo serão três módulos de formação para os representantes de organizações sociais e dois módulos para representantes do poder público municipal. Cada módulo ocorre ao longo de dois dias de encontro. O conteúdo é baseado nas informações colhidas pelo IDIS durante a visita de campo, ocorrida em setembro, quando a equipe do IDIS entrevistou 28 pessoas para mapear desafios e oportunidades de atuação.

“Um total de 70% dos entrevistados apontou a captação de recursos como o principal desafio das organizações da sociedade civil”, informa Olivia Castelo Branco, trainee de Projetos do IDIS e integrante da equipe de campo que realizou o diagnóstico. Os dois ativos mais citados pelos entrevistados foram a cultura de Paracatu: 48% falaram foi um dos sobre a riqueza cultural do município e acreditam que ela precisa ser mais valorizada pelos habitantes, assim como a possibilidade de explorar o turismo local (também apontada por 48% dos entrevistados).

Tendo essas informações em mãos, o IDIS preparou um ciclo de formação sobre mobilização de recursos e elaboração de projetos. Os próximos encontros serão em novembro e dezembro. Após essa etapa, o IDIS fará acompanhamento à distância dos participantes, para sanar dúvidas e apoiá-los no desenvolvimento dos projetos propostos durante as capacitações. “O planejamento da mobilização de recursos deve iniciar-se através de um diagnóstico das organizações. Por isso, instigamos as organizações a refletir sobre causa, missão e valores”, esclarece Marcela Bernardi, coordenadora de Projetos do IDIS.

Outra ação do projeto será a realização de palestras com possíveis investidores locais, programadas para dezembro. “Queremos alcançar todos os ativos para o desenvolvimento local: preparamos as organizações sociais para elaborarem projetos e acessarem novas fontes de recursos públicos ou privados, capacitamos o poder público para aperfeiçoar a elaboração de projetos e de editais, ressaltamos a importância do trabalho em rede e em parcerias ou em forma de convênios e, por fim, os investidores locais serão chamados para participarem desse processo de desenvolvimento do município. Eles podem apoiar projetos via recursos incentivados”, explica Marcela Bernardi.

IDIS realiza evento com comunidade filantrópica para discutir o que é sucesso no investimento social privado

Com o tema “Sucesso”, o IDIS realizou no dia 5 de outubro, em São Paulo, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2017. Com recorde de público, de mais 220 pessoas, estiveram presentes representantes de grandes empresas, organizações da sociedade civil e famílias de filantropos. As plenárias e debates tentaram responder questões como: O que é sucesso no investimento social privado para famílias, empresas e comunidades? O que é sucesso quando se aborda problemas complexos? Como construir o sucesso e como avaliá-lo?

A síntese do que foi apresentado indica que, cada vez mais, o sucesso deixa de ser uma meta individual para ser uma construção coletiva, só alcançável a partir da complementaridade dos diversos setores, governo, empresas e o terceiro setor. “É preciso juntar nossas capacidades, relacionamentos e, também, nossos recursos financeiros”, aponta Paula Fabiani.

O gerente do escritório de parcerias estratégicas do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Bernardo Guillamon, foi enfático ao afirmar que que somente trabalhando em conjunto será possível alcançar maior impacto nas ações sociais. Na mesma linha, o diretor da Fundação Ford Brasil, Átila Roque, disse que sucesso tem a ver “com criar um ambiente onde a sociedade seja menos desigual”. A diretora do BNDES, Eliane Lustosa, diz que o banco aposta nos endowments como importante instrumento para alavancar recursos privados e, consequentemente, resolver problemas complexos.

Os avanços tecnológicos e os impactos na área da filantropia foram tratados em dois painéis. O diretor da CAF Global Alliance, Michael Mapstone, explicou que a tecnologia de blockchain (cadeia de blocos), representa um novo protocolo de confiança, já que permite monetizar muitos ativos que também podem ser doados, como a propriedade intelectual, por exemplo. A doação, diz ele, não ficará mais restrita a tempo e dinheiro. O sociólogo Odino Marcondes fez uma reflexão com público ao dizer que vivemos sempre pensando no que vem pela frente. “O futuro não está lá distante, está aqui! Trago para cá como moldura e determino esse futuro”, acrescentou.

O Fórum também abriu espaço para mostrar o projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA), que conseguiu reduzir de maneira significativa o índice de anemia ferropriva em alunos da rede municipal de Borba. Uma análise, feita em 2016, apontou as carências das comunidades relacionadas a saneamento básico, tratamento de água e saúde. Com as demandas mapeadas, o IDIS buscou soluções no Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. O diretor executivo da Fundação, Rogério Bressan Biruel, mostrou que atualmente o Banco de Tecnologias inclui projetos não só do Brasil, mas da América Latina e do Caribe.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é uma realização do IDIS e do Global Philanthropy Forum em parceria com a Charities Aid Foundation (CAF), Instituto C&A, Fundação Telefônica Vivo, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Fundação José Luis Egídio Setúbal, Fundação Banco do Brasil e Fundação Roberto Marinho. O evento é realizado anualmente, sempre com o objetivo de contribuir para a formação de uma comunidade de pares, para o fortalecimento das práticas de filantropia e investimento social no país. Todas as sessões do Fórum foram gravadas e serão disponibilizadas no canal do IDIS no Youtube.

Confira as fotos do evento: https://www.facebook.com/pg/IDISNews/photos/?tab=album&album_id=1992388910996284

Sucesso é o tema do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Com nova identidade visual, inspirada no símbolo de igual, será realizado na próxima semana, em São Paulo-SP, a sexta edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. O evento é uma realização do IDIS e do Global Philanthropy Forum em parceria com a Charities Aid Foundation (CAF), Instituto C&A, Fundação Telefônica Vivo, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Fundação José Luis Egídio Setúbal, Fundação Banco do Brasil e Fundação Roberto Marinho.

O Fórum é realizado anualmente, sempre com o objetivo de contribuir para a formação de uma comunidade de pares, para o fortalecimento das práticas de filantropia e investimento social no país, a partir de um tema norteador. Em 2017, o tema escolhido é Sucesso. As plenárias e debates procurarão responder perguntas como: O que é sucesso no investimento social privado? Como ele é entendido por famílias, empresas e comunidades? O que é sucesso quando se aborda problemas complexos? E quando se busca o ganho de escala? Como construir o sucesso e como avaliá-lo?

“O Fórum se propõe a ser um evento que estimule e inspire os investidores sociais a continuar colocando tempo, recursos e conhecimento em favor das causas sociais e ambientais, ainda que o momento que atravessamos seja difícil” afirma a diretora presidente do IDIS, Paula Fabiani. “E a nova identidade visual foi inspirada no sinal de igual, representando a nossa busca por igualdade e equidade para todos os povos do mundo.”

Na programação estão palestras de representantes de organizações que enfrentam problemas complexos como o BNDES, o BID e a Fundação Ford. Serão apresentados casos de empreendedores sociais e investidores que querem, ou não, atingir escala, além de conversar sobre as diferenças de abordagem para investidores familiares e corporativos. O Fórum vai mostrar ainda a importância de mecanismos de sustentabilidade de longo prazo para organizações da sociedade civil, os endowments, e a avaliação de impacto na construção de agendas de sucesso. A plenária de encerramento se propõe a refletir sobre o futuro da filantropia e como as inovações tecnológicas poderão nos ajudar a transformar realidades.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é um evento fechado para convidados, mas as sessões são todas gravadas e disponibilizadas posteriormente no canal do IDIS no Youtube.

Programa RenovAção lança edital para beneficiar a 1º Infância

Estão abertas desde 18 de setembro as inscrições para o Programa RenovAção Kids, uma iniciativa do Instituto Cyrela realizada com apoio técnico do IDIS. O edital tem como objetivo transformar os espaços de instituições que atendam crianças de 0 a 6 anos em situação de vulnerabilidade social. O vencedor receberá um prêmio de até R$ 100 mil para a construção ou reforma de espaços. Podem participar organizações da sociedade civil e instituições educacionais públicas (estaduais e municipais) localizadas na Região Metropolitana de São Paulo, que desenvolvem trabalho de relevância e impacto para a educação e/ou desenvolvimento da Primeira Infância (crianças de 0 a 6 anos) e/ou mulheres em pré-natal.

O IDIS é responsável pela elaboração do regulamento do concurso, pelo recebimento das inscrições, pela validação das organizações proponentes e pela organização da banca examinadora de seleção dos finalistas. Posteriormente, fará o monitoramento da aplicação do recurso recebido pela entidade ganhadora.

“O processo de seleção será feito em três etapas”, esclarece a coordenadora de Projetos do IDIS, Marcela Bernardi, “seleção dos semifinalistas, com base na originalidade e impacto dos projetos inscritos; visita técnica aos semifinalistas e seleção de 1 (um) projeto vencedor por meio de Banca Examinadora formada por especialistas do terceiro setor.”

As inscrições podem ser feitas no site do programa: www.programarenovacao.org. Os candidatos deverão realizar os seguintes passos para a inscrição: ler o regulamento do edital do prêmio, preencher o formulário de inscrição, providenciar os documento da instituição solicitados e efetivar a inscrição.

World Giving Index 2017: voluntariado no Brasil bate recorde

Um em cada cinco brasileiros fez algum tipo de trabalho voluntário de acordo com o World Giving Index 2017, estudo feito pela Charities Aid Foundation (CAF), instituição com sede no Reino Unido e que no Brasil é representada pelo IDIS. O WGI, conhecido como ranking global de solidariedade, registra o número de pessoas que doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho no mês anterior ao levantamento ou fizeram trabalho voluntário. Este ano, foram entrevistadas 146 mil pessoas em 139 países. O estudo foi divulgado no dia 5 de setembro em um evento no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo, que reuniu representantes de organizações sociais e especialistas no tema da Cultura de Doação.

No levantamento anterior, 18% dos entrevistados diziam ter feito algum tipo de trabalho voluntário, percentual que chegou agora aos 20%, marca recorde para o Brasil desde que o levantamento começou a ser feito em 2009.
Mais da metade, 54% das pessoas ouvidas, disseram ter ajudado um estranho, número que se manteve estável em relação ao ano passado. O único comportamento que mostrou piora em 2017 foi o número de pessoas que doaram dinheiro. Depois de bater 30% em 2016, o índice agora caiu para 21%.

No geral, a pontuação do Brasil no World Giving Index caiu de 34% para 32%, o que levou o país a perder 7 lugares no ranking, ficando em 75º lugar. A pontuação do país caiu ligeiramente esse ano, mas ainda se mantém maior que em anos anteriores. É a segunda melhor colocação desde que o WGI foi criado.

“Apesar da queda do indicador geral, o voluntariado atingiu seu maior índice e nosso desafio é transformar essa tendência em uma pratica rotineira, independente de grandes eventos como foram os jogos olímpicos, reforça a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Mundo
O WGI 2017 mostrou uma mudança no quadro mundial da generosidade. Enquanto a maioria dos grandes países do top 20, como as nações da Europa, Ásia e os Estados Unidos caíram no ranking, vários países da África subiram na tabela. A África foi o único continente que registrou crescimento nos 3 comportamentos de solidariedade.

Vinte por cento dos top 20 deste ano foram ocupados pelos países africanos (Quênia, Serra Leoa, Libéria, Zâmbia) e oito nações (Gana, Zâmbia, Serra Leoa, Libéria, Quênia, Zimbábue, África do Sul, Tunísia) viram sua pontuação aumentar mais de 5 pontos percentuais, ou seja, a África foi o continente que teve melhor desempenho.

Campeões
No geral, Myanmar foi o país mais generoso do mundo pelo quarto ano consecutivo, mas registrou queda na pontuação geral de 70% para 65%. A Indonésia foi o segundo, seguida pelo Quênia, Nova Zelândia e Estados Unidos.

Alguns destaques
Este ano, o índice global teve uma piora em relação ao de 2016: doar dinheiro e ajudar um estranho recuaram 1,8 pontos percentuais, enquanto voluntariado caiu 0,8 pontos percentuais. O relatório sugere um declínio geral nos índices de solidariedade, especialmente entre as nações desenvolvidas. Apenas seis dos países do G20 aparecem no top 20.

O Quênia foi um dos destaques do WGI 2017 ao passar do 12º para o posto de terceira nação mais generosa.
Serra Leoa foi o país que teve a maior pontuação no quesito ajudar um estranho: 81% dos entrevistados relataram ter tido esse comportamento no mês anterior à pesquisa. O Camboja ficou na outra ponta, com apenas 18% de pessoas relatando ajudar um estranho.
O estudo na íntegra pode ser baixado em www.idis.org.br/world-giving-index-2017

IDIS é reconhecido como uma das cem melhores ONGs do Brasil

O  IDIS foi reconhecido, ao lado de outras 99 organizações, como uma das melhores ONGs do Brasil. Trata-se da primeira edição da #melhoresOngs, uma iniciativa do Instituto Doar e da Revista Época, que teve mais de 1.500 participantes.

No Brasil, hoje, são mais de 300 mil ONGs, entre associações de caridade, organizações da sociedade civil, institutos e fundações filantrópicas. Estar entre as 100 melhores é sinal de competência e de reconhecimento.

O próprio IDIS, por meio da pesquisa “Doação Brasil”, havia revelado que 71% da população entende que as ONGs dependem de doações para obter recursos e funcionar e 44% concorda que essas instituições fazem um trabalho competente. Porém, apenas 26% dos entrevistados acham que a maioria das ONGs é confiável.

“Os brasileiros entendem a importância e valorizam o trabalho das ONGs, mas por conta do clima de escândalos e desconfiança que atinge o Brasil, ficam receosos na hora de doar. Esse prêmio, sem dúvida alguma, é um reconhecimento para as organizações que fazem um trabalho sério, com transparência, que sabem se comunicar e, claro, uma vitrine para os doadores que buscam ONGs confiáveis e que apresentam resultados”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Para o Instituto Doar, que valoriza os bons exemplos através de um Selo de Qualidade, chegou a hora de criar um estímulo para as ONGs. Organizações exemplares merecem o reconhecimento e o dinheiro de doadores conscientes. É esse o objetivo do Prêmio Melhores ONGs.

Confira a lista com as 100 Melhores ONGs.

Diminuição do índice de anemia em Borba-AM repercute na mídia

O projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) foi tema de três reportagens na mídia por conta dos resultados positivos: houve queda no índice de anemia ferropriva entre os alunos da Escola Municipal Francisco Bezerra, localizada na comunidade de Axinim, no município de Borba-AM, após a aplicação da Tecnologia Social Hb.

No dia 28 de junho, a gerente de projetos do IDIS, Andrea Hanai, contou à rádio CBN Amazonas como foi o processo de implantação da Hb em Borba. Desde o diagnóstico realizado pelo IDIS em 2016, que resultou na concepção do projeto, incluindo a importante parceria com o poder público local, passando pelo envolvimento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante os três meses de tratamento das crianças. A entrevista foi ao ar no programa Estação de Notícias.

Esses primeiros resultados do TSA também foram destaque no jornal “A Crítica”, um dos mais importantes do estado, em matéria publicada no dia 11 de julho; e no programa Nacional Jovem da Rádio Nacional da Amazônia, no dia 6 de julho.

Confira a repercussão na CBN Manaus e no jornal A Crítica:

https://www.youtube.com/watch?v=mwbKIoGGcEY
http://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/problemas-de-familias-ribeirinhas-podem-ser-resolvidos-com-tecnologia-social-diz-projeto-da-fbb

Unindo parceiros para o combate ao câncer de mama

Articular para somar esforços potencializando o impacto dos projetos sociais e fomentando o trabalho em rede. O compromisso do IDIS com o desenvolvimento social também se dá com ações que buscam alcançar esses objetivos. E foi assim que  profissionais do Amazonas conseguiram participar de uma capacitação oferecida pelo renomado Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo.

Desde 2012, o IDIS atua no Amazonas com iniciativas em prol da primeira infância junto com a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM).  E desde 2003, apoia o Instituto Avon no seu trabalho para a detecção precoce e prevenção do câncer de mama, realizando, entre outras coisas, o monitoramento dos projetos dos parceiros do Instituto. Um desses parceiros é o Hospital de Câncer de Barretos, da Fundação Pio XII, que promove anualmente um curso de capacitação e aprimoramento para profissionais de saúde de todo o Brasil. O objetivo da formação é garantir qualidade e precisão na emissão de laudos dos exames mamográficos.

Os habitantes da região Norte do país, por suas características geográficas que resultam em deslocamentos complexos e longos, tem difícil acesso à mamografia (exame preventivo ao câncer de mama) e ao tratamento. Por isso, a precisão nos exames é mais necessária ainda.  “Em uma de nossas reuniões internas, discutindo os projetos que estávamos desenvolvendo, surgiu a ideia de unir o trabalho desses dois parceiros – Susam e o Instituto Avon”, conta a coordenadora de projetos do IDIS, Marcela Bernardi. “Nós contatamos ambos que prontamente abraçaram a ideia. Em seguida, a Susam indicou quatro profissionais para participar do XXIV Curso de Reciclagem do Núcleo de Aperfeiçoamento em Mamografia, que foi realizado em março desse ano.”

A formação tem carga horário de 80 horas, recebe 12 alunos por ano e é financiado pelo Instituto Avon por meio da parceria com a Fundação Pio XII. A Tecnóloga em Radiologia Julielza Carneiro de Souza, do Hospital Coriolano Cidade Lindoso em Barreirinha-AM, foi uma das quatro participantes indicadas pela Secretaria. “Sou do Amazonas e o curso de reciclagem foi, para mim, de suma importância para adquirir novos conhecimentos para a minha vida profissional. Cem por cento de aprendizado e técnicas excelentes”, relata.

Incentivar e promover parcerias com e entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil eficazes fazem parte do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 17, Parceria em prol das metas e o IDIS procura sempre atuar em consonância com os ODSs, fazendo parte desse esforço mundial em prol de um mundo com mais equidade.

VI Fórum de Filantropos propõe olhar para os sucessos

Todos os brasileiros sabem que estamos atravessando um duro processo de depuração que, ainda que possa render frutos positivos no longo prazo, nos obriga a conviver com um longo período de crise. Exatamente devido ao cenário negativo é que o VI Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais propõe uma mudança de olhar: queremos abrir espaço para aqueles que, apesar das dificuldades, continuam investindo no Brasil, trabalhando duro e colhendo sucessos. Vamos provocar conversas inspiradoras, trocas de conhecimentos, e surgimento de novas ideias para seguir em frente.

Vamos conversar sobre como o sucesso é construído, avaliado e compreendido. Atingir escala é sinônimo de êxito para o investimento social? Ou sucesso só vem junto com políticas públicas? Bons resultados para um investidor familiar é o mesmo que para um investidor corporativo? Alinhamento ao negócio leva ao sucesso? Como perenizar as conquistas? Essas e outras perguntas norteiam a agenda da sexta edição do Fórum, promovido pelo IDIS e considerado o mais importante evento brasileiro voltado à comunidade filantrópica.

As palestras, mesas temáticas e diálogos vão abordar a questão do sucesso a partir das perspectivas do investidor comunitário, familiar e empresarial e também em diferentes abordagens. “Vamos falar de atuação para solucionar problemas sociais complexos, níveis de escala, avaliação de impacto, constituição de fundos patrimoniais e diversos outros assuntos”, explica a diretora de Comunicação e Relações Institucionais do IDIS, Andrea Wolffenbuttel. O Fórum vai levar casos de sucesso no investimento social no Brasil e na América Latina com o intuito de inspirar os filantropos e atores sociais do setor presentes no Fórum.

Até o momento, já estão confirmados os seguintes palestrantes:

– Alex Seibel, fundador da ARCAH, organização social que resgata moradores de rua por meio de soluções sistêmicas, baseadas na permacultura e na economia circular.
– Ana Maria Diniz, presidente do conselho do Instituto Península, braço social dos negócios de sua família e instituição mantenedora do Singularidades. É uma das fundadoras do movimento Todos Pela Educação e conselheira da ONG Parceiros da Educação.
– Luiz Alberto Oliveira, curador do Museu do Amanhã. Inaugurado em dezembro do ano passado, o Museu do Amanhã foca nas constantes mudanças vividas pela sociedade atual e nos novos caminhos para o futuro.
– Neca Setúbal, doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP e mestre em Ciência Política pela USP é fundadora da Fundação Tide Setubal e do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária).
– Roberto Klabin, é vice-presidente da Fundação SOS Mata Atlântica.

E pelo segundo ano consecutivo os vencedores do Prêmio Empreendedor Social, da Folha de S. Paulo, apresentarão os seus empreendimentos exitosos: Carlos Pereira criou o Livox, um aplicativo de comunicação alternativa para tablets e smartphones que permite pessoas com deficiência se comunicarem e se alfabetizarem; Nina Valentini é uma das fundadoras do Instituto Arredondar que atua como uma forma de captação de doações individuais e distribuição para organizações sociais; Jonas Lessa e Lucas Corvacho, do negócio social Retalhar, que oferece serviço de descarte correto de resíduos têxteis.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é a versão brasileira do Global Philanthropy Forum (GPF). Tem como objetivos formar e fomentar uma comunidade de filantropos no Brasil, trazer novos conhecimentos sobre o tema e abrir um espaço para experiências e novas tendências do setor. O evento é fechado para 200 convidados e será realizado no dia 5 de outubro em São Paulo.

Acompanhe as novidades do Fórum em: idis.org.br/forum

Projeto no Amazonas reduz o índice de anemia ferropriva em comunidade ribeirinha de 60% para 3%

 

Nesta semana o projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) atingiu um resultado digno de comemoração: a queda no índice de anemia ferropriva para 3% entre os alunos da Escola Municipal Francisco Bezerra, localizada na comunidade de Axinim, no município de Borba-AM. Essa taxa está abaixo da meta de 5% estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em março, quando foi aplicado o teste por meio da Tecnologia Social Hb nos 249 alunos do local, foi detectada uma alta incidência da doença: 59,8% dos examinados foram identificados com anemia. A partir desse diagnóstico teve início um tratamento que incluiu suplementação com sulfato ferroso, vermífugo e acompanhamento das equipes de Saúde e Educação.

A anemia causada pela falta de ferro na alimentação é a carência nutricional mais frequente em todo o mundo. Segundo a OMS, ela atinge 25% da população mundial, sendo crianças e gestantes os grupos mais vulneráveis. Esse problema de saúde pública afeta diretamente o desempenho motor e mental em crianças.

A tecnologia Hb integra o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. Ela foi desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) especialmente para permitir o rápido diagnóstico, tratamento e controle da anemia ferropriva em alunos de escolas públicas.

“Estamos muito entusiasmados com os resultados pela aplicação dessa nova tecnologia social. Acreditamos que os efeitos do tratamento serão sentidos em todos os aspectos da vida das crianças, especialmente no desenvolvimento físico e cognitivo. Esperamos obter o mesmo sucesso nas demais tecnologias que estão sendo implantadas para enfrentar outros problemas das comunidades ribeirinhas”, disse Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

Uma análise realizada em 2016 pelo IDIS no município de Borba assinalou as carências das comunidades relacionadas a saneamento básico, tratamento de água e saúde. Com as demandas mapeadas, a equipe do IDIS buscou as soluções no Banco de Tecnologias da Fundação BB.

As tecnologias selecionadas foram a Hb – Combate à anemia ferropriva; a Sodis, Desinfecção solar da água; e o Banheiro Ecológico, alternativa sustentável de saneamento. Todas estão sendo implantadas nas cidades amazonenses de Borba, Nova Olinda do Norte e Itacoatiara.

O presidente da Fundação BB, Asclepius Soares, reforçou a importância de investir em soluções de fácil aplicação e com alta efetividade, como as tecnologias sociais. “Mobilizar esforços para fazer a diferença na vida das pessoas por meio de ações simples. Com a parceria do IDIS, a Fundação busca contribuir para que crianças da região cresçam com saúde e tenham um futuro melhor.”

O projeto foi batizado de Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) e é uma iniciativa do IDIS e da Fundação Banco do Brasil com apoio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e das prefeituras dos municípios participantes.

Confira alguns depoimentos:
“Obrigada a todos do projeto Tecnologias Sociais no Amazonas. Ficamos agradecidos por terem escolhido a nossa escola. É maravilhoso poder participar desse programa, cujo objetivo é melhorar a saúde das crianças. Voltem sempre. Nossa escola estará sempre de braços abertos”
Jorge Façanha, diretor da Escola Municipal Francisco Bezerra

“Nós temos observado taxas absurdas de prevalência da anemia ferropriva nas escolas, acima dos 30%, sendo que o controle desta doença não está incluído nas políticas públicas de melhoria da educação, de forma eficaz e permanente. As experiências que obtivemos em Santa Luzia do Itanhy, Boquim e agora em Axinim mostram que é perfeitamente viável realizar programas municipais de diagnóstico e redução da prevalência, contando com os recursos humanos existentes no município. Se realmente queremos melhorar a qualidade da educação no Brasil precisamos também levar em conta a qualidade na alimentação e melhoria do saneamento, uma vez que anemia ferropriva é, em boa parte, consequência de má alimentação e/ou infecção por parasitas de solo.”
Saulo Faria, do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), idealizador da Tecnologia Social Hb

“Há algum tempo que trabalho na área da saúde e não tinha visto ainda um projeto tão cativante e inovador como este. Como todo projeto inovador existem algumas resistências no início, mas com o passar do tempo conseguimos a confiança e o respeito. Ao ver o semblante de satisfação dos pais com o resultado alcançado foi muito incentivador para nós que estamos à frente do projeto. Creio que quando se tem uma equipe íntegra, responsável e disposta realmente a se doar, o resultado inevitavelmente é positivo. Sinto-me muito feliz por ter participado desse projeto pioneiro na comunidade, principalmente por se tratar de saúde pública e espero levarmos não só para essa comunidade, mas para muitas outras em nossa cidade. Levando, junto com ele, a melhoria de vida e um bom desenvolvimento para os jovens de nossa comunidade. Termino agradecendo a Deus pelo dom da vida, aos colegas idealizadores do projeto e os seus parceiros que vieram de longe para implantar esse projeto e nos deixar esse novo conhecimento. Agradeço às secretarias parceiras que nos ajudaram em tudo o que precisamos. Espero ter a oportunidade de participar e ajudar no que for preciso em outros projetos.”
Jairzinho Colares Barros, técnico de enfermagem da UBS de Axinim

Guias para a criação de endowments estão disponíveis

Foram lançados nesta semana três guias sobre uma ainda nova e pouco difundida no Brasil: a criação e a manutenção de fundos patrimoniais (endowments) para garantir a sustentabilidade financeira no longo prazo de organizações sem fins lucrativos. Os manuais foram desenvolvidos a partir dos debates do I Fórum Internacional de Endowments Culturais, realizado em 2016, pelo BNDES e a Levisky Negócios & Cultura com parceria estratégica da Edelman Significa e apoio do IDIS e PLKC Advogados.

Os eventos de lançamento ocorreram nos dias 6 no Rio de Janeiro, na sede do BNDES; dia 7 em São Paulo, no Masp, e em Brasília no dia 8, na sede do Iphan. Foram encontros para a apresentação do conteúdo com palestras da diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani; Ricardo Levisky, fundador e sócio da Levisky Negócios & Cultura;; Luciana Gorgulho, chefe do Departamento de Economia da Cultura do BNDES; e Priscila Pasqualin, do PLKC Advogados. Em São Paulo, Guilherme Franco Montoro, chefe do escritório do BNDES em São Paulo, também compôs a mesa.

A presença de um grande público em todas as cidades mostrou que o interesse pelos fundos patrimoniais está aumentando entre as organizações sem fins lucrativos, e a adesão do BNDES à causa representa um reforço significativo.

O IDIS, junto com outros parceiros, realiza um trabalho de advocacy pela regulamentação dos fundos patrimoniais no Brasil e já conseguiu que mais de um projeto de lei sobre o tema fosse levado a apreciação do Congresso. Entre eles, o PL 16/2015, de autoria da senadora Ana Amélia é o mais abrangente e o que apresenta maiores chances de aprovação.

Os Guias de Endowments Culturais estão disponíveis para os interessados em plataforma digital, no site IDIS e da Levisky Negócios & Cultura. Cada manual tem uma temática diferente:

Guia 1: Conceitos e Benefícios dos endowments como mecanismo de financiamento à cultura
http://idis.org.br/guia-1-conceitos-e-beneficios-dos-endowments-como-mecanismo-de-financiamento-a-cultura/

Guia 2: Orientações e informações ao poder público: aspectos de regulação e tributação
http://idis.org.br/guia-2-orientacoes-e-informacoes-ao-poder-publico-aspectos-de-regulacao-e-tributacao/

Guia 3: Orientações práticas para a implementação de endowments em instituições culturais
http://idis.org.br/guia-3-orientacoes-praticas-para-implementacao-de-endowments-em-instituicoes-culturais/

Os Guias de Endowments Culturais têm idealização e realização da Levisky Negócios & Cultura, apresentação do BNDES, patrocínio da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal do Brasil, parceria estratégica de Edelman Significa, apoio do IDIS e PLKC Advogados.