O IDIS, Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, lança a edição 2020 do relatório ‘Brasil Giving Report: Um Retrato da Doação no Brasil’. É o terceiro ano consecutivo que a pesquisa é realizada, sempre com a mesma metodologia, mostrando como os brasileiros praticaram doação, voluntariado e engajamento cívico no ano anterior.
Visão e opinião evoluíram
Oito em cada dez brasileiros afirmaram que as organizações sociais tiveram um impacto positivo no país como um todo (82% em 2019 contra 73% em 2018) e em suas comunidades locais (80% contra 73% em 2018). Os mais jovens são os mais propensos a ter essa opinião positiva. Quase nove em cada dez pessoas (87%) com idades entre 25 e 34 anos reconhecem um impacto positivo na comunidade local.
“Talvez essa percepção positiva do trabalho desenvolvido pelas OSCs tenha levado a condições mais favoráveis para o desenvolvimento da confiança, e essa confiança permitiu à população responder rapidamente diante da pandemia que vivemos”, explica a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, reforçando que a pesquisa foi realizada em agosto de 2019, antes da crise do coronavírus.
Constatou-se que os brasileiros têm uma visão positiva das ONGs em geral, com três quartos (74%) concordando que “a maioria das organizações sociais trabalha arduamente para alcançar resultados positivos para aqueles que pretendem ajudar”. Esta questão foi abordada pela primeira vez, na edição 2020.
Uma outra novidade do relatório lançado é a opinião dos brasileiros sobre a relação das empresas com as ONGs. Oitenta e seis porcento dos respondentes disseram que as empresas devem apoiar as comunidades em que atuam, 81% são favoráveis a parcerias entre empresas e ONGs e 71% se declarou mais propenso a comprar um produto de uma empresa que ajuda a comunidade local investe na solução de questões sociais..
Comportamento permaneceu estável
Duzentos reais é o valor típico doado pelos brasileiros que fizeram doações nos últimos 12 meses, mesmo patamar registrado em 2018, mas inferior a 2017, quando o valor foi de R$250. Além disso, a proporção dos que doaram permaneceu estável, quando praticamente sete em cada dez brasileiros afirmaram ter feito doação em dinheiro nos últimos 12 meses (67% em 2019 contra 70% em 2018). Como nas pesquisas anteriores, os jovens com idade entre 25 e 34 anos são sempre os que se mostram mais propensos a doar.
O apoio às organizações religiosas e igrejas continua sendo a causa mais popular entre metade dos doadores brasileiros (49%), resultado semelhante ao de 2018 (52%) e 2017 (49%). As outras principais causas para doações são o apoio a crianças ou jovens (39%) e o combate à pobreza (30%). De acordo com o relatório, a proporção de brasileiros que faz trabalho voluntário não muda desde 2017 e atinge metade dos entrevistados (53% em 2019 e 2018 contra 52% em 2017).
As três principais razões para doar também seguem inalteradas desde que o estudo começou a ser feito. “Porque me sinto bem” é a resposta de metade dos entrevistados (52% em 2019 contra 50% em 2018). “Preocupar-se com a causa” (44% agora contra 42% em 2018) e “querer ajudar as pessoas menos favorecidas” (43% contra 40% em 2018) são as outras razões apontadas.
O estudo ‘Brasil Giving Report: Um Retrato da Doação no Brasil’ apresenta dados referentes ao ano de 2019 e foi produzido pela Aliança Global da Charities Aid Foundation. A CAF, representada pelo IDIS no Brasil, é uma rede mundial de organizações que trabalham na vanguarda da filantropia e da sociedade civil.
O estudo na íntegra pode ser baixado aqui.
#ComoPossoAjudar
O resultado da nova edição do Brasil Giving Report foi lançado em 8 de julho, no seminário online #ComoPossoAjudar: O Movimento que Faz a Diferença na Pandemia”, promovido pelo IDIS em parceria com a Folha de S.Paulo. O evento contou com dois painéis, nos quais os convidados puderam discutir a cultura de doação no país.
Mesa 1: Motivações para doar
> Adriana Barbosa, CEO da Preta Hub
> Eugênio Mattar, CEO da Localiza
> Marcia Kalvon Woods, pres. Conselho ABCR
> Nathalia Arcuri, CEO da Me Poupe!
Mesa 2: Caminhos e Escolhas
> Paula Jancso Fabiani, diretora-presidente IDIS
> Luiza Helena Trajano, Magazine Luiza
> Rodrigo Pipponzi, diretor-executivo da Editora MOL
Moderação: Eliane Trindade, Folha
Confira aqui o debate:
Metodologia
Este relatório se baseia em dados coletados pelo YouGov a pedido da CAF. No Brasil foram feitas 1.000 entrevistas online entre 13 e 27 de agosto de 2019. Devido ao grau de penetração da internet no Brasil (70%), a amostra é representativa da população urbana e é ajustada aos dados demográficos conhecidos da população, incluindo idade e gênero.
As diferenças são apontadas com grau de confiança de 95% (o nível de confiança de que os resultados são um verdadeiro reflexo de toda a população). A margem de erro máxima (a quantidade de erro de amostragem aleatória) é calculada em ±3%.
Assessoria de Imprensa IDIS
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Leandro Andrade – leandro@4pressnews.com.br




As cem principais companhias negociadas na Bolsa de Valores de Londres, que compõem o índice FTSE 100, doam menos ano a ano. Cerca de 70% delas estão presentes em várias partes do mundo e contribuem com causas sociais dentro e fora do Reino Unido. A conclusão é do estudo divulgado pela britânica CAF (Charities Aid Foundation), representada no Brasil pelo IDIS. Apesar do relatório não trazer dados específicos sobre outros países, o estudo serve com uma espécie de guia para entender as tendências e perspectivas das doações corporativas em escala global. Foram analisados os relatórios anuais e de responsabilidade social de 2009 a 2017, considerando doações em dinheiro, tempo, serviços de gestão e doações em espécie.
A sequência de escândalos políticos e financeiros nos últimos anos só fortaleceu a já consolidada descrença dos brasileiros nas instituições. O real impacto disso na cultura de doação do País ainda está por ser avaliado. Mas uma pesquisa realizada pela Charities Aid Foundation, instituição sediada no Reino Unido e representada no Brasil pelo IDIS, revela um cidadão generoso, que gosta de doar. Além da satisfação pessoal (51%), o brasileiro também leva em conta a causa (41%) e a crença de que todos devem ajudar a resolver problemas sociais (40%).
As causas – O apoio a organizações religiosas mostrou-se a mais popular das causas: quase metade (49%) das pessoas contribuíram para ela (o dízimo foi considerado doação pelos pesquisadores). Em seguida vem o apoio a crianças (42%) e a ajuda aos pobres (20%).











