França obriga supermercados a doarem alimentos que seriam descartados

supermercado

 

A França tornou-se o primeiro país do mundo a proibir supermercados de jogarem fora ou destruir alimentos não vendidos, forçando-os a doá-los para instituições de caridade e bancos de alimentos. A determinação vem de uma lei aprovada por unanimada pelo Senado francês que prevê o destino a ser dado pelos supermercados a alimentos que se aproximam do final do prazo de validade. A lei atende a uma campanha popular na França realizada por ativistas contra a pobreza e o desperdício de alimentos. “Esta batalha está apenas começando. Agora temos de combater o desperdício de alimentos em restaurantes, padarias, cantinas escolares e cantinas de empresas” disse Arash Derambarsh, idealizador da campanha ao jornal britânico The Guardian. Ativistas esperam agora convencer a União Europeia a adotar legislação semelhante nos Estados-Membros.

Para cumprir a lei os supermercados deverão assinar um “contrato de doação”, que vai detalhar como os alimentos serão doados para as instituições de caridade. Quem não respeitar as novas regras poderá ser multado em até 75 mil euros ou penalizado com sentença de prisão. A lei vale para supermercados que possuem mais de 400 metros quadrados de área. A lei também prevê que essas instituições terão que armazenar a comida recebida em condições adequadas e distribuí-la de forma digna. Elas já começaram a convocar mais voluntários e ajudantes para auxiliar na triagem e distribuição de produtos aos necessitados.

Até agora os bancos de alimentos franceses receberam 100 mil toneladas de bens doados, dos quais 35 mil toneladas vieram de supermercados. “Um aumento de 15% em alimentos provenientes de supermercados significa mais de 10 milhões de refeições a serem entregues a cada ano”, afirmou Jacques Bailet, da organização Banques Alimentaires.

Ainda de acordo com dados publicados pelo jornal britânico a cada ano, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados em todo o mundo. Um relatório publicado em 2015 mostrou que famílias do Reino Unido jogaram fora 7 milhões de toneladas de alimentos em 2012, o suficiente para encher nove vezes o estádio de Wembley, em Londres.

Etapa qualitativa da Pesquisa Doação Brasil aponta tendências

Os brasileiros demonstram menos sensibilidade às causas ambientais. Esta é uma das tendências que indicam os resultados preliminares de uma pesquisa que pretende traçar o perfil do doador brasileiro. Em sua primeira etapa, com dez grupos focais de três cidades distintas, os participantes demonstraram maior simpatia pelas causas envolvendo crianças, idosos, educação, saúde e geração de emprego. Temas como dependência química, proteção aos animas e apoio ao esporte foram recebidos de formas bem diversas. Enquanto alguns participantes rejeitaram fortemente, outros, em sua maioria os que já tiveram algum contato com esse tipo de problema, demonstraram grande apoio. A surpresa maior foi o baixo entusiasmo pelas causas ambientais, exceto pelo grupo mais jovem, os demais não listaram a defesa do meio ambiente como uma de suas causas favoritas. Mas todas essas tendências ainda serão checadas e confirmadas na etapa qualitativa da pesquisa.

 

 

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS, em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Uma sequência de encontros de trabalho foi realizada envolvendo representantes de organizações da sociedade civil, universidades, mídia, fundações e redes e associações de classe ligadas aos temas de cultura de doação e captação de recursos.

O resultado final da pesquisa será difundido abertamente para todos os interessados, com intuito de fortalecer a cultura de doação no país e contribuir na capacitação da sociedade na captação de recursos.

 

Paula Fabiani e Heródoto Barbeiro conversam sobre Filantropia

A criação de uma cultura de doação no Brasil vai ganhando espaço na pauta. Um esforço que tem no IDIS um braço importante. A presidente do Instituto, Paula Fabiani, esteve, no final do ano passado na Record News. Num bate papo com o apresentador Heródoto Barbeiro, esse foi um dos temas. Além disso, as doações, os impostos que impactam o setor, o futuro da filantropia, as leis de incentivo e os cases de sucesso foram tema da conversa.

Clique aqui para assistir à entrevista.

 

Heródoto e Paula Fabiani

 

 

Filantropia em tempos de crise

Logo Fórum 2015O IDIS realizou, em novembro deste ano o IV Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, cujo tema transversal foi “Filantropia em tempos de crise”. Um tema atual tratado com um olhar diferente. Tivemos um dia inteiro de discussões sobre como investidores sociais podem usar seus recursos e experiências bem sucedidas para ajudar o Brasil a sair fortalecido do difícil momento que está atravessando.  O sucesso do Fórum e a presença de tantos parceiros e pessoas interessadas em fazer o bem só reforça o nosso desejo de trabalhar, cada vez mais, pelo resgate de valores no país.

Veja aqui a opinião de alguns palestrantes.

AF_Barra_Forum_2015_03

 

A exceção que virou regra

Logo Fórum 2015A diretora -presidente do IDIS, Paula Fabiani, chamou empresários e filantropos para se unirem contra a crise e por um país mais correto e justo. Paula, no seu discurso de boas-vindas ao IV Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, lembrou que o momento pelo qual passamos requer atenção não apenas pelas questões econômicas, mas pela exposição global de práticas das quais não temos motivos para nos orgulhar. A corrupção endêmica praticamente, é o oposto do que ser quer para o país.

“Hoje a exceção virou regra”, lembrou a presidente, que alertou que os filantropos não podem assistir quietos os agravamentos sociais e as rupturas de valores que estamos presenciando, e que é preciso, mais do que nunca, a união de forças.

 

Assista à mensagem de Paula Fabiani

AF_Barra_Forum_2015_03

 

Como e o que pensam os jovens filantropos

Logo Fórum 2015O que as novas gerações estão trazendo em termos de transformação para a filantropia brasileira? O que pensam esses jovens que estão hoje à frente de instituições sejam mais antigas ou que surgiram mais recentemente, mas que têm um forte viés familiar? Como mudar e trazer novas ideias e enfrentar os desafios para seguir adiante e ao mesmo tempo resgatar valores importantes que se perderam diante da atual crise que vivemos?

Esses temas foram debatidos no painel “O olhar da próxima geração de filantropos”, durante o IV Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais . O mediador foi o Secretário Geral do GIFE, André Degenszajn, que recebeu Inês Mindlin Lafer, diretora do Instituto Betty e Jacob Lafer, Eduarda Penido Della Vecchia, diretora da Fundação Lúcia e Pelerson Penido e Raphael Klein, fundador do Instituto Samuel Klein.

AF_Barra_Forum_2015_03

 

Grandes filantropos, grandes palestras

Logo Fórum 2015O tema proposto pelo IDIS neste IV Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, ‘Filantropia em Tempos de Crise’, suscitou muitas discussões sobre o futuro das instituições filantrópicas, sobre o papel das novas gerações de filantropos e o poder de mobilização da sociedade para ajudar mudar o cenário do Brasil em um momento de crise como o atual. Como bem disse a diretora do Global Philanthropy Forum, Suzy Antounian, “…nas crises surgem oportunidades para mudanças estratégicas”.  Aqui estão algumas das questões levantadas durante o encontro para a nossa reflexão e que mostram os desafios que temos pela frente não apenas para superar as adversidades, mas também para buscarmos a consolidação de uma cultura de doação no país.

_MG_9949_Invista

 

 

 

Daniel Feffer, vice-presidente da Suzano Holding: “Empresas que estão começando agora dificilmente se preocupam com responsabilidade social. Elas precisam se sustentar primeiro”, diz Feffer.

_MG_0079_Invista

 

 

 

Afonso Carrillo, filantropo guatemalteco e fundador do do Movimento MelmportaGuate, se mostrou encantado com o Brasil. “É um grande povo, um país maravilhoso …não podemos esperar por novas crises. É hora de agir, mas sei que não é fácil. Temos que resgatar valores e princípios”.

_MG_0565_Invista

 

 

 

 

Elie Horn, presidente do Instituto Cyrela, falou sobre como promover a filantropia: “Conscientizando os ricos. Sem dinheiro não se faz nada”.

_MG_9881-3_Invista

 

 

Guilherme Leal, co-presidente do Conselho da Natura, disse que um dos problemas que enfrentamos, é que o Brasil não estimula você a ser filantropo: “A filantropia é essencial, mas é absolutamente insuficiente”, diz. “O que faz um jovem mudar o rumo da vida? É querer ser milionário. Isso é muito pouco!”.

AF_Barra_Forum_2015_03

 

1º de dezembro é o Dia de Doar

Cartaz Dia de Doar

 

O primeiro dia do mês de dezembro deste ano será o Dia de Doar. Um dia especialmente dedicado para que as pessoas prestem atenção a todas as possibilidades existentes para se fazer uma doação a alguém ou a alguma organização necessitada. Pode ser doação em dinheiro, pode ser doação de tempo, de atenção, de carinho. O importante é doar algo para transformar a vida do outro e para transformar o entorno em um lugar mais acolhedor para todos.

O site www.diadedoar.org.br tem sugestões de ações para indivíduos, empresas, governo e organizações não governamentais. O IDIS produziu material de divulgação do Dia de Doar e doou boa parte para a Associação Brasileira de Captadores de Recursos, que visitou várias cidades brasileiros convidando todos a aderir à data.

Não deixe o Dia de Doar passar em branco! Ainda dá tempo!

 

 

Brasil perde 15 posições no ranking mundial de solidariedade

O estudo anual World Giving Index, da Charities Aid Foundation (CAF), mostra que cada vez menos brasileiros doam dinheiro ou tempo de voluntariado para ajudar boas causas, apesar da quantidade de brasileiros que ajudam pessoas desconhecidas ter registrado um discreto crescimento em 2014, subindo de 40% em 2013 para 41% no ano passado, o que representa um acréscimo de cerca de 2,5 milhões de pessoas.

O World Giving Index, divulgado no Brasil pelo IDIS, é um estudo anual sobre o comportamento global de solidariedade baseado em pesquisas realizadas em 145 países, analisando três indicadores de doação: a porcentagem de pessoas que fizeram doações em dinheiro, dedicaram tempo de voluntariado e ajudaram um desconhecido no último mês anterior à pesquisa. O Brasil caiu 15 posições no índice, saindo da 90ª para a 105ª posição.

Gráfico WGI 2015 Brasil

Para a presidente do IDIS, Paula Fabiani, ainda há um longo caminho a percorrer até que a doação no Brasil alcance níveis de países similares ao nosso. “Em virtude da situação econômica, é provável que as pessoas sintam que têm menos tempo e dinheiro para doar”, diz Paula.

Em 2014, uma em cada cinco pessoas (20%) afirmou ter doado dinheiro no Brasil. Isso é menos do que os 22% de 2013 e é a porcentagem mais baixa registrada nos últimos seis anos. Os brasileiros com 50 anos ou mais continuam sendo os mais propensos a doar, apesar do segmento ter registrado queda no ano passado. Já entre os mais jovens, que são o grupo menos propenso a doar, o percentual de doadores está aumentando.

Clique aqui para acessar a íntegra do relatório World Giving Index 2014-15.

Campanha de crowdfunding para Pesquisa Doação Brasil termina com sucesso

Cover_Juntos2

NOSSO MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE PAGARAM PARA VER!

Depois de 60 dias no ar, a campanha de crowdfunding ‘Você paga para ver?’ terminou com sucesso e atingiu a meta de arrecadar 50 mil reais. Criada para complementar os recursos necessários para a realização de uma pesquisa sobre doação no Brasil, a campanha, veiculada na plataforma Juntos.com.vc, mostrou que o tema ainda não sensibiliza muito o público, e foi necessário o apoio de grandes doadores para alcançar o valor estipulado, o que contraria um pouco o espírito do crowdfunding.

Mesmo assim, estamos muito contentes. Foram 84 doadores, majoritariamente pessoas físicas, que atenderam ao convite de contribuir com para a pesquisa. O crowfunding contou com o apoio o Instituto Arapyaú, que se comprometeu a dobrar o volume de doações, ou seja, ao final, foram captados 100 mil reais.

Com o sucesso desta etapa, foi possível contratar o Instituto Gallup para começar os trabalhos da pesquisa, cuja etapa qualitativa estará concluída ainda em 2015.

O IDIS agradece a todas aquelas pessoas que confiaram no projeto da Pesquisa Doação Brasil e doaram recursos para que a ele se torne realidade e seja o primeiro passo para o desenvolvimento de uma grande campanha pela cultura de doação no Brasil!

 

 

Vamos fazer uma pesquisa juntos?

 

Cover_Juntos2Desde o dia 8 de setembro está no ar uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo), lançada pelo IDIS, para captar recursos para a realização de uma pesquisa para identificar o perfil do doador brasileiro.

Até hoje, não se sabe quanto os brasileiros doam, para quais causas ou por quais motivos. Sem essas informações básicas, é difícil trabalhar por uma cultura de doação.

A pesquisa também vai tentar descobrir por que as pessoas não doam e o que poderia fazê-las mudar de ideia.

Tudo isso vai nos ajudar a entender como criar um Brasil mais solidário e uma sociedade mais proativa na solução de seus próprios problemas.

Mas para que possamos fazer a pesquisa e descobrir como é o doador brasileiro, precisamos de recursos. Já conseguimos o apoio do Instituto Arapyaú, que está fazendo um matching fund e, para cada real captado na plataforma de crowdfunding, ele vai doar outro real.

Junto conosco, tem muita gente que está construindo esta pesquisa, cada um com um jeito de colaborar: o Instituto C&A, o Movimento por uma Cultura de Doação, a Associação Brasileira dos Captadores de Recursos e o Gife, entre outros.

Você vem com a gente? Você paga para ver a ‘cara’ do doador brasileiro?

Você paga para ver?

Cover_Juntos2Na primeira semana de setembro, o IDIS, com apoio do Movimento por uma Cultura de Doação e do Instituto Arapyaú, lançará uma campanha de crowdfunding com o objetivo de arrecadar fundos para fazer a primeira pesquisa sobre doações realizadas por pessoas físicas no Brasil.

A campanha de crowdfunding é uma espécie de “vaquinha” digital e será realizada através da plataforma juntos.com.vc, que é voltada para projetos sociais.

Esta é a quarta e última etapa de captação para esta pesquisa e a meta é arrecadar R$100 mil para completar os recursos necessários, já que o levantamento vai abranger todo o território nacional. Pretendemos identificar quem são os doadores brasileiros, por que doam e as causas que os sensibilizam. Também vamos conversar com os que não doam, descobrir seus motivos e identificar o que os faria mudar de atitude.

Por isso estamos perguntando aos internautas “Você paga para ver?” as informações que a pesquisa vai revelar.

“Precisamos dessas respostas, entender quem é esse grupo e como pensa, para, com esse mapa completo, criarmos grande campanha pela Cultura de Doação no Brasil, como já existe em outros países”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

A pesquisa, liderada pelo IDIS, é uma iniciativa realizada em parceria com um grupo de especialistas e atores relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. Esse grupo de especialistas e financiadores vem exercendo uma função essencial no fortalecimento da proposta da pesquisa. Seu papel continuará sendo fundamental mesmo após a conclusão da pesquisa, em etapas de validação, bem como na etapa de difusão e aplicação dos resultados.

Especificamente a campanha de crowdfunding conta com o importante apoio do Instituto Arapyaú, que vai fazer a matching donation, ou seja, para cada real doado para a Pesquisa Doação Brasil, o Instituto, vai doar mais um real, até chegar à meta estabelecida.

Os detalhes, valores de doações e suas recompensas, o vídeo da campanha, além de todas as informações serão divulgadas na página da campanha, na plataforma juntos.com.vc.  

 

Paula Fabiani fala sobre cultura de doação na Bandnews FM

Paula 1 _2014A coluna A Política Nossa de Cada De Cada Dia, da rádio BandNews FM, aborda histórias de pessoas e grupos que contribuem para uma sociedade melhor e que vai muito além de exercer o direito do voto.

Na edição do último dia 24 de agosto, a entrevistada da coluna foi Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, que comenta sobre o papel fundamental do setor privado na diminuição das desigualdades.

Apesar dos brasileiros serem considerados solidários, a posição do país ainda está aquém em relação ao hábito de doação para causas sociais, por isso, Paula Fabiani enfatiza a como  é de fundamental importância estabelecer uma cultura de doação no Brasil.

Você pode ouvir a entrevista completa aqui. Confira!

Empresa de energia solar transforma ação em social em incentivo a produtividade

Funcionária da Solar City explica energia solar para estudantes

Funcionária da Solar City explica energia solar para alunos de escola na África

A empresa de energia norte-americana, Solar City, cujo presidente é o empresário Elon Musk, encontrou uma forma inovadora para dar mais energia aos seus funcionários ao levar eletricidade para escolas em países em desenvolvimento.

A SolarCity criou a Fundação GivePower que instala um sistema de iluminação por energia solar em uma escola a cada megawatt de energia que a empresa implanta para seus clientes. Em 2014, a GivePower instalou sistemas de iluminação em 511 escolas na África e na América Central.

E há um bônus para alguns funcionários de melhor desempenho da SolarCity: eles ganham viagens de cinco dias de serviços para instalar o equipamento. A concorrência é dura, pois a SolarCity tem mais de 13 mil funcionários em 80 centros em todo os Estados Unidos e apenas de 10 a 15 são selecionados para cada viagem. Há cerca de quatro viagens por ano.

“Os funcionários realmente se reúnem em torno do significado e do impacto”, diz Hayes Barnard, presidente da fundação.
A Fundação GivePower colabora com outros grupos de ajuda internacional, incluindo o BuildOn, que podem fornecer serviços de tradução e ajudar no gerenciamento da logística.

Ideia do funcionário

Barnard, que entrou na SolarCity há dois anos, diz que sua experiência pessoal ajudando a construir uma escola em um país em desenvolvimento para o BuildOn, o inspirou a sugerir que a Sola City colocasse seu conhecimento de energia solar em prol da causa de iluminação escolar. Eletricidade permite que as crianças estudem mais e que adultos tenham aulas à noite. Isso pode transformar a escola em um centro comunitário.

A SolarCity iniciou seu trabalho social em casos de catástrofe, usando doações da Fundação Musk para construir sistemas de energia solar em áreas devastadas pelo furacão Katrina, no derramamento de petróleo da BP, no desastre nuclear de Fukushima e no furacão Sandy.
De acordo com o Relatório de Impacto do Milênio 2014, os jovens estão interessados em trabalhar para empresas que fornecem oportunidades para que eles que querem ser voluntários.

Lyndon Rive, chefe-executivo da SolarCity, diz que as viagens internacionais têm sido um sucesso com os funcionários, que muitas vezes lhe enviam bilhetes de agradecimento pela experiência, e tem aumentado a retenção de talentos.

Texto extraído de notícia do The Chronicle of Philanthropy: https://philanthropy.com/article/Solar-Companys-Charitable/232453
.

Do papel para a realidade: Santas Casas do interior já estão colhendo frutos dos projetos de captação de recursos

O Programa de Captação de Recursos Fehosp /IDIS entra na reta final com vários projetos em desenvolvimento e um balanço parcial, positivo. As mais de 100 Santas Casas envolvidas no programa, representam 33mil leitos, 51% do total de leitos existentes nesses municípios. O programa termina no fim de setembro.

Depois de várias oficinas e rodadas de coaching com os consultores do IDIS, cada hospital concebeu um plano de captação de recursos para melhorar as condições financeiras do estabelecimento. Alguns criaram uma nova área específica para cuidar dos novos projetos e da captação. Outros, realocaram pessoal, mas todos estão colocando a mão na massa.

Um desses exemplos é a Santa Casa de Lindóia. Sob a batuta da irmã Alaídes, que começou a orquestrar o plano de revitalização, o primeiro projeto começa a sair do papel:  a construção de um novo Centro de Imagens, estimado em cerca de R$1 milhão. A aquisição de um mamógrafo é o ponto de partida. Para isso, será feita a rifa de uma moto com a expectativa de arrecadar até R$75 mil. A entidade, que só contava com a colaboração dos estabelecimentos comerciais que destinavam percentual da Nota Fiscal Paulista, agora está captando recursos junto à comunidade. Já obteve a doações de camisetas para vender durante a campanha do “Outubro Rosa”, conseguiu a doação de duas cabeças de gado que irão à leilão nos próximos meses e espera ainda outras, querendo chegar a 40.

Os exemplos podem parecer simples, mas para hospitais beneficentes que estavam sem meta e sem saber como captar de forma eficiente é um avanço significativo.

No Vale do Paraíba, a Santa Casa de Misericórdia de Jacareí está se profissionalizando. Antes, não fazia captação de recursos. Com as orientações dos consultores, elaborou e implantou projeto de reestruturação das alas masculina e feminina com pintura de parede e compra de equipamentos. Além disso, obteve 100% de adesão no projeto Adote Um Leito na ala de Pediatria que passara de 12 para 21 leitos.

A Santa Casa de Misericórdia de Adamantina engorda a captação de recursos com o apoio da comunidade vendendo pizza e participando de feira de exposição. São ações que rendem benefícios para pacientes e acompanhantes, como a compra de bebedouro e cadeiras e ainda uma máquina de confecção de crachá para identificar os funcionários.

Na região da Grande São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes também adota uma estratégia relevante de captação de recursos e resolveu contratar um profissional especializado. Com isso, está intensificando a visita às empresas da região buscando parcerias.

Há outras dezenas de exemplos menores ou maiores, mas cada um deles é extremamente significativo para as instituições, que buscam, de maneira mais profissional e assertiva, novas formas de seguirem em frente, sem depender completamente do poder público, mas cada vez envolvendo e sensibilizando as suas comunidades.

 

De centavo em centavo

Arredondar_11_04_2014 0404

Ari Weinfeld e Nina Valentini, do Movimento Arredondar. Foto: Renata Terepins

Arredondar para cima o valor de uma compra e doar os centavos para uma organização da sociedade civil. Quando falamos em centavos pode parecer pouco, mas quando pensamos em quase 6 milhões de faturas de compras emitidas diariamente apenas pelos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, esse número se torna extremamente significativo.

Essa é a ideia do Movimento Arredondar. O projeto, que começou em escala em abril do ano passado, já conta com mais de 230 lojas ativadas e marcas como Alpargatas, Luigi Bertolli, Cori e Emme, entre outras.

Atualmente, o Arredondar tem dois modelos de apoio para instituições. O primeiro é voltado para organizações que trabalham pelos Objetivos do Milênio da ONU. São 15 organizações do portfólio que foram selecionadas via edital, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e outras 15 que estão na lista de espera.

O segundo e mais novo modelo funciona de forma inversa. A organização social é que traz uma rede varejista de certo porte disposta a arredondar. A equipe faz o processo de validação da organização, verificando documentos e realizando uma visita técnica, para garantir sua idoneidade. A partir daí, a rede varejista poderá arredondar para a organização que a indicou, sendo que, do valor arrecadado (menos as taxas), metade vai para a organização credenciada e o restante para outras organizações do portfólio, para garantir que o dinheiro chegue às mais diversas causas.

“Criamos um mecanismo transparente, fácil e sem custo que pode ser usado por toda rede varejista interessada ou empresas de sistema para o varejo”, avalia Ari Weinfeld, fundador e presidente do Arredondar.

Desde abril de 2014 até agora, foram mais de R$ 125 mil destinados às organizações sociais por meio de mais de 686 mil microdoações. É importante dizer que, além da questão financeira, a iniciativa também busca criar uma cultura de doação no país.

“Acredito muito no potencial do Arredondar de mudar a cultura de doação no Brasil. Estamos crescendo muito, tivemos mais de 600 mil microdoações em um ano.  Com a participação de todos poderemos arredondar por todo o Brasil e ajudar milhares de pessoas”, completa Ari.

Se você gostou da ideia, pode acompanhar os dados sobre a quantidade de doações e valor total arrecadado em tempo real no site: arredondar.org.br.

Duzentas camisetas e uma maca

Itapeva

O projeto de capacitação em captação de recursos para as Santas Casas do estado de São Paulo, desenvolvido pelo IDIS, está rendendo frutos para a Santa Casa de Itapeva. Mais de 200 pessoas compraram camisetas e participaram de uma passeata contra o câncer, realizada no mês passado, para ajudar o hospital.

Aristeu de Almeida Camargo Filho, superintendente da Santa Casa, avaliou que a participação da entidade no projeto de captação de recursos é muito interessante: “estamos aprendendo a captar recursos e a nos aproximar da comunidade”, afirmou. Com a venda das camisetas, o hospital comprou uma maca. Uma comissão da Santa Casa também visitará o comércio da cidade. Ele explica que uma maca pode parecer pouco à primeira vista, mas representa muito para um hospital em uma região pobre do Estado e que atende a 15 municípios do entorno.

A Santa Casa de Itapeva pretende continuar a captação por meio de uma urna que será colocada nos estabelecimentos comerciais da cidade para receber as doações da Nota Fiscal Paulista.

Presidente do IDIS é palestrante no International Grantmaking Symposium, em Washington

igs

Paula Fabiani, presidente do IDIS, está entre os palestrantes do International Grantmaking Symposium, realizado entre os dias 30 de abril e 1º de maio em Washington. O evento vai reunir especialistas globais em filantropia para dividir experiências sobre como maximizar o impacto das estratégias de doação.

Paula participará do simpósio com o tema “International Grantmaking Best Practices. Overcoming Challenges and Seizing Opportunities” (“Melhores Práticas de Doação Internacional. Superando desafios e aproveitando oportunidades”, em tradução livre). Ela vai falar sobre o papel da doação na construção da sociedade civil, no aumento da transparência e na criação de oportunidades para investimentos estrangeiros. Outro tópico explorado será a importância da medição de impacto dos projetos sociais.

O evento é organizado pela CAF (Charities Aid Foundation of America) em conjunto com a SAIS (The Johns Hopkins University’s Paul H. Nitze School of Advanced International Studies). Entre os principais assuntos tratados, estão: melhores práticas internacionais de doação, desenvolvimento e doação sustentáveis, regulamentação e medição de impacto. O simpósio pretende discutir e esclarecer os mecanismos de doações internacionais, bem como colaborar para a superação dos desafios da filantropia internacional.

Clique aqui para acessar o site do IGS (em inglês).

Clique aqui para conferir a programação detalhada (em inglês).

Dia Mundial da Justiça Social: Rádio ONU convida o Idis para falar sobre o papel do Investimento Social Privado

As Nações Unidas celebraram o Dia Mundial para Justiça Social neste 20 de fevereiro, com o secretário-geral Ban Ki-moon destacando que todos merecem uma vida digna, com respeito aos direitos humanos.

Mas o que é exatamente justiça social? A Rádio ONU ouviu a diretora-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social: “Envolve pessoas em situação de vulnerabilidade, como a pobreza e até mesmo a falta de saneamento, falta de acesso aos serviços básicos.”
Paula Fabiani foi entrevistada por Leda Letra. A especialista explica ainda a responsabilidade das empresas e do cidadão comum para a justiça social e avalia que o Brasil tem muito espaço para melhorar no setor de investimentos sociais. Ouça a entrevista concedida por Paula Fabiani.

Quem doa dinheiro é mais feliz, aponta pesquisa norte-americana

Quer se sentir feliz? Pois doe dinheiro! Um artigo publicado na revista Current Directions in Psychological Science aponta que os benefícios de ajudar outras pessoas “são evidentes em doadores idosos ou jovens em países ao redor do mundo, e se reflete não só no bem-estar subjetivo, mas também na saúde objetiva”.

texto – assinado pelas psicólogas Elizabeth Dunn e Lara Aknin e pelo professor da Harvard Business School Michael Norton – analisa diversos estudos, alguns conduzidos pelos próprios autores.

Eles começam resumindo uma pesquisa de 2008 que deu U$ 5 ou U$ 10 aos participantes. Alguns foram instruídos a comprar algo para si; outros, a doarem a quantia para alguém. “Naquela tarde, as pessoas que tiveram de gastar seu dinheiro com outra pessoa relataram humores mais alegres no decorrer do dia do que aquelas que tiveram de gastar com elas mesmas”, escreveram os autores.

Outro estudo, de 2012, mostrou que a sensação de felicidade é sentida até por crianças bem pequenas. Na pesquisa, bebês de até dois anos demonstraram mais alegria quando davam um biscoito para um boneco do que quando eles mesmos recebiam a comida.

Uma boa notícia é que alguns dados apontam que a relação entre felicidade e doação não se restringe aos Estados Unidos ou a países ricos. Um estudo da Harvard Business School verificou informações sobre 136 países e constatou “uma relação significativa entre doações e felicidade” em 120 deles, tanto ricos quanto pobres.

Os autores do artigo ressaltam, no entanto, que a ligação entre doar e sentir-se feliz não é automática. Depende de três fatores: relacionamento, competência e autonomia. Em relação ao primeiro, escrevem os autores, “descobrimos que os indivíduos ficam mais felizes com gastos sociais quando a doação dá a oportunidade para que eles se relacionem com outras pessoas”.

O segundo fator significa que as pessoas têm necessidade de mostrar competência, o que ocorre se “conseguem ver como suas ações generosas fizeram diferença”. Já a “necessidade de autonomia é satisfeita quando as pessoas sentem que suas ações são livremente escolhidas”.

Ao fim, os autores concluem que as organizações da sociedade civil que buscam doações podem se beneficiar dos resultados da pesquisa, pois, “quanto mais conseguirem maximizar os benefícios emocionais da doação”, maior a possibilidade de conseguirem recursos.

 

 

Crescimento Econômico Pode Impulsar Doações no Brasil, Avalia Gerente da CAF

O primeiro módulo brasileiro do Foundation School 2014, realizado pelo IDIS em São Paulo, discutiu as oportunidades de crescimento de doações decorrentes da ampliação da classe média e da classe alta no Brasil e no mundo. O encontro, em 27 de maio, incluiu uma apresentação sobre o tema feita pelo gerente de política internacional da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), Adam Pickering.

Ele apresentou dados sobre o crescimento dos dois grupos. Segundo o estudo The Wealth Report, por exemplo, o número de pessoas com mais de US$ 100 milhões vai aumentar em todas as regiões do mundo entre 2011 e 2016, com incrementos expressivos principalmente na Ásia, na América do Norte e na América Latina. O Brasil, segundo o Crédit Suisse, tinha, em 2013, cerca de 220 mil milionários. Em 2018, devem ser 407 mil (um salto de 84%).

Já um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico prevê que, entre 2009 e 2030, haverá um crescimento da classe média de 165%, com destaque, principalmente, para Ásia, Oriente Médio e Norte da África.

A classe média brasileira, segundo as estimativas apresentadas por Pickering, terá gastos de cerca de US$ 1,2 trilhão em 2030. Se os brasileiros se comportarem como os britânicos, que doam 0,4% de sua renda, isso representará U$ 4,9 bilhões direcionados ao investimento social privado apenas por indivíduos. Ou seja, o potencial de fortalecimento do setor social privado brasileiro, para Pickering, é enorme.

Apesar das promessas de um futuro brilhante para as doações individuais brasileiras, existem, segundo Pickering, algumas barreiras muito sérias a serem enfrentadas. Por exemplo, o Brasil tem caído no ranking do World Giving Index (WGI), estudo anual da CAF que avalia a solidariedade social com base em três comportamentos: doar, ajudar um estranho, fazer trabalho voluntário. Em 2009, o Brasil estava na 59ª posição; em 2012, caiu para a 91ª.

Além disso, o Brasil sofre com uma desconfiança da sociedade em relação às organizações não governamentais. A pesquisa Trust Barometer, aplicada em vários países, mostra que as ONGs estão sempre no topo da confiança, seguidas pelas empresas, a mídia e o governo. No Brasil, no entanto, as organizações estão em terceiro lugar, à frente apenas do governo.

Uma das propostas apresentadas por Pickering para mudar essa situação e liberar o potencial donativo no país são os incentivos fiscais à doação. Dividindo as nações em quatro faixas de renda (baixa, baixa e média, alta e média, alta), o palestrante mostrou que em todas elas a doação de dinheiro é maior onde há alguma forma de incentivo.

As discussões propostas nos módulos nacionais do Foundation School este ano estão atreladas à iniciativa Future World Giving, da CAF, organização britânica com a qual o IDIS faz parte de uma aliança global para apoiar a filantropia no mundo.

O objetivo da iniciativa Future World Giving é disseminar a mensagem de que se os governos agirem agora o futuro da filantropia pode ser iluminado, com pessoas no mundo todo se engajando no apoio a uma sociedade civil vibrante e que atendam às necessidades sociais.

Este ano serão publicados três relatórios da iniciativa, e o IDIS traduzirá os três para o português.

 

 

Estudos Tentam Desvendar Estímulos Cerebrais Ligados à Doação

A oxitocina é um hormônio considerado fundamental para a criação de laços familiares, como as relações maternais e maritais. Mas também está por trás de atos de doação, a ponto de se poder dizer que doar é como participar de uma “família sintética”.

É isso que mostra o professor de finanças da Texas Tech University, Russell James 3º, no texto “Brain studies and donor decision making: what do we know”, publicado na edição de inverno do periódico Advancing Philantropy, da Association of Fundraising Professionais (a associação norte-americana, canadense e mexicana de captadores de recursos, semelhante à tupiniquim ABCR).

O autor faz, no texto, um apanhado de várias pesquisas neurológicas que tentam explicar atos de caridade. Cita um estudo que usou injeções de oxitocina para mostrar que os mecanismos cerebrais por trás das conexões familiares são os mesmos ligados a atos de doação.

James 3º também menciona pesquisas segundo as quais o toque humano, seguido de um presente, aumenta a presença do oxitocina, também levando a uma maior propensão à doação. Não por acaso, apertos de mão, abraços e prêmios para doadores são técnicas muito usadas em eventos de arrecadação, sugere o texto.

“De uma perspectiva neural”, compara James 3º, “a doação é menos parecida com uma transação comercial e mais semelhante a compartilhar um jantar em família”. Ele ainda sugere: “O entendimento das relações entre um doador e uma organização como uma ‘família sintética’ pode indicar estratégias de captação”.

Nas doações via legado, ou seja, deixadas em testamento, imagens do cérebro feitas por ressonância magnética funcional indicam que o critério de escolha da organização beneficiada não costuma ser a eficiência, mas sim o quanto ela está relacionada com a história de vida do doador. Segundo o professor, esse tipo de ato é “como escrever o capítulo final de sua biografia”.

Outros estudos com imagens cerebrais apontam, no entanto, que deixar os recursos para amigos e familiares ativa mais fortemente áreas do cérebro relacionadas a memórias e emoções do que doar em testamento para organizações. Consequentemente, este último tipo é mais raro. James 3º vê nisso outra oportunidade de captação de recursos.

“Quando uma entidade consegue ligar sua causa a algum amigo ou familiar do doador, há um aumento substancial na possibilidade de receber uma doação via legado”, escreve. Pessoas com casos de câncer na família, por exemplo, seriam mais suscetíveis a deixar recursos para organizações que lidem com esse tema.

Outras descobertas

A primeira pesquisa a usar técnicas de análise cerebral para explicar comportamentos donativos foi publicada no Brasil em 2006, segundo James 3º, e mostrou que a decisão de doar ativava áreas de “recompensa” do cérebro. Mais ainda, indicou similaridades neurológicas entre os atos de dar e de receber dinheiro. “Da perspectiva da felicidade neural instantânea, doar pode ser na verdade uma grande aquisição para o doador”, afirma James, referindo-se ao prazer gerado pelo ato.

Um trabalho do Instituto de Tecnologia da Califórnia sugeriu que, embora o sentimento de realização seja o mesmo, tal sensação tem origens diferentes em cada caso. A doação ativa duas partes do cérebro: uma usada quando se toma a perspectiva de um terceiro pessoa, e a outra relacionada à capacidade de empatia. De certa forma, isso explicaria, segundo o autor, um efeito chamado de “vítima identificável”. “As pessoas tendem consistentemente a doar para beneficiar uma só e identificável vítima do que para milhares de pessoas.”

Há indícios, ainda, de que a doação mobiliza partes do cérebro relacionadas a ligações e reconhecimentos sociais. Até por isso, cientistas japoneses mostraram que os indivíduos sentem-se mais recompensados quando doam publicamente. “A caridade pode ser recompensadora, mas é mais ainda quando outras pessoas percebem o que você está fazendo”, resume James 3º.

Por fim, o professor afirma, após sintetizar uma série de pesquisas, que as novas técnicas de análises cerebrais podem ajudar arrecadadores de recursos. “Em vez de remover a ‘arte’ da captação de recursos, os achados científicos parecem reforçar a importância do lado mais humano das nossas interações”, diz James 3º, que conclui: “No fim, a ciência cerebral parece nos mostrar que a arrecadação é, acima de tudo, uma questão do coração”.

 

 

Falta de Cultura de Doação e de Estrutura Dificulta Investimento Social de Micro e Pequenas Empresas

A cada 100 empresas brasileiras, 99 são micro ou pequenas (MPEs) – ou seja, faturam até R$ 3,6 milhões ao ano, segundo dados do Sebrae. A participação desse grupo no investimento social, porém, é quase nula. Isso ocorre em razão tanto da falta de cultura de doação quanto da ausência de uma estrutura para esse tipo de prática, avalia o professor Marcelo Aidar, coordenador-adjunto do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP).

“Essas empresas mal dão conta de atender a seus requisitos sociais, como estar de acordo com a legislação ambiental e trabalhista, quanto mais tratar de questões que extrapolam a própria missão delas”, constata. Além disso, “elas não enxergam oportunidades de utilizar o apoio a causas sociais como meio de alavancar seus negócios”.

A visão do professor da FGV é compartilhada pelo secretário-geral do Grupo de Instituto, Fundações e Empresas (Gife), André Degenszajn. “As micro e pequenas empresas não têm um investimento tal que justifique a criação de um corpo profissional para isso”. Para Degenszajn, há, também, no Brasil, a “ideia cultural de que o Estado precisa assumir as funções sociais, de que isso é responsabilidade dele”.

O resultado é que o investimento em causas sociais por micro e pequenos empresários, quando existe, é quase sempre irrelevante. “Fica tudo com cara de doação, mais assistencialista. Não tem uma coisa maior, mais estruturada, mais permanente, como uma prática de gestão”, constata Aidar. “A tendência são atividades mais pontuais. Valores menores levam a menor continuidade de ações e maior dificuldade de construir investimento social mais estratégico”, complementa Degenszajn.

A união faz a força
“Eu, particularmente, não acredito que é necessário ser grande ou ter muito dinheiro para fazer isso”, afirma Aidar. A questão, portanto, é como potencializar os recursos que as micro e pequenas empresas talvez tenham para investir socialmente. A resposta pode estar na união de forças. “As fundações comunitárias são criadas para desenvolver determinada região e têm apoio principalmente de organizações locais, de micro e pequenas empresas, de indivíduos e até do poder público local” explica Degenszajn.

Trata-se, portanto, de uma estratégia que busca unir as poucas forças de diversos atores. As fundações comunitárias “recebem aporte de diversas fontes, conseguem desenvolver prioridades, estratégias de ação e são um tipo de investimento que faz sentido como canal e estratégia para micro e pequenas empresas”, afirma o secretário-geral do Gife.

O impacto desse tipo de ação, segundo Degenszajn, é maior do que pegar todos estes recursos e dispersá-los de forma não estratégica. “É um caminho interessante para pensar investimentos de micro e pequenas empresas, para tentar lidar com os desafios da regularidade, de algo não tão pontual, que é uma das principais dificuldades quando investidores privados decidem atuar na área social.”

Esse é, contudo, um tipo de organização ainda muito pouco estruturada no Brasil, embora bastante comum na Europa e nos Estados Unidos. Um dos poucos exemplos é o Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom), que mobiliza investidores sociais da região.

Incentivar a cultura
Para Aidar, o desenvolvimento do investimento social das micro e pequenas empresas passa pela educação dos empresários. “Precisa haver uma capacitação para que entendam que investir em causas sociais significa também cuidar da marca, cria valor para seu produto”, diz o professor da FGV. Ele percebe, por exemplo, uma nova mentalidade naqueles que se dedicam a criar os chamados negócios sociais, que buscam suprir algum tipo de demanda social ao mesmo tempo em que geram lucros.

Para Degenszajn, “começa a se consolidar a máxima da Rio 92 de que não existe empresa bem-sucedida em sociedade falida”, o que leva a uma demanda por mais ações sociais por parte dos empresários. O secretário-geral do Gife admite que a tendência é mais forte entre as grandes empresas, mas lembra que as micro e pequenas também têm de cuidar dos impactos negativos que geram.

Até por isso, Aidar afirma que “o negócio não pode mais ser visto de maneira isolada, pois vai ser mais bem-sucedido se pensar em seu entorno”.

 

 

2002: Relatório Sobre Doação e Voluntariado no Vale do Silício

Pesquisa da Community Foundation Silicon Valley mostra como a implantação de empresas de alta tecnologia transformou uma região tradicionalmente agrícola dos EUA (Califórnia), gerando aumento da população jovem e da riqueza local, e como essa riqueza passou a ser investida socialmente na própria região, em outras áreas dos EUA, e em outros países, pois muitos dos trabalhadores preferiam doar para suas comunidades natais.

Entre os dados interessantes da pesquisa, destaca-se o fato de que o vale do silício está se tornando uma comunidade que abraça a filantropia. 96% dos residentes dizem se engajar em alguma forma de doação e 81% afirmam participar de atividades voluntárias. 87% dos doadores locais doam para duas ou mais causas ou organizações sem fins lucrativos.

Ao contrário do estereótipo difundido de que trabalhadores da área da alta tecnologia não doam – ao menos no Vale do Silício -, eles doam mais do que os que não trabalham nesse setor (84% versus 78%). Também costumam usar mais a internet para conhecer um grupo ou organização não governamental (39% versus 26%), para fazer doações a uma organização sem fins lucrativos (25% versus 12%) e para saber sobre oportunidades de voluntariado (26% versus 19%). Mais da metade dos moradores da região doa dinheiro para ajudar as vítimas de ataques terroristas.

Clique aqui para obter a íntegra do Relatório.