Primeira edição do ‘Diálogos do Poder Público com Investidores Sociais’ incentiva o desenvolvimento de parcerias para a solução de desafios nas áreas de Saúde e Desenvolvimento Social

No Brasil, muitas vezes percebemos distanciamento e falta de articulação entre instâncias governamentais e organizações da sociedade civil, em especial os investidores sociais privados. Para contribuir com a transformação dessa realidade, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, criou o programa ‘Diálogos do Poder Público com Investidores Sociais’, com o apoio da Fundação José Egydio Setúbal. “Fortalecer a confiança e trabalhar em cooperação são importantes aspectos para o desenvolvimento do país” justifica Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.


A primeira atividade desta primeira edição do ‘Diálogos’, que teve como foco as áreas de Saúde e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, aconteceu no dia 27 de junho e consistiu em um encontro entre representantes do Governo e da Sociedade Civil, incluindo investidores sociais, organizações sem fins lucrativos, especialistas e acadêmicos. Compartilharam seus desafios o Presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo, Filipe Sabará, que apresentou o programa Praça da Cidadania, a Secretária Estadual do Desenvolvimento Social, Celia Parnes, e o coordenador de regiões de saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Dr. Osmar Mikio Moriwaki. Os 50 convidados presentes foram, então, estimulados a identificar sinergias de atuação e gerar propostas para trabalho conjunto. Entre os temas identificados estão a qualificação da cobertura vacinal e a segurança alimentar.

A iniciativa prevê ainda mais 3 etapas. A próxima será um diagnóstico profundo, a ser produzido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a partir das ideias geradas no encontro inicial. A partir do diagnóstico, será elaborado um plano de ação que permita colocar em prática a solução prevista. “Este programa nasce com a intenção de ser replicado em outras áreas e em outros municípios e estados. A experiência vai gerar aprendizados para que possamos alcançar o impacto que queremos ver” completa Fabiani. Toda a experiência, por fim, será registrada em uma publicação a ser compartilhada com o público.

O evento de lançamento teve apoio institucional do Centro Ruth Cardoso, do GIFE e da Charities Aid Foundation (CAF).

Diminuição do índice de anemia em Borba-AM repercute na mídia

O projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) foi tema de três reportagens na mídia por conta dos resultados positivos: houve queda no índice de anemia ferropriva entre os alunos da Escola Municipal Francisco Bezerra, localizada na comunidade de Axinim, no município de Borba-AM, após a aplicação da Tecnologia Social Hb.

No dia 28 de junho, a gerente de projetos do IDIS, Andrea Hanai, contou à rádio CBN Amazonas como foi o processo de implantação da Hb em Borba. Desde o diagnóstico realizado pelo IDIS em 2016, que resultou na concepção do projeto, incluindo a importante parceria com o poder público local, passando pelo envolvimento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante os três meses de tratamento das crianças. A entrevista foi ao ar no programa Estação de Notícias.

Esses primeiros resultados do TSA também foram destaque no jornal “A Crítica”, um dos mais importantes do estado, em matéria publicada no dia 11 de julho; e no programa Nacional Jovem da Rádio Nacional da Amazônia, no dia 6 de julho.

Confira a repercussão na CBN Manaus e no jornal A Crítica:

https://www.youtube.com/watch?v=mwbKIoGGcEY
http://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/problemas-de-familias-ribeirinhas-podem-ser-resolvidos-com-tecnologia-social-diz-projeto-da-fbb

Unindo parceiros para o combate ao câncer de mama

Articular para somar esforços potencializando o impacto dos projetos sociais e fomentando o trabalho em rede. O compromisso do IDIS com o desenvolvimento social também se dá com ações que buscam alcançar esses objetivos. E foi assim que  profissionais do Amazonas conseguiram participar de uma capacitação oferecida pelo renomado Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo.

Desde 2012, o IDIS atua no Amazonas com iniciativas em prol da primeira infância junto com a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM).  E desde 2003, apoia o Instituto Avon no seu trabalho para a detecção precoce e prevenção do câncer de mama, realizando, entre outras coisas, o monitoramento dos projetos dos parceiros do Instituto. Um desses parceiros é o Hospital de Câncer de Barretos, da Fundação Pio XII, que promove anualmente um curso de capacitação e aprimoramento para profissionais de saúde de todo o Brasil. O objetivo da formação é garantir qualidade e precisão na emissão de laudos dos exames mamográficos.

Os habitantes da região Norte do país, por suas características geográficas que resultam em deslocamentos complexos e longos, tem difícil acesso à mamografia (exame preventivo ao câncer de mama) e ao tratamento. Por isso, a precisão nos exames é mais necessária ainda.  “Em uma de nossas reuniões internas, discutindo os projetos que estávamos desenvolvendo, surgiu a ideia de unir o trabalho desses dois parceiros – Susam e o Instituto Avon”, conta a coordenadora de projetos do IDIS, Marcela Bernardi. “Nós contatamos ambos que prontamente abraçaram a ideia. Em seguida, a Susam indicou quatro profissionais para participar do XXIV Curso de Reciclagem do Núcleo de Aperfeiçoamento em Mamografia, que foi realizado em março desse ano.”

A formação tem carga horário de 80 horas, recebe 12 alunos por ano e é financiado pelo Instituto Avon por meio da parceria com a Fundação Pio XII. A Tecnóloga em Radiologia Julielza Carneiro de Souza, do Hospital Coriolano Cidade Lindoso em Barreirinha-AM, foi uma das quatro participantes indicadas pela Secretaria. “Sou do Amazonas e o curso de reciclagem foi, para mim, de suma importância para adquirir novos conhecimentos para a minha vida profissional. Cem por cento de aprendizado e técnicas excelentes”, relata.

Incentivar e promover parcerias com e entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil eficazes fazem parte do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 17, Parceria em prol das metas e o IDIS procura sempre atuar em consonância com os ODSs, fazendo parte desse esforço mundial em prol de um mundo com mais equidade.

Projeto no Amazonas reduz o índice de anemia ferropriva em comunidade ribeirinha de 60% para 3%

 

Nesta semana o projeto Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) atingiu um resultado digno de comemoração: a queda no índice de anemia ferropriva para 3% entre os alunos da Escola Municipal Francisco Bezerra, localizada na comunidade de Axinim, no município de Borba-AM. Essa taxa está abaixo da meta de 5% estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em março, quando foi aplicado o teste por meio da Tecnologia Social Hb nos 249 alunos do local, foi detectada uma alta incidência da doença: 59,8% dos examinados foram identificados com anemia. A partir desse diagnóstico teve início um tratamento que incluiu suplementação com sulfato ferroso, vermífugo e acompanhamento das equipes de Saúde e Educação.

A anemia causada pela falta de ferro na alimentação é a carência nutricional mais frequente em todo o mundo. Segundo a OMS, ela atinge 25% da população mundial, sendo crianças e gestantes os grupos mais vulneráveis. Esse problema de saúde pública afeta diretamente o desempenho motor e mental em crianças.

A tecnologia Hb integra o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. Ela foi desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) especialmente para permitir o rápido diagnóstico, tratamento e controle da anemia ferropriva em alunos de escolas públicas.

“Estamos muito entusiasmados com os resultados pela aplicação dessa nova tecnologia social. Acreditamos que os efeitos do tratamento serão sentidos em todos os aspectos da vida das crianças, especialmente no desenvolvimento físico e cognitivo. Esperamos obter o mesmo sucesso nas demais tecnologias que estão sendo implantadas para enfrentar outros problemas das comunidades ribeirinhas”, disse Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

Uma análise realizada em 2016 pelo IDIS no município de Borba assinalou as carências das comunidades relacionadas a saneamento básico, tratamento de água e saúde. Com as demandas mapeadas, a equipe do IDIS buscou as soluções no Banco de Tecnologias da Fundação BB.

As tecnologias selecionadas foram a Hb – Combate à anemia ferropriva; a Sodis, Desinfecção solar da água; e o Banheiro Ecológico, alternativa sustentável de saneamento. Todas estão sendo implantadas nas cidades amazonenses de Borba, Nova Olinda do Norte e Itacoatiara.

O presidente da Fundação BB, Asclepius Soares, reforçou a importância de investir em soluções de fácil aplicação e com alta efetividade, como as tecnologias sociais. “Mobilizar esforços para fazer a diferença na vida das pessoas por meio de ações simples. Com a parceria do IDIS, a Fundação busca contribuir para que crianças da região cresçam com saúde e tenham um futuro melhor.”

O projeto foi batizado de Tecnologias Sociais no Amazonas (TSA) e é uma iniciativa do IDIS e da Fundação Banco do Brasil com apoio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e das prefeituras dos municípios participantes.

Confira alguns depoimentos:
“Obrigada a todos do projeto Tecnologias Sociais no Amazonas. Ficamos agradecidos por terem escolhido a nossa escola. É maravilhoso poder participar desse programa, cujo objetivo é melhorar a saúde das crianças. Voltem sempre. Nossa escola estará sempre de braços abertos”
Jorge Façanha, diretor da Escola Municipal Francisco Bezerra

“Nós temos observado taxas absurdas de prevalência da anemia ferropriva nas escolas, acima dos 30%, sendo que o controle desta doença não está incluído nas políticas públicas de melhoria da educação, de forma eficaz e permanente. As experiências que obtivemos em Santa Luzia do Itanhy, Boquim e agora em Axinim mostram que é perfeitamente viável realizar programas municipais de diagnóstico e redução da prevalência, contando com os recursos humanos existentes no município. Se realmente queremos melhorar a qualidade da educação no Brasil precisamos também levar em conta a qualidade na alimentação e melhoria do saneamento, uma vez que anemia ferropriva é, em boa parte, consequência de má alimentação e/ou infecção por parasitas de solo.”
Saulo Faria, do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), idealizador da Tecnologia Social Hb

“Há algum tempo que trabalho na área da saúde e não tinha visto ainda um projeto tão cativante e inovador como este. Como todo projeto inovador existem algumas resistências no início, mas com o passar do tempo conseguimos a confiança e o respeito. Ao ver o semblante de satisfação dos pais com o resultado alcançado foi muito incentivador para nós que estamos à frente do projeto. Creio que quando se tem uma equipe íntegra, responsável e disposta realmente a se doar, o resultado inevitavelmente é positivo. Sinto-me muito feliz por ter participado desse projeto pioneiro na comunidade, principalmente por se tratar de saúde pública e espero levarmos não só para essa comunidade, mas para muitas outras em nossa cidade. Levando, junto com ele, a melhoria de vida e um bom desenvolvimento para os jovens de nossa comunidade. Termino agradecendo a Deus pelo dom da vida, aos colegas idealizadores do projeto e os seus parceiros que vieram de longe para implantar esse projeto e nos deixar esse novo conhecimento. Agradeço às secretarias parceiras que nos ajudaram em tudo o que precisamos. Espero ter a oportunidade de participar e ajudar no que for preciso em outros projetos.”
Jairzinho Colares Barros, técnico de enfermagem da UBS de Axinim

Projeto vencedor vai beneficiar diretamente 500 crianças

Segundo dados de 2014 do Conselho Federal de Odontologia (CFO), 20% dos brasileiros não vão ao dentista por falta de recursos financeiros, 68% não sabem que têm direito a tratamento público e 16 milhões de pessoas já perderam todos os dentes. O problema tem consequências que vão muito além do campo da Saúde. Fecha-se um círculo de pobreza: a pessoa não cuida dos dentes por não ter dinheiro; perde os dentes; não consegue emprego; e continua sem cuidar dos dentes. Para os jovens, a condição impacta também no convívio social.

Nesse contexto, nasceu a iniciativa Dentista do Bem, da instituição Turma do Bem (TdB), que oferece tratamento odontológico para crianças e jovens de baixa renda entre 11 e 17 anos. A assistência é feita por meio do trabalho voluntário de cirurgiões-dentistas que atendem no próprio consultório. O projeto foi o vencedor do edital Envolver, iniciativa do Instituto Cyrela Commercial Properties (Instituto CCP), que contou com apoio técnico do IDIS, e vai receber o prêmio de R$ 100 mil para potencializar sua atuação. O edital era voltado para ações sociais realizadas no entorno do Shopping Cidade São Paulo, localizado na Avenida Paulista, região da Bela Vista, em São Paulo.

Serão identificados 500 jovens em situação de vulnerabilidade social, com alto índice de comprometimento odontológico e encaminhados para tratamento nas proximidades do shopping – empreendimento administrado pela Cyrela Commercial Properties (CCP). O Instituto CCP é uma organização social sem fins lucrativos, criada e mantida para a gestão das ações de responsabilidade social da companhia.

O Dentista do Bem conta com voluntários espalhados em 1,5 mil municípios brasileiros, além de 12 países da América Latina e Portugal. A TdB faz a ligação entre todos os envolvidos no projeto (o jovem beneficiado, sua família, a escola, o cirurgião-dentista voluntário) e ainda o acompanhamento dos atendimentos. Na região do Shopping Cidade São Paulo, a TdB possui cadastrados 171 dentistas voluntários. A iniciativa é considerada uma das maiores redes de voluntariado especializado do mundo.

Fundo Areguá, endowment estruturado com apoio do IDIS, visa reter talentos na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

IMG_3805Cursar uma faculdade de medicina é o sonho de muitos jovens, mas por questões econômicas e sociais muitos abandonam este ideal – mesmo certos de sua vocação e talento. Com o intuito de ajudar essas pessoas a realizar esse sonho e atrair talentos para a carreira nasceu o Fundo Areguá – um fundo patrimonial que vai dar bolsas de estudos para alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (FCMSC) de São Paulo. Idealizado pelo dr. José Luiz Setúbal, ex-aluno da FCMSC e atual provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o Fundo Areguá foi estruturado com o apoio do IDIS.

O lançamento do Fundo reuniu professores e ex-alunos da FCMSC em três encontros de apresentação realizados em agosto no Salão Nobre da Santa Casa. O intuito é iniciar o quanto antes a captação dos recursos necessários para que ele comece a funcionar. O nome do Fundo – Areguá – faz referência à saudação e grito de guerra que une alunos e ex-alunos da FCMSC. Além das bolsas de estudo, os recursos captados serão destinados ainda para apoiar pesquisas e promover melhorias na infraestrutura da faculdade. Há três formas possíveis de participação: doação pontual, doação recorrente e ainda pode-se optar em fazer parte da Associação Fundo Areguá. O Fundo é uma entidade independente da estrutura da faculdade.

Fundos Patrimoniais (endowments, em inglês) são estruturas criadas para dar sustentabilidade financeira a causas e organizações sem fins lucrativos. Para isso, a administração de seus recursos, que são provenientes de doações, tem por princípio a conservação no longo prazo do valor doado. O trabalho desenvolvido pelo IDIS teve o objetivo de estruturar o Fundo Areguá, definindo especificamente seu veículo, missão, composição, governança e spending rate (regra de resgate). O IDIS é referência na criação desses fundos e faz um trabalho de advocacy trabalhando em rede para promover o desenvolvimento dos fundos patrimoniais no Brasil.

Assista ao vídeo e conheça essa história: https://vimeo.com/178203353

Folha de São Paulo conta a história do projeto de recuperação financeira das Santas Casas

Em julho o projeto de mobilização de recursos para as Santas Casas de São Paulo foi tema de matéria publicada pela editoria Empreendedor Social da Folha de S. Paulo. Para construir o texto a jornalista Patricia Pamplona entrevistou o consultor estratégico do IDIS, Marcos Kisil, o novo provedor da Santa Casa de São Paulo, José Luís Setúbal, e o diretor administrativo do hospital Nossa Senhora da Piedade de Lençóis Paulistas, Ricardo Conti Barbeiro.

http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2016/07/1763703-santas-casas-de-sao-paulo-mantem-portas-abertas-com-ajuda-de-doacoes.shtml

Ganhador do prêmio ‘Captador do Ano’ reconhece contribuição do IDIS

WalterUma das atividades previstas para o Festival ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos) é a premiação do Prêmio ABCR, que reconhece a excelência e a inovação de organizações e captadores. Na categoria Captador do Ano, o vencedor foi Walter Fernandes dos Santos Júnior, Gestor do Setor de Captação do Hospital de Base de S. J. Rio Preto – FUNFARME. Em seu discurso de agradecimento, Walter mencionou o IDIS por ter contribuído para o seu sucesso por meio do projeto de capacitação para captação de recursos para Santas Casas e hospitais beneficentes. Confira depoimento enviado por Walter Fernandes dos Santos Júnior ao IDIS:

“Realmente o curso promovido pelo IDIS fez toda diferença na realização do trabalho aqui no Hospital de Base de S. J. Rio Preto – FUNFARME. A experiência de todo pessoal, em destaque para o Dr. Marcos e o Marcelo, contribuíram muito com o trabalho. Quando fui convidado pelo hospital, em janeiro de 2015 para incrementar a área comercial, pude perceber que havia uma grande oportunidade de desenvolvimento, através da área de captação de recursos, até então não desenvolvida pelo hospital. Havia apenas uma pequena ação através do Pronon. Em busca de mais informações, pude conversar com o Eduardo, responsável à época, pela captação de recursos na PUC do Paraná em Curitiba.
Orientado, participei do Festival da ABCR em 2015 e a partir daí “o céu se abriu”. Na busca por mais detalhes, tudo que podia ler de artigos, ler livros, conversar com pessoas da área etc. eu fiz. O hospital não dispunha de recursos para implantar a área, foi então que pedi autorização para ir em busca deste recurso. Como conhecia D. Beny Verdi Hadad, “dona” da Rodobens, me dirigi até ela e mostrei o projeto, que explicava em poucas palavras, nossa intenção e o alcance e importância desta área no hospital. O quanto de pessoas poderia beneficiar. Fomos convidados a ir até São Paulo para explicar o projeto a seu irmão, Waldemar Verdi Jr., que é quem fica à frente dos negócios. Em 30 minutos de reunião, ela prontamente se dispôs a ser o “patrono” desta ação.
A partir daí começamos a estruturar melhor todas as ações que pretendemos implantar: leilões, telemarketing, NF paulista, incentivo fiscal, eventos institucionais etc. E claro, a captação direta junto às empresas que têm seu foco comercial no hospital, principalmente laboratórios. Utilizando da minha grande experiência comercial, esta é a área que mais estamos focando. O expertise dos orientadores do IDIS fez toda a diferença, pois orientava, além da estruturação da captação, principalmente em pequenos detalhes que podem ser a chave de fechamento, quando da solicitação de recursos à grande empresas. A linha tênue entre o sim e o não.
Espero que possamos estreitar mais nossa parceria e mais uma vez agradeço a oportunidade em dar este testemunho. Fica aqui minha admiração por vocês.” (Walter Fernandes, Gestor do Setor de Captação do Hospital de Base – S. J. Rio Preto/SP FUNFARME)

IDIS ministra Master Class em evento anual sobre captação de recursos

IMG_3234Em maio, O IDIS esteve presente no 8º o Festival ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos), evento dedicado a discutir a captação de recursos para organizações da sociedade civil. Foram três dias de evento, com mais de 100 horas de conteúdo total e participantes de todo o país. O IDIS participou em dois momentos, primeiramente na Master Class focada em captação de recursos para a área da Saúde e depois falando sobre o perfil do doador brasileiro.

No dia 4 de maio, o consultor estratégico, Marcos Kisil, e a gerente de negócios do IDIS, Andrea Hanai, ministraram a Master Class ‘Captação de Recursos para a Saúde’. Com cinco horas de duração o, a aula abordou o panorama da saúde e investimentos sociais na saúde no Brasil, o diagnóstico situacional, a elaboração do Plano de Captação de Recursos e os elementos críticos para a implantação do plano. A equipe do IDIS concebeu a aula a partir experiência de um grande projeto de Captação de Recursos, realizado em parceria com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp). Além da parte teórica, foram apresentados três cases: Santa Casa de Lençóis Paulistas, Fundação Zerbini e Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAAC).

E no dia 5 de maio, a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, realizou a palestra ‘Entendendo o Doador Brasileiro – Resultados da 1ª Pesquisa Doação Brasil’. Na ocasião foram apresentados os resultados preliminares de uma pesquisa nacional que vai traçar o perfil do doador brasileiro, o contexto nacional, os resultados de diferentes pesquisas sobre diferentes doadores e um ranking do nível de solidariedade no mundo. Em parceria com outras organizações, o IDIS está realizando uma pesquisa nacional que vai mapear o comportamento do brasileiro em relação à doação. Os resultados servirão para nortear estratégias para promover a cultura de doação no Brasil.

Missão cumprida em 2015 para o projeto das Santas Casas

Vídeo Santas CasasO presidente da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado do São Paulo), Edson Rogatti, avaliou que a parceria com o IDIS foi positiva e que todas as Santas Casas devem mostrar os resultados do Projeto de Captação de Recursos. Ele fez esta declação em discurso no evento de encerramento do projeto no Hotel Royal Palm, em Campinas, no dia 16 de novembro. Rogatti ponderou que “o projeto trouxe mais um mecanismo para manter os hospitais com as portas abertas”.

A presidente do IDIS Paula Fabiani agradeceu à Fehosp e à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo pelo desenvolvimento do projeto e lembrou que “as áreas de captação de recursos devem sempre repensar, buscar o processo de troca e achar caminhos para o desenvolvimento junto com a comunidade”.

O fundador e consultor estratégico do IDIS Marcos Kisil comentou que a equipe do Instituto percorreu mais de 10 mil quilômetros para atender todas as Santas Casas que participaram do projeto. “O trabalho de logística foi enorme, mas esse é um projeto de capacitação que veio pra ficar. É para a vida de cada hospital”.

De janeiro a outubro, foram realizadas oficinas em 11 municípios onde as Santas Casas respondem mais da metade dos 65 mil leitos existentes. Os consultores do IDIS fizeram 300 visitas para orientar todos os hospitais na elaboração do projeto. A meta total de captação de recurso de todas as instituições envolvidas é de R$ 92.920.600.

Clique aqui e assista aqui ao vídeo que conta um pouco dessa história.

 

Mudança de hábito: Santas Casas aprendem a captar recursos de forma profissional

Santa Casa São CarlosAs mais de 100 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do estado que passaram pelo projeto de Captação de Recursos da Fehosp /IDIS deixaram de ver captação como ‘pedir socorro’. Daqui pra frente é estratégia de financiamento.

Durante nove meses de projeto, os hospitais passaram por um processo de aprendizado e treinamento, com três oficinas de capacitação intercaladas com o coaching individual para cada entidade, que serviu para colocar em prática a captação de recursos. O resultado foi surpreendente.

Muitos decidiram criar áreas e departamentos específicos para captação. Outros passaram a realizar mais eventos, valorizar e ampliar o que estava esquecido como doações por meio das contas de água e luz e pela Nota Fiscal Paulista. Tem hospital vendendo rifa para comprar um mamógrafo que beneficiará toda a região, outros participando de leilões e feiras ou vendendo camisetas para construir ou ampliar departamentos.

Para as entidades que lidam diariamente com falta de recursos e pouco apoio da comunidade, o Projeto de Captação de Recursos foi uma luz no fim do túnel e abriu novas perspectivas.

O consultor estratégico e fundador do IDIS, Marcos Kisil, colocou o pé na estrada e fez reuniões com os provedores dos hospitais. Ele citou três pontos que servem como uma injeção de ânimo: desenvolver mecanismos para administrar recursos, mostrar resultados e resgatar a participação da comunidade.

 

O consultor do IDIS, Marcelo Estraviz, um dos muitos envolvidos na iniciativa, também trabalhou com as entidades desde o começo. Percorreu quase todo o estado, de hospital em hospital, treinando os profissionais de saúde. Trabalhou duro. Conheceu gente interessada em mudar e fez amigos. “Eu vi que as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos estão preocupados em melhorar a performance. Antes uma arrecadação era o que vinha, agora olham como um processo de melhoria contínua”, avaliou.

 

Outro ponto destacado pelo consultor é que os hospitais aprenderam a pedir de forma profissional e estão animados com a receptividade da comunidade. Hoje, as entidades enxergam os projetos de captação como pilotos para mais arrecadação. Muitos hospitais já definiram patrocinadores para áreas e quartos.

 

 

Do papel para a realidade: Santas Casas do interior já estão colhendo frutos dos projetos de captação de recursos

O Programa de Captação de Recursos Fehosp /IDIS entra na reta final com vários projetos em desenvolvimento e um balanço parcial, positivo. As mais de 100 Santas Casas envolvidas no programa, representam 33mil leitos, 51% do total de leitos existentes nesses municípios. O programa termina no fim de setembro.

Depois de várias oficinas e rodadas de coaching com os consultores do IDIS, cada hospital concebeu um plano de captação de recursos para melhorar as condições financeiras do estabelecimento. Alguns criaram uma nova área específica para cuidar dos novos projetos e da captação. Outros, realocaram pessoal, mas todos estão colocando a mão na massa.

Um desses exemplos é a Santa Casa de Lindóia. Sob a batuta da irmã Alaídes, que começou a orquestrar o plano de revitalização, o primeiro projeto começa a sair do papel:  a construção de um novo Centro de Imagens, estimado em cerca de R$1 milhão. A aquisição de um mamógrafo é o ponto de partida. Para isso, será feita a rifa de uma moto com a expectativa de arrecadar até R$75 mil. A entidade, que só contava com a colaboração dos estabelecimentos comerciais que destinavam percentual da Nota Fiscal Paulista, agora está captando recursos junto à comunidade. Já obteve a doações de camisetas para vender durante a campanha do “Outubro Rosa”, conseguiu a doação de duas cabeças de gado que irão à leilão nos próximos meses e espera ainda outras, querendo chegar a 40.

Os exemplos podem parecer simples, mas para hospitais beneficentes que estavam sem meta e sem saber como captar de forma eficiente é um avanço significativo.

No Vale do Paraíba, a Santa Casa de Misericórdia de Jacareí está se profissionalizando. Antes, não fazia captação de recursos. Com as orientações dos consultores, elaborou e implantou projeto de reestruturação das alas masculina e feminina com pintura de parede e compra de equipamentos. Além disso, obteve 100% de adesão no projeto Adote Um Leito na ala de Pediatria que passara de 12 para 21 leitos.

A Santa Casa de Misericórdia de Adamantina engorda a captação de recursos com o apoio da comunidade vendendo pizza e participando de feira de exposição. São ações que rendem benefícios para pacientes e acompanhantes, como a compra de bebedouro e cadeiras e ainda uma máquina de confecção de crachá para identificar os funcionários.

Na região da Grande São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes também adota uma estratégia relevante de captação de recursos e resolveu contratar um profissional especializado. Com isso, está intensificando a visita às empresas da região buscando parcerias.

Há outras dezenas de exemplos menores ou maiores, mas cada um deles é extremamente significativo para as instituições, que buscam, de maneira mais profissional e assertiva, novas formas de seguirem em frente, sem depender completamente do poder público, mas cada vez envolvendo e sensibilizando as suas comunidades.

 

Tecnologia de coleta de dados e mapeamento para combater ebola

O número de casos de ebola no ano passado foi o maior desde a descoberta da doença, em 1976. A epidemia começou na República da Guiné e logo se espalhou por países próximos, como Serra Leoa, Libéria e Nigéria, nos quais predominam sistemas de saúde precários.

A situação, no entanto, poderia ter sido muito pior se não fosse pelo uso de uma tecnologia de coleta de dados e mapeamento por parte da Direct Relief, organização norte-americana que entrega remédios e equipamentos médicos em regiões pobres. A iniciativa rendeu à instituição o reconhecimento como uma das dez mais iniciativas mais inovadoras do terceiro setor em 2015.

Acostumada a trabalhar em locais de emergência, a Direct Relief recebeu um pedido do governo da Libéria para mapear o avanço do vírus em uma região com baixíssimo acesso a tecnologia. Saber como a enfermidade estava se espalhando era fundamental para planejar ações e evitar ainda mais mortes.

A OSC distribuiu dispositivos GPS para uma organização liberiana e agrupou informações de outras entidades para elaborar um banco de dados georreferenciado sobre o ebola. Graças aos aparelhos, foi possível detectar a incidência em nível detalhado (casa a casa), mostrar como era o avanço territorial da doença, onde estavam os postos de saúde e para onde era necessário enviar auxílio.

O mapeamento permitiu à Direct Relief fazer um trabalho mais eficiente na entrega dos equipamentos clínicos e medicamentos. Ao mesmo tempo, foi um instrumento de transparência para que os doadores pudessem ver com exatidão para onde estavam indo os recursos que haviam repassado.

Tendência: projetos sociais intergeracionais

Crédito: Sheriff Salama

Foto: Sheriff Salama

Nem só crianças, nem só idosos. Há algum tempo as organizações sociais vêm percebendo que o impacto é maior e mais rápido quando os projetos sociais envolvem diferentes gerações. Nessa semana, a Fundação Michael Eisner, criada pelo antigo CEO da Walt Disney Company, anunciou que vai dedicar todo o seu orçamento anual para doações – algo em torno de US$ 8 milhões – para projetos que reúnam pessoas jovens e velhas em busca da solução para problemas sociais.

Quando foi estabelecida, em 1996, a Fundação destinava todo o seu investimento a projetos voltados às crianças, um foco alinhado com a trajetória profissional do fundador. Porém, com o passar dos anos, o próprio Michael Eisner se deu conta que a interação entre diferentes gerações é rica para ambos os lados e traz resultados concretos.

“Não estamos em busca de projetos que atendam jovens e idosos. Queremos projetos nos quais os recursos próprios de cada geração atendam à outra e as duas se beneficiem”, esclarece Trent Stamp, executivo da Fundação Michael Eisner.

Um dos projetos intergeracionais de maior sucesso nos EUA foi criado pela Jumpstart for Young Children, uma organização da Califórnia, que capacitou idosos para que cuidassem, durante alguns períodos por semana, de crianças em creches e pré-escolas em regiões de vulnerabilidade social. A iniciativa diminuiu a demanda de mão-de-obra nas instituições de educação, melhorou a qualidade de vida dos idosos, que se sentiram úteis no trabalho e, de quebra, deu avôs e avós para muitas crianças que vivem em núcleos familiares desestruturados. Tudo isso com um investimento bem menor do que seria necessário para desenvolver um projeto de Educação Infantil e outro de apoio aos idosos.

Leia mais na notícia do The Chronicle of Philanthropy clicando aqui.

A ambulância chegou a tempo?

A chamada big data – coleta massiva de dados – parece ter se tornado uma espécie de mapa do tesouro para quem pretende aumentar a eficiência de suas ações. Afinal, quanto mais se sabe, melhor se pode avaliar se uma atuação está correta ou precisa de ajustes. Produzir informações, no entanto, pode ser muito caro, quase proibitivo para muitas organizações da sociedade civil.

A Acumen – instituição que financia projetos de impacto social em várias partes do mundo – lançou uma nova forma de coleta, barata e com grande capilaridade: o uso de celulares de seus beneficiados, aos quais envia torpedos com perguntas sobre o serviço prestado. Assim, cortou radicalmente o custo de angariar subsídios sobre suas iniciativas. Por isso, foi considerada pela revista Fast Company uma das dez instituições sem fins lucrativos mais inovadoras de 2015.

A estratégia, batizada de Lean Data Initiative, começou em um projeto que a Acumen financia na Índia, um negócio social que oferece serviços baratos de ambulâncias para milhares de pessoas. O desafio era ter certeza de que o atendimento de urgência estava chegando aos mais pobres.

O pilar dessa tática é o fato de que o acesso a celulares hoje é quase universal. Utilizando instrumentos como SMS e mensagens automáticas de voz, o projeto na Índia conseguiu obter respostas de mil pessoas atendidas – e constatou que, de fato, chegava ao mais carentes.

Gigante filantrópica inova ao abordar saúde de um ponto de vista holístico

Inovação radical não é apenas para jovens. A Robert Wood Johnson Foundation, por exemplo, existe há 43 anos e, com U$ 10 bilhões em recursos, é a maior organização a lidar com saúde nos Estados Unidos. Apesar de sua idade e de seu tamanho, a instituição foi audaciosa o bastante para fazer uma mudança radical em sua abordagem. Ao adotar uma perspectiva holística, passou a apoiar programas que focam não só em médicos e remédios, mas também na promoção do bem-estar em diversos âmbitos da vida social para criar uma “cultura de saúde”. A ousadia valeu a pena, e rendeu à Robert Wood Johnson Foundation o título de uma das dez mais inovadoras iniciativas de 2015, segundo a revista Fast Company.

Antes, a fundação tinha uma abordagem tradicional, financiando projetos que promovessem tratamentos melhores e mais baratos para pessoas doentes. Em 2014, no entanto, a organização passou também a lidar com o tema do ponto de vista da saúde pública, de uma maneira mais holística, promovendo o que chama de “cultura da saúde”.

O nome meio enigmático esconde uma ideia muito simples: olhar para os mais diversos fatores que afetam o bem-estar das pessoas. Assim, entraram na mira da organização preocupações como segurança alimentar, moradias de qualidade e até ciclovias nas cidades.

Um exemplo citado pela revista é o programa “Health Leads”, que permite uma abordagem mais holística para tratamentos de saúde. Assim, além de prescrever remédios, os médicos e outros agentes de saúde também recomendam coisas tão diferentes quanto uma alimentação mais saudável ou o uso de sistemas de aquecimento no inverno.

Organização doa equipamentos de laboratório para promover inovação em saúde

Inovações em saúde dependem basicamente de duas coisas: boas ideias e condições materiais de pesquisa. As primeiras podem aparecer em qualquer lugar do mundo. Já as segundas estão concentradas em um punhado de países. Foi por ampliar esse grupo de beneficiados, e dar equipamentos a cientistas inovadores de países em desenvolvimento, que a organização Seeding Labs está entre as iniciativas mais inovadoras de 2015 destacadas pela revista Fast Company.

Sua estratégia é doar, para centros de pesquisa em nações emergentes, equipamentos de países ricos que estão sendo trocados por outros mais novos. A iniciativa, fundada em 2007 pela norte-americana Nina Dudnik, já encaminhou cerca de U$ 2,2 milhões em maquinário de laboratório para mais de 20 mil estudiosos em 23 mercados, incluindo o  Brasil.

O projeto busca um impacto duplo. Permite inovações em saúde para resolver problemas locais e, também, tenta evitar a fuga de cérebros de países com condições mais precárias para a prática científica ao dar condições materiais para o desenvolvimento local de pesquisas.

A perspectiva é de que a Seeding Labs consiga um impacto ainda maior nos próximos anos: em 2014, a organização fechou uma parceria de U$ 3 milhões com a Usaid, agência norte-americana de apoio ao desenvolvimento internacional.

Mesmo hospital, novos rumos

fachada Hospital Rio das Pedras

Rio das Pedras é uma cidade de 32 mil habitantes perto de Piracicaba. O Hospital Maternidade São Vicente de Paulo atende mensalmente mais de cinco mil pessoas no pronto-socorro e quase duas mil no ambulatório. Há sete meses no cargo, o administrador Luiz Gonzaga da Cunha acredita que o Projeto de Captação de Recursos Fehosp/IDIS veio em boa hora.

“Aprendemos que antes de captar é preciso se planejar, e muito bem”, explica Cunha. Com 65 anos de história, o Hospital Maternidade São Vicente de Paulo precisa de investimentos em infraestrutura, como reformas na parte elétrica e no telhado. Acompanhe abaixo a entrevista com o administrador.

 

Idis: Vocês já participaram das Oficinas e do coaching?
HMSVP: Sim, participamos.

Idis: O que acharam dessa experiência?
HMSVP: Estou há sete meses na administração do hospital e digo que o Projeto de Captação de Recursos veio em momento muito oportuno. Nosso hospital necessita com urgência de uma revitalização, tanto estrutural quanto humana, e o projeto tem nos ajudado muito.

Idis: Como vocês avaliam a captação de recursos do hospital antes e depois do curso?
HMSVP: Como estou aqui há sete meses, não tenho nenhuma informação sobre captação de recursos de antes do meu tempo. Hoje temos um bom projeto pra executá-lo graças às Oficinas.

Idis: O que aprenderam e vão colocar em prática?
HMSVP: Aprendemos que para fazer uma boa captação é preciso saber planejar e também mostrar que nossa entidade tem uma história sólida e crescente ao longo de 65 anos.

Idis: Qual o projeto que estão desenvolvendo?
HMSVP: “Mesmo hospital. Novos rumos…” O projeto trata da revitalização: troca do telhado, de toda a parte elétrica, aquisição de um raio X digital, troca de computadores, reforma dos quartos do hospital e da maternidade e troca dos pisos.

Idis: Em que fase está?
HMSVP: O comitê de vínculos já está formado; estamos aguardando o término dos orçamentos para apresentação ao comitê e em seguida começar a captação.

Com brincadeira na internet, ONG arrecadou US$ 100 milhões em 30 dias

Uma campanha do terceiro setor espalhar-se rapidamente pela internet (“viralizar”) é incomum. Disseminar-se com apoio de celebridades do primeiro escalão – tão diversas como Leonardo DiCaprio, Lady Gaga e Cristiano Ronaldo – é um feito histórico. Não foi por acaso que a ALS Association, responsável pela proeza, está entre as dez iniciativas mais inovadoras do terceiro setor em 2015, segundo a revista de negócios Fast Company.

A ideia era insólita: usar uma brincadeira que rodava a internet – virar um balde de água com gelo sobre a própria cabeça – com objetivo de chamar a atenção para uma doença chamada esclerose lateral amiotrófica (ALS, na sigla em inglês). E convencer as personalidades a fazerem parte da farra, divulgando a entidade.

Deu certo. Muito certo. Atores como Matt Damon, esportistas como o tenista Novak Djokovic e cantoras como Katy Perry divulgaram, nas redes sociais, vídeos em que cumpriam o que ficou conhecido como “desafio do balde de gelo”.

Cada participante, depois de tomar o banho de água gelada, era convidado a intimar mais três pessoas a fazerem o mesmo, ou doar US$ 100 para o combate à doença. E foi justamente esse caráter de desafio que garantiu o grande sucesso da brincadeira. Com isso, a organização, que financia pesquisas e tratamentos para os portadores daquele tipo de esclerose, recebeu US$ 100 milhões em menos de 30 dias.

A iniciativa se tornou uma febre também no Brasil, contando com a participação de nomes como Neymar, Ivete Sangalo, Galvão Bueno, Reynaldo Gianecchini e Eduardo Suplicy.

Mário Magalhães Chave: a perda do Mestre

Marcos Kisil*

Sou uma das pessoas que tiveram o privilégio de conhecer, trabalhar, e principalmente ter em Mário um mestre da vida. Seja ela a vida profissional, a vida em sociedade, a vida em família.

O Dr. Mário, como era mais conhecido, faleceu no último sábado dia 28 de fevereiro tendo a família ao seu lado.

Sua formação profissional como Odontólogo (1941) e Médico (1948) ocorreu na antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, na cidade do Rio de Janeiro onde nasceu. Na mesma Universidade viria a completar seu doutoramento em Odontologia (1953) e Livre Docência em Patologia e Terapêutica (1953). Tendo em 1951 concluído a sua primeira especialização na Universidade de Illionois, na área de Farmacologia, volta aos Estados Unidos para seu Mestrado em Saúde Pública na Michigan University (1955). E é nesta área de Saúde Pública, que hoje também pode ser chamada de Medicina Coletiva, que Mário passa a atuar de maneira relevante para o benefício da humanidade.

Como sanitarista trabalhou durante dois anos na Fundação SESP (Serviço Especial de Saúde Pública), doze anos na Organização Pan-Americana da Saúde e na Organização Mundial da Saúde, tendo ocupado postos em Washington, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Genebra. Chefiou o Departamento de Administração de Saúde na antiga Escola Nacional de Saúde Pública, hoje Instituto Presidente Castello Branco. Foi Diretor Adjunto da Associação Latino-americana de Faculdades de Odontologia e da Federação Pan-Americana de Associações de Faculdades de Medicina.

No mesmo período atuava como diretor de programa da Fundação W. K. Kellogg, tendo sob responsabilidade o programa da Fundação na América Latina. Mário emprestou seu talento e tirocínio para disseminar a fluoração da água e do sal como meios preventivos para a cárie bucal, atuou para a criação de um corpo de conhecimento que hoje conhecemos como Medicina Familiar, participou intensamente da criação e desenvolvimento dos Núcleos de Tecnologia para o ensino profissional na área da Saúde (centros conhecidos como NUTES/CLATES), atuou na criação e ativação de entidades como a Associação de Faculdades de Medicina (FEPAFEM, ABEM), Odontologia (ALAFO), Enfermagem (ABEn), Associação de Programas e Departamentos de Medicina Coletiva (ABRASCO), e na Rede UNIDA (Programas de articulação docente/assistência/comunidade). Colaborou no planejamento e implantação de programas acadêmicos em odontologia social e sanitária, entre outros, na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Sua intensa atividade acadêmica também se reflete nos livros e artigos que publicou (alguns em co-autoria), sendo seminais e pioneiros na discussão de temas valorosos para o entender e agir no setor da Saúde, e que se tornaram verdadeiros oráculos para os estudiosos do setor, tais como: Manual de odontologia sanitária (1960); Odontologia sanitária (1962); Saúde e sistemas (1972); Saúde, uma estratégia de mudança (1982); Odontologia social (edições de 1977 e 1986); Cambios en la educación medica: un analisis de la integración docente asistencial en América Latina (1884); Perspectivas da integração docente-assistencial (1983); Algumas reflexões sobre IDA: antecedentes do ideário UNI (1994)

Suas ações, profissionais e acadêmica, foram reconhecidas com vários títulos honoríficos, cabendo destacar: Doutor Honoris Causa da Universidade do Brasil (1964) da Universidade Federal da Bahia (1985), Universidad de Buenos Aires (1995), bem como de universidades em Medellín, Colômbia (1965), Lima, Peru (1972), Cochabamba, Bolívia (1978) e Santiago de Los Caballeros, República Dominicana (1986).

Mário ocupou a Cadeira 42 da Academia Brasileira de Odontologia

Também será lembrado pelo estímulo, apoio, e generosidade para com os jovens profissionais, especialmente ao recomendar os candidatos às bolsas de estudo da Fundação Kellogg, permitindo assim que uma liderança acadêmica e profissional fosse formada na América Latina e especialmente no Brasil. Contamos em centenas os agraciados que galgaram posições de liderança na região, seja na Universidade, Ministérios da Saúde, ou na própria carreira internacional dentro do sistema OPS/OMS. Mário, como ex-bolsista, conhecia o poder que esta decisão acarretava na vida de um jovem.

Fui bolsista, consultor, e vim a substituir Mário quando de sua aposentadoria como Diretor da Fundação Kellogg. Tive o privilégio de tê-lo como conselheiro e amigo na concepção e implantação de programas extremamente exitosos para a nossa região, entre os quais destaco a Fluoração do Sal, o Programa UNI para as profissões da saúde, e Kellogg International Leadership Program em liderança.
Mário, por meio dessas ações com a Fundação Kellogg, introduziu e nutriu de maneira antecipatória o que viria a ser uma filantropia estratégica, desenvolvimentista, e voltada à emancipação de seus beneficiários como se propõe atualmente em oposição direta ao assistencialismo e paternalismo de doadores.

Sua paciência, mansidão e entusiasmo eram características que ampliavam a importância de sua sabedoria

Não existiria o IDIS, e toda a transformação proposta para o investimento social privado na América Latina, e especialmente no Brasil, se não fosse o seu denodo em fazer da doação um instrumento de mudança social.

Obrigado, Dr. Mário. Descanse em paz!

(*) Ex-Diretor da Fundação W.K.Kellogg para América Latina e Caribe, Fundador do IDIS