Confira os vídeos do Fórum de Filantropos e Investidores Sociais de 2019

“Força das Comunidades” foi o tema do 8º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado em setembro de 2019 pelo IDIS. Ao longo de 10 horas de programação, foram realizadas doze sessões e todas elas serão disponibilizadas no canal do IDIS no YouTube.

O evento, exclusivo para convidados, reuniu mais de 300 participantes, entre filantropos, representantes de empresas, institutos, fundações e governos, e 52 palestrantes. Com um tema complexo e importante como esse, o Fórum buscou reunir pontos de vista locais e globais e diferentes experiências para estimular a reflexão acerca do papel dos cidadãos e as soluções que geram o bem comum.

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Sessão Dinâmica: Precisamos mobilizar todo mundo; com Edgard Gouveia, Game Master na Epic Journey

Inclusão, diversidade e equidade: forças de mudança em nossas comunidades

Com Flávia Regina de Souza Oliveira, Sócia de Mattos Filho Advogados; Marcos Panassol, Sócio e Líder de Capital Humano da PwC Brasil; Maíra Liguori, Diretora do Think Olga; Mariana Almeida, Superintendente da Fundação Tide Setúbal; e moderação de Mafoane Odara, Gerente no Instituto Avon.

• Empresas com propósito e comprometidas com a sustentabilidade

Com Juliana Azevedo, Presidente na Procter & Gamble Brasil; Matthew Govier, Diretor Executivo da Accenture Strategy; Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil; e moderação de Gabriella Bighetti, CEO da United Way Brasil. Essa sessão teve o apoio da BNP Paribas Asset Management.

• Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2019

Em poucos minutos, imagens e depoimentos dos organizadores, palestrantes, parceiros e participantes.

Realizado desde 2012, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.000 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Esta é uma iniciativa conjunta do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e do Global Philanthropy Forum (GPF). Neste ano, contou com a parceria institucional da United Way. Também comprometidos, a Fundação Telefonica Vivo foi a parceira ouro do projeto, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a Fundação Mott e o Santander, parceiros prata, e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e o escritório de advocacia Mattos Filho, parceiros bronze.

Veja aqui o álbum de fotos do evento.

IDIS 2020: Catalisador de Iniciativas

Pensar sobre aonde se quer chegar e planejar as atividades e recursos necessários para atingir os objetivos de forma coerente e sustentável é o que recomendamos a todos nossos parceiros, e no IDIS, não poderíamos fazer diferente. Em outubro, iniciamos nosso processo de planejamento estratégico para 2020.

Usando como base o plano trienal, desenvolvido em 2017, envolvemos toda a equipe do IDIS, que olhou para os resultados alcançados e projetos desenvolvidos neste ano, e traçou o plano para concretizar nosso novo posicionamento – IDIS: CATALISADOR DE INICIATIVAS. Por meio dele, reforçamos nosso compromisso com a idealização e o implementação de iniciativas que promovam o Investimento Social Privado no Brasil. Gerar e disseminar conhecimento, influenciar e representar o setor e idealizar, estruturar e implantar projetos próprios, passam a ser, dessa forma, nossos principais pilares de atuação.

Entre os principais projetos para o próximo ano, estão o fortalecimento da cultura de doação, por meio da campanha Descubra Sua Causa; a agenda dos Fundos Patrimoniais, com o avanço do trabalho de advocacy desempenhado na Coalização pelos Fundos Filantrópicos; a valorização da cultura de avaliação; e a promoção de parcerias intra e intersetoriais para a resolução de problemas sociais complexos. Ações específicas serão realizadas também no sentido de qualificar e ampliar a Filantropia Familiar e a Filantropia Comunitária. Seguiremos apoiando iniciativas de famílias, empresas, institutos e ONGs, por meio de atividades de consultoria, em todas as fases de seu investimento – do planejamento estratégico, passando pela gestão das doações, até a avaliação de impacto; e provendo o único Fórum no Brasil destinado exclusivamente a filantropos e investidores sociais.

Aspectos relacionados à comunicação institucional e gestão também foram discutidos. Para dar mais concretude ao novo posicionamento, foi planejada a atualização da marca. Especificamente em relação à sustentabilidade, avançamos no plano de constituição de um Fundo Estruturante, lançado na celebração dos 20 anos do IDIS, em setembro de 2019.

O planejamento, que ainda será validado por nosso Conselho Deliberativo, traça o caminho que seguiremos no próximo ano. Acreditamos na força do investimento social privado para criar um futuro mais justo e solidário, melhorando a vidas das pessoas. Por um 2020 com mais impacto!

O Brasil é um dos países com os maiores desafios para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, quando deveria ser o líder global na área

Social Progress Index 2019 mostra que o mundo não atingirá as metas até 2073 e o Brasil está regredindo ao invés de avançar

Por Michael Green*

 

Em 2015, os líderes mundiais presentes na ONU se comprometeram ao plano desafiador de construir um futuro inclusivo e sustentável para as pessoas e para o planeta – os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs), uma mudança definitiva na qualidade de vida mundial até 2030. A realidade, no entanto, contraria essa promessa. De acordo com o recém-lançado levantamento do Social Progress Index (Índice de Progresso Social), o mundo não atingirá as metas dos ODSs até, no mínimo, 2073 e o Brasil está regredindo ao invés de avançar.

A boa notícia do Social Progress Index 2019 – uma mensuração detalhada sobre a verdadeira qualidade de vida das pessoas a partir unicamente de indicadores sociais e ambientais – é que o mundo como um todo está melhorando. Desde 2014, quando o Índice foi lançado, temos visto evolução. Há mais pessoas nas universidades e houve grandes avanços no acesso à informação a partir da maior penetração de telefones celulares. Temos visto melhorias constantes na redução da fome, ganhos na prevenção de doenças e na universalização do acesso à água e saneamento básico. No entanto, o mundo não progrediu em aspectos relacionados à segurança, à educação e questões relacionadas à inclusão estão estagnadas. Mais alarmante ainda, o mundo está retrocedendo no que tange direitos individuais.

Isso significa que, globalmente, não estamos progredindo rápido o bastante para atingir os ODSs. No ritmo atual, estamos, na melhor hipótese, 43 anos atrasados para atingir as metas para 2030. Se as mudanças climáticas não forem devidamente abordadas, o atraso será ainda maior, ou talvez nem atingiremos as metas. Alguns países, como Nepal e Etiópia, estão conquistando avanços rápidos. Porém, na maioria dos países emergentes como China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria e as Filipinas, o progresso está lento demais. Da mesma maneira, boa parte do mundo abastado está progredindo vagarosamente. É vergonhoso como os países que estariam mais próximos de atingir as metas da Agenda 2030 e os que mais tem recursos para isso estejam indo tão mal.

Os outliers, ou pontos fora da curva, mais significativos, que representam os maiores empecilhos ao desenvolvimento sustentável, são aqueles países que estão regredindo. Apenas quatro estão nesse grupo desvantajoso: Nicarágua e Sudão do Sul, que enfrentam crises políticas profundas e não surpreendem tanto, conjuntamente a Estados Unidos e Brasil. A queda nos rankings de progresso social dos Estados Unidos é nítida desde 2014. Os EUA se posicionam atualmente como apenas 26 no mundo, atrás da República Tcheca e Estônia.

O Brasil ocupa a posição 49 no ranking mundial do Social Progress Index – um pouco atrás da Romênia (45) e um pouco à frente do México (55) e de outros países do BRICS (Rússia ocupa a posição 62, África do Sul, 73, e Índia, 102). No entanto, o que preocupa no Brasil é sua mudança de direção. O Brasil caiu 5 posições desde 2014, enquanto o México, por exemplo, subiu 6 e quase cessa a diferença entre os dois.

Por que então será que o Brasil presencia uma queda (-0,72) em sua nota no Social Progress Index desde 2014? Os principais fatores são o declínio em Direitos Individuais, desde liberdade de expressão até direitos de propriedade para mulheres, e Inclusão, que considera discriminação contra minorias e baixa equidade de gênero. O Brasil também está estagnado, ou presenciando quedas menores, em questões como segurança, acesso à eletricidade, qualidade na educação e saúde. Os poucos pontos favoráveis estão no avanço ao acesso à água e saneamento, penetração dos telefones celulares e o aumento no ingresso a universidades.

A retração evidenciada no Brasil em relação ao avanço social é ainda mais entristecedora, pois já foi um dos países que melhor usava seus recursos para servir à população. Mesmo hoje, a 49ª posição no ranking de progresso social do País, excede sua colocação no ranking do PIB, no qual ocupa o 65º lugar. Nas décadas recentes, o Brasil fez um progresso significativo na redução da pobreza e combate à exclusão. O Brasil poderia, e deveria, ser o líder no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – o mundo hoje precisava desse tipo de liderança.

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*Michael Green é CEO do Social Progress Imperative. O artigo foi desenvolvido com exclusividade para o IDIS.

Quase metade da população mundial já ajudou um desconhecido, aponta estudo divulgado pelo IDIS

O World Giving Index, estudo global com 10 anos realizado junto a 1,3 milhão de pessoas em 126 países revela que, apesar do fortalecimento da cultura de doação, vem sendo registrada uma tendência de queda neste comportamento, principalmente em alguns dos lugares mais ricos do mundo, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Irlanda e Holanda.

Esta edição do Ranking Global de Solidariedade, que celebra uma década de coleta de dados, foi produzida pela Charities Aid Foundation (CAF), instituição com sede no Reino Unido, e que no Brasil é representada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Conheça aqui os resultados da pesquisa.

O levantamento, encomendado ao Instituto Gallup, analisou dados agregados de cada país ao longo de 10 anos (2009-2018) e tem como base respostas de três perguntas: 1) se o entrevistado ajudou um desconhecido, 2) se contribuiu financeiramente para organizações da sociedade civil e 3) se doou tempo como voluntário para uma organização.

Sete dos dez países mais solidários estão entre os mais ricos do mundo, com os Estados Unidos na liderança, mas a lista dos dez primeiros também inclui nações menos ricas, como Mianmar (2º lugar), Sri Lanka (9º. Lugar) e Indonésia (10º lugar). A Nova Zelândia (3º lugar) é o único país que aparece no top 10 das três perguntas, ajudando um desconhecido, contribuindo financeiramente para uma ONG e doando tempo como voluntário.

 

O relatório identificou ainda os 10 países mais solidários ao longo da década, juntamente com os 10 menos generosos e os que tiveram a melhor e a pior performance no período. Indonésia, Quênia, Singapura, Malásia, Iraque, África do Sul, Haiti, Ruanda, Bósnia e Emirados Árabes foram os países que mais cresceram no Ranking. Já Polônia, Turcomenistão, Filipinas, Letônia, República Tcheca, Azerbaijão, Mauritânia, Camboja, Afeganistão e Marrocos os que mais caíram.

A América do Sul apresenta um quadro com múltiplas tendências, com um número considerável de países onde os entrevistados afirmam ajudar um desconhecido – isso acontece inclusive em países que sofreram ​​conflitos e crises recentes, como Venezuela e Equador. Quanto ao Brasil, apareceu na posição 74 no ranking global, e no 8o lugar entre as noções da América do Sul + México. A ajuda a desconhecidos foi a variável de melhor desempenho no país, que revelou apenas 28% da população envolvida em uma ou mais ação solidária.

Para a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, cada país enfrenta desafios únicos e, por isso, as soluções precisam ser buscadas localmente. “Na América Latina, continuamos vendo a disposição das pessoas a doarem e trabalhamos para que a sociedade civil crie um melhor ambiente para essa cultura de doação.”  Na visão de Fabiani o trabalho com os jovens é essencial: “São eles que vão estabelecer como será a filantropia e a doação no futuro”.

Alguns destaques do estudo:

  • Em todo o mundo, mais de 2,5 bilhões de pessoas ajudaram um desconhecido na última década, o equivalente a 48% da população mundial
  • Entre os 10 países com população mais doadora em dinheiro, em pelo menos 4 deles, doam com motivação religiosa
  • 1 entre cada 5 adultos no mundo fizeram trabalho voluntário nos últimos 10 anos, com o Sri Lanka relatando a maior taxa de voluntariado do mundo
  • As pessoas de Mianmar são as que mais provavelmente doaram dinheiro para caridade. (Os budistas praticantes representam 90% da população, 99% deles seguidores do ramo Therevada da religião que exige doações)

O lançamento da pesquisa aconteceu no dia 15 de outubro de 2019. Comentaram os resultados Graziela Santiago, Coordenadora de Conhecimento no GIFE, e João Paulo Vergueiro, Diretor Executivo da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos.

Veja aqui a apresentação completa, com o recorte brasileiro.

 

Conheça aqui os resultados da pesquisa.

 

World Giving Index completa uma década com evento exclusivo

O World Giving Index, pesquisa anual promovida pela CAF – Charities Aid Foundation e conduzida pelo Gallup junto a 1,5 milhão de pessoas em 125 países, completa 10 anos. Os resultados serão revelados no dia 15 de outubro, em um evento no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo. Além da apresentação de Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, comentarão a pesquisa, Graziela Santiago, Coordenadora de Conhecimento no GIFE, e João Paulo Vergueiro, Diretor Executivo da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos.

O ranking global de solidariedade considera a participação das populações em três quesitos: ajuda a desconhecidos, contribuição financeira para organizações da sociedade civil e doação de tempo como voluntário para uma organização.

O evento é aberto ao público.  As inscrições devem ser feitas pelo email  comunicacao@idis.org.br. Será possível também acompanhar a cobertura ao vivo em nosso canal do Twitter (@IDIS_Noticias).

Data: 15 de outubro, das 9h às 11h

Local: Centro Ruth Cardoso – Rua Pamplona, 1005, Jardim Paulista. São Paulo – SP

Convite World Giving Index 10 anos

 

 

IDIS: 20 anos acreditando na força do investimento social privado

Em setembro de 2019 o IDIS completa 20 anos de história, de dedicação, de aprendizados e de conquistas. Neste mês, iniciamos uma celebração que se estenderá ao longo do ano e que incluirá novos projetos, o lançamento de uma nova marca e a criação de um fundo estruturante para a promoção da filantropia brasileira. O aniversário foi brindado em um coquetel com alguns dos parceiros, colegas e amigos que fizeram e fazem parte de nossa trajetória. Veja aqui as fotos.

Nossas principais realizações e depoimentos de parceiros foram reunidos na publicação especial IDIS 20 anos, que convidamos todos a ler. Em um vídeo, destacamos os principais marcos.

O IDIS nasceu do sonho de um dos mais importantes profissionais do terceiro setor brasileiro. Marcos Kisil, ou Doutor Marcos Kisil como é comumente chamado devido a sua formação médica, idealizou e criou uma organização capaz de gerar conhecimentos e aplicar técnicas para apoiar investidores sociais, ampliando as relações entre estes e os empreendedores sociais. Fundou o IDIS em 1999, uma organização sem fins lucrativos que tem a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto.

Muitos ouviram o chamado do Marcos e se uniram a este sonho. Ao longo dos anos, passaram pelo IDIS centenas de pessoas entre colaboradores, voluntários, conselheiros, clientes e parceiros que juntos contribuíram para a construção de um Brasil mais justo e solidário, ampliaram seus conhecimentos e suas ambições de transformar o mundo à sua volta e aos quais também homenageamos.

O Brasil e o mundo mudaram muito nesses últimos 20 anos e o ecossistema do investimento social privado também. Estamos presenciando a emergência de uma filantropia conectada, aberta e ágil, somando forças com a filantropia tradicional, que tem uma valiosa experiência acumulada a oferecer. Sempre queremos acompanhar e entender as transformações. Nossos debates vão desde como levar projetos à escala, como viabilizar parcerias com empresas e o poder público, até blockchain na cultura de doação, crowdfunding, finanças sociais, venture philanthropy e outros mecanismos para a promoção da cultura de doação e da transformação social.

Gostamos de nos enxergar como um catalisador de iniciativas de investimento social privado.  Buscamos novos caminhos para ampliar nossa força positiva na sociedade, dialogando com os protagonistas do investimento social privado e outros atores que podem colaborar com agendas de impacto social, como os governos, as organizações multilaterais e os indivíduos. Esperamos que nossa história inspire outras histórias, e que seja um trampolim para o futuro. Nós seguimos sonhando.

Está só começando!

 

#FórumIDIS 2019: Força das Comunidades – Protagonismo, Mobilização e Transformação

O 8º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais foi realizado pelo IDIS em setembro de 2019. A edição reuniu mais de 300 participantes, entre filantropos, representantes de empresas, institutos, fundações e governos, e 52 palestrantes. Representantes de países como EUA, México, Colômbia, Nigéria e Reino Unido ajudaram a enriquecer o diálogo. (Veja aqui o álbum de fotos do evento.)

“Força das Comunidades” foi o tema escolhido para dar tônica ao encontro. Deu-se foco ao poder transformador das comunidades, que está em estabelecer um percurso de dentro para fora e a partir da demanda dos grupos, encontrar soluções próprias que favorecem o bem comum. Durante o Fórum, trouxemos exemplos, apresentamos desafios. Refletimos acerca do papel dos cidadãos, que assumem o controle de suas histórias e exercem sua cidadania.

As 12 sessões e 15 mesas temáticas promovidas ao longo do dia buscaram dar conta da complexidade do assunto, abordando aspectos diversos. A Primavera X propõe uma gincana para jovens, que realizam mutirões comunitários em prol do cuidado com a água em todo o Brasil. A LALA – Latin American Leadership Academy vai além, e oferece um programa de desenvolvimento de liderança a jovens que querem fazer a diferença em suas comunidades. Empresas se comprometem com causas, se engajam em torno de temas como diversidade, igualdade e equidade – mudam práticas internas, influenciam suas cadeias e também outros segmentos, apoiam organizações da sociedade civil. Governos criam programas que consideram e estimulam os saberes e protagonismo locais e estabelecem mecanismos regulatórios, como a recente Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, no Brasil, que favorece a sustentabilidade de longo prazo de instituições. As petições promovidas por meio da plataforma Change.org permitem com que demandas da sociedade cheguem a tomadores de decisões. Segundo a organização, 25.000 petições são realizadas por mês no mundo todo e a cada uma hora, uma delas é vitoriosa, seja alterando uma lei, uma prática corporativa ou uma decisão de alguém com poder institucional e impactando diretamente a vida de milhares ou milhões de pessoas.

O Fórum tradicionalmente convida empreendedores que compartilharam suas trajetórias e visões acerca do investimento social privado e do tema proposto. Estiveram presentes Carlos Wizard, presidente do Grupo Sforza, empresário que fez carreira na área de franquias e que, em outubro do ano de 2018, se mudou para Boa Vista, em Roraima, para liderar um grande programa de acolhimento de refugiados venezuelanos. Eduardo Fischer, codiretor presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV, um dos empresários mais importantes no ramo da construção civil e membro da família fundadora, levou para o Fórum a experiência do projeto Escola Nota 10, que já implantou mais de 170 escolas de alfabetização, de inclusão digital e profissionalizantes em seus canteiros de obras.

O painel final reuniu três grandes mulheres catalisadoras da filantropia no mundo. Jane Wales, fundadora do Global Philanthropy Forum, Mosun Layode, CEO do African Philanthropy Forum e Paula Fabiani, CEO do IDIS e responsável pela edição brasileira do evento, dividiram o palco e compartilharam reflexões sobre conquistas e também sobre os desafios que temos a superar.

Mais do que nunca, acreditamos ser preciso reconhecer a força das comunidades e criar condições para que possam florescer. As conversas foram ricas, e preparamos uma cobertura especial, trazendo os destaques da agenda. Conheça:

Com Agustin Landa, Vice-presidente de Desenvolvimento da Universidade de Monterrey (México); Brian Gallagher, Presidente & CEO da United Way Worldwide (EUA); Nick Deychakiwsky, Diretor de Programas da Fundação Mott (EUA); e moderação de Paula Fabiani, Diretora-presidente do IDIS.

Com Sir John Low, CEO da CAF (UK); María Carolina Suárez Visbal, Assessora Sênior do IVPC – International Venture Philanthropy Center (Colômbia); Selma Moreira, Diretora-Executiva do Fundo Baobá; e moderação de Renata Biselli, Gerente de Investimento Social do Banco Santander.

Com Juliana Azevedo, Presidente na Procter & Gamble Brasil; Matthew Govier, Diretor Executivo da Accenture Strategy; Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil; e moderação de Gabriella Bighetti, CEO da United Way Brasil. Essa sessão teve o apoio da BNP Paribas Asset Management.

Com Flávia Regina de Souza Oliveira, Sócia de Mattos Filho Advogados; Marcos Panassol, Sócio e Líder de Capital Humano da PwC Brasil; Maíra Liguori, Diretora do Think Olga; Mariana Almeida, Superintendente da Fundação Tide Setúbal; e moderação de Mafoane Odara, Gerente no Instituto Avon.

Com Carlos Wizard Martins, empreendedor, fundador do Grupo Sforza e filantropo; Eduardo Fischer, codiretor presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV; e moderação de Eliane Trindade, editora da Folha de S.Paulo

Com Edgard Gouveia, Game Master na Epic Journey

Com Diego Ontaneda, CEO & cofundador da LALA – Latin American Leadership Academy (Colômbia); Fernando Gallo, Gerente de Políticas Públicas no Twitter Brasil; Lucas Pretti, Diretor Global de Produtos da Change.org Foundation; Maria Antônia Carvalho Dezidério, Alumni da LALA – Latin American Leadership Academy; e moderação de Américo Mattar, Diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo.

Com Bernardo Guillamon, gerente do escritório de alianças estratégicas do BID (USA); Filipe Sabará, fundador da Arcah & presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo; Jorge Iván Ríos Rivera, subsecretário de educação de Medellin (Colômbia); e moderação de Jamie McAuliffe, Senior Fellow do Aspen Institute.

Com Jacqueline Connor, diretora de impacto da Enuma (EUA); Paulo Zuben, Diretor Artístico-Pedagógico da Santa Marcelina Cultura; José Marcelo Zacchi, secretário geral do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas; e moderação de Raquel Altemani, Gerente de Projetos do IDIS.

Com Jane Wales, presidente e CEO do Global Philanthropy Forum & World Affairs Council (EUA); Mosun Layode, CEO do African Philanthropy Forum (Nigéria); Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS; e moderação de José Ferrão, presidente da rede internacional da United Way Worldwide.

 

Realizado desde 2012, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.000 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Esta é uma iniciativa conjunta do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e do Global Philanthropy Forum (GPF). Neste ano, contou com a parceria institucional da United Way. Também comprometidos, a Fundação Telefonica Vivo foi a parceira ouro do projeto, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a Fundação Mott e o Santander, parceiros prata, e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e o escritório de advocacia Mattos Filho, parceiros bronze.

Veja aqui o álbum de fotos do evento. 

#FórumIDIS: Comunidades em um mundo em transformação

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em setembro de 2019. Palestrantes: Agustin Landa, Vice-presidente de Desenvolvimento da Universidade de Monterrey (México); Brian Gallagher, Presidente & CEO da United Way Worldwide (EUA); Nick Deychakiwsky, Diretor de Programas da Fundação Mott (EUA); e moderação de Paula Fabiani, Diretora-presidente do IDIS. Saiba mais aqui.

 

Com o tema ‘Força das Comunidades’, o painel de abertura do 8º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais trouxe a experiência e o trabalho de organizações internacionais junto às suas comunidades. A moderadora foi a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Brian Gallagher, CEO da United Way Worldwide, traçou um panorama de nossos tempos, destacando a globalização econômica, a intensificações da migração e das mudanças demográficas e a tecnologia digital como fatores relacionados aos desafios sociais que hoje enfrentamos. Segundo ele, a riqueza que hoje circula no mundo é imensa, mas é preciso captar esses recursos e distribuí-los para diminuir a desigualdade. “Como vamos resolver isso?”, pergunta Brian. Uma das respostas que ele sugere é que os doadores precisam fazer parte da comunidade e atuar em consonância com seus objetivos. Chama atenção também ao papel do Estado,  posto que um ponto nevrálgico em muitos países são as políticas tributárias para incentivar a filantropia e melhorar a distribuição de riquezas.

“A filantropia comunitária tem como base a confiança”. Com essas palavras, o diretor de programas da Mott Foundation, Nick Deychakiwisky, começou sua explanação. Nick explicou o conceito ainda pouco conhecido no Brasil, e mostrou que organizações bem-sucedidas são aquelas que têm estruturas claras de governança e são inclusivas. A confiança acaba sendo maior quando a instituição investe de acordo com as demandas da comunidade. “É importante conectar os conhecimentos da comunidade, criar lideranças para facilitar o diálogo e ser um facilitador para a implementação de suas necessidades”, concluiu.

(Saiba mais sobre Filantropia Comunitária aqui)

O vice-presidente de desenvolvimento da Universidade de Monterrey, no México, Agustín Landa, explica que, na América Latina, existem hoje apenas 46 organizações de filantropia comunitária e fala dos desafios relacionados à captação de recursos. “É preciso ter diferentes vozes. Precisamos encontrar o equilíbrio entre entender o doador e fazer o trabalho com as comunidades”.  Por fim, reforça a importância da academia e dos pesquisadores. “Precisamos de conhecimento sobre nós! O que queremos mudar e como mudar”. Alerta que sem isso colocamos em risco nosso futuro.

Assista à sessão na íntegra:

Veja aqui o álbum de fotos do evento. 

#ForumIDIS: Sustentabilidade de longo prazo para causas e comunidades

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Sir John Low, CEO da CAF – Charities Aid Foudation (UK); María Carolina Suárez Visbal, Assessora Sênior do IVPC – International Venture Philanthropy Center (Colômbia); Selma Moreira, Diretora-Executiva do Fundo Baobá; e moderação de Renata Biselli, Gerente de Investimento Social do Santander. Saiba mais aqui.

 

Os desafios para captar recursos e a gestão de fundos patrimoniais filantrópicos estiveram em debate no painel ‘Sustentabilidade de longo prazo para causas e comunidades’. Contou com a participação de Sir John Low, CEO da CAF – Charities Aid Foudation (UK); María Carolina Suárez Visbal, assessora sênior do IVPC – International Venture Philanthropy Center (Colômbia); e Selma Moreira, diretora-executiva do Fundo Baobá, tendo como moderadora Renata Biselli, Gerente de Investimento Social do Santander.

(Saiba mais sobre Fundos Patrimoniais aqui

Renata lançou o desafio, questionando: “O que podemos fazer diferente por nossas organizações sociais?”.

Sir John Low destacou que entre os desafios que as causas e comunidades enfrentam na busca de financiamentos está o fato de que o processo pode exigir muitos recursos das organizações, que já trabalham com margens pequenas. “É difícil pensar a longo prazo. Não há dúvidas de que os fundos filantrópicos, que já existem há anos, podem ser o que é preciso para ir além. Por meio deles é possível garantir que o capital será usado somente com propósitos sociais”, ponderou o CEO da CAF.

Selma explicou que o Fundo Baobá foi criado de forma a ter sustentabilidade a longo prazo. “Nossa expectativa é gerar o maior fundo de equidade racial fora dos Estados Unidos”. A diretora-executiva conta que apesar de ser um desafio pensar a governança, o mecanismo fez toda a diferença na estratégia do Baobá, que já apoiou mais de 100 projetos em oito anos. Para Selma, o grupo é capaz de fazer uma leitura das demandas da sociedade porque está muito próximo da comunidade que atende, mantendo uma escuta ativa. Ela defende a união de todos para garantir uma sociedade mais segura e acessível em relação à distribuição de recursos para causas: “Nós falamos de viver em plenitude, sobre ser e estar. Dialogamos sobre como a violência afeta especialmente o jovem negro. Entendemos que para mudar e criar uma sociedade mais inclusiva para todos, todo mundo tem que fazer parte. Temos que construir pontes”.

Para Maria Carolina, do IVPC, é preciso que as pessoas que participam das causas e comunidades refletiam sobre o que estão fazendo, para fazer melhor. “Precisamos descobrir como ser mais rigorosos na prestação de contas, na transparência, sempre tendo em consideração que a primeira coisa é o impacto social”. Ela considera essencial que a filantropia apoie também ONGs que não são rentáveis financeiramente e sugere lançar um olhar para a experiência mundial, pegando exemplos de modelos que já funcionam na Europa, na África e na Ásia.

Assista à sessão na íntegra:

Veja aqui o álbum de fotos do evento.

#ForumIDIS: Empresas com Propósito e comprometidas com a Sustentabilidade

 

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Juliana Azevedo, Presidente na Procter & Gamble Brasil; Matthew Govier, Diretor Executivo da Accenture Strategy; Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil; e moderação de Gabriella Bighetti, CEO da United Way Brasil. Saiba mais aqui.

 

Se há alguns anos falava-se em responsabilidade social empresarial, hoje vemos organizações dando um passo além e refletindo sobre seu propósito e abraçando causas de interesse social. A mudança de postura reverbera na percepção de investidores, no engajamento de funcionários e na forma como a marca é reconhecida e valorizada por consumidores.

De acordo com o diretor executivo da Accenture Strategy, Matthew Govier, este é um tema que ganha cada vez mais espaço no meio empresarial. “Todos querem um projeto de impacto que tenha relação com a estratégia da companhia”. A organização, além de fazer recomendações sobre a atuação de seus clientes, também faz a lição de casa internamente. A Accenture criou o projeto Skills to Succeed, assumindo globalmente o compromisso de apoiar 3 milhões de pessoas até 2020. Entre as ações estão a capacitação de jovens de baixa renda, cursos de aprendizado virtual e voluntariado.

A presidente da Procter & Gamble Brasil, Juliana Azevedo, compartilhou a visão da empresa, que pretende unir crescimento com propósito. “Buscamos impacto na nossa cadeia produtiva. Temos uma agenda que trata de ética, inclusão, impacto nas comunidades, diversidade e sustentabilidade que se tornou uma realidade por estar ligada ao plano de negócios”, disse Juliana. Acrescenta que hoje a integração do propósito com a estratégia é visível também na comunicação das marcas. “A indústria deve usar sua voz para gerar discussões e mudar a sociedade. Temos uma responsabilidade muito grande”. Em sua apresentação trouxe como exemplo o compromisso da marca Always com o desenvolvimento da confiança das meninas.

Ruy Shiozawa, presidente do Great Place to Work Brasil, por sua vez, falou bastante da relação entre propósito e gestão de pessoas. “Empresas devem ser inclusivas e ter diversidade nos seus quadros, envolver as famílias dos colaboradores e a comunidade em suas ações”, explica Ruy. Não adianta, segundo ele, ter uma visão imediatista e unilateral para se obter um bom resultado nas ações. “Quando se trabalha em conjunto, o bolo é maior e os resultados melhores para todos”, conclui.

Assista à sessão na íntegra:

Veja aqui o álbum de fotos do evento.

#ForumIDIS: Inclusão, diversidade e equidade: forças de mudança em nossas comunidades

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Flávia Regina de Souza Oliveira, Sócia de Mattos Filho Advogados; Marcos Panassol, Sócio e Líder de Capital Humano da PwC; Maíra Liguori, Diretora do Think Olga; Mariana Almeida, Superintendente da Fundação Tide Setúbal; e  moderação de Mafoane Odara, Gerente no Instituto Avon. Saiba mais aqui.

 

Novos tempos demandam novas estratégias e o atual momento exige que a diversidade, a inclusão e a equidade estejam na pauta das empresas, organizações e entidades. Este foi tema da sessão ‘Inclusão, diversidade e equidade: forças de mudança em nossas comunidades’, moderada pela gerente do Instituto Avon, Mafoane Odara. “Diversidade é uma questão de escolha e de poder. E quem tem o poder é que vai conseguir mudar o que estamos vivendo”, provocou Mafoane.

Marcos Panassol, sócio e líder de capital humano da PwC, contou que por lá a diversidade é observada desde os valores, integra a estratégia da empresa, é vista como uma expressão de vantagem competitiva, mas revela que o maior desafio é transformar a diversidade em realidade – e avisa: “É a parte que vai impactar as pessoas”. Por isso, citou exemplos práticos da implantação no cotidiano. Em relação à diversidade de gênero, explicou que mais de 50% dos colaboradores são mulheres, mas que esse índice é ainda menor quando se observa os níveis mais altos da carreira. “Criamos programas para melhorar isso”, conta o líder de capital humano da PwC, que comentou ainda a dificuldade que enfrentam em atrair negros e pessoas com deficiência. “Estamos implementando ações específicas em relação à raça. Quanto às pessoas com deficiência, conseguimos mudar nos últimos três anos, passando de 3% para 10% dos colaboradores”. Para evoluir em relação à diversidade & inclusão, além de implantar a estratégia a partir do processo de contratação, a PwC também coloca essas questões a seus fornecedores. “É uma questão de escolha, de prioridades. Investimos tempo e recursos para sermos uma empresa inclusiva em sua totalidade”.

Flávia Regina de Souza Oliveira, sócia de Mattos Filho Advogados, contou que o escritório percebeu que havia poucas mulheres e negros entre seus colaboradores. Para mudar esse quadro, a equipe criou um programa e apostou em um ambiente mais agradável. O segundo passo foi o programa de afinidades LGBTQ+. “Não que não existissem LGBTQ+s no escritório, mas eles eram ‘transparentes’. Percebemos quanto essas pessoas viviam angustiadas e hoje elas podem se declarar abertamente. O que importa é a qualidade intelectual dos profissionais”. O escritório de advocacia também desenvolveu um programa para dar mais oportunidades a pessoas com deficiências que atuam no local e agora há um trabalho voltado à inclusão religiosa.

Maíra Liguori, diretora do Think Olga, falou sobre o sucesso da campanha contra assédio desenvolvida pelo Think Olga, a ‘Chega de Fiu-Fiu’, que possibilitou pautar uma conversa com a sociedade sobre o que é assédio em local público, questionando ações de assédio que não eram vistas como tal. Ela disse ainda que a diversidade permeia tudo o que eles realizam, dando o tom dos trabalhos. “Diversidade é uma jornada, não tem começo, meio e fim. É uma coisa perene, que precisa continuar na sociedade. É inevitável que as empresas e organizações passem por isso em algum momento. É inteligente que entrem nessas discussões o mais rapidamente possível. Diversidade não é um tsunami que vai passar. Vai ficar e impactar todo mundo”.

Para Mariana Almeida, superintendente da Fundação Tide Setubal, é preciso desenvolver alternativas para ampliar a diversidade com estratégias que envolvam a compreensão de posições e escolhas das pessoas e a partir daí apoiar a transformação. Ela compartilhou alguns dos achados da pesquisa Conservadorismo e as Questões Sociais, a qual revela que hoje a informação e a conscientização não estão chegando às pessoas e que é preciso investir em comunicação e melhorar a percepção de que todos ganhariam com a diversidade.

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#ForumIDIS: Filantropos compartilham pontos de vista acerca do investimento social

 

* Conteúdo inspirado em sessão ‘Em conversa com…’ da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Carlos Wizard Martins, empreendedor, fundador do Grupo Sforza e filantropo; Eduardo Fischer, codiretor presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV; e moderação de Eliane Trindade, editora da Folha de S.Paulo. Saiba mais aqui.

 

Há um ano Carlos Wizard Martins, empreendedor, fundador do Grupo Sforza e filantropo, está com a esposa atuando na linha de frente, em Roraima, para ajudar refugiados venezuelanos. Eduardo Fischer, codiretor presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV, conhece de perto as dificuldades de uma das indústrias que mais sofre com os problemas de educação no Brasil, a da construção civil. Moderados pela editora da Folha de S.Paulo, Eliane Trindade, os dois ajudaram a lançar um olhar mais amplo a esses cenários em uma conversa descontraída durante o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2019.

Eduardo Fischer destacou que desde cedo a MRV entendeu que seu papel passa por tentar ajudar o problema da educação no país e essa consciência motivou as ações da empresa e do instituto, como a implantação do ‘Escola Nota 10’, programa que leva escolas a canteiros de obras. Atualmente, há 1.200 voluntários, que não apenas participam dos projetos que a MRV incentiva, como também apresentam projetos próprios. O desafio, acredita Fischer, é conseguir atender toda a demanda existente. “Acho que estamos no caminho certo, mas na velocidade errada, o que nos angustia”. Aos filantropos, ele deixa sua mensagem: “Somos omissos com a sociedade que nos deu tanta coisa. Cada vez mais temos que deixar de ser omissos, nos envolver, estimular pessoas a se envolverem. Envolva-se e logo verá a diferença que isso faz. Eu me pergunto que Brasil estou deixando para o meu filho. Não é o que eu queria deixar, mas ainda há tempo”.

Wizard contou que mais de 4 milhões de venezuelanos já deixaram seu país de origem, tornando essa a maior crise migratória depois da Síria. E chama atenção: “Está acontecendo no nosso quintal. As pessoas não estão saindo por opção, mas por sobrevivência. Quinhentas pessoas cruzam a fronteira por dia e precisamos de um programa de acolhimento. Muitos chegam com a roupa do corpo, há mães com crianças no colo. Abrigo não é solução. Sinto que temos o dever e a obrigação de acolher esses refugiados. O Brasil é um país de imigrantes, que vinham muitas vezes só com a roupa do corpo e com esperança”, ressalta. “Acho que Deus foi muito generoso comigo, com minha família, construímos um império nesse país e hoje temos capacidade de ajudar e, o mais importante, é estar na linha de frente desse movimento”. Wizard criou a plataforma Brasil do Bem, para fazer a ponte entre refugiados e pessoas que podem ajudar, receber, acolher e dar estrutura para que eles se estabeleçam no país.

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#ForumIDIS: Juventude mobilizada para salvar o mundo

* Conteúdo inspirado em sessão dinâmica da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019, conduzida por Edgard Gouveia, game master na Epic Journey. Saiba mais aqui.

“Temos 10 anos para salvar a biosfera”. Com esse alerta, Edgard Gouveia, game master na Epic Journey, começou de forma animada sua apresentação. Gouveia seguiu com o chamamento: “Precisamos mobilizar todo mundo. Para isso, precisamos da melhor versão de todos.”.

Foi também com um chamamento que ele conseguiu mobilizar jovens por todo Brasil para cuidar do meio ambiente. A Primavera X propõe uma gincana em prol do cuidado com a água.

Gouveia conta que criou missões: eles deveriam reunir um grupo, escolher um manancial próximo da sua região que precisasse de recuperação, ver o que seria necessário para recuperar o ambiente, criar uma campanha e promover um mutirão pare realizar a limpeza.

O game master revela que ficou impressionado com o engajamento dos jovens, que gravaram diversos vídeos para divulgar as ações, postaram nas redes sociais, fizeram grandes campanhas de mobilização. “No final de uma semana, jovens do Brasil inteiro estavam falando: Eu quero salvar o meio ambiente. Tivemos 2 mil vídeos”.

Ele diz ainda que o United World Colleges gostou e levou a ideia para sua ação global – agora, 17 escolas estão participando do game. “Os jovens pediram mais e agora vão jogar com outros países. Os escoteiros do Brasil também entraram e querem levar para o mundial. Nós temos 50 milhões de escoteiros no mundo. Com 50 milhões, a gente muda a biosfera em sete anos”, comemora.

A sessão, apresentada de forma leve e divertida, foi impactante e estimulou todos a refletirem sobre o poder de cada um de agir e gerar transformações no mundo.

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#ForumIDIS: O poder da liderança: tecnologias digitais e mobilização social

Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Diego Ontaneda, CEO & cofundador da LALA – Latin American Leadership Academy (Colômbia);  Fernando Gallo, Gerente de Políticas Públicas no Twitter Brasil; Lucas Pretti, Diretor Global de Produtos da Change.org Foundation; Maria Antônia Carvalho Dezidério, Alumni da LALA – Latin American Leadership Academy; e moderação de Américo Mattar, Diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo. Saiba mais aqui.

 

Quem se lembra das previsões futuristas do desenho animado ‘OS JETSONS’? Carros voadores, clonagem de pessoas, bronzeamento artificial, robôs. Hoje, muita coisa ainda não é realidade, mas a tecnologia impacta a vida de milhares de pessoas. Abrindo o painel sobre o tema, o moderador Américo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefonica Vivo, lançou o desafio: “Como vamos preparar a liderança jovem dentro deste cenário interconectado? Como podemos usar essa tecnologia em prol das comunidades?” Esse foi o fio condutor das conversas.

Fernando Gallo, gerente de políticas públicas no Twitter Brasil, cujo principal propósito é servir à conversa pública saudável, ouvir as pessoas e as discussões em tempo real, ressalta: “O Twitter permite que todos tenham vozes, vários movimentos importantes surgiram com uma #, de várias naturezas, inclusive de ajuda humanitária”, disse, lembrando também que é importante refletir sobre esses impactos para que sejam maiores e mais frequentes.

A Change.org é uma plataforma de abaixo-assinados online que tem hoje mais de 300 milhões de usuários no mundo, e que hospeda além de petições individuais, campanhas viabilizadas por meio de organizações. De acordo com o diretor global de produtos da Change.org Foundation, Lucas Pretti, são mais de 20 milhões de usuários no Brasil, que participam criando, compartilhando e assinando petições. “Precisamos ir além, esse é o nosso desafio. Recentemente criamos um template para unir as pessoas em torno de causas, por exemplo, a proteção da Amazônia. Estamos tentando juntar pessoas, no mundo todo, em torno de uma mesma petição”, explica Lucas.

Diego Ontaneda, CEO e cofundador da LALA – Latin American Leadership Academy, da Colômbia, concordou com os demais palestrantes que é preciso ouvir as demandas e agir a partir delas, mas provoca: “Como resolver o problema de uma comunidade em Lima e ao mesmo tempo o de um grupo em outro país, com problemas talvez até maiores? É preciso escolher apenas um único problema?”. A LALA achou a resposta nos jovens, desenvolvendo a capacidade e a vontade de mudar o mundo e as suas comunidades. Por meio dessas jovens lideranças, consegue dar suporte ao mesmo tempo a causas diversas, sem se restringir a um único território.

Maria Antônia Carvalho Dezidério, uma das jovens apoiadas pela LALA, compartilhou seu depoimento. Com 19 anos, nordestina e ativista das causas racial e das mulheres, declarou “Todo mundo dizia que eu era muito jovem! Mas eu não tenho tempo!”.  Ela encontrou a LALA numa rede social, ganhou bolsa de estudos, criou uma loja online com as roupas que fazia para pagar suas despesas e hoje tem projetos transformadores na região periférica de Salvador, onde mora. Ao final, deixou o recado: “Você precisa entender a sua comunidade para que ela te ouça também”.  Recado que acabou sendo um dos temas mais falados durante o 8º Fórum de Filantropos e Investidores Sociais.

 

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#ForumIDIS: Novos modos de colaboração: da parceria ao ecossistema

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Bernardo Guillamon, gerente do escritório de alianças estratégicas do BID (USA); Filipe Sabará, presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo; Jorge Iván Ríos Rivera, subsecretário de educação de Medellin (Colômbia); e moderação de Jamie McAuliffe, Senior Fellow do Aspen Institute. Saiba mais aqui.

 

Ações que têm bons resultados motivam a criação de novas ideias e iniciativas. Com essa perspectiva, foi realizada a sessãoNovos modos de colaboração: da parceria ao ecossistema’, que abordou experiências intersetoriais e os ganhos exponencias possíveis por meio delas.

Jamie McAuliffe, senior Fellow do Aspen Institute, abriu a apresentação citando exemplos de ações bem-sucedidas, como o Programa Kids School com alunos da Tanzânia que não liam nem identificavam números e depois passaram a conseguir ler palavras, frases completas e fazer operações matemáticas.

Bernardo Guillamon, gerente do escritório de alianças estratégicas do BID (USA), comentou diversas iniciativas da organização, como o Fundo de Água, que envolve 17 países, e o Programa Reciclagem Inclusiva, promovido com catadores e que possibilita colocar os produtos no mercado a preços melhores, além de fomentar a formalização. “Nossos programas atuais, se comparado com 10 anos atrás, são bem mais abertos para parceiros”.

Filipe Sabará, presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo, contou sua trajetória, compartilhando uma iniciativa sua ainda na juventude: aos 13 anos ele começou a acolher pessoas em situação de rua na região em que morava e as levava para sua casa, até que se tornou um projeto maior, nascendo a Arcah. Hoje, à frente do Fundo Social, promove a Praça da Cidadania. “O grande desafio é saber como contribuir na raiz dos problemas de maneira efetiva. Em São Paulo, empresas e empregos estão centralizados e faltam oportunidades na periferia”. Com o propósito de alavancar a economia e oportunidades locais, surgiu o programa. Hoje aposta em escolas de qualificação, na promoção do empreendedorismo com crédito mais barato, oferece microcrédito para a criação na periferia de negócios, como padarias, lanchonetes e restaurantes. Filipe também citou a importância da capacitação, por meio de uma escola de gastronomia que ensina a alavancar o negócio de maneira rápida,  e do ensino relacionado à moda, construção, programação básica e mecânica.

Jorge Iván Ríos Rivera, subscretário de Educação de Medellin, Colômbia, trouxe a experiência de sua gestão, explicando que enfrenta ‘problemas de uma cidade enorme’, apesar de Medellín ter apenas 2 milhões de habitantes. “Com um modelo de gestão intersetorial, com empresas e universidades, vamos resolvendo os problemas da cidade. Colocamos no centro da discussão o fato de ser uma cidade complexa, com indicadores complicados e que o governo não pode resolver tudo sozinho”, ressalta Jorge. Ele conta que foi uma experiência enriquecedora, com vários exemplos de renovação urbanística. “O indicador que mais conseguimos reduzir foi número de homicídios. Em 1992, Medellín foi considerada a cidade mais violenta do mundo. A cada 100 mil habitantes, tínhamos 307 homicídios. Nascer era um presente, existir era uma oportunidade. Hoje, de cada 100 mil habitantes, temos 78 homicídios – claro que esses ainda nos doem. Conseguimos essas conquistas graças às alianças, a um tripé importante: estado, empresas e organizações. Sozinhos não conseguiríamos. Problemas reais precisam de soluções reais”.

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#ForumIDIS: Avaliação de Impacto e a construção da Confiança

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Jacqueline Connor, Diretora de Impacto da Enuma – EUA; Paulo Zuben, Diretor Artístico-Pedagógico da Santa Marcelina Cultura; José Marcelo Zacchi, Secretário Geral do GIFE, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas; e moderação de Raquel Altemani, Gerente de Projetos do IDIS. Saiba mais aqui.

 

A avaliação de impacto tem se mostrado uma ferramenta eficaz para organizações de diferentes tipologias – empresas, fundações, institutos e outras organizações da sociedade civil. Nesta sessão, foi destacado seu papel na otimização das transformações sociais e sua contribuição para a construção da confiança.

O diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina, Paulo Zuben, compartilhou sua experiência. Os programas desenvolvidos pela instituição têm como objetivo desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Uma pesquisa com os alunos mostrou mais de 90% de satisfação. Interessante, mas não suficiente. Era necessário mostrar resultados mais objetivos para os financiadores do projeto.

“Em 2017 o IDIS começou a nos ajudar com o SROI (Retorno Social sobre Investimento), metodologia que permite monetizar o impacto social. Foi uma fase de amadurecimento e convencimento e uma decisão pioneira. Será que traz mesmo resultado? Para nossa felicidade, vimos que, para cada R$ 1,00 investido, o retorno era de R$ 6,56”, contou Paulo. A decisão de realizar a avaliação de impacto foi crucial e fez com que o programa da Santa Marcelina escapasse dos cortes no orçamento das verbas de cultura do governo estadual.  “O retorno do investimento foi comprovado, e isso garantiu a nossa sobrevivência”, comemorou.

(Saiba mais sobre Avaliação de Impacto aqui)

Jacqueline Connor, diretora de impacto da Enuma, organização americana com foco em educação, ressaltou como é importante analisar o impacto do que é feito. Segundo ela, é preciso avaliar os problemas, contextualizá-los dentro das comunidades e gerar impacto. Cita que é importante saber aonde se quer chegar, e então definir como medir esses resultados. “A transparência é fundamental em todo o processo com nossos parceiros e a avaliação tanto quantitativa como qualitativa é de suma importância”, explicou Jacqueline.

O secretário geral do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, José Marcelo Zacchi, concorda que a avaliação de impacto pode ajudar a gerar uma maior transparência e confiança. “Difundir boas práticas são requisitos para a criação de confiança”, afirma. Lembra também que o impacto causado é de várias naturezas – social, econômica e política. Sobre a última, segundo sua avaliação, existe ainda uma resistência sobre o papel das ONGs que não será superado apenas com a avaliação de impacto, ainda que este seja um dos pilares.

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#ForumIDIS: Filantropia de Impacto: aonde chegamos e aonde queremos chegar

* Conteúdo inspirado em sessão da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Jane Wales, Presidente e CEO do Global Philanthropy Forum & World Affairs Council (EUA); Mosun Layode, CEO do African Philanthropy Forum (Nigéria); Paula Fabiani, Diretora-presidente do IDIS; e moderação de José Ferrão, Presidente da Rede Internacional da United Way Worldwide. Saiba mais aqui.

 

O painel que encerrou o Fórum de Filantropos e Investidores Sociais reuniu três grandes mulheres, catalisadoras da filantropia no mundo. Jane Wales, fundadora do Global Philanthropy Forum, Mosun Layode, CEO do African Philanthropy Forum e Paula Fabiani, CEO do IDIS e responsável pela edição brasileira do evento, dividiram o palco e compartilharam suas reflexões sobre conquistas e desafios que temos de superar.

A presidente do IDIS, Paula Fabiani, falou sobre o avanço do setor na colaboração ao redor de temas comuns ao poder público. Há muita expectativa, segunda ela, em relação a dados, eficiência,  resultados e impacto. “O Brasil despertou para a necessidade de mostrar que todos têm o seu papel na filantropia, seja como indivíduo, empresa, instituição social ou governo”.

Na África, a doação estratégica é fundamental para o crescimento de muitos países. Mosun Layode destacou que a sociedade africana tem uma forte base nas comunidades e há um apetite grande para a colaboração. “A ajuda externa tem diminuído, mas por outro lado, africanos com boas posições começam a assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento dos países no continente”, pontuou. Mosun disse ainda que as ONGs estão refinando suas estratégias de atuação junto às comunidades para terem sucesso.

Jane Wales enxerga três barreiras para a solução de nossos principais desafios sociais: o declínio da confiança nas democracias em diversas partes do planeta, a relativa fragilidade da sociedade civil e o fato de apesar de haver mais dinheiro doado, isso é feito por um número reduzido de doadores. “A classe média deixou de doar. Horas de voluntariado são maiores, mas com um número menor de voluntários! ”. Jane ressalta também o papel de governos responsáveis, que saibam lidar com as crises e questões que afetam a filantropia e a solidariedade.

O moderador, José Ferrão, presidente da Rede Internacional da United Way Worldwide, ponderou a importância do trabalho em conjunto. “Como países e comunidades, devemos trabalhar juntos”.

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IDIS cria novas estratégias para incentivar a filantropia familiar

O IDIS vai trabalhar, de forma mais direta e simplificada, com famílias de alta renda para estimular essa parcela da sociedade a ampliar o investimento social no Brasil.

As estratégias englobam realização de encontros, lançamento de publicações e criação de produtos voltados para os diferentes perfis de famílias.

O primeiro produto é o IDIS Experience, concebido para famílias que ainda não fazem investimento social, mas gostariam de fazer. Em um curto espaço de tempo, elas poderão ter uma experiência completa de filantropia, partindo de um diagnóstico sobre a vocação daquela família, como ela poderia atuar e a identificação de um projeto social no qual investir.

O segundo produto é o IDIS Strategy, pensado para famílias que já fazem algum tipo de filantropia, mas gostariam de fazê-lo de forma mais estratégica e transformadora. No final da experiência, a família recebe um Plano de Ação completo, totalmente elaborado de acordo com suas características, além de indicações de organizações com potencial para estabelecer parcerias e um portfólio de projetos sociais alinhados com perfil da família.

O terceiro produto, IDIS Endowment, é destinado a famílias que estão em um estágio mais maduro de investimento social e se preocupam com o legado que deixarão em prol da ou das causas escolhidas. O IDIS propõe a estruturação de um fundo patrimonial filantrópico, que garanta recursos perenemente. É realizado um estudo para identificar o formato que mais atende aos desejos dos instituidores e posteriormente concebida toda a parte jurídica, de governança e política de investimento e resgate.

Para impulsionar esse campo de atuação, o IDIS trouxe a consultora associada, Ruth Goldberg, especializada em filantropia familiar.

“Vamos lançar publicações, produtos e oferecer assessoria, com objetivo de qualificar e propulsionar a atuação das famílias, de forma estratégica e direcionada a gerar impacto positivo para a sociedade”, explica Ruth, que trabalha com a filantropia familiar há mais de 15 anos e atuou junto a governos, empresas, associações, fundações e institutos sempre na área de cidadania e desenvolvimento social.

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, explica a relevância da iniciativa: “Para nós, é muito importante o contato e o trabalho junto as famílias porque sabemos que os valores familiares são o berço e a inspiração primeira da filantropia”. Desde sua fundação, o IDIS atua junto à famílias. A Fundação André a Lúcia Maggi, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o Instituto Ayrton Senna e o Instituto Conceição Moura são alguns exemplos desta experiência.

Por que doadores privados não dão dinheiro para o setor público?

Por Marcos Kisil*

Neste momento de minguados recursos públicos para manter o funcionamento de serviços essenciais para a sociedade brasileira, surge a pergunta: por que os doadores privados não doam para organizações públicas? Existem várias razões. A primeira, e talvez a mais importante, é a dificuldade do Estado brasileiro, por meio de Executivo e Legislativo, em entender o que representa a filantropia ou o investimento social privado para o desenvolvimento sustentável.

Em uma sociedade democrática e capitalista é sempre esperado que ocorra a liberdade para exercício da livre iniciativa econômica, mas também a livre iniciativa para apoiar as necessidades de áreas como educação, saúde, cultura, meio ambiente. Para tanto, os países que entenderam essa necessidade produziram um marco legal que estimula a doação e o aparecimento de uma cultura de doação. O recurso não precisa ser canalizado a uma estrutura do Estado, mas sim servir à res publica desde a ação de cidadãos, como iniciativas de organizações da sociedade civil que atuem em setores específicos. Essas ações, muitas vezes, vêm em apoio à definição e implementação de políticas públicas essenciais, como é a criação de creches e melhoria da educação básica.

No caso brasileiro, encontramos muitas vezes um não entendimento por parte dos governantes, explícito ou não, sobre o papel das ONGs e dos projetos, financiados com recursos privados. Vide o atual entendimento sobre as organizações não governamentais na questão ambiental. Em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Austrália essa participação cidadã é bem-vinda e estimulada por marco legal.

Uma segunda questão está na interpretação limitada da Constituição de 1988. Todos os capítulos sociais se iniciam com a frase: direito do cidadão, dever do Estado. Normalmente se faz uma leitura ideológica de que o Estado deve ser o único provedor de saúde, educação, cultura. Neste sentido, a cidadania não floresce e os serviços passam a ser uma exigência a ser cumprida pelo Estado. Essa ação reivindicatória leva muitas vezes a uma demora nas ações necessárias, com o deterioro da situação original.

Uma terceira razão está na existência do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, conhecido como ITCMD. Este é um imposto absolutamente ilógico, que mistura transmissão de bens por causa mortis, onde o direito à propriedade de bens se dá no interior de relações interpessoais, com doação para entidades de benefício público, como as Santas Casas. Por sua vez, pune aquelas entidades que, mercê de um esforço de captação de recursos do setor privado, têm de pagar ao Estado tributo em que o Estado não é incentivador e, muito menos, produtor da riqueza que gerou a doação. E quando de maneira limitada define valores de isenção baixos, demonstra que a intenção é realmente cobrar o tributo.

Assim, chegamos a uma quarta razão, que não deixa de ser resultado das anteriores: o modelo institucional e de incentivos que adotamos simplesmente não favorece o desenvolvimento da filantropia. Ele incentiva que as pessoas esperem que o Estado resolva seus problemas. Um exemplo: no Brasil, o abatimento para pessoas físicas é limitado a 6% do Imposto de Renda a pagar. Nos EUA, é possível abater de 30% a 50%.

Vivemos ainda com a tutela do Estado sobre a doação que se pode deduzir do Imposto de Renda por meio de incentivos fiscais. O governo entende o recurso dos incentivos como forma de suprir o orçamento de diferentes ministérios e programas. E essa posição explica, por exemplo, os recentes vetos da Presidência à nova lei dos “fundos de endowment” ou fundo patrimonial para que se tivesse incentivo fiscal para sua criação nas organizações sociais.

A justificativa para um fundo patrimonial é bem simples: uma poupança de longuíssimo prazo, destinada a crescer, ano a ano, da qual a instituição retira parte dos rendimentos para seu custeio. E para que isso aconteça há a necessidade de ter os incentivos fiscais que estimulem os doadores. Somente em 2018 a Michigan State University (MSU) recebeu doações de US $ 2,9 bilhões, de acordo com The Chronicle of Higher Education. Naquele mesmo ano, a Penn State University recebeu US$ 4,2 bilhões e a Ohio State, US$ 5,2 bilhões.

Em resumo, necessitamos urgentemente de uma maior atenção dos poderes públicos federais e também dos governos estaduais, para que percebam o papel do recurso privado em apoiar as causas públicas. Não se trata de uma questão ideológica. Nossa legislação ainda é muito tímida em reconhecer importância e transcendência das doações.

*Marcos Kisil é professor titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e fundador do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Artigo originalmente publicado no Jornal O Estado de S.Paulo em 30 de agosto de 2019.

Coalizão liderada pelo IDIS cobra do governo regulamentação dos Fundos Patrimoniais voltados à cultura

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multisetorial liderado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e que reúne mais de 70 organizações, encaminhou ao Ministério da Cidadania e à Secretaria da Cultura uma carta pedindo urgência na regulamentação dos Fundos Patrimoniais que beneficiem a causa da cultura.

A Lei 13.800, de 4 de janeiro de 2019, que regulamentou os Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país, trouxe benefício fiscal para as doações de propósito específico a projetos culturais, que por enquanto não pode ser colocado em prática. “A regulamentação é urgente para alavancar a criação ou a ampliação de Fundos Patrimoniais voltados à cultura, em especial neste momento de redução de gastos públicos e drástica diminuição de recursos a essa área”, menciona o documento.

Como já acontece nos Estados Unidos e em diversos países europeus, os Fundos Patrimoniais voltados para as instituições culturais, públicas ou privadas sem fins lucrativos, são uma importante fonte de sustentabilidade de longo prazo, garantindo recursos mesmo em períodos de crise econômica. Na carta encaminhada o IDIS, em nome da Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, solicita “a priorização, por parte do Ministério da Cidadania e da Secretaria de Cultura, da regulamentação desse importante benefício fiscal”. Vale mencionar que a Coalizão apoia os incentivos fiscais para todas as causas e continua trabalhando junto ao Congresso Nacional para ampliação de tais incentivos para além da cultura.

Leia a carta na íntegra:

CARTA ABERTA AO MINISTÉRIO DA CIDADANIA E À SECRETARIA DA CULTURA

A Lei 13.800, de 4 de janeiro de 2019, art. 13, § 9º, que regulamentou os Fundos Patrimoniais Filantrópicos, trouxe o benefício fiscal previsto na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para as doações de propósito específico a Fundos Patrimoniais que beneficiem a causa da cultura.

As organizações da área da cultura, porém, não conseguem exercer o direito que lhes foi conferido pela Lei 13.800, pois ainda não houve a regulamentação deste incentivo fiscal, por parte da Secretaria da Cultura, com o estabelecimento de orientações para a apresentação de projetos culturais.

A regulamentação é urgente para alavancar a criação ou a ampliação de Fundos Patrimoniais voltados à cultura, em especial neste momento de redução de gastos públicos e drástica diminuição de recursos a essa área.

Os Fundos Patrimoniais voltados para as instituições culturais, públicas ou privadas sem fins lucrativos, são uma importante fonte de sustentabilidade de longo prazo para as referidas instituições, garantindo a elas recursos, mesmo em período de crise econômica, como este que o Brasil passa atualmente.

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, apoiam os incentivos fiscais para todas as causas e estão trabalhando junto ao Congresso Nacional para ampliação de tais incentivos para além da cultura. Porém, como a Lei 13.800/19 já prevê incentivos para a cultura, solicitamos a priorização, por parte deste Ministério e desta Secretaria, da regulamentação desse importante benefício fiscal concedido ao setor por referida Lei.

São Paulo, 26 de agosto de 2019

COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS (www.idis.org.br/coalizao)
Quem somos nós

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto por mais de 70 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país. Foi lançada em junho de 2018, e é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Organizações integrantes da Coalizão pela Fundos Filantrópicos

Coordenação
IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Apoio Jurídico
PLKC Advogados

Apoio Institucional
APF Associação Paulista de Fundações
CEBRAF Confederação Brasileira de Fundações
GIFE Grupo de Institutos, Fundações e Empresas
Humanitas 360
Levisky Negócios e Cultura

Participantes
ABCR
Acaia Pantanal
ACTC Casa do Coração
Arredondar
ASEC – Associação pela Saúde Emocional de Crianças
Associação Acorde
Associação Amigos do Mon. (Museu Oscar Niemeyer)
Associação Amigos do Museu Nacional – SAMN
Associação dos Antigos Alunos da PUC-Rio
Associação Samaritano
Baluarte Cultura
CEAP
Cesnik, Quintino e Salinas Advogados
CIEDS
Demarest Advogados
Fehosp
Figueira Fundo Patrimonial
Fundação Darcy Vargas
Fundação Educar DPaschoal
Fundação Gerações
Fundação José Luiz Egydio Setúbal
Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira
Fundação OSESP
Fundação Stickel
GRAACC
Grupo Tellus
Insper
Instituto Akatu
Instituto Apontar
Instituto Arlindo Ruggeri
Instituto Ayrton Senna
Instituto Cyrela
Instituto de Tecnologia Social
Instituto Doar
Instituto Ethos
Instituto Jatobás
Instituto Norte Amazônia de Apoio ao Terceiro Setor – INATS
Instituto Phi
Instituto Reciclar
Instituto Sabin
Instituto Sol
Instituto SOS Pantanal
Instituto Sou da Paz
ISE Business School
Koury Lopes Advogados
Liga Solidária
Lins de Vasconcelos Advogados Associados
Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. Quiroga Advogados
Parceiros Voluntários
Rede de Filantropia para a Justiça Social
Rubens Naves Santos Jr Advogados
Santa Marcelina Organização Social de Cultura
Sistema B
SITAWI Finanças do Bem
Szazi, Bechara, Storto, Rosa, Figueiredo Lopes Advogados
Visão Mundial
Wright Capital Wealth Management

‘Descubra Sua Causa’ tem salto de visibilidade

No mês de agosto, a Descubra sua Causa, campanha do IDIS para fortalecer a cultura de doação, conquistou novos horizontes. Depois de atingir a marca de 120 mil testes realizados, lançou perfis próprios no Facebook e no Instagram para falar sobre causas. Queremos chamar a atenção para desafios sociais, ambientais, entre outros, com os quais as pessoas podem contribuir ao fazer doações ou trabalhos voluntários em organizações sociais.

Nessa caminhada, contamos com grandes parceiros!

A 89FM – a Rádio Rock, divulgou o spot de rádio da campanha em sua programação. A CCP – Cyrela Commercial Properties, compartilhou anúncios no site, mídias sociais, painéis físicos e eletromídia em Shoppings de quatro capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia. Também abraçou a ‘Descubra sua Causa’ o Instituto Bandeirantes, responsável por incentivar, implementar, promover e monitorar ações sociais e educativas junto às empresas do Grupo Bandeirantes em todo o país. Ao longo de 30 dias, a campanha foi divulgada em espaços na programação dos canais de TV, rádios e mídias sociais do Grupo, levando a campanha a todo o Brasil.

Essa grande onda solidária que temos causado chamou a atenção da imprensa. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, foi uma das entrevistadas do programa ‘Conversa com Bial’, cujo tema foi cultura de doação (saiba mais aqui) e também falou sobre o assunto na BandNews TV!

A Força das Comunidades invade o Fórum de Filantropos

 

No próximo dia 12 setembro, cerca de duas centenas de investidores sociais vão se reunir em São Paulo para conversar, trocar experiências, analisar conjunturas e conhecer tendências, mas sobretudo para debater como a força das comunidades tem se mostrado uma fonte de inspiração para a solução de problemas sociais e um polo de atração para filantropos.

Tudo isso vai acontecer durante a oitava edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que tem como tema transversal ‘A Força das Comunidades’.

Para contribuir com a discussão, virão filantropos familiares, como Carlos ‘Wizard’ Martins, conhecido por ter fundado a rede de escolas de idiomas Wizard, e que, desde o final do ano passado, se mudou para Roraima para ajudar os refugiados venezuelanos.

Também estará Eduardo Fischer, presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV, para falar sobre o investimento social da empresa e sobre a filantropia da família.

Grandes instituições estrangeiras estarão presentes, como Fundação Mott, Global Philanthropy Forum, Aspen Institute, Charities Aid Foundation e BID, assim como representantes de empresas que se destacam por suas atuações sociais ou ambientais, como Procter&Gamble, Accenture e Twitter.

Como não poderia deixar de ser, haverá muito espaço para as iniciativas sociais, tais como United Way, parceira do IDIS na organização do evento, Fundo Baobá, Fundação Tide Setúbal, Gife e Santa Marcelina Cultura.

Conheça a programação completa do Fórum aqui.

A oportunidade de juntar todas essas pessoas que, trabalham pela transformação da nossa realidade e da de outros países, só é possível graças aos apoiadores que compreendem a importância desse tipo de iniciativa.

Fundação Telefônica-Vivo
Fundação José Luiz Egydio Setúbal
Banco Santander
Charles Stewart Mott Foundation
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Mattos Filho Advogados

A todos eles, nosso muito obrigado!

IDIS conversa com Bial

O Conversa com Bial, um dos talkshows mais assistidos do Brasil, no dia 26 de agosto, teve Cultura de Doação com tema. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, foi uma das entrevistadas, ao lado de Rodrigo Pipponzi, fundador da Editora MOL, e Tammy Allersdorfer, superintendente de Desenvolvimento Institucional do GRAACC.

Confira a entrevista completa:

O poder transformador da filantropia, o perfil do doador brasileiro, as barreiras que devemos derrubar para aumentar a doação, a conquista da Lei dos Fundos Patrimoniais, o potencial da microdoação e casos de sucesso foram alguns dos assuntos abordados.

A Cultura de Doação é um tema especialmente caro ao IDIS. Países onde a doação faz parte da cultura, e atravessa os estratos sociais, são também aqueles onde encontramos as empresas e famílias mais engajadas em causas e onde há as maiores taxas de investimento social privado.

Em 2016, adotamos o fortalecimento da cultura de doação como um dos pilares de nossa atuação. Realizamos a Pesquisa Doação Brasil, a primeira que detalhou o perfil do doador no País. Identificamos as barreiras para que o volume crescesse e, em dezembro de 2018, lançamos a plataforma Descubra Sua Causa, um teste online que estimula as pessoas a refletirem e indica organizações as quais podem fazer doações de acordo com seus interesses.

Neste mês, a campanha ganhou páginas próprias nas redes sociais Facebook e Instagram. E temos certeza que a visibilidade gerada pelo Conversa com Bial, vai contribuir muito para a divulgação da causa da Cultura de Doação.

Quer assistir apenas alguns trechos? Selecionamos alguns aqui:

Paula Fabiani reflete sobre cultura de doação no Brasil

Paula Fabiani explica que há uma diferença entre filantropia e caridade

Paula Fabiani fala sobre a nova lei de fundos patrimoniais

Rodrigo Pipponzi e Paula Fabiani falam sobre responsabilidade social entre a nova geração

Juntos podemos transformar o mundo!

O FUTURE-SE pode ser mais simples e eficiente

Por
Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS; e Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados*

O Governo Federal colocou em consulta pública o Programa FUTURE-SE, que pretende criar alternativas inovadoras de parceria com a iniciativa privada em prol das universidades públicas, visando “fortalecer a autonomia financeira dos Institutos Federais de Ensino Superior” no país.

O Programa apresenta três eixos louváveis: Gestão, governança e empreendedorismo; Pesquisa e inovação e; Internacionalização. O tema tem movimentado a opinião pública. O prazo para manifestações se encerra no dia 30 de agosto, e mais de 14 mil sugestões de mudança foram recebidas. Entre as críticas ao programa estão a falta de clareza sobre as competências e limites das Organizações Sociais e uma potencial ameaça à autonomia universitária. Um aspecto importante, entretanto, não tem sido considerado: a oportunidade criada pela Lei nº 13.800, ou a ‘Lei dos Fundos Patrimoniais’, recém aprovada pelo Presidente da República, em 4 de janeiro de 2019.

Essa Lei foi desenvolvida com base nas boas práticas internacionais aplicáveis aos ‘Endowments’, como também são conhecidos os Fundos Patrimoniais, um dos pilares de excelência e sustentabilidade de longo prazo de universidades estrangeiras como Harvard, Yale ou Oxford. Ela apresenta contornos de governança e gestão, que também pautam o programa FUTURE-SE, como obrigação de transparência e independência, habituais nas práticas do mercado financeiro.

A referida Lei traz o conceito do Fundo Patrimonial, que é o conjunto de ativos de natureza privada instituído para constituir fonte de recursos de longo prazo, a partir da preservação do principal e do resgate dos rendimentos para financiar atividades das instituições apoiadas. Neste modelo, há uma estrutura segura e sólida para a gestão dos recursos, prevendo três figuras: a da Organização Gestora de Fundo Patrimonial, cuja responsabilidade exclusiva é de captar e gerir os fundos patrimoniais, para a destinação às instituições apoiadas; a Instituição Apoiada, que pode ser a universidade pública ou a IFES – Instituições Federais de Ensino Superior; e a Organização Executora, cuja função é exatamente fazer a execução financeira dos projetos pactuados com a universidade pública ou IFES, inclusive as atividades previstas no programa FUTURE-SE.

É de extrema relevância manter a segregação de papeis prevista na Lei dos Fundos Patrimoniais, que garante a preservação do patrimônio, pois o protege de eventuais passivos e contingências da organização executora dos projetos.

Ao constituir um Fundo Patrimonial e implementar uma gestão transparente, é possível gerar segurança aos grandes doadores e atrair recursos privados, que devem ser investidos no mercado financeiro, ou em outros ativos, com o objetivo de gerar rendimentos e resgates periódicos a serem destinados às instituições apoiadas. Os rendimentos do Fundo Patrimonial podem, perfeitamente, serem aplicados nos projetos de pesquisa realizados nas universidades apoiadas. A Lei traz ainda a possibilidade de o Fundo Patrimonial direcionar seus rendimentos para programas de bolsa e capacitação da equipe da universidade, o que pode incluir a internacionalização e o incentivo ao intercâmbio científico com universidades estrangeiras. Ou seja, a Lei dos Fundos Patrimoniais atende a todos os objetivos do Programa FUTURE-SE e traz ainda outros benefícios.

Os mecanismos de atração do capital privado pelo Programa FUTURE-SE dessa forma, poderiam ser regulamentados, com a criação de mecanismos legais complexos que permitam a contribuição do capital privado às universidades, à luz da Lei dos Fundos Patrimoniais, que já traz os instrumentos propícios para a captação e gestão desses recursos, com segurança e boas práticas de governança. Ao invés de criar novos mecanismos, seria mais econômico fortalecer os Fundos Patrimoniais para que um dia possamos ter, no Brasil, universidades que sejam verdadeiros polos de conhecimento, pesquisa e inovação, tal como vemos em países no exterior.

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* Artigo originalmente publicado no Estadão Política – Blog do Fausto Macedo 

Se interessa pelo tema? Saiba mais no site da Coalização pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos: www.idis.org.br/coalizao/

IDIS participa do Festival Blast U

‘Como empresas podem contribuir para fortalecer a cultura de doação no Brasil’ foi o tema da mesa da qual Paula Fabiani, diretora presidente do IDIS, participou no Festival BlastU, no dia 14 de agosto. Ao lado de Rodrigo Pipponzi, diretor executivo da Editora Mol, e Rafael Marques, supervisor de responsabilidade social da Globo e coordenador do programa Criança Esperança, debateu os desafios desta jornada.

Rafael Marques, que moderou a conversa, destacou que o Brasil ocupa a posição 122 no World Giving Index (Índice Global de Solidariedade).

Paula compartilhou a experiência do IDIS no apoio técnico às empresas para investimento social e apresentou a campanha Descubra Sua Causa, a resposta do IDIS para fomentar a #CulturaDeDoação no Brasil. Trata-se de um teste que estimula a reflexão a respeito de causas e que depois indica organizações que atuam com aquele propósito e podem receber doações. Qualquer pessoas pode fazer o quiz, e empresas podem desenvolver versões em ambientes fechados para descobrir o que move seus colaboradores e apoiar, junto com eles, as causas que fazem sentido para todos.

Rodrigo Pipponzi, da Editora Mol, compartilhou os 12 anos de experiência no Terceiro Setor e apresentou o modelo de microdoação, no qual se baseia sua atividade.

Entre as recomendações para as empresas, destacaram a escolha de causas conectadas aos negócios e o engajamento de todas as pessoas da companhia.

A transparência em relação ao destino e ao impacto gerado pelas doações foi o ponto crucial apresentado para aumentar a confiança das pessoas que desejam doar. As novas gerações são mais exigentes e as empresas e as OSCs precisam se adaptar.

Fomentar um ambiente regulatório favorável e oferecer melhores incentivos fiscais que facilitem a jornada filantrópica foram algumas das sugestões apresentadas para engajar também grandes doadores.

Ao longo de dois dias, o Blast U reuniu líderes de Inovação, Empreendedorismo, Impacto e Criatividade no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.

Instituto Cyrela lança edital com apoio do IDIS

Guiados pela crença de que os espaços importam e que ambientes de qualidade podem influenciar positivamente uma ação social, o Instituto Cyrela criou, em 2015, o Programa RenovAção, um edital que tem como objetivo transformar espaços de instituições que realizam um relevante trabalho social. Neste ano, selecionará uma instituição social atuante no município de São Paulo (SP), e que faça atendimento direto a crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. Ela será premiada com até R$ 100 mil para tirar do papel um projeto de construção ou reforma de espaços. O período de inscrições vai de 1 a 25 de agosto.

Em sua quinta edição, o programa RenovAção já premiou 9 organizações sociais. Especialista em investimento social privado, o IDIS atua como apoiador técnico do RenovAção desde sua concepção. É responsável pela elaboração do regulamento do concurso, pelo recebimento das inscrições, pela gestão da banca examinadora de seleção dos finalistas e ainda pelo monitoramento da aplicação do recurso recebido pela organização vencedora. “Inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto é nossa missão e é gratificante ver organizações assumindo compromissos de longo prazo com uma causa”, comenta Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

O regulamento do edital e as orientações para inscrição estão disponíveis no site do Programa RenovAção – www.programarenovacao.org.

Paula Fabiani participa do Ford Fellowship

Ford Fellows 2019

 

Com a missão de estimular o desenvolvimento humano nas comunidades onde está presente, há dezoito anos, a Ford criou o Fellowship Internacional, um programa para capacitar e apoiar lideranças transformadoras com atuação no Terceiro Setor. Paula Fabiani, nossa diretora-presidente, foi uma das 12 selecionadas para a edição 2019 (conheça aqui o grupo completo) e agora integra uma rede global com 357 pessoas de 74 países. Sobre sua participação, comenta:“É um grande privilégio fazer parte desta rede incrível de pessoas que transformam o mundo!”

No início de julho, a nova turma de fellows participou de um encontro em Salvador. Na agenda, sessões para discutir os desafios do Terceiro Setor e o papel das lideranças, workshops com especialistas e também momentos para a troca de conhecimentos, quando Paula falou sobre gestão de pessoas, construção de confiança e avaliação de impacto. Na manhã dedicada ao compartilhamento de conquistas e desafios, Paula apresentou a campanha Descubra Sua Causa, iniciativa do IDIS para fortalecer a cultura de doação. O cenário político e o combate à corrupção foram discutidos com a participação de Guilherme France (Transparência Internacional) e Ricardo Martins (Pacto Pela Democracia).

A atuação da Ford, a história da empresa, o compromisso com a sustentabilidade e com o fortalecimento de comunidades foi também abordado no encontro, que incluiu uma visita à planta da montadora em Salvador e a alguns dos projetos apoiados na cidade.

Em uma semana intensa de atividades, o grupo se fortaleceu e se uniu. Durante as noites, os jantares foram momentos para integração e também para encontros e conversas com alumnis do programa e outras pessoas que estão revolucionando o Terceiro Setor em Salvador. “Cada participante tinha um projeto único e conhecimentos diferentes para partilhar, e assim, nossos olhares sobre os diversos problemas do país foram ampliados, como as possibilidades de nos apoiarmos nos desafios que enfrentamos e nas causas. Nos sentimos mais fortes juntos!” destaca Fabiani.

Veja aqui mais fotos do encontro.

Sobre o Ford Fellows

O Fellowship Internacional Ford Motor Company da 92Y é um programa intensivo e gratuito de liderança, de cinco dias, projetado para cultivar os líderes transformadores sociais e de organizações da sociedade cvil em todo o Brasil. Com base em quase duas décadas de “fellowships” internacionais, o Fellowship Internacional da Ford tem oficinas de liderança, discussões em grupo e oportunidades para que os participantes se conectem e colaborem na mobilização de suas comunidades e no fortalecimento da capacidade de todo o setor.

Este Fellowship anual é financiado pelo Ford Motor Company Fund e organizado pela organização 92Y para fornecer capacitação e apoio aos líderes comunitários envolvidos no setor sem fins lucrativos. Até hoje, 345 indivíduos de 74 países participaram do Fellowship Internacional, que está em sua décima oitava edição. Saiba mais em https://www.92yfordfellowship.com.br/pt/home.

Planejando a sucessão do fundador

Por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS

Qualquer mudança na liderança de organizações da sociedade civil pode ser um grande desafio, mas quando se trata da sucessão do fundador da instituição, que geralmente desempenha o papel de principal executivo, esse processo pode ser ainda mais complexo, representando muitas vezes um teste à sua sobrevivência.

Por essa razão, cada vez mais organizações vêm buscando o IDIS para apoiá-las no planejamento da sucessão de seus fundadores, baseados em nosso conhecimento no tema da governança de organizações da sociedade civil e inspirados na experiência do processo sucessório do próprio IDIS. Também é comum a questão surgir como uma preocupação durante o processo de planejamento ou revisão estratégica da organização, passando a ser foco do planejamento de curto e médio prazos da instituição.

A estruturação de um plano de sucessão deve ser iniciada a partir de um bom diagnóstico institucional, focado na governança da organização. Nesse trabalho, procura-se mapear os papéis e responsabilidades assumidos pelo fundador e analisar as forças e fraquezas da organização, seus recursos e competências e a efetividade da participação dos demais membros de sua liderança.

Com base nesse diagnóstico, é possível determinar as ações necessárias para viabilizar um processo de transição de liderança que não comprometa o desempenho e impacto da organização. Usualmente essas ações envolvem a reestruturação da governança (e do estatuto social da instituição) com o engajamento de novos membros; a revisão do processo de mobilização de recursos (em geral dependente da rede de relacionamentos construída pelo fundador); e a formulação (ou atualização) das políticas institucionais e operacionais da organização.

É fundamental que este trabalho se desenvolva de forma transparente, com uma comunicação clara para todos os stakeholders. Além disso, a BoardSouce, importante fonte de informações sobre governança de organizações da sociedade civil, recomenda que o processo conte com a assistência de consultores externos à organização, capazes de lidar com sensibilidade com as questões emocionais que comumente envolvem a sucessão do fundador.

IDIS recebe diretor internacional da CAF

 

Responsável por fortalecer e catalisar a filantropia e o engajamento cívico nos países que integram a rede Global Alliance – além do Brasil, Austrália, Bulgária, Canadá, Índia, Estados Unidos, Rússia, África do Sul e Inglaterra, sede da organização -, Mapstone se reuniu com a equipe do IDIS, com parceiros, representantes do governo, empresas e sociedade civil.

“Foi uma semana intensa. Aprendi muito com as experiências do IDIS no Brasil e conheci mais profundamente o trabalho que conseguiu a regulamentação dos Fundos Patrimoniais no país. Para a CAF, esse progresso torna o ambiente propício para uma filantropia mais eficaz e estamos ansiosos para apoiar ainda mais” comentou Mapstone.

Com visão abrangente, oportunidades de parcerias e colaboração dentro da rede da CAF e com outras organizações locais e globais foram identificadas, em um movimento para ampliar o impacto das ações do IDIS. O fortalecimento da cultura de doação, tema prioritário para a CAF, também foi abordado. No IDIS, a maior ação neste sentido, é a campanha Descubra Sua Causa. O teste, que estimula as pessoas a refletirem sobre causas e as conecta a organizações sociais para as quais podem fazer doações, foi tema de mais de uma reunião e poderá ser exportado a outros países da rede.

Durante sua visita, Mapstone participou também de uma reunião especial do Conselho Deliberativo do IDIS, na qual assumiu a presidência Luiz Sorge (CEO do BNP Paribas Asset Management Brasil), foram integrados dois novos conselheiros , Alex Pinheiro (Diretor e Sócio da Somos Educação) e Luciana Tornovsky (Sócia do Demarest Advogados) substituindo duas conselheiras históricas do IDIS, a ex-presidente Maria Lúcia de Almeida Prado e Silva (Sócia do Demarest) e Zilda Knoploch (Fundadora e Diretora da Enfoque).

A Global Alliance é uma rede dinâmica e bastante ativa. Além de visitas como essas, há encontros semestrais entre os CEOs dos nove escritórios da rede e uma série de atividades online. “Ficamos sempre entusiasmados ao final dessas visitas. A Global Alliance está realmente comprometida em aumentar e qualificar as doações no mundo e a colaboração e a troca de conhecimentos são potencializadas nestes momentos”, expressa Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

Qual é o impacto que você causa no mundo?

Por Raquel Altemani, gerente de projetos no IDIS

Uma das tendências no campo do investimento social é o aumento do interesse das organizações em avaliarem o impacto social de seus projetos e programas.

Afinal, o que é avaliação de impacto e por que uma organização deveria recorrer a esse tipo de estudo? A avaliação de impacto é um processo realizado para descobrir se o projeto realmente provocou a mudança que pretendia. Não é para medir o que foi feito, mas sim as consequências do que foi feito. Por exemplo, um programa de atendimento a gestantes viabiliza várias consultas de pré-natal, mas seu objetivo final é promover a saúde da mãe e do bebê. Portanto, o seu impacto não será avaliado pela quantidade de consultas de pré-natal feitas, senão pelos indicadores de saúde das mães e bebês atendidos. Um programa de contraturno escolar oferece aulas de reforço para alunos em condições de vulnerabilidade. Seu impacto não será avaliado pela quantidade de aulas de reforço que foram dadas, senão pela evolução do desempenho escolar dos estudantes.

Nesse sentido, a avaliação de impacto pode ser entendida como um processo de reflexão. Assim como na nossa vida paramos para refletir sobre as consequências de nossas escolhas e sobre o quanto nossas decisões têm nos aproximado ou afastado de nossos objetivos, os estudos de avaliação de impacto buscam responder as mesmas dúvidas para os programas sociais.

Muitos esforços e recursos são investidos para que um programa seja implementado e mantido e, para não navegar em águas escuras, é preciso criar mecanismos para verificar se as transformações sociais desejadas estão de fato sendo alcançadas. A avaliação de impacto permite identificar eventuais erros de estratégia e realizar ajustes para potencializar o impacto que queremos criar no mundo. Programas sociais são organismos vivos e devem ser permanentemente aprimorados ao longo de sua trajetória com base no processo de aprendizagem das organizações que os mantêm e nas mudanças na própria realidade e contexto do país. Abordagens que funcionavam há cinco anos podem não surtir o mesmo efeito hoje. Portanto, é preciso criar momentos de reflexão estruturada para entender o que está funcionando da maneira que esperamos e o que pode ser aprimorado para termos o maior impacto social possível a partir dos recursos disponíveis.

Além da satisfação de saber o quanto sua atividade transformou a realidade, quanto mais uma organização dispõe de evidências concretas e objetivas para compartilhar sobre as mudanças positivas geradas pelo seu trabalho, maior é a sua capacidade de atrair investidores e parceiros que podem potencializar e aumentar a escala do impacto que se busca obter.

No entanto, mesmo com o ganho de espaço e visibilidade dos estudos de avaliação de impacto entre as organizações, a grande maioria das notícias sobre programas sociais ainda se restringem a informações sobre o número de pessoas atendidas, o número de famílias alcançadas, o número de jovens formados, como mencionei no início do texto. Esses são apenas os ‘resultados’. Os estudos de avaliação de impacto aprofundam a análise bem além dos resultados, explorando as relações de causa e consequência entre as atividades de determinado projeto ou programa social e todos os desdobramentos, diretos e indiretos, de curto prazo ou de longo prazo, que acontecem na vida das pessoas a partir de sua participação na iniciativa.

Isso pode ser bastante complexo, sobretudo em programas que trabalham aspectos intangíveis e abstratos, como, por exemplo, a autoestima, a capacidade de sociabilização, a disposição para sonhar e traçar objetivos e tantos outros. Ainda que sejam impactos facilmente percebidos, são elementos difíceis de se traduzir em números. No entanto, existem várias organizações ao redor do mundo que se dedicam a desenvolver metodologias para traduzir e mensurar impactos intangíveis em indicadores concretos. Uma delas é a organização britânica Social Value*, que há mais de 10 anos se dedica a estabelecer técnicas para mensurar o valor de elementos não comercializáveis, ou seja, métodos para estimar o valor que pessoas atribuem a coisas que não podem ser compradas ou vendidas.

Independentemente dos desafios envolvidos, identificar, mensurar e analisar os impactos de programas sociais é sempre uma medida positiva e recomendável. Entender as transformações decorrentes dos esforços realizados, além de muito gratificante, é uma ferramenta fundamental para a gestão e a tomada de decisão dentro das organizações.

 

Se interessa pelo tema? Leia também a publicação Avaliação de Impacto Social – metodologias e reflexões.

* http://www.socialvalueuk.org/

Artigo originalmente publicado no blog Giro Sustentável, da Gazeta do Povo, em 18 de julho de 2019. O IDIS é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável e contribui mensalmente com histórias relacionadas ao Investimento Social Privado.

IDIS busca consultor de avaliação de impacto social

No IDIS, um de nossos pilares de atuação, é o suporte para o investidor social na tomada de decisões estratégicas e táticas. Apoiamos tanto quem está começando na área social quanto o investidor que pretende qualificar suas ações sociais. Buscamos um profissional para atuar como consultor nos projetos de apoio técnico relacionados à avaliação de impacto social, cade vez mais valorizada por nossos parceiros.

Saiba mais sobre a oportunidade.

Requisitos

  • Formação superior completa (preferencialmente em Economia, Administração e Estatística).
  • Desejável pós-graduação (latoou stricto sensu) em Administração, Administração Pública, Sustentabilidade, Gestão do Terceiro Setor ou áreas afins.
  • Experiência de, no mínimo, três anos em estudos de avaliação de impacto social, incluindo coleta e análise de informações qualitativas e quantitativas.
  • Experiência de, no mínimo, cinco anos em projetos socioambientais, investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade ou áreas afins.
  • Capacidade de relacionamento interpessoal e
  • Capacidade de comunicação oral e escrita.
  • Experiência em condução de grupos focais com crianças, jovens e adultos.
  • Capacidade de sistematizar e analisar dados qualitativos e quantitativos.
  • Disponibilidade para viagens.

Funções 

  • Realizar visitas de campo em projetos e programas sociais (pode envolver viagens)
  • Realizar entrevistas individuais e sistematizar o conteúdo da conversa em relatórios qualitativos.
  • Conduzir grupos focais e sistematizar o conteúdo do encontro em relatórios qualitativos.
  • Elaborar questionários quantitativos para coleta de dados e monitorar o recebimento das respostas.
  • Analisar estatisticamente os resultados obtidos com questionários quantitativos.
  • Elaborar relatórios com análises e conclusões do estudo de Avaliação de Impacto Social.

Interessados devem enviar um e-mail para portalidis@idis.org.br (“CONSULTOR DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO SOCIAL” no assunto do e-mail) contendo:

  • CV
  • Pretensão salarial
  • Texto em word com a resposta para a seguinte pergunta: “Qual é relevância de um estudo de Avaliação de Impacto para projetos e programa sociais e quais são os desafios para sua realização?”

Coalizão pelos Fundos Filantrópicos pede esclarecimento sobre tributação federal de Organizações Gestoras Fundos Patrimoniais

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multissetorial composto por organizações da sociedade civil e outras instituições, solicitou esclarecimentos sobre benefícios fiscais para Organizações Gestoras de Fundos Patrimoniais (OGPF) na Lei 13.800/19 que regulamenta os fundos filantrópicos no Brasil. Em carta aberta apresentada ao Ministério da Economia e à Receita Federa, a Coalizão solicita o reconhecimento da imunidade a impostos federais e da isenção a contribuições sociais das OGFPs destinadas às causas da Educação, Saúde e Assistência Social, e também o reconhecimento da isenção a impostos federais e da isenção a contribuições sociais das OGFPs destinadas às demais causas de interesse público.
Conheça na íntegra a carta aberta apresentada ao ministério da Economia e receita federal apresentada pela Coalização pelos Fundos Filantrópicos, um movimento coordenado pelo IDIS Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social.

 

CARTA ABERTA AO MINISTÉRIO DA ECONOMIA E RECEITA FEDERAL
Ref: Tributação federal das Organizações Gestoras Fundos Patrimoniais (OGFP)

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multissetorial composto por organizações da sociedade civil e outras instituições abaixo-assinadas, vem manifestar publicamente a necessidade de esclarecimento na Lei 13.800/19, sem as quais, a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil não alcançará seu potencial de contribuição para a sociedade.
Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são instrumentos que contribuem para a sustentabilidade financeira de organizações sem fins lucrativos que trabalham por causas, como educação, saúde, assistência, cultura, direitos humanos, meio ambiente e esportes, entre outras causas de interesse público. Organizações se tornam menos dependentes de novas doações e patrocínios, alcançam maior estabilidade financeira e asseguram sua viabilidade operacional, permitindo que se estruturem e desenvolvam suas atividades de forma sustentável e contínua, realizando transformações importantes em áreas estratégicas.
Com a finalidade de atingirmos maior adesão à lei, solicitamos esclarecimento sobre o reconhecimento da imunidade a impostos federais e da isenção a contribuições sociais das OGFPs destinadas às causas da Educação, Saúde e Assistência Social (art. 12, Lei 9.532 e art. 13, III MP 2.158-35) e reconhecimento da isenção a impostos federais e da isenção a contribuições sociais das OGFPs destinadas às demais causas de interesse público (art. 15, Lei 9.532 e , art. 13, IV, MP 2.158-35). Os tributos abrangidos são: IRPJ IOF, ITR, PIS, COFINS e CSLL. Para as instituições de educação e assistência social, a imunidade do IRPJ alcança o IRRF.
Além disso, é importante esclarecer que a OGFP pode investir financeiramente, de acordo com a Lei 13.800, sem impedimento ao exercício de seu direito à imunidade ou isenção.
Por fim, nos colocamos à disposição para qualquer contribuição que se faça necessária no processo, inclusive na redação das modificações no texto da lei.
São Paulo, 11 de março de 2019
COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS (www.idis.org.br/coalizao)

Primeira edição do ‘Diálogos do Poder Público com Investidores Sociais’ incentiva o desenvolvimento de parcerias para a solução de desafios nas áreas de Saúde e Desenvolvimento Social

No Brasil, muitas vezes percebemos distanciamento e falta de articulação entre instâncias governamentais e organizações da sociedade civil, em especial os investidores sociais privados. Para contribuir com a transformação dessa realidade, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, criou o programa ‘Diálogos do Poder Público com Investidores Sociais’, com o apoio da Fundação José Egydio Setúbal. “Fortalecer a confiança e trabalhar em cooperação são importantes aspectos para o desenvolvimento do país” justifica Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.


A primeira atividade desta primeira edição do ‘Diálogos’, que teve como foco as áreas de Saúde e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, aconteceu no dia 27 de junho e consistiu em um encontro entre representantes do Governo e da Sociedade Civil, incluindo investidores sociais, organizações sem fins lucrativos, especialistas e acadêmicos. Compartilharam seus desafios o Presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo, Filipe Sabará, que apresentou o programa Praça da Cidadania, a Secretária Estadual do Desenvolvimento Social, Celia Parnes, e o coordenador de regiões de saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Dr. Osmar Mikio Moriwaki. Os 50 convidados presentes foram, então, estimulados a identificar sinergias de atuação e gerar propostas para trabalho conjunto. Entre os temas identificados estão a qualificação da cobertura vacinal e a segurança alimentar.

A iniciativa prevê ainda mais 3 etapas. A próxima será um diagnóstico profundo, a ser produzido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a partir das ideias geradas no encontro inicial. A partir do diagnóstico, será elaborado um plano de ação que permita colocar em prática a solução prevista. “Este programa nasce com a intenção de ser replicado em outras áreas e em outros municípios e estados. A experiência vai gerar aprendizados para que possamos alcançar o impacto que queremos ver” completa Fabiani. Toda a experiência, por fim, será registrada em uma publicação a ser compartilhada com o público.

O evento de lançamento teve apoio institucional do Centro Ruth Cardoso, do GIFE e da Charities Aid Foundation (CAF).

Ação de advocacy do IDIS para a regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil é destaque em publicação global

Em junho de 2019, a ‘WINGS – Worldwide Initiatives for Grantmaker Support’ lançou o relatório ‘Estudos de Casos de Impacto: Estimulando um ambiente promotor da filantropia e da sociedade civil’. Nesta coleção, ilustra como organizações de apoio à filantropia implementaram estratégias de sucesso para promover um ambiente propício para que a sociedade civil e a filantropia prosperem. Por meio de oito casos de diferentes países, a WINGS dá luz a experiências que muitas vezes permanecem nos bastidores. A publicação também apresenta artigos especializados do International Center for Not-for-Profit Law (ICNL), Forus e CIVICUS. Apesar dos desafios de encolhimento do espaço para a sociedade civil ou falta de ambiente fiscal favorável, essas organizações são criativas e têm um enorme impacto positivo. Nesse sentido, o relatório é tanto uma fonte de inspiração quanto um chamamento à ação.

A experiência de advocacy do IDIS no âmbito da regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil é uma das histórias apresentadas. Aqui, trazemos o conteúdo na íntegra, em português. O relatório completo está disponível no site da WINGS.

Visão geral

Até recentemente, não havia legislação que apoiasse a criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos (Endowments) no Brasil. Consequentemente, poucos estímulos existiam e havia apenas um pequeno número de fundos dessa natureza para apoiar Organizações da Sociedade Civil (OSCs). A existência de uma lei para os Fundos Patrimoniais se mostrava relevante para o desenvolvimento deste mecanismo no país. Para isso, em parceria com outras organizações, o IDIS liderou um movimento de advocacy com uma forte produção de conhecimento local, reunindo instituições e profissionais em torno desta causa. Oito anos após o início deste processo, em janeiro de 2019, uma lei foi finalmente promulgada.

Dada a importância dos Fundos Patrimoniais para o crescimento da filantropia em muitos países, esta conquista deve proporcionar um grande impulso à cultura de doação do Brasil.

Contexto

Apesar de Fundos Patrimoniais serem um mecanismo bem conhecido e usualmente aplicado em países da Europa ou América do Norte, eles estão apenas começando a serem implantados em outros lugares.

Alguns dos maiores Endowments do mundo podem ser encontrados nos Estados Unidos e no Reino Unido. Exemplos dos mais relevantes são a ‘Fundação Bill e Melinda Gates’, com um patrimônio avaliado em mais de US $ 50 bilhões, o fundo patrimonial da Universidade de Harvard, avaliado em mais de US$ 37 bilhões e o fundo da Wellcome Trust, avaliado em mais de US$ 30 bilhões.

Nas economias emergentes, essa também emerge como uma tendência com exemplos como a ‘Fundação Mohammed Bin Rashid Al Maktoum’, nos Emirados Árabes Unidos, com US $ 10 bilhões, e na Índia, a ‘Fundação Azim Premji’, que soma US$ 21 bilhões.

No Brasil, até 2019, não havia legislação que regulamentasse esse tipo de mecanismo, ainda que houvesse alguns poucos fundos estabelecidos, como da Fundação Bradesco e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, ambas ligadas a uma instituição financeira quando fundadas. Até então, não havia um ambiente legal favorável à criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos, tornando a alternativa pouco atraente a investidores.

Realizações

Para mudar este cenário, o IDIS, representante da Charities Aid Foundation (CAF) no Brasil, assumiu o tema como prioritário em sua agenda e buscou criar uma rede de apoio para o desenvolvimento de uma lei nacional de Fundos Patrimoniais. Os pilares inovadores deste movimento incluem uma estratégia dupla de educação e de advocacy. Neste sentido, o IDIS adotou as ações-chave listadas:

1. Lançamento do livro “Fundos Patrimoniais – Criação e Gestão no Brasil”, em 2012, com o apoio da Fundação Vale e da Fundação Ford. Foi o primeiro livro a abordar esse assunto no Brasil e continua sendo uma referência para organizações, filantropos, acadêmicos, gestores de fundos e reguladores.

2. Criação de grupo de estudos e realização de encontros, que resultaram na elaboração de uma proposta de lei para Fundos Patrimoniais Filantrópicos, com base nas melhores práticas internacionais. Entre 2012 e 2013, o IDIS criou o Grupo de Estudos de Endowments com o GIFE, a Endowments do Brasil e o JP Morgan. O grupo contou com 90 membros, entre advogados, executivos do Terceiro Setor, promotores públicos, acadêmicos, entre outros.

3. Desenvolvimento de publicações sobre Fundos Filantrópicos. Em 2016, em parceria com a Levisky Negócios & Cultura e PLKC Advogados, com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, o IDIS lançou uma série de guias sobre o tema – 1. ‘Conceitos e benefícios dos Endowments como mecanismo de financiamento à cultura’; 2 – ‘Orientações e informações ao poder público: aspectos de regulação e tributação’; 3 – ‘Orientações práticas para implementação de Endowments em instituições culturais’. Também foi traduzido um livro importante sobre filantropia e doações – ‘Filantropização via Privatização’ (PtP) – de autoria do professor Lester M. Salamon, da Universidade John Hopkins, além da produção de diversos artigos sobre o tema.

4. Criação de estratégia de advocacy com parceiros da sociedade civil e do setor privado ligados à filantropia. O grupo definiu princípios fundamentais para uma boa legislação que beneficiaria as OSCs, a filantropia e os investidores sociais. Estes incluíram:

  • Ampla abrangência, contemplando diversas causas sociais e organizações sem fins lucrativos que podem constituir Fundos Patrimoniais Filantrópicos
  • Existência de incentivos fiscais
  • Regras de governança e transparência baseadas nas melhores práticas internacionais

5. Reuniões com representantes do Congresso e autoridades governamentais em vários departamentos, incluindo a Secretaria Geral da Presidência, representantes da Câmara dos Deputados, Senado Federal, BID, BNDES, Ministério da Educação, Cultura e Economia. Ao longo de seis anos, o IDIS sediou eventos e promoveu diálogos que resultaram em 11 projetos de Lei no Congresso Nacional que buscavam regulamentar os Fundos Patrimoniais no Brasil.

6. Criação e coordenação da Coalizão de Fundos Filantrópicos, fortalecendo as etapas finais do movimento pela regulamentação dos endowments. Lideradas pelo IDIS e com assessoria jurídica do PLKC Advogados, organizações relevantes se uniram como apoiadoras do movimento: Associação Paulista de Fundações (APF), Cebraf, GIFE, Humanitas 360 e Levisky. Com a adesão de mais de 60 organizações, a Coalizão foi lançada no Congresso Nacional em 2018.

Desafios

O caminho que levou à aprovação da legislação foi longo e imprevisível e o IDIS precisava estar preparado e, ao mesmo tempo, ser flexível. Em 2018, por exemplo, uma infeliz catástrofe – o incêndio que destruiu mais de 90% dos arquivos do Museu Nacional do Brasil –, foi um catalisador para a ação do governo. Michel Temer, presidente na época, assinou uma Medida Provisória para garantir que museus, universidades, outras instituições públicas e organizações sem fins lucrativos possam se beneficiar da criação de Fundos Patrimoniais, melhorando sua sustentabilidade no longo prazo. O IDIS, em nome da Coalizão, divulgou uma nota pública declarando apoio à medida e destacando a importância da inclusão de todas as causas e organizações sociais na abrangência da Lei.

O sucesso de uma ação de advocacy depende, em grande parte de agilidade organizacional. Identificar representantes-chave do governo que poderiam impulsionar a iniciativa é muito importante, mas a capacidade de responder rapidamente a oportunidades que surgem no processo com alternativas concretas, é crucial. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS esteve sempre diretamente envolvida e foi realizado um investimento dedicado ao tema nos últimos 3 anos para contribuiu com o sucesso da estratégia.

O que foi alcançado

No início de 2019, oito anos depois do início da atuação do IDIS, o governo brasileiro aprovou a Medida Provisória, transformando-a na Lei 13.800, a “Lei dos Fundos Patrimoniais”.

  • A regulamentação impulsionará a criação de Fundos Patrimoniais, em especial as OSCs culturais, como museus e orquestras, que se beneficiarão de incentivos fiscais.
  • Liderada pelo IDIS, a coalizão se mostrou uma forte estratégia com a adesão de cada vez mais apoiadores da sociedade civil. O tema tornou-se um compromisso fundamental da sociedade civil, a coalizão hoje conta com mais de 70 parceiros e apoiadores para a causa representantes de todos os setores.
  • A Lei estabelece as bases para um impacto de longo prazo. Se as maiores fortunas do Brasil doassem 1% de seus ativos para fundos patrimoniais, teríamos US $ 1,2 bilhão destinado a causas.

Aprendizados

  • As organizações devem estar atentas a eventos externos que podem gerar oportunidades de apoio político – neste caso, a tragédia do incêndio em um museu;
  • Conquistar a aprovação de uma nova lei leva tempo. Uma ação de advocacy bem-sucedida depende de agilidade e perseverança, assim como de disponibilidade ao longo do processo para responder a eventos e oportunidades à medida que surgem;
  • Construir uma base sólida de conhecimento, com referências internacionais, é importante;
  • Criar uma ampla coalizão foi o aspecto crítico inovador que levou ao sucesso.

 

*Estudo de caso originalmente publicado no WINGS – Worldwide Initiatives for Grantmaker Support: Impact Case Studies: Promoting an enabling environment for philanthropy and civil society

Mosaic Fertilizantes divulga os resultados do Edital da Água, projeto realizado em parceria com o IDIS

Signatária do Pacto Global Brasil, a Mosaic Fertilizantes possui uma agenda de iniciativas de sustentabilidade alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU. Neste contexto desenvolveu, com o apoio técnico do IDIS, o Edital da Água. Por meio da iniciativa, selecionou 10 organizações da sociedade civil e instituições de ensino superior que têm projetos voltados à gestão e disponibilidade de água nos municípios onde a empresa tem atuação. Os prêmios serão destinados à implementação das propostas. Arthur Liacre, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade, acredita que essa ação reforça o compromisso da empresa em apoiar iniciativas que assegurem a disponibilidade de água de qualidade às gerações futuras nas comunidades em que atuamos. “Escolhemos projetos que refletem os valores da Mosaic Fertilizantes em um dos pilares mais importantes: a água. Ficamos positivamente surpresos com a diversidade de propostas, que vão desde ações efetivas até pesquisas para o desenvolvimento de novas soluções”, afirma.

O IDIS foi também o responsável pela gestão do Edital. Apesar da grande especificidade dos requisitos do Edital, mais de quarenta inscrições foram recebidas e avaliadas por um júri de especialistas que contou com a participação de Wilson Cabral, professor associado do Instituto de Tecnologia Aeronáutica e autor do livro “Gestão das águas no Brasil: reflexões, diagnósticos e desafios”, Giuliana Chaves Moreira, pesquisadora associada do Pacific Institute, responsável por pesquisas e análises de gerenciamento corporativo da água no Brasil e Samuel Barrêto, gerente nacional de água do The Nature Conservancy, além de representantes de diversas áreas da empresa. “Acreditamos que a realização de Editais públicos é um processo transparente e democrático para direcionar recursos. Por meio deles, conseguimos criar pontes entre investidores e projetos e ver ideias saindo do papel” avalia Andrea Hanai, gerente responsável pelo projeto no IDIS.

A Mosaic Fertilizantes é uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados. Os vencedores foram anunciados no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. Conheça no site da empresa as organizações contempladas.

Incentivo à Filantropia Comunitária – novos passos de uma jornada

Desde sua fundação, em 1999, a Filantropia Comunitária é um tema caro ao IDIS e considerado prioritário para a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária. Em parceria com outras organizações e investidores sociais, temos atuado no sentido de promover um movimento de incentivo à prática no Brasil.

Neste ano, somamos a esta trajetória um novo marco – o lançamento da publicação ‘FILANTROPIA COMUNITÁRIA: Terreno fértil para o Desenvolvimento Social’, fruto de um estudo realizado com o apoio da Mott Foundation e que traz detalhes sobre o processo de mapeamento de organizações comunitárias, os resultados da pesquisa e ideias de estratégias para fortalecer o movimento no Brasil. A publicação, já disponível no site do IDIS, foi lançada no dia 31 de maio em São Paulo, na presença de Nick Deychakiwsky e Carlos Rios-Santiago, Diretores de Programas na Mott Foundation, cuja visita teve por objetivo dar continuidade ao processo de fortalecimento do tema no Brasil e de aproximar os investidores sociais do conceito de Filantropia Comunitária.

Durante sua estadia no país, Nick e Carlos visitaram organizações voltadas ao fortalecimento de comunidades locais. Acompanhados por Raquel Altemani, gerente de projetos no IDIS, os representantes da Mott Foundation tiveram a oportunidade de conhecer de perto o trabalho desempenhado pela Fundação Urbe9 (em Campinas-SP), IBEAC – Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário e Fundação ABH (ambas no município de São Paulo), ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (em Florianópolis) e Redes da Maré (no Rio de janeiro). Além disso, também foram realizados encontros com organizações que trabalham pelo desenvolvimento da Filantropia no país, como o GIFE, WINGS e a Rede de Filantropia para a Justiça Social.

A visita também inclui um encontro entre investidores sociais e a fundação americana. Nick descreveu o conceito de Fundações Comunitárias, apresentando o trabalho da Mott e seu interesse em implementar esse modelo de organização ao Brasil. Em seguida, Raquel Altemani comentou sobre os resultados e insights adquiridos ao longo da pesquisa de mapeamento de organizações comunitárias no Estado de São Paulo em 2018, estimulando o debate e o compartilhamento de percepções entre os investidores sociais.

Tivemos também o prazer de participar do evento Expandindo e Fortalecendo a Filantropia Comunitária no Brasil, organizado pela Rede de Filantropia para a Justiça Social. Foi um dia dedicado à troca de experiências entre fundações, institutos e organizações comunitárias, e mais um passo para a consolidação do tema no Brasil. Nessa ocasião, integramos o painel “Pesquisas e Tendências da Filantropia Comunitária no Brasil”, no qual apresentamos nossa experiência com a Mott Foundation. Além disso, pudemos aprender com a visão internacional de Jenny Hodgson, Diretora Executiva do Global Fund for Community Foundations, sobre experiências de Filantropia Comunitária ao redor do mundo, e com a perspectiva de representantes de organizações comunitárias no Brasil – como a Associação Indígena da Comunidade Kisêdjê, Caranguejo Uçá, Instituto Baixada, Rede de Bancos Comunitários da Bahia, Casa Fluminense, ICOM – e representantes de fundações e associações no Brasil comprometidas com o apoio a organizações comunitárias. Dessa forma, as iniciativas e a mobilização de atores engajados no campo da Filantropia Comunitária refletem a relevância do tema não só para a agenda do IDIS, mas para o desenvolvimento do país como um todo.

Participantes do Programa de Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil comentam questões relacionadas a planejamento estratégico, captação de recursos e parcerias

A atuação das organizações da sociedade civil é fundamental no Brasil. Apesar da grande competência e conhecimento das causas e localidades nas quais atuam, o segmento tem desafios relacionados à estrutura e gestão, que interferem em sua capacidade de gerar impactos de longo prazo e no acesso a recursos. Foi a partir dessa necessidade que a Charities Aid Foundation (CAF), o IDIS e o Consulado Geral dos EUA em São Paulo se reuniram para criar o Programa de Fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil. Por meio de capacitação presencial e uma série de capacitações on-line, o programa, implementado em junho de 2018, teve como objetivo desenvolver três competências em organizações sem fins lucrativos de pequeno a médio porte com atuação na região metropolitana de São Paulo: (1) Planejamento estratégico; (2) Captação de recursos (tanto no Brasil quanto nos EUA para o Brasil); e (3) Formação e participação em parcerias intersetoriais.

Um ano após a conclusão do programa, dezoito dos vinte participantes se disponibilizaram a responder a uma pesquisa para identificar como as organizações evoluíram em relação aos itens abordados ao longo do curso. Entre os entrevistados, quando questionados sobre planejamento estratégico, 72% indicaram que o tema se tornou mais relevante em suas organizações. O mesmo percentual indicou que no último ano houve uma revisão no portfólio de programas e projetos realizados por meio de metodologias formais de análise. Em relação a parcerias, apenas uma organização disse não ter feito contatos no último ano. A percepção sobre captação de recursos foi também positiva – 13 organizações disseram que o volume de recursos de terceiros aumentou no último ano, proveniente, principalmente, de investidores locais. O acesso a recursos estrangeiros mostrou-se o maior desafio, com 56% dos respondentes indicando não ter feito nenhum contato com investidores de fora do Brasil. “Saber como os temas abordados na capacitação reverberam no mundo real é essencial para nosso trabalho. É certo que não podemos afirmar que as conquistas são resultado unicamente do Programa de Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil, mas as percepções que identificamos nas conversas nos traz insumos para sermos cada vez mais assertivos e relevantes em nossas iniciativas”, comenta Andréa Hanai, gerente de projetos no IDIS responsável pela condução do processo.

Leia também: IDIS, CONSULADO DOS EUA EM SÃO PAULO E CAF AMERICA REALIZAM DOIS DIAS DE TREINAMENTOS PARA ONGS

100 mil pessoas já descobriram sua causa

No mês de junho, a campanha Descubra Sua Causa completou seis meses e os resultados superaram as expectativas – 100 mil testes concluídos. Idealizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, tem como objetivo promover a cultura de doação no Brasil. Por meio de um quiz, os respondentes expressam seus valores, prioridades e visões de mundo e sociedade. Ao final, são apresentados a um personagem acompanhado de uma descrição, que mostra as causas que são importantes a ele – meio ambiente, educação, igualdade de gênero, saúde, geração de trabalho e renda, entre outras. A partir daí uma lista de organizações alinhadas aos interesses de cada um é apresentada e o usuário pode escolher uma delas para doar recursos ou realizar trabalhos voluntários.

“Queremos que o teste se popularize e seja tema de rodas de conversa para que se fale mais sobre doação. As pessoas devem se acostumar a contar para as outras as doações que fazem. Quando falam a respeito, fazem o outro refletir e se engajar e assim fortalecemos a cultura de doação”, comenta Andréa Wolffenbüttel, Diretora de Comunicação no IDIS.

Este não é um movimento exclusivo do IDIS. Outras organizações também veem o debate como prioridade no Brasil. No Festival ABCR (Associação Brasileira dos Captadores de Recursos), compartilhamos a história da ‘Descubra sua Causa’ – os motivadores, os desafios para colocar a campanha no ar, os pontos de melhoria que gostaríamos de promover e os sonhos que temos para o futuro. A plateia estava cheia, e convidamos todos a se envolverem e pensarem com a gente como podemos fortalecer este movimento.

 

A Campanha Descubra sua Causa não seria possível sem o apoio da Charities Aid Foundation, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, do Instituto C&A e do Instituto Cyrela. Também tivemos o apoio de diversos veículos que contribuíram com a divulgação de forma pro bono. Em maio, se juntou ao time de apoiadores a 89FM A Rádio Rock, que veiculou o spot da campanha em sua programação.

Descubra você também a sua causa e se junte àqueles que lutam por ela todos os dias! Faça o teste no site: www.descubrasuacausa.net.br. #RumoAos200Mil

O impacto da Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos

Por Paula Fabiani

 

No início deste ano tivemos uma notícia muito boa para o desenvolvimento do setor sem fins lucrativos no Brasil. Foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro uma legislação importante para a sustentabilidade das causas, organizações sem fins lucrativos e instituições públicas que trabalham nas mais diversas áreas. A Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, que foi publicada sob o nº 13.800 no dia 7 de janeiro.

Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são estruturas criadas para apoiar uma organização ou uma causa. São chamados de endowments nos países anglo-saxões, que são os campeões na estruturação deste mecanismo. São instituídos, em sua maioria, com o compromisso de perpetuar o valor recebido como doação, repassando apenas seus rendimentos para a manutenção de uma organização sem fins lucrativos ou para o financiamento de projetos. Universidades de destaque como Harvard e Yale possuem seus fundos, e organizações bilionárias como as fundações Bill & Melinda Gates, Rockefeller e Ford.

Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são instrumentos que contribuem para a sustentabilidade financeira de organizações sem fins lucrativos que trabalham pela educação, saúde, assistência, cultura, direitos humanos, meio ambiente, esportes, deficiência, entre outras causas de interesse público. Organizações podem contar com uma fonte perene de recursos e se tornam menos dependentes de novas doações e patrocínios. Com isso, alcançam maior estabilidade financeira e asseguram sua viabilidade operacional, permitindo que se estruturem com profissionalismo e desenvolvam suas atividades de forma sustentável e contínua.

O potencial desta lei é relevante. Segundo estimativas do Hauser Institute for Civil Society e do Banco Mundial, no mundo já encontramos US$ 1,5 trilhão alocados em endowments. Além dos volumosos fundos de universidades e fundações, organizações independentes da sociedade civil já possuem seus fundos patrimoniais. E eles estão sendo estruturados em vários países, como a Índia e os Emirados árabes, onde já encontramos fundos gigantescos.

Importante mencionar que a Lei brasileira determina a instituição de uma organização gestora de fundos patrimoniais, cujo objeto será a captação e gestão de recursos filantrópicos, ou seja, ela não poderá operar programas e projetos. Esta organização pode ser uma fundação ou associação, alternativas legais para uma organização sem fins lucrativos no Brasil. Com isso, dentre os benefícios da Lei, temos a desejada proteção patrimonial dos recursos. Desta forma, o fundo não sofrerá com eventuais passivos das organizações e projetos financiados. Além disso, a legislação estabeleceu regras de governança e incentivos fiscais para as doações para a cultura.

Vale mencionar que o processo de estabelecimento de um fundo patrimonial filantrópico não é simples. São diversas as possibilidades de estrutura e devem ser criteriosos o planejamento societário, tributário, contratual, e de governança. São necessárias regras para os investimentos no mercado financeiro e para o uso dos recursos em programas, projetos e organizações.

A aprovação desta importante legislação para o setor sem fins lucrativos é resultado da ação conjunta de diversos atores da sociedade civil e do governo. O IDIS vem liderando este trabalho desde 2012 e criou, em 2018, a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos (www.idis.org.br/coalizao)

Esta legislação pode produzir um grande efeito positivo para o país. A Coalizão e seus membros continuam os esforços para dar clareza ao processo de adoção da lei. Na França, logo após a aprovação de regulamentação similar, mais de 200 fundos foram criados. Com normativas claras e precisas o Brasil certamente pode repetir esse número!

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Artigo originalmente publicado no blog Giro Sustentável, da Gazeta do Povo, em 17 de junho de 2019. O IDIS é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável e contribui mensalmente com histórias relacionadas ao Investimento Social Privado.

Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

Esse foi o nome escolhido para o encontro que aconteceu no dia 9 de maio, em Brasília, e reuniu cerca de 60 convidados interessados em conhecer mais sobre a legislação que regula os Fundos Patrimoniais Filantrópicos e ouvir a palestra do estudioso Lester Salamon, professor da Johns Hopkins University.

O professor Salamon é o criador da expressão ‘Philanthropication thru Privatization’ ou seja, Filantropização via Privatização, que propõe uma nova fonte de recursos para o estabelecimento de Fundos Patrimoniais. Ele analisou mais de 500 casos, em todo o mundo, de organizações que foram criadas a partir de Fundos alimentados por recursos de privatizações, concessões, multas, loterias e dinheiro recuperado de corrupção.

A proposta é que, em vez de destinar a totalidade desses recursos para os cofres públicos, onde acabarão por se fundir com outras verbas, sem gerar um impacto identificável, os governos destinem parte da arrecadação com transações como as citadas, para a criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos. Isso fará com que a sociedade perceba claramente o impacto positivo desses recursos e se sinta também contemplada por esse tipo de operação.

O professor Salamon destacou que o Brasil se encontra em um momento muito propícia para a adoção dessa prática, devido à recente regulamentação dos Fundos Filantrópicos, pelos processos de privatização que estão previstos e pelos vultuosos valores arrecadados com multas.

O evento ‘Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades’ foi realizado pelo IDIS, com correalização do BNDES, e apoio do PLKC Advogados, APF, Cebraf, Gife, Humanitas360 e Levisky Legados.

Veja aqui o álbum de fotos do evento.

Se interessa pelo tema? O livro Filatropização via Privatização, do Prof. Salamon, está disponível para download gratuito aqui em nosso site.

IDIS oferece capacitação em Captação de Recursos

 

Aconteceu em maio a oficina de capacitação em captação de recursos aos finalistas e vencedores do Prêmio Empreendedor Social, iniciativa da Folha de São Paulo. Oferecida pelo IDIS, tem o objetivo de fortalecer os projetos e trazer uma visão estratégica a esta área tão relevante para a sustentabilidade das organizações. Estiveram presentes representantes do Mapa Educação, Fast Food da Política, Vai de Courri, Editora Mol e Simbiose Social.

O IDIS é parceiro do Prêmio Empreendedor Social, promovido também pela Fundação Schwab, que busca selecionar, premiar e fomentar os líderes socioambientais mais empreendedores do Brasil, que desenvolvam iniciativas inovadoras, sustentáveis e com impacto socioambiental positivo.

Todos os participantes avaliaram muito bem a capacitação e ao serem perguntados sobre o que mais lhes agradou, afirmaram ser os conceitos abordados, as dicas práticas e a condução da aula.

E quando questionados sobre o que não gostaram, todos disseram que lamentaram que o treinamento tivesse curta duração porque queriam permanecer mais tempo para se aprofundar nos conteúdos.

Além da capacitação, o IDIS oferece para os vencedores a oportunidade de apresentarem seus projetos e organizações no Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, em uma plenária exclusiva.

O IDIS parabeniza a todos os vencedores e finalistas desse prêmio, assim como a Folha de S.Paulo e Fundação Schwab pela iniciativa!

Agenda Global: encontro de CEOs da CAF

“Somos como ilhas no mar, separadas na superfície, mas conectadas nas profundezas.” – William James

Essa foi a frase escolhida pela Charities Aid Foundation (CAF) para sintetizar a Aliança Global, uma rede organizações, formada há 25 anos, que hoje integra 9 países e atua em conjunto para aumentar e qualificar as doações no mundo.

Semestralmente os CEOs dessa rede se reúnem. O encontro de maio de 2019 foi intenso, dinâmico e interativo e contou com os líderes do Brasil, Índia, Rússia, África do Sul, Bulgária, Reino Unido, EUA, Canadá e Austrália. Na agenda, discussões sobre as prioridades estratégicas da Aliança Global, o compartilhamento da expertise global e local, uma análise profunda do cenário internacional de doação a partir da análise dos achados do World Giving Index e a imersão em recentes avanços tecnológicos, como o uso de blockchain para doações. No encontro, esteve presente também uma delegação da Turquia, país com iniciativas consistentes em relação à doação e que poderá passar a integrar a rede da CAF em breve. Ao longo da semana também celebramos as conquistas do ano anterior.

Saiba mais sobre as realizações em cada um dos países, em sua história junto à Aliança Global neste infográfico:

Global Alliance Highlights 18-19

Veja aqui as fotos do encontro.

IDIS lança relatório de atividades 2018

“Representa um grande desafio falar sobre o ano de 2018. Um ano recheado de expectativas, embates e acontecimentos marcantes. Pautado por dois grandes eventos que dominaram o calendário, a Copa do Mundo e as eleições, 2018, não ofereceu um caminho suave para o Brasil. No IDIS, não poderíamos deixar de sentir os reflexos do clima tenso, das angústias do período, mas, podemos dizer com orgulho e satisfação, que o ano nos trouxe boas realizações.” Com esta mensagem de Paula Fabiani, nossa diretora-presidente, começamos a contar a história que escrevemos no ano anterior. Convidamos todos a lerem a publicação, conhecerem mais sobre nossos projetos e conquistas. Entre os destaques, o trabalho de advocacy conduzido pelo IDIS que culminou na aprovação da Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, o lançamento da Campanha Descubra Sua Causa, nossa iniciativa para fortalecer a cultura de doação, e os Serviços de Inteligência prestados para organizações como Doutores da Alegria, Itaú Cultural e Instituto Avon.

Prestes a completar 20 anos de história, somos ainda aprendizes e temos grandes ambições para crescer e acompanhar as transformações que se apresentam a nós diariamente. Agradecemos aos nossos apoiadores, parceiros, conselheiros e colaboradores que sonham conosco e constroem, juntos, o futuro que queremos.

Acesse aqui o Relatório de Atividades IDIS 2018.

Conheça alguns destaques:

Venha fazer um estágio no IDIS!

O IDIS é um dos maiores incentivadores do desenvolvimento social brasileiro, a partir do apoio que proporciona aos doadores, corporativos e familiares. Agimos para que os recursos investidos em projetos sociais e ambientais tenham cada vez mais impacto, assessorando na criação de Fundações e Institutos, no planejamento estratégico, em estudos de viabilidade e avaliações do resultado, etc. No IDIS, nossos profissionais atuam no Terceiro Setor e têm contato com uma rede de filantropia local e internacional.

Buscamos um profissional para atuar em nossa área de Comunicação como estagiário. Aqui terá a oportunidade de conhecer a fundo o cenário do investimento social privado brasileiro, contribuir para promover as causas do IDIS, desenvolver trabalhos junto a grandes doadores, individuais e corporativos, acompanhar projetos e produzir eventos.

Funções:
• Atualizar o site e as mídias sociais;
• Pesquisar conteúdo na internet;
• Alimentar hotsite;
• Inserir vídeos em site/youtube;
• Monitorar desempenho das mídias sociais e do site;
• Organizar clipping virtual e arquivos de imagens;
• Organizar/atualizar mailings;
• Montar apresentações em PPT;
• Produzir e enviar e-mail marketing;
• Apoiar ações de divulgação;
• Apoiar a produção de materiais de divulgação;
• Fazer interlocução com fornecedores;
• Produzir relatórios de eventos;
• Apoiar a produção de eventos;
• Redigir, revisar e editar textos.
• Outras atividades relacionadas.

Requisitos:
• Cursando no mínimo 2° ano de faculdade de relações públicas, design, marketing ou propaganda;
• Experiência ou interesse no terceiro setor nos temas de investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade ou áreas afins;
• Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet;
• Facilidade para trabalhar em equipe;
• Prática em mídias sociais (Facebook, Linkedin, Instagram, Youtube e Twitter);
• Noções de realização e produção de eventos;
• Noção de processos de produção gráfica;
• Boa redação;
• Domínio intermediário da língua inglesa.

Desejável:
• Conhecimentos de programação em HTML e WordPress;
• Noções de fotografia e edição de imagens.

Bolsa estágio no valor de R$ 1.100 e vale-transporte.

Aos interessados, encaminhar currículo ao endereço de email RH@idis.org.br, indicando no assunto da mensagem “ESTAGIÁRIO COMUNICAÇÃO” até o dia 31 de maio de 2019.

Proposta de Fundos Filantrópicos criados a partir de verbas de privatização, multas e recursos devolvidos é levada ao Ministro Sergio Moro

A presidente do IDIS, Paula Fabiani, se encontrou nesta quinta-feira, dia 9 de maio, com o Ministro da Justiça, Sergio Moro, para apresentar a proposta de criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos a partir de recursos obtidos com privatizações, multas aplicadas pelo governo e verbas desviadas que são devolvidas aos cofres públicos.

Paula estava acompanhada do professor da Universidade Jonhs Hopkins, dr. Lester Salamon, idealizador da proposta e autor do livro ‘Filantropização via Privatização’, no qual analisa centenas de casos de fundos criadas a partir de verbas desta natureza.

O fundador do IDIS, Marcos Kisil e a sócia do escritório PLKC Advogados, Priscila Pasqualin, também participaram do encontro.

Conheça também o trabalho de advocacy da Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, coordenada pelo IDIS.

Cultura de Doação ou Doação para a Cultura?

Reflexões sobre o incêndio da Notre-Dame e o que ele tem a nos dizer

As chamas que consumiram uma das mais preciosas catedrais da Europa não tiveram impacto apenas na bela Ile de la Citê, onde se encontra a construção medieval. Elas também provocaram lamentações, reflexões e mesmo discussões aqui no Brasil.

Catedral de Notre Dame em chamas – Foto G1

Se por um lado descobríamos que tragédias que destroem tesouros culturais não são exclusividade nossa, também entrávamos em contato com um ímpeto e uma mobilização pela recuperação do patrimônio, que não havíamos visto por aqui.

E então vem o inevitável questionamento: por que não somos assim? Seguido de uma tempestade de respostas imediatas, quase todas com uma certa dose de razão.

O mais fácil é dizer simplesmente que no Brasil não há cultura de doação. Isso não é verdade. A Pesquisa Doação Brasil e muitas outras sobre o tema, já mostraram que cerca de metade da população brasileira costuma fazer doação, pelo menos uma vez ao ano.  Talvez o que falte não seja uma Cultura de Doação e sim uma Doação para a Cultura.

Porque quando temos desastres, como, por exemplo, o rompimento da barragem em Brumadinho, vemos uma grande iniciativa de doadores de todos os tipos, os que dão bens, o que dão recursos financeiros e o que doam seu tempo, trabalhando voluntariamente. Isso acontece porque as pessoas compreendem e se identificam com o sofrimento das vítimas.

Já no caso do incêndio do Museu Nacional, será que as pessoas entendiam a dimensão da perda? Será que se identificavam com aquele acervo e aquela história? Parece que não.

Outro elemento interessante a ser analisado é a atitude das famílias mais ricas da França, que imediatamente anunciaram doações muito volumosas. Esse comportamento certamente inspirou outros doadores a fazerem o mesmo, ainda que com valores bem menores. Mas essas pequenas doações conseguiram dobrar o dinheiro aportado pelas classes mais altas.

Será que se tivéssemos uma iniciativa semelhante no Brasil, ela não teria conseguido também atrair doações para o Museu Nacional? Não podemos desprezar o poder do exemplo e da liderança. Entretanto, também não podemos desprezar o fato de que a França construiu um ambiente propício à filantropia, baseado em generosos incentivos fiscais. Boa parte dos recursos doados pelas grandes fortunas, será abatido de seus impostos.

Por fim, há sempre o clássico argumento que justifica a não doação: a desconfiança. Como vamos saber que o dinheiro chegará mesmo ao seu destino e será aplicado na restauração do Museu? E esta pergunta não vem do nada, ela está respaldada por centenas de denúncias e escândalos de desvio de recursos. É bem verdade que no caso do incêndio da Notre-Dame, as instituições envolvidas são duas das mais antigas e sólidas do mundo: a Igreja Católica e o Estado francês. Nem sempre as instituições implicadas são tão robustas como essas duas. Por isso, precisamos desenvolver instrumentos que nos permitam doar e confiar nas instituições também aqui no Brasil. E no caso específico do incêndio do Museu, o governo (Executivo e Legislativo) reagiram e criaram a Lei dos Fundos Patrimoniais exatamente para conceber um instrumento que desse segurança ao doador de que os recursos que ele entregou serão bem geridos e bem aplicados.

Se o Museu Nacional dispusesse de um Fundo Patrimonial Filantrópico, teria sido muito, mas muito mais fácil fazer doações para sua recuperação. Aliás, caso ele tivesse esse Fundo, o mais provável é que nunca chegasse ao ponto que chegou, porque teria os recursos necessários para a manutenção do prédio e do acervo.

A nossa Lei dos Fundos Patrimoniais é fruto, entre outros, de sete anos de trabalho de advocacy do IDIS e de parceiros, que contribuíram com apoio técnico, redigindo propostas de lei e recomendando melhorias, assim como fazendo articulações para que o processo avançasse no Congresso. O resultado é uma Lei com ampla abrangência de causas e que pressupõe uma governança clara e transparente.

Para nossa satisfação, percebemos que essa conquista está sendo reconhecido até fora do Brasil. Na segunda semana de abril, a diretora-presidente do IDIS viajou até Moscou, onde foi convidada a apresentar o case da criação da Lei dos Fundos Patrimoniais no Brasil, em um evento da Fundação Vladimir Potanin, uma das mais antigas organizações filantrópicas da Rússia.

Paula Fabiani em palestra na cidade de Moscou

 

Democracia e Filantropia no Global Philanthropy Forum

Por Paula Fabiani
Diretora-Presidente do IDIS

O tema do Global Philanthropy Forum não poderia ser mais adequado: a discussão sobre como a filantropia pode desempenhar um papel relevante no fortalecimento da confiança na democracia, em tempos tão turbulentos como os atuais. Estive no Fórum, entre os dias 1 e 3 de abril, em San Franciso, no EUA, e quero compartilhar com os leitores algumas reflexões.

A primeira delas, e talvez a mais séria é que a democracia é frágil e pode ser substituída como podemos ver em muitas partes diferentes do mundo. E a democracia está sendo usada para enfraquecer a própria democracia. O pluralismo está em risco. Respeitar as diferenças e a abertura ao diálogo é a chave para um ambiente positivo. Parece que perdemos a capacidade de escutar diferentes visões, e estamos, cada vez mais polarizando e rotulando pessoas, movimentos e sociedades. Vivemos em tempos de prevalência de ódio e exclusão, com a intensificação da migração. Como apontado por um integrante de um painel, “infelizmente o ódio se espalha muito mais rápido que o amor”. E com as pessoas usando as mídias sociais para espalhar o ódio e as falsas mensagens, ficou muito mais fácil e barato.

Como podemos lidar com essas tendências? Como a filantropia pode contribuir para reforçar a democracia?

A imprensa livre e as instituições fortes são vitais, mas a participação de todos é obrigatória se queremos defender a democracia. A filantropia tem a liberdade de usar seus recursos para nos unir para fortalecer os ambientes democráticos.

O Global Philanthropy Forum trouxe exemplos interessantes, algumas novidades e outras não, como o Luminate Group e o K-Monitor, fazendo uso da tecnologia para o bem, a Latin American Leadership Academy, Wave e Mobdium – Creative Youth e a importância de desenvolver uma nova geração de líderes , o Dia de Doar (Giving Tuesday) e as possibilidades de usar o novo poder que emerge na era digital, além de muitos outros.

Com tais esforços e pensamentos inovadores e positivos, o sentimento no Fórum era de que podemos ter esperança. Relacionamentos podem curar o ódio. Histórias comuns podem criar movimentos, podem reconstruir a confiança. Mais do que nunca, os indivíduos têm o poder de mudar a realidade de maneira positiva. Mais do que nunca, as organizações estão se unindo para desenvolver soluções comunitárias e aumentar o volume das vozes dos excluídos. Há muito a ser feito, mas há muitos dispostos a fazer.

Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

O livro ‘’Filantropização via Privatização’’, escrito pelo Professor Lester Salamon, da Johns Hopkins University, traduzido pelo IDIS, propõe um debate sobre a utilização de recursos oriundos dos processos de privatização para o desenvolvimento da Filantropia. Eles poderiam ser utilizados para produzir um Fundo Patrimonial, por exemplo, uma forma de garantir a sustentabilidade das organizações.

No dia 09 de maio, o professor Lester Salamon estará em Brasília no evento ‘Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades’. Além de compartilhar sua perspectiva, haverá um debate sobre a nova Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, sancionada em janeiro deste ano. Esta é uma iniciativa do IDIS, com co-realização do BNDES e apoio institucional do PLKC Advogados, APF, CEBRAF, GIFE, Humanitas 360 e Levisky Legado.

O IDIS coordena, desde 2012, uma campanha de advocacy em prol da regulamentação dos Fundos Patrimoniais. Em 2018, mobilizou a criação da Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, um grupo de organizações e pessoas que apoiam o fortalecimento do tema no Brasil. Esta iniciativa integra a agenda da Coalização, que terá representantes no evento.

O debate acontecerá segundo a programação abaixo:

14h00
Boas-vindas

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS
Felipe Sigolo, Secretário-Executivo adjunto do Ministério da Cidadania

Representantes da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos

Aline Viotto, GIFE
Luciane Gorgulho, BNDES
Priscila Pasqualin, PLKC Advogados
Ricardo Levisky, Levisky Legados

14h30
Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

Apresentação:
Lester Salamon, professor da Johns Hopkins University

Debatedores:
Eliane Lustosa, diretora de investimento do BNDES
José Sabo Paes, procurador de Fundações do Ministério Público do DF
Roberto Waack, diretor-presidente da Fundação Renova

Moderação:
Marcos Kisil, fundador do IDIS

15h45
Fundos Patrimoniais: Reflexões sobre a Nova Legislação

Debatedores:
Augusto Hirata, pesquisador da FGV
Fabrício Brollo, gerente do Depto de Educação e Cultura do BNDES
Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados

Moderação:
Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS

16h45 Encerramento

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS

O evento é gratuito, sujeito à disponibilidade.

Para participar, envie sua confirmação para o e-mail: comunicação@idis.org.br

 

Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

Data: 09 de maio de 2019

Local: Auditório do IPEA – SBS – Quadra 1 – Bloco J – Ed. BNDES

Horário: 14h às 17h

 

Impactos positivos do Programa Guri e EMESP Tom Jobim são comprovados em projeto realizado pelo IDIS

Em setembro de 2018, o IDIS iniciou a avaliação SROI (Social Returno On Investment) do Programa Guri e da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim (EMESP Tom Jobim), ambos sob a gestão da Santa Marcelina Cultura, em parceria com o governo do Estado de São Paulo.

De que forma um projeto social contribui para a sociedade? O projeto cumpre efetivamente com o objetivo proposto? É capaz de gerar transformações sociais sustentáveis?

São essas perguntas que o SROI busca responder.

O SROI é um método de avaliação que tem como objetivo mensurar o valor social produzido por um projeto. Em outras palavras, ele busca traduzir em valores monetários as transformações sociais geradas por determinada ação, de modo a identificar se o investimento está, de fato, contribuindo com transformações positivas na sociedade e retornando, em valor social, o investimento realizado.

O Programa Guri, que já atendeu cerca de 26 mil jovens entre 2016 e 2018, oferece formação musical e inclusão sociocultural para crianças e jovens de regiões periféricas da Grande São Paulo, desenvolvendo o seu potencial humano e artístico e fortalecendo o seu papel como cidadãos conscientes e críticos.

Durante a avaliação, contatou-se que a cada R$1 investido no Programa Guri, R$6,53 são gerados em valor social, um resultado muito positivo que reafirma a amplitude das transformações geradas pelo programa e a sua relevância para a sociedade.

Já a EMESP Tom Jobim, referência no ensino brasileiro de música, é uma Escola que forma crianças, jovens e adultos e oferece aos estudantes a oportunidade de se apresentarem em conservatórios renomados e aprender com grandes nomes da música nacional e internacional. A Escola é reconhecida pela qualidade de seu ensino e por promover a difusão artística por meio de seus grupos como a Orquestra Jovem do Estado, a Orquestra Jovem Tom Jobim, a Banda Sinfônica Jovem do Estado, dentre outros.

Entre 2016 e 2018, A EMESP Tom Jobim atendeu mais de 3.000 alunos e o estudo de avaliação de impacto social evidenciou resultados bastante positivos: a cada R$ 1,00 investido na Escola, R$ 3,27 são gerados em benefícios para a sociedade.

Com base no modelo de avaliação SROI, uma organização é capaz de compreender a performance de seus projetos, alinhar-se com seu objetivo e orientar sua estratégia de modo que consiga alcançar impactos cada vez mais relevantes. Trata-se, dessa forma, de uma ferramenta que promove o aprimoramento de projetos sociais e, consequentemente, a transformação positiva da sociedade.

Jovens do Programa Guri

IDIS avalia impacto social do Programa Guri

Ao longo de 2018, o IDIS realizou um estudo de avaliação de impacto social do Programa Guri Capital e Grande São Paulo, uma iniciativa de educação musical e inclusão social que, nesta região, é gerida pela Santa Marcelina Cultura. O estudo seguiu a metodologia SROI (Retorno Social sobre o Investimento), e apresentou resultados muito positivos: para cada R$ 1 que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa investe no Programa Guri Capital e Grande São Paulo, são gerados R$ 6,53 em benefícios para a sociedade.

Atualmente, na Grande São Paulo, cerca de 26 mil jovens de 6 a 18 anos participam do Programa, cujas unidades se concentram em regiões periféricas e de alta vulnerabilidade social. Durante a avalição, o IDIS teve a oportunidade de conversar com alunos, ex-alunos, familiares e professores do GURI, e mensurar indicadores concretos sobre o impacto social percebido por eles. Os comentários foram unânimes: o GURI é mais do que um programa de formação musical – é uma ferramenta para a criação de uma sociedade mais justa e mais inclusiva.

Apresentação da Orquestra Sinfônica Infanto Juvenil, do Guri da Santa Marcelina Cultura, com regência de Diego Guzmán, dia 21/07/2018 no Teatro do Ceu São Mateus. Fotos de Roberta Borges.